Via Paredão Fogo do Inferno – 3º IVsup E2 D2 - Croqui
Dicas: Para acessar a
base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar
a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois virar para a
esquerda. Seguir reto até uma grande árvore a sua esquerda, após,
seguir para a esquerda pegando um leito de seco de um córrego. Em um
determinado ponto verá a parede. A base da via é difícil de
encontrar, pois precisa-se subir um costão com bastante vegetação
e bromélias. Não consegui achar o primeiro grampo. Rapel
obrigatório pela própria via.
Pela quantidade de vegetação que tem na base, é uma via que não recomendo.
Relato
Continuando com o
projeto de escalar as vias do Córrego dos Colibris para o trabalho
de mestrado da Stephanie, marcamos de fazer a Paredão Fogo do
Inferno. Foi a primeira via a ser conquistada no local. Nunca tinha
ido na base dela, sabia que tinha muita vegetação no começo. Mas
como tínhamos que fazê-la... Nossa idéia era começar bem cedo e
tentar fazer a Fogo do Inferno e a Mabele Reis no mesmo dia. Mas não
foi tão fácil assim...
Saímos por volta das
06:00 h da manhã e seguimos até Itaipú. Estacionamos o carro e já
saímos arrumados para a base da via, na minha idéia ganharíamos
tempo. Cruzamos a cisterna de cimento, a grande figueira e segui até
quase a base da via Aline Garcia e Chuva de Guias, onde seguimos por
um discreto caminho, muito fechado. Mais tarde saberia que não era o
melhor. Era um costão com muita vegetação. Seguimos subindo, com
um pouco de dificuldade até chegar a um local mais confortável.
Quando demos uma relaxada, vi que estava faltando alguma coisa: a
corda!!! Deixei a corda dentro do carro. Voltei rapidinho para
pegá-la, enquanto a Stephanie fazia algumas fotos.
Consegui voltar por um
caminho melhor do qual havíamos feito. Fui e voltei literalmente
voando! Já havíamos perdido tempo de mais. Continuamos subindo para
ver se encontrávamos o grampo. Procuramos durante um bom tempo e
finalmente achei uma sequência de 3 grampos. Ali, nos encordamos e
eu segui escalando. Foi difícil continuar. A vegetação aumentou
mais ainda, o que dificultou bastante a subida. Optei por seguir por
uma linha bem óbvia e sem bromélias, uma passada difícil e bem
suja, e nada. Nenhum sinal de grampos. Subi mais um pouco e nada,
avaliei seguir numa horizontal, mas se tivesse que desescalar,
ficaria mais complicado.
Voltei dali, até um
pouco mais abaixo e tentei o caminho mais fechado. Já estava
pensando até em desistir... Mas missão dada, tem que ser
cumprida!!!! Foi quando encontrei uma parada dupla. Mais acima tinha
outro grampo. Acho que agora havia encontrado! Montei a parada ali e
a Stephanie veio, pulando as bromélias com um maior cuidado. Ainda
falei: Tudo pela ciência!!! Vi que o lance era bem vertical e pelo
que havia visto no croqui, seria o crux da via. Estava bem sujo.
Nenhum sinal de frequência. Mas já estava ali e teria que seguir!
Perdemos bastante tempo
e já tínhamos a certeza de que não daria para fazer as duas vias.
Comecei literalmente a escalada. O grampo está um pouquinho alto e a
queda ali, iria direto à base. Ainda falei para a Stephanie ficar um
pouco mais para o lado, poi se eu caísse, iria direto em cima dela.
Mas segui sem problemas. Dali para cima a via já ficava como as
outras do local. Fui seguindo até a dupla de grampos, onde montei a
parada. A Stephanie veio logo em seguida. Ainda comentamos o quanto
essa via causa impacto na vegetação. Dali, dava para ver os grampos
da via Mabele Reis, a nossa próxima investida.
Subi novamente, agora
sempre vendo os grampos seguintes. Sem querer pulei um grampo, que só
foi visto pela Stephanie quando ela subiu. Contornei um pequeno platô
de vegetação e montei a parada. O sol deu uma esquentada.
Aproveitei para acelerar mais um pouco. Estava torcendo para ter uma
sombra no final via... Cheguei lá e nada de sombra, só o sol forte.
Pelo menos era uma parada confortável. Ficamos ali durante um tempo.
Aproveitamos para fazer um lanche.
Começamos a descida
pois o rapel era obrigatório. Até que fomos rápidos e chegamos até
a primeira parada dupla da via, naquele mar de bromélias. Dali, para
evitar ao máximo o impacto na vegetação, resolvemos descer
andando. Devagar passamos pela área mais fechada e seguimos descendo
pelos grampos. Nem o utilizamos, fomos devagar por um pequeno diedro
que tem no começo. Andar ali era muito desconfortável. Mas
conseguimos chegar até a base. Não foi por onde começamos, mas foi
por um caminho melhor.
Sem dúvida a pior via
do setor. Valia a pena até uma avaliação para verificarmos a
possibilidade de desequipagem. Pois por possuir as mesmas
características das outras vias do setor e por causar grande impacto
na vegetação, acho que ninguém sairia perdendo! Fica como
sugestão.
Enfim completo!
Faltando apenas uma, a Paredão Mabele Reis, mas essa ficará para a
próxima!
Foi concluída faz alguns meses uma conquista no contraforte do Perdido do Andaraí (conquistada por Carlos Arruzzo, Eliel França e Rodrigo Tavares, todos do CEG).
A via tem classificação geral em 3º, IIIsup, E1, D1, 100m. Seu nome é Roberto Schmidt, em homenagem a figura simpática e guia veterano que frequenta o CEG e o CERJ.
A saída pode ser feita pela laca que fica à esquerda da base da 12 de Fevereiro (usando camalots somente no final da laca que é muito larga no começo) ou por uma horizontal saindo do terceiro grampo desta mesma via. A via tem predominância de agarras. Ainda está suja e quebradiça, como em qualquer conquista recente. Foram feitas paradas duplas para possibilitar o rapel com maior segurança.
A via é interessante e agrega mais uma opção neste setor do Grajaú, que já conta com outras vias curtas e fáceis. Além disso, torna-se um verdadeiro oásis no verão, ficando na sombra por volta de 14:00H.
Estou enviando em anexo o croqui e uma foto da linha (agradeço ao Claudney do Light por esta foto!).
Projeto Limpando Nossa Praia - Um mergulho consciente!!!
Local: Praia de Itaipu
Dia 20/09/2014
Participantes: Leandro do Carmo, João Paulo Neto, Leonardo Carmo, Renato Rubis e Angelo Cordeiro
Relato
A ideia de fazer um mergulho para limpar o fundo já era um
projeto antigo. Sempre esbarrei na falta de participantes. Conversando com o
Felipe Queiroz do Parque Estadual da Serra da Tiririca, fiquei sabendo que teria
um evento de limpeza na praia de Itaipú. Fiz alguns contatos e logo arrumei um
voluntário, o João Paulo. Ele ficou bastante entusiasmado com a idéia e logo
nos organizamos. Fizemos vários convites, mas no final das contas, estávamos em
apenas três para o mergulho. Pouca
gente, mas o suficiente para efetuarmos o trabalho.
Com tudo certo, fui procurar alguém para ficar no apoio com
os caiaques. Meu medo era ficar muito vulnerável com o movimento das
embarcações na superfície. Assim falei com meu tio, o Renato e meu irmão
Leonardo, que logo aceitaram o convite. Assim estávamos com a equipe completa.
No dia do evento, o João Paulo foi pegar as garrafas alugada
em Jurujuba. Eu, meu irmão e meu tio, chegamos cedo em Itaipu, pois nosso medo
era não conseguir um bom lugar para estacionar e ter que carregar o equipamento
por uma distância maior. Ficamos bem localizados e assim que estacionamos o
carro, fomos retirando os caiaques de cima do carro, deixando tudo pronto. Algum
tempo depois, o pessoal do Parque Estadual da Serra da Tiririca – PESET chegou
e montou o stand que receberia os voluntários.Fui até a praia, onde outro grupo também organizava atividades,
inclusive uma de mergulho. Ali estava a maior concentração de pessoas. Voltei e
meu irmão e meu tio foram para a água dar uma remada enquanto eu aguardava o
João Paulo.
Nesse meio tempo, o João Paulo me ligou dizendo que tinha
que esperar encher as garrafas, pois as que tínhamos alugado, foram levadas por
outra pessoa.Paciência. . . Era preciso
20 minutos para encher uma. Como havíamos alugado 3, teríamos um atraso de 1
hora. Não tinha outra maneira a não ser esperar. Depois de algum tempo, dei uma ligada para o João Paulo que
falou que já estava no estacionamento. Fui até lá, peguei os últimos
equipamentos e levamos tudo para a areia. Já tinha bastante gente quando
chegamos. Algumas pessoas já haviam começado a coleta de lixo na praia.
Com tudo pronto, decidimos que começaríamos o mergulho numa
pequena enseada e seguiríamos batendo o fundo até um determinado ponto mais a
frente.Levamos tudo para a água e fomos
colocando em cima do caiaque. O meu ficou super lotado: duas garrafas com
colete, cintos de lastro, roupa, nadadeira e mais algumas coisas. Meu tio levou
algumas coisas e o meu irmão, como tem um caiaque fechado, teve que rebocar uma
garrafa com um colete, o que deu um arrasto forte. O João Paulo e o Ângelo
seguiram pela areia e foram caminhando até o nosso ponto de saída.
Fui remando até lá e vi que o mar estava um pouco mexido.
Mas ali era raso e daria para desembarcar o equipamento. Não estava muito confortável,
mas foi o que deu. Tinha muito ouriço no fundo de pedras, o que nos rendeu
alguns espinhos no pé. Rapidamente nos arrumamos e seguimos até um ponto mais tranquilo.
Ali, combinamos que o Leonardo e o Renato nos acompanhariam durante o mergulho,
dando o apoio necessário. Faríamos 30 minutos de mergulho, subiríamos até a superfície
e programaríamos o próximo.
Assim fizemos. Descemos e fomos seguindo. A visibilidade não
era das piores. Já nesse começo, retiramos alguns plásticos e mais a frente vimos
uma âncora, que marcamos o local para voltar um outro dia. Mais a frente,
retiramos alguns cabos e redes e fizemos nossa primeira subida à superfície. Deixamos
nos caiaques o material recolhido evoltamos para o fundo.
Continuamos nosso mergulho e mais a frente, retiramos mais
rede e cabos enroscados, que por sinal é o que mais tem no local. Deu muito
trabalho, pois estava bem preso entre os corais e tínhamos que cortar os cabos
e ir dividindo em pedaços menores, para facilitar a retirada. Soltei também, um
grande pote de plástico que estava preso e um grande pedaço de rede.
Quando estávamos com uns 40 minutos de mergulho, subimos e
decidimos ir voltando devagar. Na volta, encontramos um barco que nos avisou
que havia uma grande rede bem abaixo deles e que não estavam conseguindo
tirá-la. Descemos e analisamos o local. Vi que ela estava agarrada em duas
grandes garatéias e enroladas em cabos. Vi que para tirá-la, precisaria
cortá-los. Assim começamos. Cortamos alguns cabos e fomos puxando e, devagar, a
rede foi soltando. O problema agora era conseguir trazê-la para a superfície.
Eu, João Paulo e o Angêlo seguramos nos cabos e começamos a subir. Fizemos
muita força, mas conseguimos chegar à superfície. Tivemos ajuda do barqueiro
Léo, onde conseguimos colocá-la em cima do barco, finalizando com sucesso o
resgate.
Como essa subida foi bem cansativa, aceitamos a carona do
Léo até a praia. No caminho ouvimos alguém pedir ajuda, eram dois mergulhadores
que tinham achado uma tampa de fogão, mas que pelo peso, não estavam
conseguindo subir com ela. Arrumamos um cabo no barco e o João Paulo desceu e
amarrou a tampa e cortou alguns cabos que a prendiam, assim, do barco,
conseguimos puxá-la. Com mais esse inusitado lixo, ouvimos mais dois
mergulhadores chamarem Um deles, era o Sérgio Schueler avisando que acharam um
triciclo. Chegamos perto, puxamos o cabo e colocamo-lo dentro do barco. Agora
sim estávamos pronto para voltar.
Chegamos à praia e tinha tanto lixo que foi preciso colocar
o barco na areia para retirar tudo. Algumas pessoas ajudaram e assim ficou mais
fácil. Levamos tudo para um local reservado na praia, onde alguns biólogos
faziam a separação e retiravam alguns seres marinhos que estavam presos na rede
e nos cabos.
Missão cumprida!!! Pousamos para a foto junto com o nosso
troféu!!! Valeu pessoal e que essa seja a primeira de muitas!!!! Até a próxima!!!!
O local da base é o mesmo da via Golpe do Cartão, no
Vale da Serrinha, mais ou menos na metade da subida da estrada que
liga Itaipú à Itaipuaçú. O início da trilha fica no primeiro
grande recuo, à direita da estrada. Parando o carro ali, subir até o primeiro poste e dobrar a direita. Foram três
investidas para concluir a via. A linha ficou bem interessante,
começando com uma saída forte, onde o crux fica entre o primeiro e
segundo grampo. A primeira parada é dupla e fica fora de visão,
devido a um veio de pedra na parede. Parando ali, vai diminuir um
pouco o arrasto da corda. A partir daí, a via segue numa linha bem
óbvia num terceiro grau, vindo um IV bem delicado. Olhando de
baixo vê-se muita agarra, mas a maioria não é sólida. A
terceira enfiada é um costão, com uns 30 metros caminhando, onde
vem uma parte mais lisa e com pequenas agarras, onde se sobe em
diagonal para a direita e encontra o último grampo dessa primeira
parte. A partir daí, é só seguir uma pequena trilha até a base da
segunda parte da via, partindo numa grande diagonal para a esquerda,
abaixo de um grande diedro, por mais ou menos 70 metros até uma
parada dupla. Dali é só seguir num caminho contornando a vegetação
por um acesso até o Mirante do Carmo. Se resolver rapelar,
aconselhamos descer pela Golpe do Cartão, antes da pequena trilha,
onde já tem proteção dupla em todos os pontos de rapel.
Vídeo
Relato da Conquista
A idéia de conquistar ali apareceu
depois que fizemos a primeira investida para conquista da Golpe do
Cartão. Nesse dia, já tínhamos visualizado essa linha e que
ficaria uma das melhores da parede, visto a verticalidade e algumas
boas agarras, pelo menos, vistas de baixo. Para deixarmos o local
indicado para futuras investidas, o Ary, acrobaticamente, subiu e
colocou o primeiro grampo. Em outras vezes que fui lá, sempre ficava
namorando a linha e não via a hora de começar efetivamente a
conquista.
Primeira Investida
Nossa ideia era ir avançando na
conquista enquanto a Eny e a Alessandra seguiam na delas, assim
agente estaria sempre por perto e de olho, pois seria a primeira
conquistas delas. Por sinal, esse é um projeto de ser a primeira via
de Niterói, conquistada somente por mulheres. Mas não conseguimos
marcar sempre no mesmo dia e acabamos seguindo nosso projeto
sozinhos. Eu e o Ary marcamos de ir no sábado, dia primeiro. Nesse
dia, foi efetivamente a primeira investida, pois da outra vez, quando
o Ary bateu o primeiro grampo só o fizemos para marcar o início do
projeto. Chegamos na base e ele já saiu para bater os dois primeiros
grampos. Começou difícil. A posição não era muito boa. Não
adiantava subir muito, pois se não, o grampo anterior não seguraria
uma queda que seria até a base. Achando a melhor posição, o Ary
bateu o segundo grampo e seguiu um pouco mais para a direita onde
colocou o terceiro. Como os locais não eram muito confortáveis
para parar e bater o grampo, o Ary montou a parada e eu subi até ele
e segui para colocar os próximos dois. Revezando nesse ritmo,
ninguém ficaria cansado.
Os lances seguintes foram feitos com
muito cuidado. Muitas agarras estavam quebrando. Batia e ouvia tudo
oco. Lances tensos!!! Subi e na primeira oportunidade, bati mais um
grampo, o quarto da via. Mais acima, coloquei mais um, um pouco
abaixo de uma grande veia na parede, formando um degrau arredondado.
Montei a parada ali e o Ary veio para seguir conquistando. Subiu,
passou a veia e colocou mais um grampo, onde fizemos mais uma parada.
Segui subindo uns 10 metros e quando
me posicionei para colocar o grampo, vi que poderia ficar na linha da
via da Eny e Alessandra. Não querendo incomodar nossas futuras
vizinhas, resolvi descer, pois para eu chegar mais para o lado
direito, teria que passar por um pedaço bem sujo e além de tudo
quebradiço. Era demais para mim!!!! Deixei a mochila presa em um
cliff e resolvi desescalar e recomeçar mais para a direita. Bom...
na teoria era só desescalar uns 10 metros... Começou o
sofrimento!!!! Bem devagar, fui descendo lance a lance... Olhei para
o Ary e ele estava láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa em baixo. Concentrei e
devagar cheguei. O psicológico já tinha ido embora... Deixei para o
Ary continuar. Mas na hora de entregar a furadeira, vi que tinha
deixado a broca na mochila. Não tinha jeito, o Ary teve que seguir
até onde eu estava. Chegando lá, ele resolveu, passar pelo lance
que estava bem sujo e bateu o grampo bem a direita de onde estava,
subiu e colocou mais um.
Resolvemos terminar por ali. Na
descida, o Ary ainda intermediou um lance que havia fica exposto,
colocando o grampo bem mais a direita de onde eu tinha desescalado.
Finalizamos esse dia já ansiosos para voltar. A ideia que eu tinha
era chegar a um grande diedro que dá para ver lá de baixo, na
altura do posto de gasolina, na subida da serrinha. Vamos ver o que
encontraremos pela frente... ou melhor lá por cima!
Segunda Investida
Há um tempo estávamos para voltar
e continuar essa conquista. Nunca dava tempo, sempre tinha alguma
coisa para fazer. Mas dessa vez deu tudo certo. Como a remada que eu
estava marcando não saiu, liguei para o Ary na noite de sábado e
marcamos no dia seguinte, domingo, na entrada da trilha às oito da
manhã.
Chegamos cedo e fomos direto para
base. O Ary aproveitou para limpar um pouco o local, retirando uns
arranha-gatos que tinham uns grandes espinhos. Sorte dele, vocês
verão o porquê! Como já havíamos feito um bom pedaço da via, o
Ary começou a guiar. Deu a primeira passada e quando estava próximo
do primeiro grampo, o pé escorregou e ele veio descendo, bateu na
base e foi parar lá no meio do mato, ainda bem que ele havia tirados
os espinho dali... Na hora foi um susto, mas depois foi até
engraçado!!! Foi mau Ary, mas agora, lembrando da cena, não tem
como não rir!!! Mas guerreiro como é, o Ary levantou, sacudiu a
poeira e voltou para guiar a primeira enfiada, indo até o segundo
grampo acima da veia de pedra, onde montou a parada. Eu fui logo em
seguida e comecei um pouco mais a direita, onde tem umas agarras
melhores. Estava subindo com todo o equipamento, a mochila estava
pesada, o que dificultou um pouco, mas com corda de cima tudo é mais
fácil!!!!
Cheguei à parada e como já estava
com as costuras retiradas da primeira enfiada, segui guiando. Saí um
pouco à esquerda, quando deveria ter ido para a direita. Tive que
dar umas passadas na horizontal até chegar ao próximo grampo. Nessa
parte as agarras estão quebrando com facilidade. Todo cuidado é
pouco! De vez em quando tinha que dar uns chutes e algumas batidas
para quebrá-las logo e conseguir colocar o pé em alguma coisa que
me aguentasse. O Ary até brincou que é proibido cavar agarras!!!
Quando ele subiu, me mostrou o melhor caminho, mas já era tarde...
Preparei a furadeira e o Ary subiu
conquistando, colocando mais dois grampos, fazendo a parada. A partir
dali, a parede perdia inclinação por uns 30 a 40 metros. Já dava
para ver o final da via Golpe do Cartão. Estávamos no caminho que
imaginávamos. A única passagem na vegetação para acessar aquele
grande diedro, que havíamos visto lá do Mirante do Carmo, estava
logo acima. Em breve teria certeza sobre o caminho que havia pensado.
Segui conquistando. Nessa primeira parte, uns trinta metros de
costão, com alguma vegetação, passei e coloquei um grampo, mais
para marcar o caminho. Nesse ponto a parede ganha um pouco de
verticalidade e perde agarras, ficando mais lisa. Subi e coloquei
mais um grampo. Em seguida, peguei uma diagonal subindo para a
direita e coloquei o último grampo dessa primeira parte da via, onde
montei a parada e dei segurança para o Ary.
Ali, nos desencordamos, deixamos
todo o equipamento e seguimos abrindo uma pequena trilha até a
segunda parte da via. Aquela parede onde tem o diedro que estava tão
longe olhando lá de baixo, estava aqui, bem a nossa frente.
Resolvemos dar mais um esticão e adiantar um pouco mais. Voltei e
peguei o equipamento. Segui subindo e coloquei um grampo, mais uma
diagonal para a esquerda e parei, batendo mais um. Quando pensei na
linha, olhando lá do Mirante do Carmo, tinha a ideia de conquistar
aquele grande diedro em móvel, mas chegando lá, percebi que onde
estava limpo, era muito aberto, e quando tinha possibilidade de
colocação de peça, tinha muita vegetação. Resolvemos seguir
grampeando bem abaixo dele, na verdade, na metade da parede. Enquanto
furava a rocha para colocar o último grampo, a bateria foi para o
espaço... Ainda bem que deu para fazer totalmente o furo. Bati o
último grampo que tinha. Avisei ao Ary e ele foi pegar a outra
bateria. Em seguida, ele veio subindo e chegou a parada, onde a
trocamos a bateria e preparamos o material para seguir em direção à
ultima parada.
Ele subiu e tínhamos algumas opções
para terminar a via. Ele optou por seguir a diagonal que havia
começado, bateu mais um grampo e seguiu até uma árvore caída,
onde montou a parada. Dali, ele viu que dava para chegar caminhando
até o Mirante do Carmo, precisando apenas limpar e marcar o caminho,
o que faríamos em uma outra investida. O Ary voltou até onde eu
estava e rapelamos até o ponto da pequena trilha. Descemos
caminhando pelo costão até a última parada da via Golpe do Cartão,
de onde rapelamos até a base, pois nela, todos os pontos de rapel
estão duplicados, além de ser mais curta.
Terceira Investida
Nesse dia era só subir e duplicar a
primeira parada e colocar uma parada dupla no final da via, além de
chegar ao Mirante do Carmo, que era nosso objetivo principal. O Tauan
nos acompanhou e teve o privilégio de ser o primeiro a repetir a
via. O Leonardo Carmo e a Denise Carmo resolveram seguir para a Golpe
do Cartão.
Subimos e deixamos a primeira parada
duplicada. Seguimos acima e resolvemos não duplicar a segunda nem a
terceira parada. Aproveitamos para dar uma descansada e seguimos a
pequena trilha até o início da segunda parte da via. Segui guiando,
e parei no terceiro grampo. Dali segui a diagonal, passei por mais um
grampo e cheguei próximo parei um pouco mais abaixo da árvore que o
Ary utilizou para rapelar durante a segunda investida.
Não estava numa posição muito boa
e demorei um pouco até me acertar. Coloquei um grampo e em seguida o
outro. O Ary e o Tauan chegaram logo em seguida e eu me preparei para
continuar. Subi até uma árvore na e vi que ela estava quebrada,
acho que foi com a última ventania que teve. Passei por ela e segui
lentamente até cruzar uma parte mais aberta na vegetação. Cheguei
a uma grande pedra onde fiz a última parada. O Mirante do Carmo
estava a alguns metros. O Ary e o Tauan vieram logo em seguida.
Terminada a via, descemos até o Mirante do Carmo onde guardamos o
equipamento e ainda descansamos um pouco até pegarmos o caminho de
volta para a trilha do Mourão.
Mas por que o nome “De Olho Nas
Vizinhas”? Afinal de contas, queríamos ter conquistado enquanto a
Eny e a Alessandra estivessem na linha delas...
Valeu pessoal, até a próxima!
Fotos das investidas
Ary dando segurança para o Tauan na penúltima parada
Ary e Tauan na quarta parada
Ary saindo para escalada a segunda enfiada e o Tauan na parada
Ontem
(07/09/2014) eu, Claudio França e Arthur Estevez, terminamos a
conquista da via "Amigos da Onça" que fica situada na Pedra da Represa -
Santa Maria Madalena - RJ. A via é toda protegida com chapas inox
Bonier e parabolts inox (AISI 304), todas as paradas são duplas com
chapa dupla também da Bonier. A via tem mais ou menos 300 metros de
extensão e tem a graduação sugerida de: 6ª VISup E3/E4 D3.
Mutirão para limpeza das Montanhas, com as seguintes ações: Remoção de pichações no Costão / Bananal / Mourão; Retirada de lixo das trilhas de acesso ao Costão / Mourão; Retirada de espécies exóticas invasoras no Bananal / Mourão; Plantio de mudas nativas.
Ponto de encontro às 08:30 h sub sede do PESET em Itacoatiara e na barraca do PESET no Mirante em Itaipuaçu.
Vídeo da Terceira Invasão ao Costão de Itacoatiara, realizada em agosto de 2014. Para quem foi, vale a pena rever algumas imagens! Dessa vez superamos as edições anteriores: foram mais de 50 pessoas escalando e caminhando!!!
Vídeo da minha ida ao Parque Estadual dos Três Picos junto com o Clube Niteroiense de Montanhismo. Um grupo fez a Cabeça do Dragão e eu, junto com Vinícius Araújo, Carlos Penedo e Eny Hertz, fomos para a Caixa de Fósforo, onde fizemos o artificial.
Sábado, eu e o André Ilha terminamos a conquista de uma via
no Contraforte do Irmão Maior chamada Dellirium Tremens (4o IVsup, E2
90m).
A via começa logo depois da Crise de Abstinência, numa
canaleta óbvia em frente a um barraco abandonado. A grampeação está bem
amigável toda em grampos P com paradas duplas. A primeira enfiada tem um pouco
menos de 40 metros e a segunda um pouco mais de 50m.
Acesso: entrar na rua de terra logo antes do túnel (quando
se vem para a Zona Sul) e ir até o final, onde tem um estacionamento de ônibus.
Siga até o final e caminhe ao lado da canaleta, seguindo a trilha que
irá para a esquerda na curva de nível. Siga-a por uns 5 minutos, evite a
primeira bifurcação à esquerda, descendente, e pegue a segunda bifurcação à
esquerda, ascendente e poucos metros adiante, e entre na extensa canaleta que
acompanha quase toda a base da montanha.
Uma boa pedida de via moderada com a Pedra da Gávea ao fundo
e uma quase imersão cultural na Rocinha!
Artifical da Caixa de Fósforo - Parque Estadual dos Três Picos
19 e 20 de Julho de 2014
Era uma atividade que já estava agendada há mais de 6 meses
pelo Alex, presidente do Clube Niteroiense de Montanhismo. A expectativa era
grande, afinal de contas, tínhamos programado para ser a formatura das turmas
do CBE 2014 do CNM. Entre convidados, amigos, sócios e parentes, éramos mais de
20. Ficaríamos hospedados no Refúgio das Águas, do Sérgio Tartari. De lá,
sairíamos para a Caixa de Fósforo e a Cabeça do Dragão. Alguns foram na
sexta-feira, dia 18, outros só no sábado, mas o que mais importava era que
estávamos todos reunidos, nesse que é um dos mais belos parques do Brasil,
ainda sem muita estrutura, mas vida que segue...
Um pouco sobre o Parque
O Parque Estadual dos Três Picos (PETP) localiza-se na
região central do Estado do Rio de Janeiro. Criado em 5 de junho de 2002 e
ampliado em 2009, soma hoje 58.790 ha. É a maior unidade de conservação de
proteção integral administrada pelo Estado. Cerca de dois terços de sua área encontram-se
no município de Cachoeiras de Macacu e o restante divide-se entre os municípios
de Nova Friburgo, Teresópolis, Silva Jardim e Guapimirim. O seu nome evoca o
imponente conjunto de montanhas graníticas denominado de Três Picos (Pico Menor, Médio e Maior). Este
afloramento rochoso, de aproximadamente 2.316 m de altitude, localizado entre os municípios de Nova Friburgo e
Teresópolis, é o ponto culminante de toda a Serra do Mar. Na sua base está o
Vale dos Deuses, ponto de partida para as diversas trilhas existentes no
parque.
Dentro de seus limites encontra-se o mais elevado índice de
biodiversidade de todo o Estado do Rio de Janeiro, o que em parte se explica pela variação de altitudes: de 100 até os 2.316 m
do Pico Maior. É considerada pelos especialistas uma região prioritária em
termos de conservação. Além da preservada cobertura vegetal e riqueza animal,
na área do parque existem diversas nascentes que formam bacias hidrográficas de
influência regional. Nesse sentido, sua criação foi fundamental para assegurar
maior proteção dos mananciais e, portanto, melhor qualidade de vida para a
população do entorno.
Administrador: Inea – Instituto Estadual do Ambiente / Dibap – Diretoria de
Biodiversidade e Áreas Protegidas / Gepro – Gerência de Unidades de Conservação
de Proteção Integral.
Decreto de criação: 31.343/2002
Ampliação: 40.602/2007
Ecossistema: Observam-se formações tão diversas como a floresta ombrófila densa baixo
montana, as matas de neblina e os campos de altitude.
Área: 58.790 hectares
Localização: Cerca de dois terços de sua área encontram-se no município de Cachoeiras
de Macacu, e o restante, divide-se entre os municípios de Nova Friburgo, Teresópolis,
Silva Jardim e Guapimirim.
Visitação: Terça a domingo, das 9h às 16:30h
Endereço: Estrada do Jequitibá, 145 – Bairro Boca do Mato,Cachoeiras de Macacu Tel
(21) 2649-6847
Núcleo Jacarandá:
Estrada do Jacarandá s/n, Bairro Meudon, Teresópolis, RJ
Núcleo Vale da Revolta:
Estrada BR 116, Km 85,5, Teresópolis, RJ.
Acessos: O Parque Estadual dos Três Picos é contornado parcialmente pela rodovia
federal BR-116 e pelas rodovias estaduais RJ-116, RJ-122 e RJ-130. Estes
trajetos são complementados por estradas municipais que dão acesso a áreas mais
próximas ao parque.
Relato
Tínhamos que sair bem
cedo, pois programamos as atividades para o próprio sábado. Ficaria difícil
conseguirmos fazer alguma coisa no domingo, depois da pizza e cerveja de sábado
a noite... Saímos de casa por volta das 05:15 h da manhã e marcamos de nos
encontrar em Cachoeiras de Macacu. Até que fomos rápidos e não houve
desencontros. O Alex resolveu seguir na frente, chegando por último!!!!
Enquanto a Eny e a Patrícia ficaram a minha espera. Eu havia programado de
levar o meu filho, o João e ficaria por lá, fazendo algo bem leve durante o
dia. Porém, meu pai resolveu ir para ficar com ele, assim fiquei liberado!!!
Nem queria...
Chegar ao Refúgio das Águas, do
Tartari, para quem nunca foi, não é uma das coisa mais simples, mas depois que
criaram o Google, tudo ficou mais fácil! Seguimos pela estrada e depois de
algumas horas chegamos. Era cedo e estava nublado. Pensei que fosse estar mais
frio. Na chegada, fomos nos organizando e separando os quartos. Alguns foram
armando suas barracas. Preferi deixar para armar a minha na volta. Alguns foram
saindo na frente, ninguém queria chegar tarde para trilha. Fomos dividindo os
grupos, vendo quem queria subir a Caixa de Fósforo e quem iria para a Cabeça do
Dragão. A Eny e o Carlos Penedo seguiram na frente e no final das contas só eu
e o Vinícius Araújo faríamos a Caixa de Fósforo, além da Eny e Penedo que já
tinham ido.
Seguimos de carro até
uma parte da estrada e a partir dali fomos a pé. Mas quem disse que estávamos
nos importando com isso? Afinal de contas era o que mais queríamos!!! Seguimos
a estrada e passamos por algumas porteiras, onde a cada metro percorrido, a
vista ia ficando mais impressionante. As nuvens começaram a se dissipar e a
vista do Capacete e do Pico Maior roubaram as atenções. Seguimos conversando,
passamos pela República Três Picos, do Mascarim e seguimos em direção ao Vale
dos Deuses. Paramos para descansar aos pés de uma enorme Araucária, de onde se
tem uma vista impressionante do Pico Maior e o Capacete.
Mais um pouco caminhando
e passamos por uma construção do Parque, o núcleo de Montanhismo. Mais a
frente, numa saída à direita, chegamos ao acampamento do Vale dos Deuses. Esse
acampamento tem esse nome por estar dentro de uma fazenda homônima,
desapropriada, tempos atrás. Esse é o local! Simplesmente, fantástico! Eu o
Vinícius, como seguiríamos para a Caixa de Fósforo, fomos na frente e ficamos
esperando alguém chegar. Na verdade, cometemos um erro grave: nem eu, nem ele,
sabíamos o caminho, mas até aí sem problemas... O maior erro foi que nem sequer
tivemos o cuidado de pegar informações sobre a trilha. Tínhamos algumas
informações bem básicas, coisas do tipo: “segue para a Cabeça do Dragão e numa
parte da trilha, você pega para a esquerda”. E assim fizemos...
Seguimos para a Cabeça
do Dragão e começamos a subir. Depois de uns trinta minutos subindo, nada de
aparecer essa saída à esquerda... Quando estávamos chegando na parte do costão
da subida da Cabeça do Dragão, o tempo abriu e pudemos ver a Caixa de Fósforo
lá em baixo, num lugar totalmente oposto ao que nós estávamos, foi quando
nos demos conta de que estávamos no caminho errado!!! “Não acredito nisso”,
pensei na hora. Dava para ver o caminho que deveríamos ter percorrido lá em
baixo, mas muito lá em baixo mesmo. Por muito custo, resolvemos descer e pegar
o caminho correto. Esse nosso atraso, deveria custar algo em torno de 1 hora a
mais no total. Encontramos o resto do grupo e avisamos que voltaríamos para o
caminho correto. Eles seguiram acima.
Descemos bem rápido e
levamos uns 20 minutos até chegar ao local do acampamento. Pegamos a trilha
principal, andando sempre com o Capacete a nossa esquerda. Ele estava um pouco
encoberto pelas nuvens. Passamos por dois pequenos córregos e começamos a
caminhar numa vegetação mais densa. Pelo que tinha visto lá de cima, era o
sinal de que já estaríamos próximo da subida. Depois de mais alguns minutos,
chegamos à tão esperada saída à esquerda!!!!! Uma plaquinha onde se lia “Caixa
de Fósforo” não deixava erro! Dobramos à esquerda e caminhamos ainda alguns
metros antes de começarmos a subir.
A subida vai um pouco
forte, mas com o corpo aquecido nem me preocupei e segui no rítimo que
estava. Mais a frente subimos uma parte
bem íngreme com o auxílio de uma corrente. Nesse ponto encontramos o Leonardo,
a Mariana e a Stephanie, já descendo. Um cachorro que os acompanhou durante a
trilha fez a festa ao me ver, parecia que já me conhecia. Ele os esperou descer
e foi atrás.
Fui me aproximando e já
dava para ver o Carlos Penedo no meio do artificial. Aproveitei para fazer
alguns vídeos de longe, antes de encontrá-los. Cheguei na base, após usar uma
corda fixa “mais prá lá do que prá cá” para subir o último lance. A Eny já dava
segurança para o Carlos que subia grampo a grampo. Tinha lido alguns relatos sobre
como a pedra está apoiada e coisas parecidas, mas aquilo ali é impressionante.
Parece que foi colocada ali com uma precisão cirúrgica. Nem mais para um lado
nem mais para o outro, o suficiente para ficar equilibrada, mais um grande
espetáculo da natureza.
Estava frio e foi só
parar de caminhar, para que começasse a sentir os seus efeitos. O forte vento
potencializava a sensação de frio. O Carlos Penedo foi subindo e ainda
conversamos um pouco antes dele concluir o artificial. Dei uma boa descansada,
pois no rítimo que viemos, não daria para emendar a subida. Enquanto o Carlos
subia, fui pesando na melhor maneira para eu subir. Queria ser rápido e
aproveitar para descermos juntos.
O Carlos concluiu a
subida e resolvi subir utilizando prussiks na corda já fixada. Ainda fiquei
com tarefa de recolher as costuras que ficaram. Depois de fixadas as cordas,
comecei a subir enquanto ele fazia o rapel. Por sorte, o vento parou, o que
diminuiu a sensação de frio. As mãos doíam um pouco, principalmente os dedos. Mas
a medida que manuseava os nós, a circulação foi aumentando, diminuindo assim as
dores. Depois de mais alguns minutos não sentia mais nada. Foi um alívio. Como
a natureza estava me ajudando, aproveitei para aumentar o ritmo e tentar
concluir a subida sem o vento. Como subi pela mesma corda na qual estavam as
costuras, não foi tão fácil retirá-las, algumas ficavam bem esticadas, me
obrigando a colocar sempre uma costura mais acima para conseguir tirar a de baixo.
Devagar fui subindo. A
Caixa de Fósforo tem aproximadamente 20 metros, mas o detalhe é que ela está
apoiada em um precipício. Olhar para baixo é uma tarefa para testar o
psicológico. Mais que isso. Como diz Galvão Bueno: “É teste pra
cardíaco!”. Subi e nos lances finais foi
ficando mais fácil, pois já tinha um contato maior com a parede. Mais alguns
passos e estava no cume. Um 360º fantástico!!!! O sol aquecia. O céu abriu
naquele momento. Até o vento tinha ido embora. O momento perfeito!!! Sentei um
pouco para contemplar a paisagem antes de arrumar o equipamento. A caixa onde
deveria estar o livro de cume estava sem tampa e nem sinal dele. Adoro ler o
que as pessoas escrevem ao passarem pelas mesmas situações que eu. Uns, somente
assinam o nome, outros, tentam explicar os vários sentimentos que os envolvem
nesses lugares mágicos. Mas não será dessa vez.
Aproveitei para fazer
alguns vídeos e depois de algum tempo sozinho, já era hora de descer. Arrumei
todo o equipamento e comecei o rapel. A saída é bem chata, os grampos ficam um
pouco abaixo. Dei uma travada na corda e desci com cuidado. Lentamente vou me
aproximando da base. Cheguei na base e parabenizei o Carlos por ter feito toda a subida
utilizando os grampos e estribos, o clássico artificial fixo. Bem mais difícil
do que a minha subida pela corda, utilizando os prussiks. Aproveitamos para
conversar um pouco e bater algumas fotos. A missão estava cumprida, ou pelo
menos a parte mais importante. Faltava a caminhada de volta.
Iniciamos a descida.
Fomos conversando e nem sentimos o tempo passar. O céu abriu forte em cima do
Capacete, a vista era fantástica. Mas quando peguei a máquina para bater
algumas fotos e registrar esse momento, vi que o cartão de memória estava
cheio... Paciência, vai ter que ficar para a próxima. Seguimos andando e quando
passamos pelo Acampamento do Vale dos Deuses, conversei com algumas pessoas que
estavam lá e me disseram que o resto do pessoal já haviam passado cerca de 1
hora antes. Seguimos até o carro de onde voltamos até o Refúgio.
Todos já estavam no Tartari.
Aproveitei para armar minha barraca. Quase não achei um bom lugar. A minha
sorte foi que meu irmão iria embora a noite e montei no lugar onde estava a
barraca dele. Depois de tudo arrumado, fui tomar um bom banho para relaxar e
aguardar a tão esperada pizza. Encontramos vários amigos que estavam na região
e foram lá só para a pizza. Ficamos ainda batendo um bom papo até sair o
primeiro tabuleiro. Por educação, deixei o primeiro passar, mas no segundo, já
fui logo garantir minha fatia e ai de quem tentasse me passar a frente!
A noite foi chegando.
Depois de algumas cervejas artesanais, alguns não resistiram e foram dormir.
Pensei que fosse estar mais frio. Ele veio, mas não tão forte. Continuamos um
bate papo muito descontraído até que o cansaço nos venceu. Aí foi só dormir,
tranquilo, sem o compromisso de ter que acordar cedo no dia seguinte...
Valeu até a
próxima!
Eu no cume da Caixa de Fósforo com o Capacete ao fundo