terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Travessia Abraão X Parnaioca - Ilha Grande RJ

Por Leandro do Carmo

Travessia Abraão x Parnaioca - Ilha Grande

Data: 15 a 17 de novembro de 2013
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Marcelo Sá, Patrícia, Ariel e Valdecir

Vídeo em HD




Dicas para a Travessia Abraão x Parnaioca: para ir à Ilha Grande, aconselho ir via Conceição de Jacareí, o tempo de travessia é menor, cerca de 50 min e o primeiro barco sai as 07:30 h; para chegar a Parnaioca pegar a estrada que leva à Dois Rios e em seguida pegar a trilha que começa do lado direito do presídio; na estrada, existe um atalho a direita, logo que começa a descida em direção à Dois Rios, cortando um bom caminho; a trilha de Parnaioca é bem definida e não há bifurcações, o que a torna fácil; tomar cuidado com alguns buracos que existem em algumas passagens estreitas; o que dificulta, é a distância, pois se for fazer a trilha com mochila cargueira terá que estar preparado; existe água durante toda a trilha (não esqueça de levar clorin para potabilizar a água); em Parnaioca existe uma estrutura mínima, tem refeição, mas deve ser avisado com antecedência; não contar com o transporte de barco, pois o mar pode virar, ficando complicado o retorno; o sinal de celular é raro e quando tem, é muito fraco; não pense em atravessar para Aventureiro, as praias do Sul e Leste, são reservas biológicas, respeite; existe número máximos de pessoas que podem estar em Parnaioca, no período do carnaval e reveillon, agendar com antecedência; não deixe de parar para conhecer a praia de Dois Rios e o antigo presídio, hoje Museu do Cárcere.

Eu levei

Equipamento: Mochila cargueira 48L, isolante, saco de dormir, anorak, poncho, calça, bermuda, 3 camisas, 1 segunda pele, boné, tênis, sandália, fogareiro*, 1 panela*, talheres, prato, 1 copo, máquina fotográfica, kit de 1º Socorros, clorin.
*No camping do Silvio, existe cozinha completa.

Alimentação: Comida liofilizada (arroz, feijão, frango desfiado e strogonoff de frango); leite em pó, café solúvel, achocolato em pó, bisnaguinha, polenguinho, suco em pó, açúcar, barras de cereal e isotônico em pó (sportdrink);

Distância percorrida: Aproximadamente 16 km (ida)
Caminho percorrido (em amarelo):






Relato - Travessia Abraão x Parnaioca

Mantendo a minha meta de visitar a Ilha Grande uma vez por ano, estava devendo a minha ida lá em 2013. No ano passado, tive no Pico do Papagaio, escalando a via Aresta do Xilindró, mas dessa vez nosso destino seria outro. Minha intenção era acampar na praia de Parnaioca. Depois de alguns contatos e desistências consegui fechar um grupo. Apesar de não conhecer todo mundo que iria, sabia que poderia confiar nas que estavam indo. Resolvido a questão da logística, comecei a preparar a mochila.

Tomei cuidado para não levar muito peso, afinal de contas, nossa caminhada seria longa. Como era num final de semana prolongado, ficamos com medo de pegar trânsito, com isso, marcamos para sair às 4:30 da manhã do dia 15, uma sexta-feira. Nossa idéia era chegar o mais cedo possível na Vila de Abraão para iniciarmos nossa caminhada.

A viagem foi bem tranqüila, não pegamos trânsito nenhum e chegamos bem antes das 7:00h em Conceição de Jacareí. Atualmente, o melhor lugar para ir até a Ilha: menor tempo de navegação, cerca de 50 minutos; barco toda hora; e estacionamento em frente ao cais.

Como chegamos bem cedo no cais, tratamos logo de garantir nossa passagem. Com o passar do tempo o cais foi enchendo e se não tivéssemos comprado os bilhetes antes, seria um problema. O barco saiu por volta de 7:40. Fizemos uma travessia bem tranqüila e aprazível. O dia estava firme e logo o sol surgiu, garantido uma boa viagem! Chegamos à Abraão e logo procuramos uma padaria para tomar um café da manhã reforçado. Procurei a padaria onde costumava tomar meu café e não encontrei, estava em obra. Aos poucos todos os estabelecimentos vão sendo reformados, acabando com aquele clima de vila de pescador, o que não existe há muito tempo. Uma café da manhã simples que custava R$ 4,00, não custa menos de R$12,00 agora. . . É o preço que pagamos!!!
Depois do café, começamos a caminhar!

Primeiro dia: Abraão X Parnaioca – 15 km

Tempo total: 6h 40 min
Abraão X Dois Rios – 2h 20min (Contando a parada na Piscina dos Soldados)
Dois Rios X Parnaioca – 2 h 30min

O começo da caminhada é feito pela estrada que liga Abraão até Dois Rios, após o campo de futebol. No começo há uma placa com as informações. Seguimos caminho num ritmo bem forte. Afinal de contas tínhamos acabado de tomar um bom café da manhã e todo mundo ainda estava descansado. Fui tão concentrado nesse começo que nem percebi o início da trilha para o Pico do Papagaio. Em alguns pontos da estrada, dava para ver como a enseada de Abraão é bonita. Depois de algum tempo de subida, começamos a descer. Avisei ao meu irmão para prestar atenção, pois há uma trilha à direita que corta caminho, saindo bem Piscina dos Soldados. A placa de início da trilha já não existe mais, quem não conhece, não percebe o seu começo. Com atenção fui olhando e logo avistei a saída.

Começamos a descer e com mochila cargueira, tivemos que muitas vezes nos abaixar para não ficar agarrado nos galhos e bambus que estavam caídos sobre a trilha. A trilha é bem fácil e definida, não tem bifurcação, sendo o melhor caminho a seguir. Fomos caminhando e em pouco tempo chegamos na Piscina dos Soldados, local onde, antigamente, os soldados e guardas que faziam essa caminhada, paravam para se refrescarem. E com a gente não seria diferente: paramos para nos refrescar! Pausa para um banho. A água estava muito gelada, mas depois de uma caminhada forte, foi um alívio para os pés e pernas. Depois de alguns minutos de descanso, voltamos a andar, agora faltava pouco.

Mais alguns minutos andando e chegamos à Dois Rios. Na chegada, fomos abordados pelos guardas que fazem o controle de acesso. Assinamos nossos nomes e destino e fomos até a praia de Dois Rios, que tem esse nome devido ao dois rios que deságuam em suas duas extremidades.. Ficamos no canto esquerdo. Aproveitamos a sombra da grande amendoeira para tirar as mochilas, fazer um lanche e dar uma volta pelo local. Do grupo eu era o único que já havia parado ali. Mas mesmo não sendo minha primeira vez, o local é tão bonito que é impossível não se surpreender! O encontro da do rio com o mar é algo fantástico. A cor da água também. Acho que tudo ali se torna fantástico, é algo único. Uma atmosfera que contagia e causa um bem estar que fica difícil querer ir embora. Mas não podíamos ficar ali o resto do dia, tínhamos, ainda, uma longa caminhada pela frente.

Nos arrumamos e nos dirigimos para o começo da trilha, atravessando todo caminho da praça central e aproveitamos para visitar as ruínas do antigo presídio, hoje transformado em museu, chamado de Museu do Cárcere. Além das fotos e textos que o museu expõe, ouvir as histórias dos antigos moradores falando sobre a época em que o presídio funcionava é uma ótima pedida.

Já estava dando a hora de iniciarmos realmente a trilha do dia! Seguimos para o começo dela, que fica ao direito do presídio. Fomos andando e o grito dos bugios sempre ao fundo, só que agora um pouco mais perto. Deu para perceber que a trilha que liga Dois Rios à Parnaioca já foi bem mais larga do que é hoje, talvez uma pequena estrada.  No tempo em que Parnaioca era uma das vilas mais povoadas da Ilha, esse deveria ser um caminho bem importante. Em pouco tempo chegamos à Toca das Cinzas, local onde os escravos trazidos clandestinamente, eram confinados, aguardando o seu destino.

A trilha a partir daí vai ficando mais bonita. Sempre com o mar à esquerda, ora mais perto, ora mais longe, porém raras as vezes conseguimos vê-lo. Cortamos alguns rios, e passamos por vários buracos, que se fizéssemos essa trilha a noite, deveríamos ter atenção redobrada. Estávamos num ritmo forte. Paramos em alguns pontos para recuperar as energias e encher as garrafas com água fresca.

A trilha é bem tranquila quando se fala em orientação. Não existe bifurcação ou atalho. O grande problema dela é a distância. São aproximadamente 7,5 km, depois de já termos feito uns 7 km de Abraão até Dois Rios. E isso tudo com a cargueira nas costas, que dependendo dos dias que você vai ficar em Parnaioca, pode maltratar!!!! Quem faz o bate volta, nem sente tanto, pois a trilha tem um desnível bem suave.Como estávamos em um grupo de 6, sempre me preocupava com que todos estivessem mais ou menos próximos, não necessariamente um atrás do outro, mas pelo menos ouvindo o barulho. Numa parte da trilha, atravessou um cobra cipó, meu irmão tentou fotografar, mas ela já tinha ido embora. Além dos rios que cruzam a trilha, uma árvore gigantesca chama a atenção. Não tem como passar e não parar para tirar uma foto.

Continuamos a trilha de depois de uma forte descida e 2h 40 min de caminhada, desde Dois Rios, chegamos ao nosso destino. Foi um alívio ver a placa informando onde estávamos! Ainda não sabíamos em qual camping iríamos ficar. Tínhamos algumas indicações, mas decidimos ficar no camping do Silvio. Decisão acertada. Fomos super bem recebidos. Armamos nossas barracas e cada um foi se ajeitando à sua maneira: uns foram dormir, outros almoçar e outros não fizeram nada. . . Eu resolvi almoçar logo, pois a fome também estava forte.

Depois de um bom almoço, fui dar um passeio na praia para conhecer esse verdadeiro paraíso. Realmente uma das mais belas praias da Ilha. Ainda descansei numa rede, em frente a praia, onde pudemos apreciar um fantástico pôr-do-sol. Poucos tem o privilégio de estar onde estou... O silêncio e a calma do lugar contagiam qualquer um!

Já era noite quando voltei para o camping para tomar um banho e jantar. Após o jantar, fomos para a praia. A noite estava linda. A lua nova estava tão clara que nem precisávamos de lanterna. Iluminava tanto que pensei que fosse ver milhares de estrelas... Depois de apreciar a noite voltamos para o camping para descansar. Afinal de contas, o dia foi duro!!!! Esperamos que o gerador fosse desligado e fomos dormir.

Segundo dia: Mirante do João e Cachoeira da Parnaioca

No nosso segundo dia em Parnaioca, acordamos cedo para podermos aproveitar bem. Acordei bem tranquilo, pensei que fosse acordar dolorido, mas corpo aguentou bem! Preparei o café da manhã e ficamos conversando até que todos despertassem... Resolvemos visitar o Mirante do João, uma pedra que fica numa trilha, na parte esquerda da praia, que começa num bambuzal. Não tínhamos muita idéia de onde era, como era, etc., só sabíamos que dava para ver a praia do Sul, Leste e Aventureiro.

Começamos a caminhar e chegamos numa bifurcação. Descendo chegaríamos num costão e reto, provavelmente chegaríamos a este mirante. Resolvemos descer para dar uma conferida. Dali dava para ver toda a praia de Parnaioca, uma bela vista e excelente ponto para pesca. Tinha um grupo que a todo momento levantava um peixe da água. Ficamos por ali alguns minutos e resolvemos conferir o resto da trilha. Começamos a andar e a trilha foi ficando um pouco mais fechada, mas nada que assustasse. O Valdecy e o Ariel, desistiram de continuar e voltaram.

Chegamos a uma grande pedra e pensei que provavelmente seria ali, mas a trilha continuava e a curiosidade de saber onde ela chegaria foi maior. Deixamos para conhecer o mirante na volta. Andamos por mais alguns minutos e logo chegamos no final. Demos de cara com um mar, num costão maravilhoso. Nem sinal de nada, só o canto dos pássaros e o barulho das ondas... Foi difícil ir embora... Bom, não dava para passar o dia todo ali, tínhamos muita coisa ainda para ver! Voltamos até a pedra que achávamos que era o mirante e com a ajuda de uns galhos, subimos nela. Não tínhamos dúvida de onde estávamos! Pela descrição da vista era ali! Víamos a praia do Sul, Leste, Demo, Aventureiro... Um vista diferente! Batemos fotos e voltamos para a trilha.

Já de volta a praia, aproveitei para conhecer o outro lado, onde deságua o rio Parnaioca. Uma surpresa
atrás da outra. Difícil de dizer qual o local mais bonito... Difícil mesmo era querer ir embora! A água cristalina era um convite para um banho. Nem pensei duas vezes, dei um mergulho. Atravessando o rio, perto do mar, tem uma pedra com uma curiosidade. Um filete de água entra por um lado e vai sair alguns metros depois, percorrendo uma laje de pedra, por cima de outra, bem interessante. Aproveitei para pegar uma trilha que segue o rio e fazer algumas fotos. Fui até o ponto em que o rio se divide. Voltei e aproveitei para conhecer a igreja do Sagrado Coração de Jesus.

Voltei para o camping para preparar o almoço e organizar o que faríamos na parte da tarde. Resolvemos que iríamos conhecer cachoeira. Depois do almoço, descansamos um pouco e partimos em direção ao rio. No caminho, finalmente conseguimos avistar os bugios. Eram três, que ao perceberem a nossa chegado, sumiram por entre as árvores. Caminhamos mais um pouco e segundo informações, na bifurcação, pegamos o rio da direita. Saímos da trilha e tivemos que caminha pelo próprio rio, que não tem muito volume. Alguns totens, marcavam o caminho. Mais acima vimos uma pequena queda d’água e um poço onde dava para tomar um banho. Não hesitei e dei aquele mergulho. Todo mundo me acompanhou até embaixo da queda d’água. Dava para simplesmente nos esconder por trás dela!

Resolvemos seguir rio acima para ver se encontraríamos algo mais. Subimos e subimos e nada. Como a hora estava avançando e ameaçava chover, resolvemos voltar logo, antes que fossemos pego de surpresa. O dia estava acabando e já estava batendo uma saudade... De volta ao camping, paramos para um longa conversa com umas das grandes pessoas da Ilha, o Silvio. Morador daquele paraíso, filho e neto de nativos da Parnaioca, contou um pouco sobre a história do local, dos problemas que tem com o INEA, rimos, enfim, passamos um final de tarde super agradável.

Jantamos e fomos à praia. A noite não estava como a do dia anterior, mas ainda sim estava claro. Aproveitamos para conversar um pouco e aos poucos todos foram se recolhendo. Acho que já estávamos prevendo o fim da viagem... No dia seguinte tínhamos que acordar cedo para voltar até Abraão. Mas aproveitamos bem! Não tínhamos do que reclamar.

Terceiro dia: Parnaioca X Abraão

Tempo total: 5h 25 min
Parnaioca X Dois Rios – 2h 28min
Dois Rios X Abraão – 1h 20min

Durante a noite já ouvia o barulho da chuva. Pensei: “caminhar nessa chuva....” Mas não tinha jeito. Era descansar e esperar o dia seguinte. Ás 6 da manhã, estávamos de pé. Chovia e desmontamos o acampamento. Tomamos o último café da manhã naquele paraíso, nos despedimos daqueles que ficaram e, debaixo de uma chuva fraca, mas constante, seguimos nosso longo caminho de volta.

Passando pelo camping da Janete, dei aquela última olhada para a praia, me despedi e tive a certeza de que um dia estaria de volta. Com a trilha bem molhada, todo cuidado era pouco. Como chovia, não havia muito motivo para parar. Queríamos logo era chegar no nosso destino. Andamos num ritmo forte. Apesar de todo o cuidado e mesmo ouvindo a frase: “- Cuidado que a pedra está escorregando!”. Não deu outra: chão!!!!!! Caí, mas logo me levantei!!! rs

Depois de 2h 30min caminhando, estávamos de volta à Dois Rios. Fomos direto para a cantina que tem no meio da praça, em frente ao antigo presídio. Minha intenção era tomar um café da manhã. Quando chegamos lá, estava fechada. Colocamos as mochilas no chão e debaixo da cobertura da cantina, demos uma descansada, aproveitando para dar uma alongada, na esperança de que abrisse e eu pudesse tomar um café quente.

Depois de alguns minutos, ouvi um barulho e veio um senhor abrindo as portas, para minha alegria. Perguntei se ele serviria café e ele falou que faria. Aproveitei e pedi para fazer um misto quente. Com o café da manhã tomado, o ânimo foi outro. Fomos embora e na altura da Piscina dos Soldados, devido à trilha muito molhada e o excesso de galhos e bambus caídos nela, resolvemos seguir pela estrada, um caminho bem mais longo. Só refazendo o caminho pela estrada é que tive a certeza de que era muito mais longe e que a trilha “corta” mesmo caminho!

Já na estrada, como não tinha mais dificuldade, o grupo foi se dividindo. E por muito tempo caminhei sozinho. Quando acabou a subida, coloquei o chinelo e terminei a descida, dando um alívio para os pés. Fomos bem mais rápido que ida. Também, não fizemos nenhuma parada. Chovendo, não tinha muita graça...
Terminei a caminhada com 1h e 30 min, 10 minutos a mais que o Leonardo e a Patrícia. Depois de mim, 10 minutos depois, veio o Ariel e por último, com o joelho ferrado, que precisou ser imobilizado, o Valdecir e o Marcelo Sá que o estava acompanhando.

Mas a aventura ainda não tinha acabado... Nesse momento voltou a chover forte. Já estávamos bem molhados e não tínhamos onde ficar. Resolvemos ir direto ao cais e ver que hora sairia o próximo barco. Com a chuva, o cais que é pequeno, estava intransitável.  Uma confusão, ninguém se entendia. Achei um espaço e perguntei qual o próximo barco para Conceição de Jacareí e caro me falou: “ – É aquele ali que já está de saída.” Não pensei duas vezes, chamei a galera e fui para fila. Uma confusão, a chuva apertou e assim que iríamos embarcar, a moça nos barrou e falou que já estava lotada. Pensei: “Não acredito!” Falei com ela se cabiam mais 6 e ela falou com um cara que estava bem longe, que não entendeu nada devido ao barulho dos barcos, a confusão de pessoas e a forte chuva... Na indecisão deles, ignorei a lotação do barco e fui entrando, colocando o pessoal para dentro.

Nem acreditava que estava embarcado. Ainda bem que conseguimos pegar esse barco! Ficar lá esperando mais uma hora, naquela chuva e ainda por cima molhados, não seria nada agradável. Do jeito que eu cheguei eu fiquei, nem tirei o poncho. Naquela altura, ele me protegia da chuva e do vento, mantendo uma temperatura agradável. E assim fomos embora, debaixo de uma forte chuva, mas com a sensação de dever cumprido. Muita gente passando mal com o balanço do barco, devido ao mau tempo, mas chegamos! No estacionamento, já em Conceição de Jacareí, colocamos roupa seca e seguimos viagem...

Missão cumprida!!!!














quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Vídeo da Conquista da Via Bruno Silva - Setor do Mirante do Carmo

Por Leandro do Carmo

Esse é o vídeo da conquista da Via Bruno Silva, terminada recentemente dentro dentro do Parque Estadual da Serra da Tiririca, no setor do Mirante do Carmo, na subida da serrinha de Itaipuaçú. A trilha até a base da parede começa perto da entrada para trilha do Alto Mourão (Pedra do Elefante).

Terminamos a conquista em dois dias. Pegamos um dia de tempo aberto e muito calor. Estamos prontos para próxima!!!!

Ver mais conquistas 

Valeu pessoal!

Vídeo em HD

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Vídeo da Segunda Invasão ao Costão de Itacoatiara (Morro do Tucum)

Por Leandro do Carmo

Fala galera!!!

Acabei de postar o vídeo com as imagens da Segunda Invasão ao Costão de Itacoatiara (Morro do Tucum) realizada no dia 20 de outubro de 2013. Assim como na edição de 2012, foram quase 40 pessoas entre escaladores e os que fizeram a trilha do Costão. A vista da praia deve ter ficado show!!! Já deu vontade de ir no próximo!

Segue o vídeo em HD.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Trilha à Serra da Bolívia - Aperibé/Itaocara

Por Leonardo do Carmo

Serra da Bolívia, localizada na cidade de Aperibé, mas é cartão postal de Itaocara (rsrsrs).
Data: 22/11/2013

Participantes: Leonardo Carmo, Kaique Amaral e Lucas Rodrigues.

Altitude + ou - 450 m
Tempo de subida: 1:40
Tempo de descida: 45 min (se for no estilo cabrito)
Maior parte da subida em terreno bem íngreme com alguns lances de trepa pedra.
Alguns animais vistos: Teiú e tatu.


Obs.: existem 3 acessos que levam à trilha. Se for partir de Itaocara, cruzar a ponte que faz a divisa com Aperibé e entrar na primeira à direita. Seguir a estradinha de terra e entrar na primeira rua à direita (primeira e se eu não me engano a única com asfalto). Depois que passar por um colégio, o asfalto vai acabar. Seguir em frente.  Mas adiante tem uma porteira e um bambuzal. A partir daí é propriedade particular. Se der sorte, o proprietário pode deixar entrar, caso contrário tem que ir contornando a cerca (cuidado que é elétrica) para chegar na trilha. O início é meio confuso mas depois vai tranquilo.


Seguem as fotos:







Até mais. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Conquista da Via Bruno Silva

Por Leandro do Carmo

Via Bruno Silva - 2° III E2 D1 175 m  ------- + CROQUI

Ver mais conquistas 

Acesso:

O início da trilha é no largo, ao lado da entrada da trilha do Mourão. A partir dali, segue-se num óbvio caminho, levemente à direita e depois à esquerda, por entre a vegetação até avistar uma pedra a sua esquerda, daí seguirá para a direita até achar a rocha. A base da via é identificada por uma árvore e um pequeno diedro em forma de meia lua, uns dois metros acima. Leva uns 5 a 10 minutos.

A trilha encontra-se com bastante latas e garrafas de cerveja espalhada, além de lixo variado, merecendo um mutirão de limpeza, na qual organizarei em breve.

Saída:


No final da via, já no Mirante do Carmo, onde é identificado por um buraco, em forma de bacia, seguir à esquerda num óbvio caminho pelo costão, entre a vegetação de cume e de um grande platô. No final, encontrará a trilha do Mourão, na altura de um grande bloco, dali até até o final da trilha, leva-se uns 10 minutos.

Local: Parque Estadual da Serra da Tiririca

Exibir mapa ampliado

Vídeo


Relato da Conquista


1ª Investida – 22/09//2013

Participantes: Leandro do Carmo e Ary Carlos

Um dia desses, indo para Itacoatiara, na altura do posto de gasolina, na subida da serrinha Itaipuaçú, olhei em direção do Mourão e vi uma parede bem interessante. Pesquisei, perguntei a amigos e vi que não havia registro de via no local. Então pensei: “Deve ter potencial!” Acabei levando um tempo para dar um pulo lá e conseguir um caminho acessível. Quando coloquei no Google, vi que uma parte da parede estava bem próxima da trilha que leva ao Mourão. Não pensei duas vezes, fui lá conferir! Nesse dia, cheguei na metade da parede e fiz um totem para marcar o lugar e já imaginei a linha que faria. Mas eu não estava satisfeito. Tinha que conferir o alto, tinha que ter um acesso fácil para a trilha. Não deu outra! Voltei para a trilha do Mourão e fui subindo e num determinado ponto, vi que a vegetação ficava mais aberta e consegui chegar na parede novamente. Segui num costão, num caminho entre a vegetação do cume e de um grande platô. No final, um mirante fantástico. Um buraco na pedra, forma uma grande bacia, onde dá para ficar, confortavelmente, apreciando a belíssima vista... Se contar ninguém acredita... Fui embora todo satisfeito, doido para voltar lá e começar a conquista!

Não passou muito tempo e havia marcado com o Ary de dar uma explorada em uma parede em Itaipuaçú, mas antes, resolvemos dar um pulo lá nesse local, gostaria de compartilhar com mais alguém esse achado. Um lugar de fácil acesso que ainda não havia vias, um dos poucos em Niterói...

O dia acabou sendo terrível para o Ary... Por que? Olha o relato dele:

“Leandro do Carmo me falou que tinha visto uma linha boa que daria para abrir uma via no setor perto da entrada da trilha do Mourão. Ele já tinha ido lá na parte de cima onde seria o final da via e que tem um mirante com um visual bem bonito que eu batizei de "Mirante do Carmo" porque foi ele quem descobriu. Fomos lá de manhã cedo e nem sabíamos que voltaríamos, pois ainda passaríamos em Itaipuaçú, para ver um outro local que também dá para abrir outras vias e que a gente queria ir ver melhor. Mas nesse dia foi só derrame porque no começo levei uma ferroada de marimbondo no olho, ainda bem que era dos pequenos e não inchou tanto, na volta o facão que estava na mochila foi balançando e descendo, furando a mochila e o banco da moto e o pior de tudo, a corda de escalada soltou do bagageiro da moto e caiu pelo caminho, quando paramos para tomar um caldo de cana na volta é que reparei que a corda tinha caído da moto. Ainda voltei para ver se achava ela caída pelo caminho mas não achei nada. Depois dessa fui até para casa porque com o azar que eu estava era capaz de um caminhão me atropelar até na calçada...rsrs”

Mas hoje, a programação era outra. Seguimos nosso objetivo que era tentar acessar uma parede em Itaipuaçú. E assim fomos. Andamos por várias ruas e chegamos num ponto onde o Ary tinha informações que começava a trilha, mas não achamos ninguém que pudesse confirmar. O local estava fechado e não tinha nenhum vestígio de trilha. Resolvemos voltar e no caminho perguntei para o Ary: “Vamos lá bater alguns grampos e começar a via?” Ele topou e seguimos até o mirante da serrinha de Itaipuaçú. Paramos as motos e seguimos limpando a “trilha da macumba” até a base da via.

Lá nos preparamos e subi para colocar o primeiro grampo. Escolhi o alto de um pequeno diedro, em forma de meia lua. Coloquei o grampo e mas na hora de subir, percebi que o lugar onde tinha visto para colocar a mão, não dava altura. Não tinha como apoiar o pé e com o peso da furadeira e a marreta, estava difícil passar. Então decidi ir para a esquerda, num lance de oposição até a ponta do diedro e subi por ali. Se cair, pendula um pedaço, mas ficou mais fácil. Segui até a direção do grampo e toquei pra cima. Quando já estava num ponto onde seu caísse iria quase até a base, resolvi colocar mais um grampo. A posição não era boa. Já estava vendo a hora de escorregar... Comecei a furar e para descansar, me apoiei na broca. Como estava apoiado só no pé esquerdo, tratei logo de terminar o furo e colocar o grampo. Quando terminei de batê-lo, resolvi descer para que o Ary continuasse.

Então o Ary subiu e viu que o lance inicial vai dar trabalho!!! Acabou seguindo pelo mesmo lado que eu e tocou para cima, ele colocou mais dois grampos e fez a parada. Subi até o Ary e com mais ou menos 50 metros de corda,  decidi subir mais um pouco até completar os 60 metros e fazer a primeira parada. Coloquei mais um grampo e desci até o Ary novamente. Resolvi intermediar um lance mais abaixo que havia ficado um pouco exposto. Coloquei mais um grampo e desci até a base. Logo em seguida o Ary desceu também.

Na base, escutei um barulho, um andar nas folhas, como se estivesse vindo alguém em nossa direção. Fiquei olhando para ver se via alguém, mas nada. No caminho de volta, o barulho voltou e vimos um enorme lagarto num ponto fora da trilha, que correu ao sentir nossa presença. Na volta, a corda do Ary que estava presa no bagageiro da moto se soltou e ela caiu, ninguém percebeu, somos dar conta quando paramos no Fla-Flu para tomar um caldo de cana... Ele ainda voltou, mas não a encontrou. Primeira parte concluída... Vamos esperar a próxima!

2ª Investida – 03/11/2013

Participantes – Leandro do Carmo, Ary Carlos, Leonardo Carmo e Alfredo Castinheiras

Na segunda investida, além do Ary, chamei meu irmão, Leonardo, e o Alfredo para nos acompanhar. O Guilherme não pôde ir dessa vez. Marcamos as oito horas no mirante da Serrinha de Itaipuaçú. Caminhamos até a base, nos arrumamos e comecei a escalar. A mochila estava pesada e para passar o lancei inicial, demorei um pouco mais que da outra vez. Até que esse começo ficou bem interessante. Segui até a primeira parada e o Alfredo começou a escalar logo em seguida. Demorou um pouco, mas chegou com alguns, ou melhor, muitos arranhões!!!! O Ary veio guiando logo atrás. Assim que o Alfredo chegou na parada, comecei a subir, o sol já estava forte e não queria perder mais tempo. Com uns trinta metros de corda, coloquei um grampo, depois o segundo e o terceiro, onde fiz a parada, com 60 metros. Falei para o Alfredo deixar o Ary escalar, pois ele seguiria para conquistar o próximo esticão.

O Ary chegou e em seguida veio o Leonardo. Passei a furadeira e a marreta e ele começou a subir. Colocou um grampo em um ponto visível, pois dali para cima perderíamos contato visual. O caminho era óbvio, só tinha uma passagem entre a vegetação. Depois dali, foi mais um grampo e depois o da última parada, logo abaixo do Mirante do Carmo! Exatamente no ponto onde havia imaginado!!!!! Subi o restante e logo estava junto com eles. Dei segurança ao Alfredo que veio logo atrás. Mais uma via conquistada...

O dia estava excelente, dava até para ver o Dedo de Deus!!!!! A nossa esquerda, a Lagoa de Itaipú, Camboinhas, Rio de Janeiro, etc. A nossa esquerda, Itaipuaçú, Inoã, etc. A nossa frente, bem ao fundo, a Serra do Mar! Um espetáculo. As duas vias que conquistamos recentemente tem um belo visual, um ângulo diferente do que estamos acostumados.  O melhor de tudo é que podemos descer por trilha, sem precisar de rapelar.

Conquistar é diferente... Encontrar o local exato, o acesso, varar mato em muitos casos, vencer um lance e não ter proteção, etc. Mas o melhor de tudo, é poder deixar um caminho onde outros poderão passar e ter a mesma sensação que só o contato intenso com a natureza pode proporcionar.

Segue o relato do Ary nessa segunda investida:

“Na segunda investida o Leandro chamou o Leonardo e o Alfredo para ir junto conhecer a via enquanto a gente ia subindo e terminando a segunda metade da via, já que a segunda parte seria mais fácil de fazer. Então resolvemos guiar as cordadas e revezar na colocação dos grampos. O Leandro colocou os 3 primeiros e eu os 3 últimos grampos ficando um total de 12 grampos na via. O crux da via é na saída que deve ser feita pela esquerda do primeiro grampo, dá para ir reto mas fica bem difícil de passar porque a parede joga para trás e as agarras são bem pontiagudas e machuca bastante os dedos. O melhor é subir pela esquerda. Depois ela vai ficando mais fácil à medida que sobe. No final da via, já no mirante, é só pegar uma reta para a esquerda passando por cima de um trecho de vegetação e seguir quase reto que sairá na trilha para o alto Mourão.”

Eu daria um III na saída, o Ary, um IIsup. Mas grau é assim mesmo... mais uma coisa a gente concorda: E2 D1 180m Mas e nome da via???? Conversando com o Ary, resolvemos batizar a via de Bruno Silva, pois hoje, dia 3 de dezembro, faz 1 ano que o nosso amigo Bruno nos deixou. Acho que ele gostará da nossa homenagem!!!!

Até a próxima!

Ary no alto do primeiro lance, o crux da via.

Chegando à primeira parada.

As marcas da escalada!

Leandro conquistando a segunda enfiada.

Leandro e Leonardo na segunda parada, com o Ary logo acima na conquista

Vista da primeira parada

Leonardo dando segurança para o Ary

A única passagem para chegar ao Mirante do Carmo

Ary e Leonardo no Mirante do Carmo

Na última enfiada

Leonardo chegando na ultima parada

Conquistadores reunidos no Mirante do Carmo
Arrumando a bagunça!
O caminho de volta

Ary e Leonardo apreciando a vista


Chegando na trilha do Mourão

Final do caminho