Local:
Parque Nacional do Itatiaia
Já era hora de voltar ao Parque
Nacional de Itatiaia. Depois de algumas tentativas e adiamentos devido ao
clima, conseguimos, enfim, um final de semana. Como conseguir vaga na parte
alta do parque não é muito fácil, optamos por ficar no Hostel Picus. Já havia
ficado lá em uma tentativa de fazer a Serra Fina. O local é muito agradável e
relativamente perto do parque, longe uns 20 km.
Fazer num final de semana apenas fica
puxado, ou saímos na madrugada de sábado, ou sexta à noite, isso para quem trabalha...
Optei por ir na sexta. Saímos de Niterói às 21:00h e chegamos às 2:00. Fui
dormir as 3h e às 4 estava de pé. Apenas 1 hora de sono. Chegar cedo ao parque
pode fazer a diferença, principalmente se você quiser fazer alguma atividade
nas Agulhas Negras ou Prateleiras, locais onde tem limite para visitação. Nosso
objetivo era fazer o Circuito Morro do Couto x Prateleiras. Há pouco tempo, foi
implantado o sistema de senhas, onde é entregue somente para as pessoas que
estão no local. Antigamente, uma pessoa chegava cedo e pegava 30 senhas...
Acontecia de alguém chegar cedo, ter poucas pessoas na fila e na hora de
entrar, estar lotado. Isso acabou.
Chegamos cedo à fila e já havia uma
van e alguns carros. Eram cerca de 5 da manhã. Estava frio, porém menos do que
eu imaginava. Pegamos a senha entre 53 e 64. Bom, agora era esperar chegar a
hora. O dia amanheceu e com ele, veio o frio. Estava mais frio agora do que
quando chegamos. Mas o tempo bom nos dava a certeza de que o frio iria embora
nos primeiros metros de caminhada. Assim que abriram o parque, fui lá para
resolver os trâmites burocráticos de pagamento, preenchimento de fichas e etc.
Com tudo certo, entramos com o carro
e fomos para a área de estacionamento. Lá, nos preparamos para foto de partida.
O início da trilha, fica na estradinha que leva às antenas de Furnas. Começa na
rua pavimentada, circundando o morro. Há uma placa indicando “Couto”, com
alguns minutos de caminhada. A saída fica à direita e é bem aberta, não há como
errar nesse ponto.
Entramos de verdade na trilha. A
estradinha pavimentada deu lugar a um caminho bem definido. Já bem no início da
caminhada podíamos ter uma prévia do que encontraríamos pela frente... O tempo
estava agradável. Havia muitas nuvens na direção da Serra Fina, mas no geral o
tempo estava bom. A vista para as Agulhas Negras estava boa, apesar de algumas
nuvens bem ao fundo se aproximarem.
Paramos rápido para algumas fotos num
mirante e seguimos caminhando. A trilha seguia bem definida. Passamos pelo
Campo Escola Luiz Fernando, numa formação rochosa que antecede o Morro do
Couto. Seguimos mais um pouco e subimos uma rampa até passarmos na base de uma
grande antena. O grupo estava bem animado. Algumas nuvens se formavam, mas não
havia sinal de chuva.
Seguimos andando, sempre paralelos à
estrada que leva ao Rebouças. Ao fundo, o maciço das Agulhas Negras roubava a
cena. A Asa de Hermes, à sua esquerda, se destacava. Com mais alguns minutos de
caminhada e após alguns “sobe e desce”, chegamos ao Morro do Couto. Estávamos a
2.680 metros, sendo o 8º mais alto do país. Optamos por fazer uma pausa mais
longa e aproveitamos para lanchar. Dali, podíamos ver as Prateleiras bem ao
fundo. Ainda havia um grande caminho a percorrer. Após a parada para descanso,
continuamos a caminhada. Esse trecho é bem menos frequentado do que o anterior.
Dava para perceber pelo traçado. A trilha seguia pelos blocos de pedra
assentados no chão, como se fosse pavimentado, facilitando muito a descida.
Continuamos a caminhada e agora
descemos um pouco e parecia que as Prateleiras nunca se aproximavam. Passamos
por uma placa indicado que faltavam 4,5 km até as Prateleiras. A partir desse
ponto, somente com autorização para a travessia. Era um sobe desce pela crista
dos morros. Algumas subidas mais fortes que as outras, mas seguimos andando.
Passamos por uma placa indicando o Abrigo Rebouças, uma oportunidade para quem
quisesse abandonar a caminhada... Nosso objetivo era as Prateleiras! A partir
daí, descemos e seguimos por um lajeado, onde tinha uma indicação de água. Como
estávamos abastecidos, nem precisamos parar.
Após a placa, a trilha inicia uma
sequência de sobe morro desce morro em largos zig zags, afim de evitar grandes
paredões ou precipícios. Começamos a subir um pequeno morro e logo saímos em um
trecho de gramíneas, onde a caminhada passa a seguir no plano com trilha bem
demarcada e sem maiores problemas de navegação. Continuamos caminhando e
passamos por uma bifurcação indicando um mirante. Fomos até lá e ficamos de
frente para o maciço das Agulhas Negras. Um local fantástico. Pequena pausa para fotos e seguimos andando.
Voltamos para a trilha e após mais
alguns minutos andando, chegamos a uma enorme gruta. Ali era a Toca do Índio.
Há uma placa no local indicando o caminho. Após cruzarmos a Toca do Índio, uma
peculiar formação rochosa, levamos um tempo até encontrar o caminho certo.
Acabamos descendo pela direita e tivemos que voltar. Na saída da Toca do Índio,
deve-se sair pela direita, onde logo você vai encontrar uma formação de pedra
bem grande. Suba nessa pedra e siga para a esquerda, outros totens de pedra
sinalizarão o caminho.
Agora já estávamos bem próximos do
nosso destino. Seguimos andando e logo estávamos na base das Prateleiras. O
caminho batido deu lugar a um grande trepa pedras. Muitos chegam até ali. Mas
nosso objetivo era fazer cume. Fomos subindo num caminho nada definido. Um
trepa pedras onde passávamos por grutas, grandes blocos entalados e alguns
pequenos lances de escalada. Já próximos da base, vimos que tinham muitas pessoas
que esperavam para subir. Como nosso grupo estava grande e que demoraríamos
muito para colocar todos no cume, resolvi voltar com outros amigos.
Na volta ainda paramos para um lanche
reforçado e de lá seguimos andando pelo caminho até o Abrigo Rebouças, onde
fizemos mais uma parada antes de continuar até o Posto Marcão.