segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Viagem ao Espírito Santo

Por Leandro do Carmo

Data: 03 a 06/06/2021

Participantes: Leandro do Carmo, Luis Avelar e Blanco P. Blanco, Flávia Figueiredo, Márcia, Leandro Conrado, Leonardo de Faria, Marcelo Correa, Ivison Rubin e Tatiana Arenaz

Dicas:

Hospedagem e alimentação: Pousada Chalés do Frade

Como chegar: Seguindo pela BR 101, sentido norte, após passar a segunda entrada para Cachoeiro do Itapemirim, uns 50 metros após, tem um bar, do outro lado da pisa, começa a subida, uns 4 km numa estradinha de chão.

Tempo de Viagem/Distância: 6h / 400km

Diversos: ideal para levar família e descansar; a alimentação é excelente; fica bem próximo a Cachoeiro de Itapemirim.

Relato

Depois de 7 anos, voltava ao Chalés do Frade. O local é fantástico! Quando conversei com o Marcelo Correa, haviam várias possibilidades, mas como também eu e o Blanco já estávamos tentando marcar de fazer a Chaminé Cachoeiro, no Pico do Itabira, há pelo menos dois anos, unimos o útil ao agradável. A idéia era fazer a viagem parecida como na última vez, por isso, enviamos o convite no grupo do CNM e aos poucos as pessoas foram animando. Depois de uma semana, havíamos fechado o grupo. Era feriado de Corpus Crhisti. Tínhamos bastante tempo para aproveitar.

Na segunda feira depois de ter feito a escalada na Chaminé Gallotti, minha costela não parava de doer e até coisas simples, como levantar da cama, estavam se tornando difíceis. Fui ao médico, mas por sorte não havia fraturado. Só uma inflamação forte. Só que o problema era a tão esperada viagem para escalar a Chaminé Cachoeiro... Bom, não tinha jeito... Era esperar e torcer para uma recuperação rápida.

A semana passou rápido, mas a dor não. Peguei a estrada, saindo as 5 horas da manhã do dia 03/06, eu, Flávia e Márcia. O Luis iria de moto, o Leandro e o Leon iriam de carro, o Marcelo e o Blanco já estavam lá. A viagem foi bem tranqüila e fomos conversando durante todo o trajeto. Ainda encontramos o Luis no Posto Oásis de Campos. Enfim, havíamos chegado. Do grupo, apenas eu já havia ido. Aproveitamos para almoçar e descansar um pouco da viagem.

Subida ao Pico do Frade
Dia 03/06/2021

Como todo mundo reunido, resolvemos subir o Frade. Seguimos de carro até a entrada da trilha. A estrada estava razoável. Só o carro do Marcelo que quase levantou vôo, mas nada demais... Haviam algumas pessoas por lá. A trilha até o costão é bem rápida. Fomos subindo até o trecho onde já conseguimos ver os grampos. Fui à frente, levando a corda. Passei uma barriguinha mais difícil, e subi direto, fixando-a bem mais acima. Dali, facilitou para que todos subissem bem rápidos.

Continuei a subida e parei somente na base do grande bloco, antes da escadinha de vergalhões. Aproveitei para fazer algumas filmagens com o drone enquanto todos chegavam. O Luis foi direto ao cume. O Blanco foi com a Sofia, filha dele. Pra eu subir o primeiro degrau já foi ruim. Ele é alto e não conseguia fazer muita força com o braço esquerdo. Fui meio de lado e consegui subir. Os degraus para cima, foram mais tranquilos, com exceção do penúltimo que é um pouco alto.  Com o pequeno esforço que fiz e a dor que senti, tinha certeza que escalar o Itabira no dia seguinte seria um pesadelo! Resolvi ali abortar a minha escalada...

No cume todos contemplamos um belo por do sol por trás do Complexo do Itabira. Um espetáculo! Rapelamos e começamos a preparar nossa descida. Tínhamos bastante gente e optamos por fixar a corda para que todos pudessem rapelar quase 60 metros. Assim foi um a um... A noite chegou, assim como da última vez que fui. Aquele céu estrelado estava fantástico. Uma noite bem agradável. A conversa rolava solta e as risadas eram inevitáveis.

O tempo passou e nem percebemos. Logo estávamos todos de volta aos carros. Chegamos no Chalé, ainda em tempo de pedir a janta. Optei por comer uma panqueca de frango que estava um espetáculo. Um pouco depois, avisei ao Blanco e ao Luis que havia desistido de subir o Itabira. Com certeza não daria para mim e seria mais prudente ficar...














Escalada no Morro do Tião e visita à Cachoeira Alta
Dia 04/06/2021

Acordamos cedo e fomos tomar o café da manhã. O Blanco e o Luis já tinham saído há bastante tempo. Fiquei imaginando. Por volta das 7:30h recebemos a mensagem de que eles estavam na base e que havia outra cordada. Seguimos para a escalada. Eu levei minha cadeira de praia para ficar sentado na base esperando. Chegamos rápido até o local. Descemos numa porteira que estava aberta. Fui até uma casa e falei com uma pessoa que iríamos escalar. Descemos e passamos por uma cerca elétrica e seguimos subindo pelo lado de uma cerca. Mais acima, tinha um boi que não queria sair. Cheguei um pouco mais perto, mas ele me encarou e começou a raspar a pata no chão. Fui embora rapidinho e atravessei a cerca para o outro lado.

Já na base, conseguia ver o Itabira bem em frente. O pessoal subiu e eu fiquei por ali. Estava uma manhã bem agradável. Aproveitei para dar uma volta enquanto o pessoal escalava. Na volta, sugeri irmos visitar à Cachoeira Alta, local onde passe minha a maior parte das minhas férias escolares e onde meus avós nasceram. Acho que foi ali que brotar a minha paixão pelas trilhas e montanhas... O pessoal aceitou minha sugestão. Como o Leandro o Leon ainda estavam subindo, deixamos o recado de que saímos. Na volta, quando olhei para baixo, quem estava lá nos esperando? O boi nervoso! Bem no ponto onde tinha uma pontezinha. Em volta tudo brejo! Só existia uma passagem e ele estava lá! Ficou nos encarando e tinha certeza que ele iria correr atrás da gente a qualquer momento! Fomos seguindo a cerca até onde dava e no primeiro descuido, saímos correndo! Pronto... Estávamos salvos!

Pegamos o carro, coloquei Cachoeira Alta no GPS e seguimos. Pela estrada imaginei como estaria a escalada do Blanco e do Luis... Seguimos caminho e quando estávamos na localidade de Gironda, o GPS ficou meio doido. Mandava entrar numa rua onde tinha uma placa escrita “Sem Saída”. Parei e fui perguntar a uma senhora se ali era o caminho para a Cachoeira Alta e tive que ouvir a seguinte frase: “Você não leu a placa não?” Quem mandou ser teimoso... Seguimos a estradinha e mais a frente pegamos informação. Subimos uma estradinha e nos perdemos de novo. Abandonamos o GPS  e fomos procurar alguém que pudesse nos ajudar. Achamos um cara de moto. Fiz sinal e ele parou. Ele nos disse para entrar no campo. E voltamos. Olha que alguém viu um campo. E nós entramos e fomos parar numa pedreira de extração de mármore. Voltamos e continuamos a procurar o tal campo!

Mais uma rodada e finalmente encontramos o campo de futebol e a estradinha que descia até Cachoeira Alta. A estrada era bem ruim, mas o carro não decepcionou. De longe pude ver a usina e a Cachoeira ao fundo. Nada mudou... tudo como sempre! Tinha tanto volume de água, que vinha uma nuvem. Parecia uma chuva! Dali seguimos até o Distrito de São Vicente para tentar comprar alguma coisa para comer. Tudo vazio e fechado, com exceção de uma venda. Já era hora de voltar, mas antes aproveitei para passar onde minha tia morava. Tudo muito diferente... O tempo passa... Na volta ainda fomos surpreendidos por uma obra numa ponte, o que nos fez pegar outro caminho. Entre perdidas e achadas, conseguimos chegar novamente na estrada e pegamos o caminho até os Chalés do Frade.

Chegando aos Chalés do Frade, tivemos a notícia de que as cordadas ainda estavam na P5 e já eram, aproximadamente 19:45h. Com certeza fariam um bivaque no cume. Estavam todos bem, porém bem cansados. Fui dormir com o coração apertado, mas sem muito o que fazer... No dia seguinte, havíamos combinado de escalar a Pedra Azul.









Pedra Azul, Cachoeira de Matilde e Túnel de Matilde.
Dia 05/06/2021

Acordamos bem cedo e improvisamos um café da manhã no carro. Eram 4:30h da manhã. Tínhamos que sair cedo, pois tínhamos hora para entrar no parque. Pegamos a estrada ainda noite. E o tempo estava bem ruim. Muito diferente dos dias anteriores. A minha impressão era de que iria abrir a qualquer momento. Mas na estrada, já perto do Itabira, uma chuvinha fraca molhava o para brisa do carro. Pensei logo no perrengue das duas cordadas lá no cume. Será que estaria chovendo lá também? Com certeza... Mas queria acreditar que não!

Recebemos mais uma mensagem de que estavam se preparando para descer. Era só questão de tempo... E continuamos a viagem. Nada do tempo melhorar. Quando chegamos lá, estava tudo molhado. Nada de escalada... A pedra Azul estava encoberta e por alguns instantes ela apareceu entre as nuvens, ao som das siriemas! Conversamos e optamos por ir conhecer um circuito bacana em Matilde, um distrito de Alfredo Chaves.

Passamos pela Cachoeira de Matilde que é um espetáculo. A chuva nos fez acelerar o passeio e voltamos rápido aos carros. Dali, fomos visitar a antiga estação de trem de Matilde. Vendo algumas fotos do local, a Flávia viu as fotos de um túnel bem bacana e fomos lá conferir. Realmente, valeu a pena a caminhada. O túnel segue o curso d’água. Fomos descendo até o seu final. São aproximadamente 65 degraus que servem para diminuir a força da água. Depois do passeio, fomos almoçar. Tivemos boas notícias. As duas cordadas estavam de volta. Foram 17 horas de escalada e bivaque no cume do Itabira. Uma grande aventura! Já aliviado, pegamos o caminho de volta. Na BR 101, já bem próximo dos Chalés, paramos no acostamento para fazer algumas fotos da Pedra do Frade e a Freira. Não tem como passar e não parar!

Estava chegando ao fim...

No dia seguinte, acordamos tarde. Sem compromissos, tomamos café da manhã e cada um foi saindo no seu horário. Fizemos uma viagem rápida e num piscar de olhos estávamos em Niterói. As montanhas capixabas deixaram saudades...









quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Mergulho em Arraial do Cabo

Por Leandro do Carmo

Data: 18/12/2021
Local: Arraial do Cabo
Participantes: Corsário Divers





1° Mergulho – Ilha dos Porcos (Ponta Sul)
Tempo de fundo: 48 min
Profundidade Máxima: 10,8 m
Temperatura da água: 19°C

2° Mergulho – Enseada dos Cardeiros
Tempo de fundo: 57 min
Profundidade Máxima: 8,6 m
Temperatura da água: 21°C

 

Relato

Com a pandemia do Corona Vírus, havia ficado cerca de 2 anos sem mergulhar. É muito tempo! Quando recebi o convite da Corsário Divers, informando do mergulho, tratei logo de confirmar minha presença. Tinha um pouco mais de 1 mês para colocar tudo em dia. Meu equipamento estava há todo esse tempo guardado. Meu colete já havia quebrado o encaixe da rosca das válvulas de segurança e da traqueia. Isso já sabia que tinha que consertar. Meu regulador, contando esses dois anos, mais o tempo da última revisão, já pedia manutenção urgente! Bom, não teve jeito... Enviei tudo de uma vez para a CPCATIV SUB – Manutenção de Equipamentos de Mergulho. Com tudo em mãos, foi só esperar o dia chegar...

Arrumei todo o equipamento na véspera. Dei uma conferida extra em tudo para ter certeza de que não iria esquecer nada. Os dias andavam chuvosos, mas isso não me preocupava muito. Queria mais era dar uma treinada e ver como iria me comportar depois de tanto tempo sem mergulho. O ponto de encontro foi marcado no Cais da Praia dos Anjos, as 08h 30min. Para chegar lá tranquilo, saí de Niterói as 5h da manhã. A viagem foi tranquila e cheguei lá as 07h30min, com tempo suficiente para estacionar o carro tranquilo e tomar um café da manhã.

Cheguei no Cais no horário combinado e foi só esperar todos chegarem. Com todo mundo reunido, embarcamos no Tora Tora para o tão esperado mergulho. Era uma manhã bem agradável. Nosso primeiro mergulho seria na Ilha dos Porcos. A navegação foi rápida, tão rápida que já tem que sair arrumando as coisas. Depois de assistir ao breafing da equipe da SeaQuest, dividimos os grupos e as duplas. Minha dupla seria o Fernando Pessoa.

Com tudo pronto, fomos para água. Levando em consideração que estávamos em Arraial do Cabo, nem estava tão frio assim, algo próximo dos 18°C. Já na água, juntamos nosso grupo e olhando a corrente, decidimos começar indo contra a corrente para depois voltar a favor dela. Era hora de ir para o fundo. Levantei a traqueia, esvaziei o colete e comecei a descer. Desci lentamente até próximo dos 6 metros, onde comecei a bater pernas e iniciei mergulho.

A visibilidade não estava muito boa. Minha preocupação era conseguir compensar o ouvido, mas estava tudo tranquilo. Nesse primeiro mergulho, nem trouxe minha máquina, achei que fosse mais uma coisa para me preocupar. Queria mesmo era curtir. Avistei vários peixes como Salema, Baiacu, Cofre, borboleta, etc. Muitas águas-vivas naquele ponto. Ainda avistei uma tartaruga e uma moreia. Eram vários cardumes. Além dos peixes, muitos corais e outros animais como estrelas do mar davam o um toque especial ao mergulho.

A todo momento acompanhava o tempo e a quantidade de ar. Havia começado meio tenso e com a respiração mais rápida, o que me fez consumir mais ar que o de costume, mas conforme o tempo foi passando, voltei ao meu ritmo de sempre. Com cerca de metade de ar na garrafa, começamos o retorno. Na volta, cruzamos com diversos outros mergulhadores. Chegamos num ponto e fomos para a superfície e vimos que o barco ainda estava um pouco longe, aí descemos novamente pois seria mais fácil ir pelo fundo do que nadando na superfície. Mais alguns minutos e subimos praticamente ao lado do barco. Primeiro mergulho completo, tudo certo. Agora era hora do descanso e se preparar para o próximo.

Entrou um vento mais forte, o que inviabilizava outro mergulho por aquele lado. O segundo mergulho foi no lado oposto de onde estávamos, um pouco depois da Praia do Forno. Em poucos minutos já estávamos no segundo ponto de mergulho, deu menos tempo ainda para se arrumar, mas já estava tudo meio que encaminhado e foi mais rápido. Aos poucos, todos começaram a ir para água. Equipamento arrumado, era hora de ir para água. Sempre acho o segundo mergulho mais difícil de iniciar. Com corpo já seco e quente, ter que colocar a roupa molhada e cair na água é um sofrimento, mas logo passa...

Já na água, nos distanciamos um pouco do barco. Quase não ventava e estava bem parado, sem corrente. Desinflei o colete e fui para o fundo. Já estava bem mais tranquilo. A temperatura estava bem agradável também, 21°C. Optamos por seguir para a direita e fomos nadando suavemente. Tinha menos peixe nesse trecho, mas estava mais agradável que o primeiro. Foi um mergulhos em muitas surpresas.

De volta ao barco, tratei de arrumar logo as coisas na bolsa, pois a navegação de volta também era rápida. Passamos pela Praia do Forno e logo estávamos de volta ao cais. Ali, nos despedimos e peguei a estada novamente para Niterói. Pra quem estava esse tempo todo sem mergulhar, até que foi excelente. Pronto para a próxima!









segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Travessia Theodoro de Oliveira x Boca do Mato

Por Leandro do Carmo

Data: 26/12/2021
Local: Cachoeiras de Macacu
Participantes: Leandro do Carmo, Stephanie Maia, Marcelo Sá, Edney, Patrícia Pinto, Ivison Rubin, Solange, Fernando Silva, Cristiano Monteiro, Flávia Figueiredo, Bárbara Marinho, Leandro Justino, Luciana Caribé e Mariana Abunahman



Dicas da Travessia Theodoro de Oliveira Boca do Mato

A trilha pode ser divindade em duas partes. Na primeira você caminha no leito de um trecho da antiga rodovia RJ116 e no outro, no leito da antiga Estrada de Ferro que ia até Cantagalo. No primeiro trecho, caminhamos literalmente sobre o asfalto, sendo possível ver olho de gato e até as faixas amarelas em alguns pontos. No segundo, passamos por pontes antigas e até trechos contam ainda com trilhos. Por todo o percurso, passamos por pontos de água e locais para banho.

Na logística, se tiverem em dois carros, vale a pena deixar na rua que leva à Sede do Parque Estadual dos Três Picos, um pouco acima de onde terminará a caminhada. Se tiverem com apenas um carro, pode-se deixar o carro no mesmo local e pegar um ônibus ou van, até o posto da Polícia.

Como Chegar ao início da Travessia Theodoro de Oliveira x Boca do Mato

O início fica na rua ao lado do Posto da Polícia na RJ 116, nos limites do município entre Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo.

Vídeo da Travessia


Relato da Travessia Theodoro de Oliveira x Boca do Mato

A primeira e última vez que fiz essa travessia havia sido em 2017. Já se vão uns 4 anos... O tempo passa voando! A idéia de fazer essa bela travessia surgiu depois de uma conversa com a Flávia sobre onde comemorar o aniversário dela. Queríamos um lugar que pudéssemos levar bastante gente, que fosse acessível e que tivesse um bom local para confraternizar. Sugeri e a Travessia Theodoro de Oliveira x Boca do Mato. Ela, com certeza, seria o local adequado! Acertamos os detalhes e organizamos as caronas na semana anterior. O tempo estava meio chuvoso, assim como os últimos meses. Porém, havia uma janela boa para esse final de semana. Combinamos de sair às 6h30min de Niterói. Encontramos com Edney e Patrícia em Manilha e de lá seguimos para Cachoeiras de Macacu. Ainda fizemos uma parada para o café da manhã.

A viagem foi tranquila e chegamos rápido até a entrada da sede do Parque Estadual dos Três Picos. Lá, deixamos um carro e seguimos nos outros três, isso facilitaria o resgate na volta. Estacionamos os carros e iniciamos a caminhada. Seguimos caminhando e passamos uma casa à esquerda. Vem uma à direita também, essa bem maior. O início da trilha fica numa saída à esquerda, ao lado de uma subida.

Segui andando literalmente no asfalto. Como esse trecho inicial era um antigo trecho da rodovia que liga Cachoeiras de Macacu à Friburgo, quase todo o percurso está asfaltado, exceto para alguns trechos onde a força da água destruiu piso. A vegetação vem tomando conta de tudo, deixando apenas o caminho para passarmos. Após alguns minutos, chegamos a uma pequena cachoeira, a primeira de muitas durante quase todo o percurso

Estávamos mergulhados numa densa floresta. Só de pensar que ali já foi uma estrada... A natureza se recompôs com força. Continuamos a caminhada e passamos por diversos cursos de água. Uns maiores outro menores. Olhando a quantidade de água cortando o leito da antiga rodovia, dá para imaginar o porquê de não ter dado certo. Mais para frente, já era possível ouvir novamente o barulho dos carros, sinal de que já estávamos novamente próximos à rodovia.

Rapidamente chegamos à margem da rodovia RJ 116. Dali, fomos caminhando pelo acostamento até a entrada da trilha. Não lembrava muito bem onde era a entrada, mas agora tem uma placa indicativa do Parque. Mesmo que não tivesse, não seria muito problema em encontrar. Estava bem marcada. Seguimos descendo num trecho bem erodido até entrar novamente na densa floresta. Estávamos no segundo e, talvez, mais bonito trecho da travessia.

No final dessa descida mais íngreme, nos deparamos com uma antiga caixa d’água que servia para reabastecer a o reservatório das caldeiras das locomotivas. Elas faziam um grande esforço para ganhar a serra. É uma construção bem bonita e peculiar. Continuamos descendo e foi possível ver uma espécie de muro ou barreira de contenção, construído com pedras. Boa parte dele ainda resiste ao tempo e a força da natureza.

Continuamos a descida e cruzamos uma ponte, na qual atravessei com bastante cuidado. Algumas tábuas podres deixavam um vão perigoso pelo caminho. Uma queda ali, poderia trazer graves consequências. A água correndo ao fundo era um espetáculo. Até pensamos em descer e tomar um banho no poço que se formava logo abaixo, mas desistimos e seguimos descendo. Passamos pela segunda e maior ponte de percurso. Era bem alta, eu calculei uns 30 metros de altura, também em más condições e todo cuidado era pouco. Essa ficava bem difícil de descer, então nem cogitamos a possibilidade.

Depois de uma boa pernada, chegamos à antiga estação. A construção está em boas condições e o local é bem cuidado. Num gramado mais a frente, paramos para descanso e fizemos um grande picnic. Rolou café, lanche e um bom papo. Cantamos parabéns para a Flávia, afinal de contas, está vamos ali, também, por causa dela. Depois de um tempo, iniciamos o trecho final, descendo pela estrada até chegar novamente na RJ 116, já próximo a entrada da sede do Parque Estadual dos Três Picos. A chuva nos pegou nesse trecho final, mas, felizmente, não veio forte. Pegamos uma carona no carro do Ivison, que nos levou para resgates dos nossos.  Ainda paramos num restaurante para finalizar o dia. Ou melhor, o excelente dia!