quinta-feira, 15 de junho de 2023

Pico da Lapinha - Lapinha da Serra

Por Leandro do Carmo 

Dia: 23/03/2023
Local: Lapinha da Serra – Santana do Riacho - MG
Participantes: Leandro do Carmo, Leandro Conrado e Ricardo Bemvindo

Trilha do Pico da Lapinha


Ventou bastante a noite e só ouvia o barulho das árvores balançando. Ainda na cama, com tudo escuro, curti um pouco da preguiça. Ouvi um barulho na cozinha, sinal de que alguém já havia acordado. Antes da viagem, quando olhei a previsão do tempo, vi que havia um percentual maior de nebulosidade para a quinta feita. Mas não acreditava que fosse chover. Levantei ainda meio sonolento e fui logo conferir as condições do tempo ao lado de fora da casa. A casa onde ficamos hospedados tinha uma vista privilegiada para o Pico da Lapinha, que estava parcialmente encoberto. Ainda ventava bem, mas dava para perceber que eram nuvens baixas. Preparei um café e fiz alguns sanduíches para a caminhada. Estava tudo pronto.

Saímos de casa por volta das 7 horas e 15 minutos. Apesar do vento forte, estava uma manhã agradável. Seguimos em direção à Praça central do vilarejo e pegamos o caminho onde tem uns restaurantes e seguimos para o início da trilha. Fui seguindo o GPS e também algumas dicas que pegamos com moradores locais. Já no início, tinha um portão com alguns cartazes, mas não tinha ninguém. Começamos a caminhada e logo passamos por uma construção com banheiro, tudo bem organizado. Fomos subindo por um caminho bem peculiar e alguns trechos bem erodidos, talvez pela própria característica das rochas e topografia.

A medida que fui subindo, já percebia o tamanho do lago da represa. Já no alto, cruzamos um sistema de captação de água e percebi uma grande área plana que fica escondida para que olha do vilarejo. Desse ponto em diante, começamos a caminhar paralelos a serra. Cruzamos um córrego, até entrar num lajeado. O Pico da Lapinha ao fundo hipnotizava. Algumas pequenas flores amarelas, rochas e vermelhas davam um toque especial ao caminho. O vento ali não estava forte, mas olhado para o alto, dava para ver o movimento das nuvens. Após cruzarmos o lajeado, seguimos por um trecho plano até começar a subir novamente, já bem próximo à base do Pico da Lapinha.

Ao longo do caminho vários totens indicavam a direção. Tudo muito bem cuidado. Foi uma subida mais forte, porém recompensada com uma vista sensacional. Aos poucos, conseguíamos ver mais longe, apesar das nuvens. Fomos ganhando altura e distância até que começamos a contornar o Pico da Lapinha, entrando por vale. Passamos por uma cerca, onde indicava a Fazenda da Serra do Breu. Continuamos andando até chegar a uma construção bem organizada, que fomos saber na descida que há possibilidade de alugar para ataques aos cumes próximos. Uma excelente opção.

Ali, demos uma parada para descanso. Já estava bem mais frio e tempo fechado. Lembrei que não havia levado anorak e torci para não chover. Depois de descansar um pouco, voltamos a caminhar. O tracklog que tinha indicava um caminho que havia sido fechado, talvez por passar por uma nascente. Contornamos o caminho, seguindo a sinalização. A vegetação rasteira ajudava a visualizar o caminho e as opões que tínhamos. Passamos por uma placa onde indicava o Pico do Breu, esse ficaria para uma outra oportunidade. Dali, ficava bem visível um caminho para a direita, na qual pude acompanhar durante boa parte da subida após a casa na qual passamos. Apesar do tracklog apontar para o outro lado, segui por esse, sendo o mais óbvio. Começou a chuviscar. Nesse momento, me arrependi de não ter levado o anorak, mas por sorte parou logo em seguida.

O trecho foi bem bonito e valeu a pena. Depois de uma forte, porém, curta subida, atingimos o cume. A vista impressionava, mesmo o tempo não estando tão aberto. Estávamos aos pés do cruzeiro. O vento soprava forte e fui um pouco mais para baixo, num ponto abrigado do vento. Estava bem confortável e já não sentia mais frio. Ficamos ali durante um bom tempo, até que resolvemos pegar o caminho de volta. Optei por voltar pelo caminho que tinha no tracklog e depois de alguns minutos, entendi o motivo pela qual ele foi alterado. Tivemos que descer um trecho bem íngreme e exposto. Até o cachorro que estava nos acompanhado reclamou! Continuamos contornando o Pico da Lapinha e chegamos à bifurcação para o Pico do Breu.

Seguimos descendo, agora fazendo o mesmo caminho que pegamos na subida. Fizemos uma parada no alto da Cachoeira do Rapel e já de volta à entrada, tinham as duas pessoas responsáveis pelo local. Preenchemos uma ficha de identificação e pagamos a taxa de visitação, que pela organização, acredito que foi bem paga. Uma bela caminhada para se aclimatar para a travessia Lapinha x Tabuleiro, nosso objetivo para os três dias seguintes.

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha

Trilha do Pico da Lapinha




terça-feira, 13 de junho de 2023

Remando pela Represa de Lapinha da Serra

Por Leandro do Carmo

Local: Lapinha da Serra – Santana do Riacho MG
Dia: 22/03/2023
Participantes: Leandro do Carmo, Leandro Conrado e Ricardo Bemvindo

Represa de Lapinha da Serra


Há um tempo que estava querendo fazer a Travessia Lapinha x Tabuleiro. Minha programação inicial era fazer a Praia do Cassino de bicicleta, mas vi que precisaria de um pouco mais de preparação. Aí, aproveitei uns dias que tinha de folga e comecei a pesquisar sobre a travessia. Segundo meu planejamento, teria metade de um dia e um dia inteiro livre antes de começar. Então fomos procurar algo para fazer.

Chegamos cedo em Lapinha da Serra. Nosso voo chegou por volta das 8h 30 minutos no aeroporto de Confins. De lá, tivemos sorte de conseguir um UBER que nos levasse direto para Lapinha da Serra. O primeiro que aceitou a corrida, cancelou e queria cobrar o dobro por fora. Assim que chegamos no endereço fornecido, não achamos de primeira a casa onde ficaríamos hospedados por dois dias. Mas, fomos seguindo as orientações recebidas por mensagem, conseguimos achar. O distrito de Lapinha da Serra é bem pequeno, não tem rua asfaltada.  Um local bem aconchegante. Deixamos tudo na casa e como ainda era cedo, fomos dar uma volta.

Como meu irmão havia ido lá há umas semanas atrás, ele nos disse que tinha a opção de alugar uns caiaques para remar na represa que banha o distrito. O seu nome original é Represa da Usina Coronel Américo Teixeira, mais conhecida como Represa da Lapinha. Sua construção se iniciou na década de 1950 pela Companhia Industrial de Belo Horizonte. Hoje a represa é referência da Lapinha e o atrativo mais visitado pelos turistas. Possui duas grandes lagoas que são separadas por duas montanhas e unidas por um canal de água que passa entre elas.

A cidades estava vazia. Pegamos algumas informações e fomos tentar achar um local na qual conseguíssemos alugar. Andamos bem e fomos para no local chamado de Prainha. Assim que chegamos, vimos duas meninas sentadas e perguntamos sobre o aluguel do caiaque. Ela pediu para aguardar e foi lá falar com o responsável. Ela voltou com uma notícia desanimadora, falando que não estavam alugando. Difícil de acreditar que alguém não queria ganhar um dinheiro fácil como aquele! Era só receber a grana... O caiaque já estava ali! Com a negativa, caminhamos um pouco mais para frente e sentamos para descansar um pouco. Depois de um tempo, chegou o responsável, talvez depois de pensar bem, e perguntou se ainda queríamos remar. Negociamos um valor e fomos para a água.

O dia estava bem agradável. Ótimo para remar. Seguimos em direção ao canal que separa as duas lagoas. O vento estava a favor, mas na volta estaria contra. Algumas pessoas pescavam de tarrafa na margem. Seguimos conversando até avistar bem ao fundo o ponto onde parecia ser a represa. Mas estávamos já no final da tarde e optamos por não ir até lá. Durante a remada percebi que o vento mudava a todo momento de direção. Meu receio era pegar um vento contra na hora da volta. Mais à frente, vimos uma enseada e sugeri fôssemos até lá. De longe, achei que ali fosse o ponto onde poderíamos conhecer as pinturas rupestres. Quando cheguei perto, vi que estava certo. Existem duas placas que informam ser propriedade particular. Deixei o caiaque ali e segui andado. Vi que tinha um caminho bem batido fui andando até que cheguei numa cerca com um portão que estava fechado com um cadeado. De longe consegui ver algumas pinturas. Bati algumas fotos e retornei. Na volta, vi o Ricardo e o Leandro de longe. Chamei-os e indiquei o caminho correto. Dali, voltei até o caiaque e aproveitei para dar mais uma remada no entorno.

A remada de volta foi bem tranquila. No ponto do canal, fui procurando a sombra pois ainda estava quente, apesar de já estar no final do dia. Voltando, víamos o Pico da Lapinha bem de frente, fechando com chave de ouro o dia. De volta à prainha, deixamos o caiaque e seguimos andando até em casa. Uma recepção fantástica. No  dia seguinte, subiríamos o Pico da Lapinha.


Pinturas Rupestres - Lapinha da Serra


 

terça-feira, 6 de junho de 2023

Velejo de Dingue e Laser de manhã e Windsurf à tarde

Por Leandro do Carmo

Um domingo cheio: Velejo de Dingue e Laser de manhã e Windsurf à tarde

Dia: 05/03/2023
Local: Niterói
Participantes: Leandro do Carmo



Relato

Depois de um sábado com a remada até a Urca, tive um domingo cheio. Acordei cedo e um pouco cansado. Levei as crianças ao Prevela para a aula de vela. Eu, geralmente ajudo com aulas de canoagem, mas hoje não teria. Então, montamos 2 dingues e um laser. Como já havia feito isso no dia anterior, ficou mais fácil para mim, que ainda não tenho tanta experiência. Mas montei corretamente e fiz alguns ajustes, sob a supervisão do Marcelo.

Saímos rebocados até próximo ao Iate Clube Jurujuba. No barco estavam meus filhos João e Alice e mais uma menina. Alice quis ir no barco de apoio, talvez, porque chamasse a atenção pelo tamanho. O vento estava bem fraco, mas estava lá. Desatei o nó do cabo que nos prendia ao barco de apoio e seguimos velejando lentamente. Apesar de velejar bem lentamente, estava bem agradável. Até que já na altura do Clube Naval, o ventou diminuiu, quase parando. Lentamente, chegamos próximos ao catamarã de Charitas e por milagre o ventou começou a soprar mais forte. Aí sim a brincadeira começou.

Aos poucos todos cansaram e voltei para a areia. Aproveitei que meus pais levaram as crianças embora e fiquei mais um tempo por lá. Assim que todos foram embora, aproveitei para velejar no Laser, classe que sempre me chamou a atenção com o multicampeão Robert Scheidt. Essa seria minha primeira vez. É muito mais arisco que o Dingue e no começo senti um pouco de dificuldade, mas aos poucos fui acostumando. Quando estava ficando bom, o vento repentinamente parou e voltei lentamente para a areia, já bem cansado. Aproveitei para lanchar e descansar. O sol estava forte e fiquei na sombra. Aproveitando que o Marcelo foi dar aulas, como já estava ali, resolvi montar o Rig.

O Geomar até ofereceu o rig já montado dele, mas optei por montar o meu. Como o vento não estava muito forte, aproveitei para montar a minha vela 6.5. Há um tempo que só vinha usando a minha 5.7. O vento era o sul e fazia bastante calor. Depois de tudo montado, tomei um banho no chuveiro para refrescar. Fui para água com cuidado, pois tinha bastante gente. Tive que ir um pouco para o fundo para subir na prancha e começar a velejar.

Foi um velejo bom, sem muitas dificuldades. Avancei bem dessa vez, me afastando bastante. Era por volta das 15 horas e como já estava bem cansado, pois estava desde as 6 horas da manhã acordado, resolvi começar a preparar volta. Devido à direção do vento, voltar ao ponto de partida não é tão simples, tem que ir “ganhando” aos poucos. Assim que cheguei, até pensei em voltar e dar mais um velejo, mas estava realmente muito cansado e os braços já não estavam respondendo muito bem. Saí da água, lavei tudo. Ainda ajudei o Marcelo, que havia terminado a aula, a guardo os barcos, levando a última gosta de energia que ainda me restava. Guardei as coisas e voltei pra casa cansado, porém leve.