sábado, 11 de março de 2017

Cachoeiras do Espraiado

Por Leandro do Carmo

Local: Maricá
Data: 13/11/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Clever Félix, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory

Quando conheci as cachoeiras do Espraiado, estava num período grande de estiagem. Não chovia há muito tempo. Corria apenas um filete de água. Fiquei imaginando como seria chegar ali depois de uns dias de chuva. Mas para que isso fosse possível, tudo tinha que dar certo. Tinha que acertar o dia!
Já estávamos no verão de 2016 e a previsão para o final de semana era de chuva forte. Foi aí que tive a ideia de ir ao Espraiado. Mas não tinha ideia de que tudo sairia perfeito: Muita chuva na noite anterior e também no dia da atividade. E a maioria das pessoas acham que não dá para fazer nada com chuva...

Nosso ponto de encontro foi a segunda entrada para Maricá. Estávamos em cinco: Eu, Cléver, José Antônio, Rafael Faria e Patrícia Gregory. Dali seguimos em direção ao Espraiado, já com o tempo bem fechado. Na madruga choveu forte, o que aumentou a minha expectativa em ver a cachoeira pesada. Quando chegamos na curva que antecede a descida, antes de cruzar o rio Caragueijo pela primeira vez, ouvi o barulho do rio. Estava forte! Sinal de rio cheio, mas não fazia noção de quanto... Assim que avistei o rio, vi que seria impossível atravessar de carro. Nem mesmo o guerreiro jeguinho, seria capaz transpor aquele trecho. Parei o carro e fui conferir. Não tinha jeito. Dali em diante, só andando. Paramos os carros um pouco mais acima.

Fui o primeiro a atravessar e a medida que avançava, ia ficando cada vez mais fundo, até que a água chegou quase na minha cintura. A correnteza estava forte e qualquer descuido, poderia ser arrastado. Fomos fazendo uma corrente humana para facilitar. Assim que atravessamos a chuva apertou novamente. Continuamos e mais a frente atravessamos o rio novamente. Esse trecho estava mais perigoso e redobramos o cuidado. Daí para cima foi um espetáculo da natureza. Os filetes de água que cruzamos pelo caminho em dias normais, se transformaram em grandes obstáculos para nossa caminhada, que davam um prazer a mais em estar naquele belo local.

Assim que passamos pela última casa, já ao final da precária estradinha, entramos na trilha que dá acesso ao nosso destino. Seguimos por ela e numa saída discreta para a direita seguimos em direção a cachoeira. A chuva havia diminuído e as nuvens permaneciam bastante carregadas, um prenúncio de que o tempo não melhoraria tão cedo. Mais alguns metros de caminhada e barulho foi ficando cada vez mais forte. Quando consegui enxerga-la, bem do alto, percebi a grande força da natureza. A imagem que eu tinha daquela cachoeira era apenas um filete de água... Agora estava numa força e num volume, que fica difícil de acreditar que era ali que havia estado há alguns meses antes.

A força da queda d’água era tão forte que o deslocamento de ar formava uma forte corrente de vento. Descemos e fomos até a base, onde tiramos diversas fotos para registrar o grande momento. Avisei ao pessoal que havia outra tão grande quanto essa, um pouco mais acima e foi para lá que seguimos. Pegamos um caminho que eu não conhecia, mas que achava que iria até lá, mas na pior das hipóteses, voltaríamos e seguiríamos por onde eu conhecia. No caminho, passamos por duas pequenas pontes de madeira que estavam bem podres. Tivemos cuidado redobrado e nem chegamos a utilizá-las, de tão ruim que estavam.

Andamos por um longo trecho em meio a mata. Esse era um caminho que claramente era menos frequentado. Em alguns pontos estava bem fechado. Passamos por alguns trechos bem íngremes e escorregadios. Como tudo estava molhado, foi inevitável os escorregões. Andamos mais alguns minutos, até que chegamos ao nosso segundo destino. Mais uma bela cachoeira nos esperava. Diferente da primeira, essa fica um pouco mais escondida, mas nem por isso, menos interessante. Aproveitamos para tomar um banho, apesar da chuva. Já estávamos molhados mesmo...

Ficamos por algum tempo até que pegamos o caminho de volta. Porém optamos por estender a caminhada, indo até o Alto Espraiado. Devido ao tempo bem fechado, não vimos nada, mas nem por isso ficamos tristes... Afinal de contas, nosso objetivo foi cumprido! Tivemos o privilégio de ver dois grandes espetáculos da natureza e bem perto de nós... A maioria das pessoas não tem noção de que existem cachoeiras de mais de 20 metros em Maricá... Tá aí a prova!

Na descida, já no caminho normal da Travessia Espraiado x Tomascar, pegamos trechos muito escorregadios e mais tombos! Pelo menos tirou gargalhadas de todos nós... Como a chuva havia diminuído as travessias dos rios foram mais tranquilas. Ainda conhecemos um cara que nos disse haver um cachoeira em outro ponto, tão grande quanto essas... Pegamos o contato e marcamos de nos falar para frente... Será mais uma para o circuito das Cachoeiras do Espraiado?

Até a próxima!










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