quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Conquista da Via CNM 15

Por Leandro do Carmo e Marcelo Correa

Conquista da via CNM 15 - 3° IV Sup E1/E2 D1 200m

Em homenagem aos 15 anos do Clube Niteroiense de Montanhismo.

Setor Vale da Serrinha, PESET, Itaipu, Niterói.

Conquistadores: Marcelo Corrêa, Leandro do Carmo, Luis Augusto Avellar, Eny Hertz e Ivison Rubim.

Datas: 15/02, 07 e 08/03/2020

Material: 7 costuras, sendo 2 longas (120 cm), e corda de 60 m.

Acesso: a trilha inicia na Estrada da Serrinha 100mts depois da placa com a proibição jogar lixo, para quem sobe. Passa pelas bases das vias Didática, Golpe do Cartão/ Dois Dias de Sol, Variante Levadas da Breca e De Olho nas Vizinhas, segue uma trilha por 300mts até a pedra voltar a "deitar".
Saída: por rapel a partir da 4a parada ou saída a partir da 5a parada, caminhando por 70mts de costão e 30 mts de trilha até a trilha do Alto Mourão.

Proteções: Chapeletas pingo e dupla da Bonier, com parabolts Âncora e Walsywa.


Imaginamos a linha da via em torno desta mancha preta de descida de água, pois vendo a parede de longe percebemos que ela se estende até o mais próximo da vegetação que recobre a parte alta do morro. Quando chegamos na base, chamou-me a atenção uma pequena canaleta em V no meio da parede. O lance da esquerda para a direita, entre a 3a e a 4a chapeleta, antes de subir a canaleta em V, ficou bem interessante. Quando subi essa primeira canaleta, vi uma extenso grupo de cactos que impedia seguir reto e desviei para a direita até um grande platô, antes da segunda canaleta







Primeira investida no dia 15/02, Marcelo Correia conquistou o primeiro esticão, aproximadamente 30 metros. O Leandro Do Carmo aparece no alto conquistando o segundo esticão e indo em direção ao lance que é o crux da via. Eny Hertz Bittencourt subindo o primeiro esticão, com Ivison aguardando na base, eu e Luis Avellar na primeira parada. Na segunda investida, a Eny intermediou este lance que ela está fazendo colocando uma chapeleta à direita de onde ela está na foto. Essa chapeleta pode ser vista na foto anterior.







O crux é a saída da canaleta, com agarras de mão em pequenos frisos e um pé em em aderência ou alto e longe. O Leandro Do Carmo apontou que o lance seguinte também é delicado, tem um bom apoio para o pé à direita, porém escaladores mais baixos têm que fazer um movimento dinâmico para segurar em um friso no alto, ou com apoios para os pés um pouquinho mais altos em pequenos frisos. A subida para alcançar a canaleta, se for feito mais à direita, também ficou um lance interessante de aderência, ou com um leve movimento dinâmico,. Imaginávamos subir reto em aderência, em vez de seguir pela canaleta, mas seria em uma linha de descida de água muito suja.




Na segunda investida, o Luis fez um ajuste na proteção do crux, que foi conquistado pelo Leandro Do Carmo e instalou uma chapeleta acima, na parede após o friso, para proteger uma possível queda de participante, evitando um pêndulo que seria gigantesco.













Trecho bem fácil entre a 2a e a 3a parada. Conquistei os primeiros 30 metros, colocando uma chapeleta a uns 20 metros da parada no alto deste dique em curva e outra 8 metros acima. O Leandro Do Carmo tocou os outros 30 metros direto. onde paramos, fazendo a 3a parada dupla. Na segunda investida, intermediamos este trecho que o Leandro Do Carmo conquistou e o Ivison Rubim duplicou a segunda chapeleta que eu havia batido, fazendo uma parada dupla para rapel. Por fim, com duas cordas de 60mts, pode-se fazer o rapel da 4a parada até esta parada intermediária e depois desta até a primeira parada dupla, restando somente um rapel de 30 metros para finalizar a descida.




O Marcelo conquistou este trecho entre a 3a e a 4a parada na segunda investida. "No dia anterior, tive um dia cheio com viagem, 4 apresentações e duas reuniões, sendo uma delas bem estressante. Assim, dormi muito pouco. Isto me afetou física e psicologicamente. Assim, coloquei três proteções entre as paradas, quando tínhamos previsto só duas, e elas ficaram exatamente em passadas de lances que me pareceram um pouco mais delicados, mas que na verdade são fáceis".









Com Luis Augusto Avellar, na última investida no dia 08/03, para avaliação, alteração de duas proteções e retirada de pedras. Por fim, avançamos por mais 55 metros, a partir da 4a parada, que seria a última, e conseguimos uma saída por costão e trilha, conectando com a trilha do Alto Mourão. Menor impacto e menores riscos.











Na segunda investida, dia 07/03, quando alcançamos a 4a parada, e fizemos intermediações nos três primeiros esticões, que foram conquistados no dia 15/02.















Croqui



Mais algumas fotos





terça-feira, 15 de setembro de 2020

Conquista da via Mistérios do Arranha Gato - 3º IVsup E1/E2

Por Leandro do Carmo

Mais uma conquista em Niterói!!!

Via Mistérios do Arranha Gato - 3º IVsup E1/E2 D1 140m

Conquistadores: Leandro do Carmo, Luis Avellar e Marcelo Correa
Colaborador: Ivison Rubim

A via fica ao lado direito da "De Olho nas Vizinhas". O crux está na primeira enfiada e é feita em lances com pequenas agarras, até passar um dique com cristais num lance bem bonito, sendo a mais forte da via. É interessante fazer uma parada curta, com cerca de 20m para evitar o arrasto na corda. A segunda enfiada com 30 metros tem alguns lances com agarras ainda por quebrar. Começa tocando reto e vai fazendo uma diagonal para a direita, até um platô mais confortável para a parada. Dali, continua seguindo para a direita e contorna para a esquerda novamente. 

A terceira enfiada foi conquistada para quem quer continuar e emendar no segundo trecho da via "De Olho nas Vizinhas" que segue numa diagonal para a direita, abaixo de um grande diedro ou emendando no final da "Dois Dias de Sol" pela variante horizontal "O Medroso mais Corajoso", ambas terminando no Mirante do Carmo, com saída pela trilha do Alto Mourão.

Toda conquistada com chapeletas e as paradas estão duplicadas.

Se fizer as paradas mais curtas, evita o atrito da corda.

Acesso

O acesso é o mesmo para todas as vias do setor. Seguindo pela serrinha, pode deixar o carro em um recuo ao lado de uma placa grande de proibido jogar lixo e subir um pouquinho, seguindo a cerca até onde ela termina em uma pedra. Passa exprimido entre a cerca e a pedra e começa a subir por entre pequenos blocos soltos, passa ao lado de um bambuzal e segue uma trilha razoavelmente demarcada, passa por um platô com redes velhas penduradas e sobe à esquerda entre blocos e vai seguindo os totens até encontrar a parede. A primeira via é a Didática (tem uma parada dupla na base), vai costeando a pedra e tem a base da Via Golpe do Cartão, mais abaixo a Via Levadas da Breca, de Olho Nas Vizinhas e Mistérios do Arranha-Gato.

Algumas fotos das conquistas











domingo, 13 de setembro de 2020

Manejo na Travessia Tupinambá


Por Leandro do Carmo

Manejo na Travessia Tupinambá

Local: PARNIT
Data: 05/05/2020
Participantes: Leandro do Carmo, Taffarel Ramos, Ary Carlos e Blanco P. Blanco


Já estava há dois meses sem sair de casa por conta da pandemia. A vontade de fazer alguma coisa era grande, porém não poderia ir para muitos lugares. Os parques estavam fechados, a gente não podia caminhar na praia,  até para caminhar na rua estava difícil. Não havia muitas opções.

Havia alguns rumores de que as unidades de conservação começariam abrir, mas para abrir precisaríamos ter certeza de que algumas trilhas estariam próprias para utilização. Foi aí que surgiu a oportunidade de poder fazer a vistoria na Travessia Tupinambá. Nesse dia convidei o Ary, o Blanco e o Taffarel para me acompanhar. A ideia era dar uma batida na trilha do início ao fim, para deixá-la em condições quando da reabertura do parque.

Marcamos de nos encontrar no posto da Guarda Ambiental às 8:00 da manhã. Queríamos chegar cedo para aproveitar um pouco mais. Encontramos o Alex, gestor do PARNIT, que nos deu uma carona até a sede. De lá pegamos o caminho e fomos andando. Tínhamos algumas informações de que alguns trechos estavam bem ruins, por isso fomos preparados com facão. 

O início foi bem tranquilo, Seguimos descendo numa manhã bem agradável. O dia estava bem aberto iríamos ter uma visão privilegiada. Paramos em alguns trechos para cortar alguns galhos que estavam sobre a trilha e continuamos a caminhada. Chegamos na altura do mirante da Pedra Quebrada e fui lá dar uma conferida. Na volta, continuamos a caminhada e passamos por aquelas imensas jaqueiras na borda da trilha. Mais à frente, chegamos ao ponto da primeira bifurcação relevante da trilha e dali seguimos à direita, subindo levemente até passar por um trecho onde está sendo feito um reflorestamento, bem em frente a uma casa. O capim estava alto, mas não daria pra gente cortá-lo nesse momento. Então seguimos andando até o mirante de onde ficava a antiga construção da rádio Guanabara, demolida há alguns meses.

Dali, podíamos ver a Rampa Sul e boa parte da Região Oceânica da cidade. Estávamos na direção da entrada do túnel na parte do Cafubá. Após uma pequena pausa para apreciar a vista continuamos a caminhada. Voltamos ao ponto da trifurcação e de lá seguimos descendo em direção ao Cafubá. A trilha a partir desse ponto era só descida. Tivemos um pouco mais de trabalho do que o trecho anterior, mas nada que pudesse atrapalhar. Mas embaixo, pegamos a primeira saída à direita onde entramos na Trilha das Ruínas, de onde temos acesso ao Mirante da Tapera. Se tivesse algum trecho mais fechado, seria ali, pois a vegetação é mais densa e de um porte maior.

O início estava bem aberto bem diferente da primeira vez que fui em meados de 2015. Seguimos andando e cruzamos o córrego. Corria bastante água. Seguimos andando com tudo em ordem passamos pelo bambuzal e depois entramos no trecho alagado. Tinha um pouco de lama, mas nada que pudesse atrapalhar. Cruzamos o córrego novamente encaminhamos na margem oposta até chegar ao pouso do caçador. Em 2015, quando eu fiz essa trilha pela primeira vez, encontrei nesse ponto um giral usado para caça. A partir desse ponto seria só subida.

Passamos por uns grandes blocos e de lá seguimos subindo passando pelo Vale das Jaqueiras. No local existe uma concentração gigantesca de jaqueiras. Parece que cada jaca que cai nascem centenas de outras mudas, ficando difícil, em alguns pontos, até de ver o leito da trilha.

Em alguns trechos da subida fica mais íngreme, mas seguimos num bom ritmo até que cruzamos com uma imensa árvore que havia caído alguns meses atrás, fazendo com que o traçado original da trilha fosse alterado. Em poucos minutos estávamos no ponto onde encontramos com o acesso de que vem do Jardim Imbuí ou para quem faz a travessia completa. Encontramos algumas pessoas cortando bambu. Conversamos rápido e seguimos caminho. Desse ponto em diante, tínhamos a informação de que um grupo já havia feito manutenção. Se o caminho sem manutenção estava bom, imagina o caminho com manutenção...

Subimos e foi bem tranquilo. Logo estávamos no bambuzal, onde tem o primeiro mirante. Só eu fui lá. Continuamos subindo e paramos no Mirante Cunhambebe, esse sim bem mais agradável e amplo. Ficamos ali durante algum tempo. Aproveitei para fazer algumas filmagens com o drone, o que me deu a ideia de preparar a série “Mirantes do PARNIT”.

O dia estava bem aberto e a vista impressionava. Olhando a lagoa de Piratininga do alto, nem parece tão poluída... Depois de descansar, continuamos a caminhada e em poucos minutos passamos pelas ruínas e logo chegamos ao Mirante da Tapera. Estávamos de frente para o Pão de Açúcar. Uma vista impressionando das montanhas da cidade do Rio de Janeiro.

Ficamos durante um bom tempo contemplando a paisagem. Tempo suficiente para dar aquela recuperada. A hora foi passando e logo pegamos o caminho de volta. Desse ponto até a bifurcação da Travessia Parque da Cidade x Cafubá foi bem tranquilo, pois é só descida. Mas aquela subidinha até a trifurcação foi dura. Depois de muito tempo parado, o corpo foi dando sinais de cansaço, mas logo chegamos à grande curva e demos uma parada para recuperar o fôlego. Dali, seguimos direto, passando agora pelo Sítio Aldeia e andamos pela estradinha de terra até ao Posto da Guarda Ambiental, onde deixamos estacionados os carros.

Nada mal para quem estava há uns dois meses sem praticamente sair de casa...