Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima Velhinho e Sandro Monteiro
Relato
A Aurora Boreal é uma via nova no Costão de Itacoatiara,
fica ao lado direito da Luiz Arnaud. Na verdade, ela era a via solo Soluços e
Tremedeiras, que agora foi protegida. Resolvi entrar na via e aproveitei que o
Velhinho estava indo com o Sandro e perguntei se poderia ir também. Havia
marcado uma remada cedo com um amigo em Itaipu, mas acabou furando. Ainda bem
que a escalada estava confirmada, senão teria que voltar para casa na
saudade...
Depois de ficar esperando um pouco em Itaipu, pois havia
chegado as 5h 30 min, passei na casa do Velhinho e de lá, seguimos para
Itacoatiara. Deixamos o termo de risco na portaria e seguimos para a praia,
onde iniciamos a subida. Para muitos, a parte mais difícil das escaladas na
região. Como já estou acostumado, não tenho mais problemas. Já na base da via,
nos arrumamos e repassei as cordas.
Comecei guiando essa primeira enfiada. Optei por subir
puxando as duas cordas, um erro. Os trechos da primeira enfiada foram
tranquilos. Ouvi alguns relatos de que havia muita coisa quebrando, mas nem
achei tão ruim assim. A via segue com paradas duplas de 30 em 30 metros, mas
optei por seguir direto para a próxima dupla, segundo erro. O arrasto estava
grande e tive que dar uma esticada a mais na corda para poder chegar à parada.
A enfiada foi bem bacana, com lances mais verticais e um grau constante.
O Velhinho e o Sandro vieram em seguida. Na parada, mudamos
a cordada e seguimos em “i”, assim levaria apenas uma corda. Comecei subindo. A
via seguia com lances bem variados e constantes, diferentemente da Luiz Arnaud
que segue bem fácil na maioria dos lances. Mas segui subindo, parando mais
acima. O Velhinho tocou a última enfiada, seguindo até uma parada antes do cume.
Subi em seguida e fui direto ao cume, onde puxei os dois.
O mês passou rápido e já estávamos na semana de mais uma
regata. Para mim sempre tem alguma coisa nova e dessa vez não seria diferente.
A novidade era que nessa regata teria a participação de várias classes, cada
uma largando num horário. Como sempre, chegamos cedo ao PREVELA para arrumar os
barcos. Na semana anterior, já havia separado todo o material, ficando mais
fácil dessa vez. O dia estava meio nublado fazia um pouco de frio. A previsão
era um vento mais forte para o horário da Regata. Ajustamos tudo tivemos que
fazer alguns ajustes na distribuição das tripulações dos barcos. Com isso, o
João acabou indo com o Pepe e a Alice e o Lucas foram comigo. Programamos nossa
saída para as 11 horas e muito antes disso já estava com tudo pronto.
Aproveitei para fazer um lanche junto com as crianças.
Foi dando a hora e começamos a colocar os barcos na água. O
ventou entrou e conseguimos ir velejando até ao Praia Clube. Foi um velejo
gostoso. Alice foi timoneando até bem próximo. Como não iríamos atracar no
Praia Clube, ficamos dando uns bordos. Foi um espetáculo ver os grandes
veleiros em volta. Uma atmosfera diferente. Fiquei um pouco afastado, mas aos
poucos fui tomando coragem e me aproximei mais. Aos poucos, as largadas das
diferentes classes foram iniciadas. A classe dingue seria a última. O percurso
divulgado para essa regata foi o barla-sota, que consite de duas boias
alinhadas na direção do vento, além de uma boia de largada. A largada ocorre em
uma linha imaginária situada entre a boia de largada e o barco da comissão de
regatas. Cada trecho a ser percorrido entre duas boias é chamado de perna. O
barla-sota possui apenas pernas de contra-vento e de empopado. Eu não entendi
muito bem, então a minha estratégia foi acompanhar os barcos da frente, simples
assim.
Continuei dando uns bordos já perto da linha de largada e
assim que tocou o sinal, a bandeira foi levantada, dando o sinal de 1 minuto.
Foi hora de me preparar. Largamos um pouco atrás e na empopada seguimos. O
vento estava bom e seguimos em direção à primeira boia. Fui pedindo ao Lucas e
a Alice para irem ajudando nas tarefas e na organização do barco. As vezes
sentavam atrás, as vezes um pouco mais a frente, tudo isso para equilibrar o
peso do barco. A primeira boia foi montada e seguimos em direção a próxima.
Seguimos velejando com um vento um pouco mais forte até montar novamente a boia
perto do barco da Comissão de Regata. Dali, voltamos na empopada. Seguimos bem,
até que chegamos a boia e o barco do Pepe ficou atravessado, tive que desviar
um pouco para fora. Fazendo o contorno da boia, um outro barco me atrapalhou e
tive que manobrar para não ser atingido. Isso me fez perder 3 posições na
manobra. O vento havia aumentado e já estava numa direção um pouco diferente.
Cacei bem a retranca e a Alice e o Lucas começaram a ajudar a escorar o barco.
Foi muito bacana a agilidade dos dois.
Num determinado momento, o moitão da escota soltou, pois, a
argola que prendia o pino havia esgarçado. Fui perdendo velocidade e não tinha
muito o que fazer. O Lucas e Alice procuraram a peça no fundo do
barco e não acharam. Enrolei o cabo da escota nos pés e pedi para a Alice ir
timoneando. Finalmente consegui achar a peça e recoloquei o moitão no lugar.
Perdemos mais duas posições. Voltamos a velejar com uma velocidade considerável
e logo cruzamos a linha de chegada. As crianças adoraram a aventura. Dali,
seguimos direto para o PREVELA. Mas não foi fácil voltar. Fomos num contravento
até conseguir chegar à praia. Missão cumprida!