terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Livros que ando lendo: No teto das Américas, oito brasileiros escalando o Aconcágua

Por Leandro do Carmo



Título: No teto das Américas, oito brasileiros escalando o Aconcágua
Autor: Isabel Vieira

Sinopse: O sonho de quase todos os alpinistas é escalar os 8 848 metros de altura do Monte Everest, o pico mais alto do mundo, na fronteira do Nepal com a China ou então o Aconcágua, o pico mais alto das Américas, com seus quase 7 000 metros, entre a Argentina e o Chile. Tanto um quanto outro representam grandes desafios aos amantes do alpinismo. A jornalista Isabel Vieira relata a aventura vivida por oito esportistas do Clube Alpino Paulista, que em dezembro de 1985 iniciaram a escalada do Aconcágua, vencendo toda sorte de obstáculos, como rios de correnteza fortíssima, ventos de 150 quilômetros horários, tempestades de neve, temperaturas de até 40 graus negativos e os efeitos que o ar rarefeito provoca no organismo, conhecido como puña, ou mal das alturas. Apesar das dificuldades, o fotógrafo-alpinista Milton Shirata conseguiu subir e documentar a expedição.

Comentário Pessoal: Livro bem curto e de leitura rápida. Esperava mais. O Aconcágua guarda grandes surpresas para os aventureiros. Hoje em dia, a estrutura permite um ataque ao cume com mais segurança, porém não o subestime!

domingo, 17 de janeiro de 2016

Cinco Pontões: Um paraíso em terras capixabas!

Por Leandro do Carmo

Cinco Pontões: Um paraíso em terras capixabas!

Local: Espírito Santo
Data: 23 a 26/10/2015
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Renato Rubis e Anelise Machado


A Pedra dos cinco pontões é um monumento natural tombado pelo Patrimônio histórico do Estado do Espirito Santo. Trata-se de um magnifico maciço montanhoso natural que engloba terras dos municipios de Laranja da Terra e Itaguaçu. Seu pico mais alto alcança 1.200 metros de altitude e são várias as lendas e histórias que se contam sobre o lugar. A  "pedra"  como é conhecida constitui-se de um magnifico conjunto de cinco picos graníticos que se erguem e podem ser apreciados a grande distância.

Todo esse conjunto de rochas, incomuns em seu aspecto de relevo brasileiro, são margeados por remanescentes da floresta atlântica, existindo ainda uma mata em bom estado de conservação.

Relato

Meu primeiro contato com Cinco Pontões foi lendo o livro Horizontes Verticais, de Jean Pierre von der Weid. Na época, não tive dúvida que estaria lá um dia. O local é fantástico e formação rochosa é uma das mais belas do Brasil, quiçá do mundo...

Mas chegar a Cinco Pontões não seria uma das tarefas mais fáceis. São aproximadamente 570 km, em quase 10 horas de viagem. Quando se chega lá, percebe-se que a viajem foi até curta.
Enquanto programava a viagem, descobri que a família da esposa de um amigo meu era de Laranja da Terra. Ele nos indicou um lugar para ficarmos, Recanto da Pedra (vou falar sobre essa excelente hospedagem mais tarde). O melhor de tudo era que, chegando à Laranja da Terra, teríamos alguém para nos guiar até ao ponto onde ficaríamos. Como não tinha muita referência do local, fiz contato com o Oswaldo Baldin, montanhista capixaba com algumas conquistas no local e ele me indicou o mesmo local. Com a data da viagem e o local da hospedagem definidos, era hora de arrumar as mochilas!

Tínhamos um grupo definido, mas tive que antecipar a data da viagem em 1 dia, o que fez algumas pessoas desistirem. No final, éramos 4:  Eu, meu irmão, meu tio e a Annelise para a missão. Marcamos de sair no dia 23, sexta feira, às 4 da manhã, assim estaríamos passando por Campos ainda cedo, o que facilitaria um pouco, devido ao trânsito dessa cidade. Seguimos na estrada e fizemos nossa primeira parada no posto Oásis, antes de chegar a Campos. Primeira parada para esticar as pernas e seguimos até a segunda entrada para Cachoeiro de Itapemirim, aos pés da Pedra do Frade e a Freira. O caminho a partir daí é um espetáculo a parte. Você vê a Pedra do Frade e a Freira por um outro ângulo e passa bem próximo da fantástica Pedra de Itabira, além de muitas outras montanhas.

Seguindo viagem, passamos por placas de algumas Unidades de Conservação, como Pedra Azul e Forno Grande, mas essas terão que ficar para uma outra oportunidade... Cruzamos algumas localidades como Vargem Alta e Domingues Martins, até que chegamos a uma que chamou a atenção: Afonso Cláudio. Lá passamos pelos Três Pontões. Pela foto já dispensa comentários... Outra na lista das espetaculares montanhas capixabas! A essa altura, faltava pouco. Seguimos e chegamos à Laranja da Terra. No pequeno centro da cidade, liguei para o Fabrício, ele seria o nosso guia até os Cinco Pontões. Demos uma esticada nas pernas, afinal de contas já estávamos a mais ou menos 9 horas na estrada. Seguimos caminho até o nosso objetivo.

Se não tivéssemos encontrado o Fabrício, teria sido mais complicado de chegar. Paramos na estrada para bater algumas fotos e entramos numa estradinha de chão. O Fabrício ainda nos levou até uns lugares fantásticos. A vista era coisa de cinema. Sem palavras... Mas o nosso destino ainda não havia chegado e voltamos novamente à estradinha de chão. Passamos por alguns lugares e logo estávamos vendo os Cinco Pontões de outro ângulo. Continuamos andando até chegamos ao Recanto da Pedra. Enfim chegamos!!!

Fomos muito bem recebidos pela Luíza e pelo Antônio. Esticamos as pernas e fizemos um lanchinho rápido. Da grande varanda do Recanto, podíamos apreciar a bela vista do Pontão Maior e o 17 de Julho, além do Pitoco do Alemão. Com 30 minutos de conversa, já parecia estar em casa. O Recanto da Pedra é a única hospedagem no local. Toda a família trabalha no negócio. Além da hospedagem, eles trabalham com o ecoturismo, fazendo dos Cinco Pontões, a atração principal.

Como chegamos ainda dia, resolvemos ir ver o por do sol lá de cima. O Fabrício nos levou até o começo da escalada do Pico Maior. Assim pudemos conhecer o caminho que faríamos no dia seguinte para escalar. Seguimos de carro até onde deu e caminhamos por mais alguns minutos. Era hora de esticar as pernas. A trilha está bem definida e limpa. Caminhamos em meio aos eucaliptos, característica do local. Por sinal, percebi que as lavouras de café vem dando lugar aos eucaliptos, talvez pela praticidade. Não sei qual será o impacto disso no futuro...

Lá do alto dava para ver uma vista bem bonita. As nuvens e uma nevoa branca prejudicaram um pouco o visual. O por do sol ficou encoberto, conseguimos ver somente alguns raios laranja pela lateral de uma grande nuvem. Segui até a base da escalada. Sabia que havia sido feita uns degraus, mas não sabia que eram tantos...

horizonte, vimos a chuva se aproximando. Aceleramos a descida afim de não nos pegar no caminho. De lá de cima, o Fabrício se despediu e seguiu o caminho de volta. Descemos até o Recanto da Pedra e ficamos conversando até a janta sair. A segunda grande atração do dia... Aos poucos o cansaço foi batendo e só nos restou subir e descansar... O dia seguinte prometia...

Como o dia anterior havia sido bem cansativo, marcamos nosso café da manhã para as 8 horas. Nosso objetivo de hoje seria subir o Pontão Maior e descer até a cangalha e dar uma explorada pelo local. De barriga cheia partimos para a subida. O dia prometia ser quente, como os que vinham sendo. Caminhamos por cerca de 40 minutos até chegar à base da escalada. Apesar da escadinha e dos cabos de aço, resolvemos subir encordados. Estávamos eu, meu irmão e a Annelise. Subi na frente até o primeiro platô e eles vieram logo em seguida. Dali foram mais dois lances e logo estávamos no cume. Um 360º fantástico. Hoje o dia estava mais limpo que o dia anterior.

Estávamos vendo sob outra perspectiva. Ontem estávamos lá em baixo, agora aqui em cima. O Pico 17 de Julho sobressaía aqui na frente e roubava a cena. Ainda fiquei contemplando a paisagem olhando até onde o horizonte permitia, pensando o quão somos pequenos... Somos apenas três minúsculos pontos aqui em cima... Como o dia estava mais aberto que o anterior, o calor, consequentemente, estava mais forte. O dia limpo cobrava seu preço! Resolvi descer até a cangalha. Uma estreita passagem para o Pico Gêmeo. Fixei uma corda extra que havia levado e rapelei até a base. Foram uns 50 metros. Fui até à base da escalada do Gêmeo. Com o calor que estava fazendo, essa vai ficar para a próxima.

Voltei pela corda, e nos preparamos para descer. Foram dois rapeis de volta até a base. O calor estava forte e voltamos até o Recanto. Fui direto para a ducha. A água estava ótima. Não tinha outra coisa a fazer. No resto do dia, curtimos um bom papo, regado a uma caipirinha especial e como já era de se esperar, uma maravilhosa janta.

No dia seguinte, devido ao calor, nem subimos tão cedo. Era dia de evento no Recanto da Pedra. Quase todo final de semana eles organizam uma subida ao Pico Maior. Nesse, não foi diferente. Acordamos decididos a subir a via normal do Pontão Maior. Fomos eu e meu irmão apenas, a Annelise preferiu ficar na pousada. A via segue, em seu começo, paralela e a esquerda da escada e depois da primeira parada, e escada corta a via e ela passa para direita. Fizemos a caminhada inicial e logo chegamos à base da escalada.

Na base, nos encordamos e eu segui guiando. A primeira enfiada foi bem tranquila, com boas agarras, em um formação rochosa daquelas na qual as agarras pareciam estar coladas. Algumas quebravam, mas fazendo um teste antes, dá para seguir tranquilo, até porque essa via não é das mais complicadas. Rapidamente cheguei a primeira parada dupla. Meu irmão veio logo em seguida. Pedi que ele parasse no grampo abaixo, pois já sairia tirando o fator 2 do crux. Saí um pouco para a esquerda e toquei pra cima até o próximo grampo. Subi mais um pouco e cruzei a escada até o próximo grampo. Daí foram mais alguns grampos até o cume.

Como no dia anterior, o sol estava fortíssimo. Sem condições de fazer as outras escaladas. Aproveitamos a corda do pessoal do rapel e descemos num esticão só. Aí foi voltar debaixo de um escaldante e curtir uma ducha refrescante no Recanto da Pedra. Ainda ficamos para o churrasco curtindo o final de domingo num clima agradável. O tempo foi passando e saudade já foi batendo.

Já no dia seguinte acordamos bem cedo. Tomamos um café nos despedimos e nos preparamos para a cansativa viagem. O Antônio nos acompanhou pela estrada de terra para que não errássemos o caminho. Aí foi dar aquela última olhada pra trás e seguir com um sorriso de satisfação e um coração apertado, já consumido pela saudade... 

Valeu Cinco Pontões!!!!! 

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões

Cinco Pontões