quarta-feira, 29 de junho de 2022

Trilha dos Castelos do Açú

Por Leandro do Carmo

Castelos do Açú



Dia: 07/05/2022
Local: Petrópolis - Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Participantes: Leandro do Carmo, José Luis Lisboa, Willian Pedroza, Gabriel Nunes, Thales Porto, Bárbara Marinho, Renata Hiraga e Nicolas Loukids.  

Relato  

Por conta da pandemia, acabei deixando as montanhas do PARNASO de lado... Durante muito tempo o acesso a partir das portarias, tanto de Petrópolis, quanto de Teresópolis, estavam limitadas. Era hora de voltar. Aproveitando que uns amigos do trabalho queriam fazer a Travessia Petrópolis x Teresópolis, sugeri que fazermos alguns treinos antes, até para eles se aclimatarem com o ambiente bem diferente que é lá em cima.  

Saí bem cedo de casa, numa madrugada de sábado bem fria. Ainda estava escuro quando cheguei ao ponto de encontro. O Nicolas e a Bárbara já estavam lá e a Renata chegou logo em seguida. O Gabriel e Thales encontraríamos logo após o pedágio da Washington Luis, e o Lisboa, Marcelo Farias e Willian, só em Correas. A viagem foi tranquila e como combinado, encostei o carro logo após a praça do pedágio, onde o Thales nos aguardava. Quando saí do carro, percebi que ainda fazia frio. O Gabriel chegou logo em seguida. Conversamos um pouco e seguimos subindo a serra. Fizemos uma parada rápida para saber onde estaria o outro carro e fomos em direção à Correas, onde tomamos um bom café da manhã.  

Devido à pegarem um enorme caminhão de carga na subida da serra, o outro carro atrasou bastante, quase 1 hora. Minha preocupação era por conta do horário limite para subir à parte alta do Parque, que era 9 horas. Mas deu tudo certo, e às 9 horas em ponto estávamos na portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Arrumamos as coisas e definimos os pontos onde faríamos nossas paradas. Éramos 8 pessoas e grupos grandes tem pessoas com ritmos diferentes, ficando muito difícil fazer com que todos caminhem juntos. Com o primeiro objetivo traçado, seguimos andando.

A medida que andava, o frio ia diminuindo. O corpo estava aquecendo aos poucos, a leve subida ajudava. Estávamos paralelos ao rio, às vezes ao lado, às vezes acima. Por vezes, o Marcelo ficava um pouco para trás e tinha que dar uma segurada no ritmo para não perdê-lo de vista. Depois de um tempo, havíamos chegado à bifurcação que leva à cachoeiras do Véu da Noiva. Ali, fizemos uma breve pausa para uma água. Nesse ponto, lembrei de algumas das inúmeras vezes na qual estive ali. Cada dia numa situação diferente. Sem demorar muito, rumamos para o primeiro grande desafio do dia: “a subida da Pedra do Queijo”.  

Essa subida é forte, mas se feita num ritmo bem cadenciado não é um problema tão grande. Lá, seria nosso primeiro ponto de parada mais longa.  Fomos subindo bem devagar. Um pouco mais acima, conseguíamos ver a cachoeira do Véu da Noiva. Já sabendo da dificuldade do Marcelo, previ a possibilidade de que não chegasse ao cume. Fui até ao Queijo para encontrar com o grupo da frente. Assim que cheguei lá, também encontrei o Vander e a Mariana que estavam fazendo a Travessia Petrópolis x Teresópolis. Uma grande surpresa.

Tinham mais algumas pessoas lá. Batemos um papo e avisei ao grupo que se eles quisessem, poderiam seguir sozinhos até ao Castelo do Açú, eu temia que não conseguisse chegar por conta do nosso ritmo. Eles concordaram e seguiram andando. O Marcelo chegou após alguns minutos e ficou meio desanimado depois que mostrei o caminho que faltava. Fizemos uma parada maior, assim, pudemos descansar um pouco mais. Fizemos várias fotos e pudemos ver o vale do Bonfim ao fundo. O dia estava firme e o frio nem interferia mais. Estava bem e até agora não sentia nada. Já estava há algum tempo sem fazer uma caminhada mais forte. Deu a hora e começamos a subir novamente. Um pouco mais a frente e após outra subida, o Marcelo chegou e resolveu voltar. Além da companhia para volta, arrumou também uma carona para casa. Resolvido isso, nos despedimos e eu enviei uma mensagem no para o grupo, avisando do ocorrido e que os encontraríamos em algum ponto. A essa altura, eles já deveriam estar bem mais acima.  

Eu, Lisboa e Willian apertamos o passo a fim de recuperarmos o tempo na qual ficamos parados. Logo, chegamos ao Ajax, onde fizemos um lanche mais reforçado. Dali, consegui ver algumas pessoas já na Izabeloca, mas não conseguia identificar quem eram. Em algum momento, alguém iria ler minha mensagem. Depois de comer e reabastecer as garrafas de água na nascente, retornamos à caminhada. Subimos num ritmo mais forte, até que consegui avistar o Nicolas lá no alto da Izabeloca. Até fiquei na dúvida, mas assim que me aproximei um pouco mais, tive a certeza de que era realmente ele. Com certeza alguém já havia visto minha mensagem e eles estavam nos esperando.  

Chegamos bem e reencontramos a outra parte do grupo. Assim poderíamos caminhar juntos novamente. Fiz uma parada rápida e dali, começamos a caminhada no chapadão, em direção aos Castelos do Açú. Fomos caminhando num sobe e desce, porém, menos cansativo que os 2/3 do caminho inicial que era praticamente só subida. Como caminhávamos por muitas vezes entre lajes, o percurso já não fica tão obvio quanto ao início. O tempo deu uma fechada e sempre que parávamos um pouco, o frio aumentava. Estávamos bem expostos ao vento. Só nos restava andar para esquentar.  

Depois de algumas subidas e descidas, chegamos no ponto onde poderíamos ver a formação rochosa que dá nome ao local, mas como o tempo estava bem fechado, não conseguíamos ver. Ainda ficamos alguns minutos ali na esperança, mas nada. Assim que percebi que algumas pessoas começaram a parar para lanchar, avisei para deixarmos para comer um pouquinho mais a frente. Como ninguém ainda havia ido lá, não devem ter entendido muito bem, mas estávamos a poucos metros de um local bem agradável e abrigado para descansar e comer. Aí eu disse: “Podem acreditar em mim!”  

Andamos e logo estávamos lá. Para a surpresa de todos, o local era bem aconchegante. Ficamos em frente ao Abrigo que estava escondido pelas baixas nuvens que pairavam pela região há um bom tempo, mas aos poucos as nuvens deram uma leve dispersada e ele foi aparecendo. Todos puderam contemplar o local. Fiz um café para esquentar e aproveitei para fazer um lanche mais reforçado. Todos descansaram. Programamos de ficar lá por 40 minutos. Tempo suficiente para recarregar parte das baterias.  

O tempo passou rápido e ainda aproveitamos para dar uma volta entre gigantescos blocos amontoadas. Fiquei imaginando como que aquilo poderia estar ali. Fizemos várias fotos e iniciamos o nosso retorno. No ponto onde paramos para tentar vê-lo logo na chegada, conseguir, enfim, fazer a tão esperada foto. Por alguns instantes, o Castelo do Açú tomou conta da paisagem e todos puderam fazer belas fotos.  Continuamos a caminhada e por um instante perdemos o traçado. Sugeri que eles tentassem achar. Mostrei um pouco da dificuldade que seria caminhar ali se baixasse o russo, que é como chamamos a forte neblina que de vez em quando surge no local.  

Achado o caminho seguimos descendo num bate papo bem descontraído, o que ajudou muito a esquecer um pouco das dores nas costas, pés, joelhos... Chegamos já escuro à portaria do parque, eram 18:15h. Pegamos o carro e quem não pode esperar, seguiu de volta. Paramos para uma pizza em Correas. Aí foi pegar o caminho de volta. Um grande dia de retorno as montanhas!

Entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Entrada do PARNASO, em Petrópolis

PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Vale do Bonfim visto de algum ponto da trilha


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Um dos córregos na parte inicial da trilha

PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Parada na Pedra do Queijo

PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Subida da Izabeloca

PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Caminhada no Chapadão

PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Vale do Bonfim ao fundo


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Castelos do Açú


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Alto da Izabeloca


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Castelos do Açú


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Os guerreiros!


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Sinalização no Chapadão


PARNASO - CASTELOS DO AÇÚ
Castelos do Açú ao fundo


segunda-feira, 27 de junho de 2022

Atravessando a Baía de Guanabara

Por Leandro do Carmo 

Atravessando a Baía de Guanabara











Trajeto: Naval x Forte da Laje x Fortaleza de Santa Cruz x Morro do Morcego x Naval


Dia: 23/04/2022
Local: Baía de Guanabara
Participantes: Leandro do Carmo

Tempo total: 2h 47min
Distância: 12,9 km
Velocidade média: 5,3 km/h
Velocidade máxima: 11 km/h  

Relato  

Dando seguimento ao meu treino semanal, parti para mais uma remada. Segui para o canto da praia de Charitas, ao lado do Clube Naval. Manhã agradável e águas claras. Sim, águas claras! Apesar de suja, a Baía de Guanabara ainda tem águas claras em alguns pontos. Não sei se a ponto de um mergulho, mas é até bonito de ver. Tomei meu café da manhã, dei uma alongada e fui para a água.  

O mar estava um tapete. Pelo menos nesse ponto, não ventava. Contornei o Clube Naval e já pude ver bem ao fundo algumas canoas. Era por volta de 7:30 da manhã. Meu objetivo inicial era ir até a Fortaleza de Santa Cruz, mas mudei meus planos. Já estava há um tempo para atravessar até a Urca. Resolvi que hoje seria o dia. Nem é uma travessia difícil, mas para quem ainda não tem muita experiência é um grande desafio.  

E seria um grande desafio. Mas gosto dos desafios. Gosto de poder entender e aprender com os desafios que os esportes praticados na natureza proporcionam. Aliado a isso, não estava com o melhor equipamento. O caiaque era pequeno, não tendo um bom rendimento nas remadas. Mas como o dia estava excelente, arrisquei.  

Segui em direção ao Morro do Morcego, já podendo ver a Praia do Flamengo ao fundo. Continuei a remada e já podia ver o Forte da Laje. A partir desse momento, meu objetivo passou ser contorná-lo. Segui remando, mantendo um ritmo contínuo. Um navio de containers cruzou o canal e minha maior preocupação era com o trânsito das embarcações. Seria muito difícil conseguir ser visto!  

Já no meio do canal, sempre olhava ao redor para ter certeza que não estava no caminho de algum navio, mas para minha sorte, nada. O Forte da Laje se aproximava. Conseguia ver algumas ondas quebrando nos rochedos do Forte. Assim que cheguei na direção do Forte, o mar estava diferente, mais encrespado. O vento ali estava mais forte, assim como a ondulação. Fui remando, na expectativa de que melhorasse depois que passasse a ilha. Mas não melhorou. Então, resolvi abortar o contorno da ilha e dei meia volta. Fiz uma diagonal um pouco diferente do trajeto da ida, aproveitando a ondulação.  

Assim que passou a ilha, o mar voltou a melhorar. Aproveitei e segui em direção à Fortaleza de Santa Cruz, cruzando o canal novamente. Mas isso, olhando antes para ver se tinha algum navio se aproximando. Como estava me aproximando da boca da baía, percebi que a maré corria mais forte, mudei o rumo para não me distanciar muito. Quando estava bem próximo da Fortaleza de Santa Cruz, senti a maré com mais força, me jogando para “fora”. Dei um gás na remada até estar totalmente abrigado na lateral interna da Fortaleza. Pensei até em dar uma parada ali para beber uma água, mas resolvi seguir remando.  

Cruzei toda a enseada que beira a estrada que leva à Fortaleza de Santa Cruz, passei pela Praia de Adão e Eva e segui para a Praia do Morcego, onde parei para descansar e beber uma água. Fiquei lá por uns 10 minutos e entrei na água novamente para pegar o trecho final. Dali até o Naval foi um pulo. Remei esse trecho final bem satisfeito. Sempre um passo após o outro. Ou melhor, uma remada após a outra.  

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Ondas da Praia do Morcego - Jurujuba

Por Leandro do Carmo 

Ondas da Praia do Morcego


Dia: 17/04/2022
Local: Jurujuba – Praia do Morcego
Participantes: Leandro do Carmo


Relato  

Era domingo de Páscoa. Há pelo menos quatro dias que amanhecia chovendo. Com esse tempo, escalar estava descartado. Então, resolvi que tiraria um dia para dar uma remada. Acordei antes das seis da manhã na sexta e no sábado, mas com a chuva caindo, desanimei de sair. O impressionante era que ia dormir com uma noite estrelada, mas quando acordava, aquele tempo feio.  

Achando que mais cedo ou mais tarde o tempo desse uma trégua, acordei cedo novamente. Dia firme. Apenas chão molhado e algumas nuvens no céu. Tomei café da manhã, arrumei as coisas no carro e segui para a praia de Charitas. Eu costumo sair ao lado do Clube Naval, pois dá para ir de carro até a água e tem bastante lugar para estacionar, sem problemas, mesmo nos dias de sol e praia cheia.  

Arrumei as coisas e fui para a água. Passei pelos veleiros atracados na lateral do Clube Naval e quando olhei para a Ilha da Boa Viagem e vendo as ondas batendo nos costões, lembrei da ressaca que havia chegado na noite anterior. Como ali é bem abrigado, nem sinal de ondas. Nessa hora, lembrei logo das ondas na face norte do Morro do Morcego. Minha ideia inicial era sair no Naval e até a Fortaleza de Santa Cruz, seguindo para a Boa Viagem e voltar pelas praias das Flexas, Icaraí, São Francisco e Charitas.  

Assim que fui avistando a Praia do Morcego ao fundo, já conseguia ver as ondas. Algumas canoas havaianas seguiam bem ao fundo, também na direção do Morcego. Mas alguns minutos de remada e estava bem próximo das ondas. O dia estava bem agradável. Já tinha bastante gente dentro d’água e algumas fora também. Fiquei um pouco distante para poder entender as ondas e onde e com que frequência estavam quebrando.  

Impressionante como uma remada despretensiosa poderia se transformar num grande dia. A Vida vai te dando oportunidades e temos que estar preparados para aproveitar. Sempre tive vontade de dropar nessa onda e hoje estava ali, vendo-as quebrarem bem a minha frente. Estava como uma bolsa estanque dentro do pequeno cockpit do caiaque, quase não tendo espaço para as pernas. Isso me fez pensar como faria para pegar aquelas ondas.  

Revolvi ir até a praia do Morcego e deixar a bolsa lá. Assim teria um pouco mais de conforto. Aproveitei para fazer alguns vídeos e deixar registrado esse dia. Voltei para a água e remei em direção as ondas, me posicionando para pegar as menores. Meu medo era entrar água no caiaque e depois ficar difícil de sair ou remar até a praia, não estava com saia protetora. Mas as ondas menores já foram ótimas. Além de pegar as ondas, também deu para treinar as manobras rápidas, muito importante nessas horas.  



segunda-feira, 20 de junho de 2022

Escalada na Via Leila Diniz e Remada em Itaipu

Leandro do Carmo

Via Leila Diniz e Remada em Itaipu

Dia: 07/03/2022
Local: Itaipu
Participantes: Leandro do Carmo, João Pedro, Gabriel Oliveira e Angela


 Relato  

Nos preparamos para uma conquista na Ilha do Veado, em Piratininga. O Gabriel e o João já haviam ido algumas vezes. Conquistar uma via já exige uma logística mais elaborada, ainda mais em uma ilha. As vias do local seriam as primeiras do tipo em Niterói, não há relatos de conquista insular na cidade. Para esse dia, levamos um caiaque e um SUP. A conta não bate, somos quatro, temos uma prancha e um caiaque? Os outros dois irão nadando, simples.  

E assim combinamos. Chegamos à Piratininga um pouquinho antes das 5 horas da manhã. Ainda estava escuro. Tudo vazio. Foi só estacionar o carro e pude ouvir o barulho das ondas batendo. Penei logo: “não vai rolar”. Mas para ter certeza, fui com a Ângela dar uma conferida no mar. Fomos pela areia e passamos por alguns pescadores. De perto, deu para confirmar minhas suspeitas: o mar realmente estava forte. As ondas estavam quebrando com força na areia. Voltamos para o carro para esperar o Gabriel e o João, que ainda não haviam chegado.  

Assim que o Gabriel e o João chegaram, pelo barulho das ondas, também sentiram que hoje seria complicado. Conversamos sobre outra possibilidade. A idéia era fazer alguma via. Resolvemos ir para a Leila Diniz, em Itaipu. Seguimos até lá e como estávamos com o caiaque e a prancha em cima do carro, resolvemos deixar um carro num estacionamento fechado, pagando um pouco mais caro, porém garantindo a segurança. Deixei meu carro no estacionamento em frente à praia. Separamos o equipamento e seguimos para a base da via.  

A praia estava vazia. Deu para ver um grupo de pescadores puxando uma rede e lembrei-me da minha infância quando via com mais frequência esse tipo de pesca artesanal na região. O dia estava completamente aberto. Por esse lado aqui de Itaipu, nem sinal de ondas. O mar estava um tapete, bem diferente das condições de Piratininga. Agora não tinha jeito. Já na base, nos arrumamos e o Gabriel e a Ângela saíram para primeira cordada. Eu e o João seguiríamos em seguida.  

O João subiu rápido e fui logo em seguida. Como de costume, a primeira enfiada fica com bastante areia da praia. O crux da via está nesse trecho, mas com agarras bem sólidas. Subi rapidamente e logo cheguei à parada onde o João estava. Resolvemos subir à francesa na próxima e fui até acabarem as costuras, mesmo pulando algumas proteções. Avançamos bem e o João veio logo em seguida. O Gabriel e a Angela estavam na mesma tocada, subindo quase juntos a nós.  

Montei a parada e o João veio logo em seguida. Como estava com as costuras, subiu direto, tocando pra cima. A vista estava impressionante. A cor da água surpreendia. Era um tom de verde que nos fazia parecer estar na Ilha Grande. Em vários trechos do costão do Morro das Andorinhas podíamos ver as pedras do fundo. Ainda estávamos na sombra, mas o sol já dava sinal que apareceria a qualquer momento.  

O João tocou, parando mais acima. Subi logo em seguida. E fomos assim até o final da via. Já no platô, o sol chegou tranquilo. Fizemos um lanche e apreciamos a vista, que por sinal, continuava fantástica. Até foi melhorando, na medida em que o sol batia, dando um contraste com aquela água clara, parecendo uma pintura. Meu medo era ter bastante capim na saída, estávamos no verão e, geralmente, ali fica complicado. Dei uma volta e parecia que não seria tão ruim assim. Guardamos todos os equipamentos e começamos a saída. Até que foi mais fácil do que imaginava. Atravessamos o trecho, praticamente em linha reta e logo estávamos na trilha do Morro das Andorinhas.  

No caminho de volta, resolvemos dar uma remada. Pensamos na possibilidade de alugar algum caiaque duplo para que todos pudessem remar. Deixamos os equipamentos de escalada no carro e fomos até a praia procurar alguém que tivesse alugando. Conseguimos achar um e voltamos ao carro para pegar os equipamentos. Não foi tão fácil passar com a prancha pela areia. A praia já estava lotada. Entrei no mar e aguardei o João, Gabriel e a Angela. Nossa idéia iniciar era ir até a Ilha Mãe.  

A água estava mesmo fantástica, corroborando com a impressão que tive lá de cima. A temperatura estava bem agradável, apesar do sol forte. Mas, não deixei de passar protetor solar e colocar uma camisa manga comprida com proteção UV, além de um boné, é claro. Fomos costeando o Morro das Andorinhas. Eu já fui muitas vezes ali, mas hoje foi um dia daqueles na qual poderíamos classificar como inesquecíveis. Nem acreditava que estava em Itaipu. Remamos até um pouco depois da Ilha Menina, onde percebemos um vento mais forte. Optamos por ficar por ali.  

Voltamos bem devagar, curtindo esse dia espetacular. Difícil foi conseguir atravessar a praia lotada. Uma aventura a parte. Mas até que o improviso deu certo. Mas será que foi melhor do que o programado? Essa resposta nunca terei...  








sábado, 4 de junho de 2022

Curso de Iniciação à Canoagem Oceânica

Por Leandro do Carmo

Curso de Iniciação à Canoagem Oceânica

Dia: 12/03/2022
Local: Urca
Participantes: Leandro do Carmo e Clube Carioca de Canoagem 

Canoagem Oceânica


Relato  

Sempre tive a vontade de dar a volta na Ilha Grande remando. Mas uma aventura dessa não dá para simplesmente ir lá e fazer. Ainda mais para alguém que nunca remou grandes distâncias. Não teria muito problema em acampar nas praias, preparar a logística de equipamento e comida, pois já fiz a volta na Ilha andando. Porém, entre andar e remar existe uma diferença gigantesca que dispensa explicações.  

Dado que uma parte do planejamento eu já domino, faltaria a segunda: me preparar para o mar. Aí que vem a questão: qual a melhor forma de otimizar essa preparação? Entendo que existam duas maneiras: ou aprendemos com erros e acertos durante um longo tempo ou encurtamos essa curva de aprendizagem, buscando conhecimento técnico com quem domina o assunto. Então, comecei a pesquisar. Com algumas rápidas “googladas”, fui parar na página do Clube Carioca de Canoagem. Vi que além de cursos, eles também fazem, anualmente, a volta na Ilha Grande! E como diz a música: “É pra que eu vou”. Então, fiz contato e me matriculei no curso de iniciação à canoagem oceânica.  

Cheguei cedo à praia da Urca e já tinha algumas pessoas por lá. Amanheceu com o tempo aberto, mas algumas nuvens no horizonte anunciavam uma virada de tempo. Com todos reunidos, batemos um papo e demos uma olhada no equipamento. Separamos alguns caiaques e na areia, tivemos nosso primeiro contato. Depois desse primeiro papo, foi hora de ir para a água.  

Já na água, pude perceber o vento entrando mais forte. Enquanto estávamos na enseada, tudo tranquilo. Mas foi só sair do abrigo da praia que percebi o quanto forte estava o vento. Não foi tão fácil ficar parado para praticar os procedimentos, mas conseguimos. Fomos divididos em alguns grupos e pudemos praticar a saída e entrada no caiaque, tirar água de dentro, manobras, posição da remada e muitas outras técnicas.  

Por fim, aproveitamos para ir remando até um pouco mais para fora, aproveitando para por em prática uma parte do que foi ensinado. Retornamos com um vento contra bem forte, mais um aprendizado. Já na praia da Urca novamente, colocamos os caiaques na guarderia e arrumamos as coisas. Uma manhã cansativa, porém, bem aproveitada. Saindo com a sensação de quero mais. Um bom sinal de que estou no caminho certo...

Canoagem Oceânica











Canoagem Oceânica


Canoagem Oceânica

Canoagem Oceânica