Por Leandro do Carmo
Via Tensão Harmônica, comemorando 40 anos!
Dia: 13/04/2019
Local: Costão de Itacoatiara
Participantes: Leandro do Carmo e Marcelo Correa
Relato
É uma história engraçada... Pela primeira vez fui obrigado a
escalar! Isso mesmo, obrigado a escalar! Já na terça feira mandei uma mensagem
para o Blanco deixando o sábado em aberto para a escalada. Ainda não sabíamos
qual via faríamos. Na quinta feira, ele me passou uma mensagem avisando que
teria um compromisso e não poderia, mas insistiu para que eu falasse com o
Marcelo. Pensei: “o cara não poderá escalar e quer muito que eu vá”. Até aí
tudo bem, mandei mensagem para o Marcelo e acertamos de escalar no sábado.
Sugeri as vias da Face Sul do Costão, lá decidiríamos qual fazer... O Ary e o
Rafael se juntariam a nós nesse dia.
Na sexta feira a noite, estava tão cansado, que enviei uma
mensagem para o Marcelo avisando para deixarmos nossa escalada para a parte da
tarde. Posso contar nos dedos as vezes que escalei à tarde... Como ele não me
respondeu, fui dormir. Já sabendo que não teria hora para acordar, dormi bem
tranquilo. Por volta das 7 horas da manhã, minha esposa veio com o celular na
mão, avisando que o Marcelo queria falar comigo. Meio sonolento, peguei o
telefone.
Leandro: “Fala Marcelo! Beleza?”
Marcelo: “Beleza Leandro! Vamos escalar! O Ary vai também.
Só vi sua mensagem agora.”
Leandro: “Te passei uma mensagem ontem, cheguei em casa
cansadão e tô com uma maior preguiça.”
Marcelo: “Vamos lá... Falei com o Ary e ele vai também...”Como
já tinha acordado e a mochila já estava pronta, resolvi escalar.
Leandro: “Então beleza, vou só pegar as coisas aqui e passo
aí na sua casa...”
Decidido escalar, peguei as coisas e encontrei o Marcelo na
casa dele e de lá, seguimos para Itacoatiara. Até agora, tudo normal...
Chegando em Itacoatiara, fomos direto para a subsede assinar
o Termo de Risco. O Ary já estava lá. Faltava o Rafael, que chegou logo em
seguida. Preenchemos o termos e seguimos para o início da trilha. Caminhamos
pela costão, um pouco próximo ao mar, até entrar no caminho dos pescadores e
após passar o acesso à Via do Tetinho, continuamos andando até contornar o
Costão. A base da via é difícil de achar... Não dá para ver o primeiro grampo.
Mas, olhando em volta, é o único lugar onde daria para começar a via. O Ary
veio logo atrás e confirmou o que havia pensado.
Subimos um pouco e nos equipamos. O Marcelo iniciou a
escalada e foi subindo meio que na intuição. Logo avistou a primeira chapeleta.
Subiu mais um pouco e montou a parada na terceira chapeleta. Dali subi e vi que
a via estava um pouco suja, talvez pela falta de frequência. Cheguei à parada e
segui direto. É um trecho bem bonito. Vai seguindo uma leve diagonal para a
esquerda, acompanhando uma sequência de buracos até chegar uma chapeleta. Dali,
sobe um pouco, fazendo uma lance um pouco mais difícil e vai agora numa
diagonal para a direita, até entrar em um grande buraco, onde tem uma dupla de
chapeletas.
Nesse ponto já conseguia mais ver a cordada do Ary e Rafael.
O Marcelo chegou logo em seguida e na conversa resolveu guiar o próximo lance,
o crux. A saída é bem vertical e com uma passada para a esquerda, dá para
chegar na chapeleta e de lá seguir subindo. O Marcelo passou o lance e resolveu
parar na próxima chapeleta, a anterior a parada dupla.
Subi logo em seguida e já dava para ver o Ary e o Rafael
logo acima, já descansando. Passei do Marcelo que estava na parada e segui
subindo direto. Essa saída, também é bacana. Mas o trecho acima até a parada
dupla é o mais sujo da via. Mas não é muito complicado. É aquele toca pra cima
direto. Chegando na dupla, montei a parada e o Marcelo chegou logo em seguida.
Dali, subimos mais uns 50 metros de costão até estar próximo da descida para a
Pata do Gato.
Já no cume, ficamos apreciando a bela vista para Itaipuaçu.
O dia estava bem agradável. Fizemos algumas fotos e sem pressa, começamos a
descer. Passamos pelo cume do Costão lotado e paramos para tomar um Açaí. Sem
pressa, ainda ficamos conversando um pouco. Na hora de ir embora, tinha que ir para
a AABB para encontrar minha esposa e as crianças. Dei uma carona para o Marcelo
que em cima da hora resolveu almoçar lá também... Nem percebi nada... Quando
cheguei ao clube, vi que o restaurante estava fechado e no celular, havia uma
mensagem da minha esposa dizendo que era para ir no Chalezinho que estavam
servindo um churrasquinho. Quando cheguei lá, vi todos reunidos e cantando
parabéns! Festa surpresa!!!!
Muitos amigos reunidos para comemorar meu aniversário de 40
anos! Só agora que fui entender o motivo do Marcelo ter me ligado de manhã cedo
para escalar, do Blanco ter forçado a barra para eu ir escalar com o Marcelo,
do Marcelo ter feito uma parada a mais na escalada...
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