Por Leandro do Carmo
Mergulho em Cabo Frio - RJ
Local: Cabo Frio
Data: 06/07/2014
Participantes: Corsários Divers
Pequeno histórico da cidade de Cabo Frio
Cabo Frio é um município do estado do Rio de Janeiro.
Localiza-se a 22º52'46" de latitude sul e 42º01'07" de longitude oeste,
a uma altitude de quatro metros acima do nível do mar. Faz divisa com Armação
dos Búzios a leste, Arraial do Cabo a sul, Araruama e São Pedro da Aldeia a
oeste, e Casimiro de Abreu e Silva Jardim a norte. É o sétimo município mais
antigo do Brasil e o principal da Região dos Lagos. Possui 200.380 habitantes,
segundo estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística em agosto de 2013.
Descoberto por Américo Vespúcio em 1503, Cabo Frio teve a
sua colonização marcada pelo constante ataque de piratas franceses e
holandeses. A cidade povoada através de concessões de sesmarias, foi o ponto de
partida para exploração do pau-brasil. Em 1615, os franceses foram derrotados
pelos portugueses. E em 13 de novembro do mesmo ano fundam a cidade Santa
Helena. Em 15 de agosto de 1616 instala-se o município, passando a cidade
chamar-se Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio.
Até o século XIX, a economia baseava-se na agricultura com
mão-de-obra escrava. A abolição da escravatura ocasionou o colapso econômico;
só se restabelecendo bem mais tarde com o desenvolvimento da indústria do sal,
da pesca e do turismo, sobretudo após a implantação da rodovia e da estrada de
ferro, esta última, hoje, desativada.
Ilhas das Emerências (de Dentro e de Fora)
Ainda não havia mergulhado em Cabo Frio e há muito tempo
ouvia falar dos pontos de mergulho do local. Surgiu essa oportunidade de ir com
a Corsários Divers e não pensei duas vezes. Aceitei o convite. Nosso ponto de
encontro foi em frente ao condomínio onde mora o Leandro Pessoa, em Manilha.
Marcamos às 05:40h e saímos por volta das 06:00h. Ainda paramos em um ponto da
Via Lagos para tomar um café da manhã e seguir viagem.
Chegamos no local de saída, que fica ao lado do Mercado
Municipal de Peixes de Cabo Frio. Lá tem um amplo estacionamento, o que
facilita muito para a logística. Seguimos até a operadora Over Sea e fomos
arrumando as coisas dentro do barco. Não lembro em quanto estávamos, mas estava
cheio, é muito melhor mergulhar em saídas assim, com amigos se torna muito mais
agradável. Posso até não conhecer todo mundo, mas amigo de amigo, amigo é!!!!
Como estávamos em um grupo grande, tudo tinha que está bem
organizado, pois se não, seria uma confusão dentro do barco. A tática que o
Leandro Pessoa arrumou foi a seguinte: separava os grupos e indicava os
cilindros que iriam utilizar, assim já poderíamos entrar no barco e ir
arrumando o equipamento. Deixei quse tudo pronto antes mesmo do barco sair.
Ainda não estava definido o local do mergulho, dependíamos
das condições do mar. Pelas notícias que tivemos durante a semana, a
visibilidade estava quase a 15 metros. A expectativa era grande. Curtimos a
navegação no canal Itajuru, apreciando as belas lanchas e mansões nas suas
margens. Na saída da barra, a visão do Forte São Matheus e a praia do Forte,
eram um espetáculo a parte. Ao sair do canal, o vento estava forte, deixando o
mar um pouco mexido. Alguns enjoaram. Seguimos para o lado oeste da Ilha
Comprida, nosso primeiro mergulho do dia.
Primeiro Mergulho – Ilha Comprida
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Perfil do Mergulho
Tempo de Mergulho: 61 min
Profundidade Máxima: 11 m
Início do Mergulho: 10:35 h
Temperatura da água: 22°C
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Não foi o melhor local para ancorar, mas não estava nem aí,
queria era cair logo na água e antes mesmo do barco desligar os motores, já
estava pronto. Esperava apenas o meu grupo. Ainda bem que todos foram rápidos e
alguns minutos depois já estávamos dentro d’água. O dia estava bem agradável. A
água é que estava um pouco fria. Porém, a visibilidade estava boa e compensava
qualquer coisa. Começamos a descer e quando estávamos no fundo, foi só esperar
o OK de todos para iniciarmos nosso mergulho. Nessa primeira parte, como
referencial, tínhamos a Ilha Comprida a nossa direita, assim, voltaríamos com
ela a nossa esquerda.
De cara já vemos muitas gorgônias, conhecidas com Orelha de
Elefante, que balançam lentamente com a corrente, formando um belo espetáculo.
Um pouco mais a frente uma arraia repousava no fundo. Fomos seguindo
acompanhando pequenos peixes mas nada que impressionasse. Acho que fiquei mau
acostumado com Abrolhos... Numa toca, um pouco depois, uma moreia pintada nos
recebia com seu famoso movimento de abrir e fechar a boca, utilizado para
forçar a entrada de água para as brânquias, conseguindo, assim respirar, visto
que ficam maior parte do tempo paradas dentro da toca. Muitos tem medo de
chegar perto, mas com certeza passamos por muitas e nem nos damos conta, se não
a ameaçarmos, não teremos problemas!
Passei e vi um pontinho azul numa pedra, voltei e vi que era
um nudibrânquio, há tempos que não via um. O refluxo ali estava um pouco forte,
o que não permitiu bater fotos ou filmá-lo como queria. Seguimos até um pouco
mais a frente e começamos o nosso retorno, agora com a pequena corrente a nosso
favor. Na volta, mais uma moreia. Agora ela estava repousando numa fenda, sem a
sua posição tradicional. Alguns baiacus e um peixe cofre, roubaram a cena nessa
volta. Continuamos e chegamos bem em baixo do barco, onde fizemos nossa parada
de segurança e retornamos a superfície.
No barco já deixei o equipamento pronto para o próximo
mergulho. Assim quando todos começassem a subir, daria espaço para cada um arrumar
o seu. Aproveitei para pegar um pouco de sol na proa da embarcação e fazer um
lanche. A essa altura a fome já apertava. Aos poucos, todos foram subindo. E
após a tradicional chamada, navegamos até o nosso próximo ponto de mergulho, a
Ilha dos Papagaios.
Segundo Mergulho – Ilha dos Papagaios
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Perfil do Mergulho
Intervalo de Superfície: 01:07 h
Tempo de Mergulho: 62 min
Profundidade Máxima: 16,1 m
Início do Mergulho: 12:43 h
Temperatura da água: 22°C
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A navegação foi mais tranquila que na ida. Tínhamos o vento
a nosso favor. Depois de alguns minutos, estávamos já ancorados e nos
preparamos para o próximo mergulho. Dessa vez, mergulharíamos no Ilha dos
Papagaios, a ilha mais visitada da região, devido a proximidade da saída do
canal e por ser um local abrigado dos ventos predominantes da região. Nosso
ponto de mergulho seria na terceira enseada na face oeste.
Depois de tudo pronto, caímos logo na água, afinal de
contas, estávamos ali para isso! Seguimos com a ilha a nossa esquerda. Logo de
cara já deu para perceber que esse mergulho seria melhor que outro. Tinha muito
mais vida. Muitos mais peixe pelo caminho.
Mais a frente, uma grande tartaruga repousava entre as
pedras. A oportunidade de filmá-la e fotografá-la bem de perto. No começo, ela
nem se incomodou, parecia que nem estávamos ali. Mas aí já viu... Abusamos um
pouco e chegamos tão perto que não teve jeito, ela bateu em retirada...
Continuamos nosso mergulho e para minha surpresa vi um polvo, tinha acabado de
soltar sua tinta preta, tentando se defender de quem chegou um pouco perto
demais. Fiquei ali ainda algum tempo vendo-o se movimentar de um lado para o
outro. Ver um polvo fora da toca, a essa hora, não é uma coisa tão comum.
Mas as boas surpresas não pararam por aí. Um grande cardume
de filhote de olho de cão, pelo menos era o que parecia, estava estacionado
mais a frente. Um belo visual. Por vezes passava pelo lado, por baixo, por
entre e parecia que eles não se importavam com a minha presença. Seguimos um
pouco mais para o fundo, atingindo 21 metros. Voltamos logo em seguida pois não
havia muita coisa de interessante.
Na volta passamos por duas grandes manilhas colocadas lado a
lado, sem muito atrativo. Na hora tentei imaginar o motivo, que só fiquei
sabendo mais tarde, depois de uma pesquisa na internet, que fora colocado ali
para a criação de recife artificial. Passamos por um ponto, já na volta, onde o
refluxo ficou mais forte, hora jogava para frente, hora, para trás. Acelerei um
pouco para passar do local. Ameaçou a me dar câimbra na perna esquerda. Dei uma
alonga e aliviei um pouco a batida nessa perna, sem forçar outra.
Segui bem devagar até em baixo do barco, onde fiz a parada
de segurança e subi até a superfície. No barco, foi comemorar o grande
mergulho. Comentei que esse, havia sido melhor que o primeiro e todos
concordaram comigo. Arrumei todo o equipamento, assim ficaria tranquilo durante
o resto do tempo. Aproveitei para tomar um pouco de sol. Aos poucos todos foram
subindo a bordo e iniciamos a nossa volta.
Por enquanto a navegação estava tranquila, ainda estávamos
abrigado do vento, passando pelas segunda e primeira enseada. O comandante do
barco pediu para que ninguém ficasse sentado nas bordas da embarcação. Em breve
entraríamos na parte agitada da navegação. De onde estávamos, dava para ver,
mais a frente, que o mar estava grosso. Ultrapassamos a ponta da ilha e entramos
na zona do vento. Navegamos ainda mais alguns metros numa diagonal, com algumas
ondas atingindo o barco a boreste, até que numa rápida manobra, o comandante
colocou o barco com o vento de popa. Aí, foi só seguir até a entrada da boca da
barra, onde entramos, sem problemas, no canal Itajurú. Ali estava sem vento e
navegamos até o cais, todos com o sorriso nos rosto e aquele gostinho de quero
mais!!!
Valeu Corsários, missão cumprida, até a próxima!