Morro do Tucum - Costão de Itacoatiara
Via do Tetinho - V E2 40m
Data: 16/02/2013
Participantes: Leandro do Carmo, Guilherme Belém e Bruno Santos
DICAS: No verão, faz sombra até as 12:30; para a via Tetando Ramirez, é necessário móveis, exposta nos lances iniciais; na via do Tetinho, o crux está no pequeno teto, bem protegido (E1), o primeiro grampo é bem baixo, os outros um pouco mais difícil de visualizar, mas os lances iniciais são bem tranquilos.
Relato
Ou chovia, ou fazia sol de mais. Foi assim o mês de janeiro. Devido à essas condições climáticas, fiquei praticamente o mês inteiro sem fazer uma via longa, exceto pela Agulha Guarischi. Não dava para esperar mais.... Mas escalar nesse sol.... também não dava!!!! Podem até achar que é bobeira, mas faz uma diferença ficar semanas sem escalar... queria entrar numa via mais tranquila. Decidi em fazer a Via do Tetinho, uma via curta, 40 metros, apenas uma enfiada e crux em 5º. Aproveitei para abrir essa atividade no Clube Niteroiense de Montanhismo e como já havia conversado com o Bruno Santos, fiz o convite e ele aceitou.
Como o calor estava forte, marcamos às 06:30 no gramado, em frente ao Costão. Saí de casa ainda meio escuro, era o último dia do horário de verão. Quando cheguei em Itacoatiara, o Bruno e o Guilherme já estavam lá me esperando. Foi só pegar a mochila e caminhar até a base. Contornamos o grande platô pela direta até o início das vias.
Na base, nos arrumamos e o Guilherme decidiu que ele iria guiar. Enquanto ele se arrumava, fui procurar um local mais acima para ir filmando e tirar algumas fotos. O Guilherme foi subindo, costurou o primeiro grampo e não viu o segundo. De onde eu estava, dava para ver um grampo bem no alto, mas deveria de ter um outro mais em baixo, talvez escondido por alguma vegetação. Pelo que tinha visto, a via não era tão exposta assim. Falei para o Guilherme: “Cara, o grampo deve estar aí na sua frente!” Ele me respondeu que não e eu falei que estava vendo um mais em cima. Ele foi subindo e chegou a esse grampo. Foi seguindo e os grampos continuaram espaçados. Até que ele chegou numa para dupla em baixo do teto.
Não podia ser. Pelo croqui não tinha parada dupla e ele não via nenhum grampo no teto, continuar para cima não dava. Foi aí que eu lembrei da via Tetando Ramirez, que chega numa linha reta até o teto e faz uma horizontal para a esquerda, protegendo em móvel até o final dele. Entramos na via errada!!!! Ele ficou dentro de um buraco, um pouco desconfortável por causa do cheiro de urina (impressionante como uma pessoa teve a idéia de urinar dentro daquele buraco!), ele montou a parada enquanto eu procurava a via correta.
E não é que eu estava acima do primeiro grampo! Olhei mais acima e consegui achar os outros. Vi a linha até o teto e os grampos no meio dele. Pronto, problema resolvido. Nisso, falei com o Bruno e ele resolveu escalar até onde o Gruilherme estava e depois descer, pois não tínhamos móvel para proteger a próxima enfiada dessa via. Ele subiu com a corda do Guilherme para fazerem um único rapel.
Quando eles desceram, foi a minha vez de entrar na via, mas agora na correta! Os primeiros lances foram bem tranquilos, na verdade, até o 3º grampo, se não me engano. Dali para cima, vai ficando mais vertical. Batia na pedra e tudo oco. Foi acreditar e tocar para cima... rs. Ali, minha camisa já estava encharcada. Não corria nem uma brisazinha que pudesse refrescar. Apesar de não ter sol, às 08:30 da manhã, já parecia ser 11!!!!! Depois de algumas passadas, cheguei no grampo bem abaixo do teto. Realmente os lances acima são bem protegidas. Numa esticada de braço, costurei o primeiro grampo do teto. Dei uma descansada e tentei prosseguir. O suor já estava escorrendo pelo braço e o magnésio já não adiantava mais. Resolvi abortar e descer.
Não daria para eu descer de baldinho, então tive que retirar a última costura que coloquei, a primeira do teto. Com um pouco de dificuldade, retirei-a e a coloquei invertida com uma que já estava lá para fazer um top rope. Desci e o Guilherme subiu até embaixo do teto. Depois foi a vez do Bruno. Quando o Bruno já estava descendo, lembrei a ele que era para tirar a costura e descer de rapel... Tarde de mais... rs. Teve que escalar novamente para preparar o rapel!!! Mas por que não me avisaram antes??? Disse ele. Pegadinha do Mallandro..... rs! Volta lá agora.... falei rindo. Não teve escolha...
Na base, ficamos ainda trocando uma idéia e fizemos um lanche. Aí, foi só voltar e dar um mergulho. Afinal de contas, ninguém é de ferro!!!!