Por Leandro do Carmo
Travessia da Serra de Itaitindiba
Local: Maricá/Itaboraí
Data: 12/03/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, André Pontes, Cris Anderson, Lando Mendonça e José Antônio
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, André Pontes, Cris Anderson, Lando Mendonça e José Antônio
A Serra de Itaitindiba se destaca na paisagem de Maricá. Ela faz divisa entre os municípios de Maricá, São Gonçalo e Itaboraí. Foi nas pesquisas para mapeamentos das trilhas de Maricá que vi que seria viável fazer a travessia pela sua linha de cumeada. Na verdade, o nosso objetivo era fazer o Alto do Gaia a partir de Cassorotiba... Mas faltavam detalhes... Foi aí que comecei a aprofundar as pesquisas.
Não encontrei nenhum registro que indicasse que o caminho já
havia sido percorrido e nem o que iríamos encontrar pela frente. Estava visível
nas fotos de satélite um caminho por quase toda a linha de cumeada, mas existia
um trecho sem caminho marcado... Esse seria, na teoria o nosso grande desafio.
Na semana anterior convidei algumas pessoas para participar
da nossa empreitada. Conversando com o André, enviei alguns arquivos para ele
preparar alguns mapas para nos ajudar. Discutimos também como seria nossa
logística. A princípio pensamos em fazer no sentido Calaboca – Gaia, visto que
o último ônibus que saía de Cassorotiba, seria as 12:00. Mas como ficaria muito
apertado, decidimos pegar o primeiro ônibus, que sai as 8 da manhã, começando
em Cassorotiba para terminar no Calaboca. Mais tarde vocês verão que essa foi
uma decisão acertada!
E assim combinamos de nos encontrar na entrada do Spar. O
André sairia de Inoã e nos encontraria no caminho. Eu, Leonardo, Cris, Lando e
Zé Augusto nos dirigimos até a pracinha do Spar. Deixamos um carro na saída da
trilha para facilitar a volta e o outro acabou ficando perto do ponto de
ônibus. Pontualmente, às 8 h, o ônibus passou em Inoã e em poucos minutos
estava passando por nós. Dentro do ônibus só o André e mais uma senhora.
Também... quem vai parar em Cassorotiba as 8h de sábado? Entramos nos ônibus e
ele foi balançando pela estrada de chão até que ele parou e o motorista disse: -
Ponto final! A estrada não está boa e estamos parando por aqui. Esperávamos que
seguiríamos até mais a frente, mas não tinha jeito, teríamos que iniciar nossa
caminhada ali.
Estávamos na Estrada de Cassorotiba, nº 5000, em frente a
entrada da fazenda homônima. Caminhamos por uma bela e agradável estrada e
vimos que o caminho não estava ruim, daria para o ônibus passar numa
boa... A nossa esquerda a bela Serra de
Itaitindiba e a direita, a do Macaco e Camburi. Passamos pela obra do duto da
Petrobrás e começamos uma subida até que cruzamos para o município de Itaboraí.
Dali, começamos a descer. Sabe aquelas horas em que as coisas começam a dar
errado? Então... O GPS parou de funcionar e foi hora de sacar o mapa para poder
nos auxiliar. Mas cadê o mapa? André tirou da mochila e esqueceu de colocar de
volta. Vamos sem ele!
Continuamos caminhando e lembrei que tinha o arquivo no
celular. E como ajudou! Vimos o ponto exato de onde teríamos que entrar.
Seguimos subindo nesse primeiro trecho, mas optamos pelo caminho mais definido,
o que não foi a melhor escolha... Ainda tentamos encurtar o caminho até o alto
da serra, mas chegamos num trecho muito íngreme e fechado. Até daria para
forçar a barra, mas o objetivo não era esse. Precisávamos de um caminho na qual
as pessoas pudessem fazer. Como iríamos explicar esse trecho? Bom, decidimos
voltar e seguir pelo caminho norma, ou seja o mais longo! Isso nos fez perder
tempo. Seguimos descendo e fomos em direção a um colo, numa passagem entre os
dois morros. Ali cruzamos uma cerca e descemos em direção a uma casa bem ao
fundo vale. Dali, conseguíamos ver o nosso possível trajeto.
Chegamos na casa, na qual haviam algumas pessoas, cumprimentamo-las
e pegamos algumas informações. Entramos por uma porteira e iniciamos um longo
trecho de subida. Passamos pelas ruínas de uma antiga fazenda e no caminho,
comecei a ouvir um barulho de água. Fui em direção a ela e encontramos um
córrego com bastante água, o suficiente para nos refrescar. Foi hora de fazer a
primeira parada do dia.
Voltamos a caminhada e seguimos por esse caminho bem aberto,
até que passamos por umas ruínas. Nesse ponto aconteceu uma coisa curiosa:
passando ao lado de uma jaqueira, caiu uma jaca a cerca de 1 metro de distância
de mim... Se eu tivesse um pouco mais para o lado... Nem sei! Como a jaca já
estava ali no chão, pensei: Vamos comer! Segunda parada do dia!
Seguimos subindo e já tínhamos uma linda vista para
Itaboraí. Continuamos subindo até passarmos por uma grande árvore com uma
sombra convidativa. Segui subindo lentamente até chegar a uma bifurcação. Para
a direita chegamos a uma mirante voltado para São Gonçalo. Dali, conseguíamos
ver o caminho na qual deveríamos pegar: uma íngreme subida paralela a uma
cerca. No alto, chegaríamos ao Gaia, primeiro objetivo do dia. Voltamos à
bifurcação e agora seguimos pelo caminho da esquerda e iniciamos a subida. No
meio dela, havia um caminho em diagonal para a direita, na qual pegamos. Me
arrependi de não ter ido ao cume onde há a divisa dos três municípios: Maricá,
Itaboraí e São Gonçalo... O calor estava forte e optamos por não ir.
No alto, já com uma sombra, fizemos nossa terceira parada.
Uma pausa um pouco mais longa, onde aproveitamos para lanchar. Adentramos por
um caminho bem definido e bem agradável. Caminhávamos agora sobre a densa
floresta e já não tínhamos o incomodo do sol. Porém não tínhamos mais nenhuma
referencia visual. Mas o caminho bem definido, não deixava dúvida. Descemos por
um longo trecho até que chegamos a uma pedra onde estava sendo construída uma
antena. No alto da pedra, fizemos nossa quarta parada.
Dali conseguíamos ver novamente o caminho que teríamos que
percorrer. Voltamos para a caminhada e foi difícil achar um caminho a partir
daí. Rodamos e nada. Decidimos voltar
para linha de cumeada e encontramos novamente uma cerca. Seguimos com ela a
nossa esquerda num trecho bem fechado. Foi um longo caminho e quando achávamos
que iríamos encontrar algo aberto: mais capim... Encontramos o que parecia um
antiga estradinha em meio ao capinzal, mas não pudemos seguir por muito tempo
nela, pois ela segui em uma direção diferente da qual deveríamos ir.
Atravessamos um pequeno vale e logo conseguimos chegar num
trecho mais aberto. Seguimos andando, mas fechou novamente. Fomos assim,
alternando entre trechos abertos e fechados até que passamos por outra antena.
A partir daí, tudo melhorou. Um alívio! Percebi que havia passado motos por
ali. Isso de certa forma facilitou nosso trabalho em um trecho mais adiante.
A partir daí foi andar... Chegamos a um morrote e já dava
para ver o Condomínio no final trilha. Havia mais um morro e já estaríamos na
trifurcação da Serra do Calaboca. Caminhamos os últimos metros até entrarmos de
vez na reta final. Daí foi seguir até o carro. Ainda paramos para um
refrigerante, antes de seguir para casa.