Por Leandro do Carmo
Dia: 13/05/2023
Local: Charitas
Participantes: Leandro do Carmo, João do Carmo e Lucas Costa
Relato
A minha primeira experiência numa regata havia sido fantástica. Mas agora, meu objetivo era melhorar meu velejo e, consequentemente, minha colocação. Não é tão simples assim, mas comecei a entender melhor como funciona a dinâmica, principalmente na largada. Havíamos treinado algumas situações no PREVELA e isso ajudou bastante, méritos para o Mestre Marcelo que compartilhou sua grande experiência. O percurso havia sido alterado, ao invés de montarmos a boia de Jurujuba, iríamos para a boia do Catamarã de Charitas, em frente ao PREVELA, local que tanto conhecíamos. A expectativa era grande.
O dia havia chegado. A tripulação do Terral seria a mesma: meu filho João e o Lucas. O tempo não estava tão bom, assim como na última vez. Sentimos um pouco de frio e dessa vez, nos preparamos melhor com relação a isso: um corta vento foi a solução. Chegamos cedo ao PREVELA. Havíamos organizado um café da manhã e um almoço, com churrasco para a volta. Preparamos os barcos sem pressa e com bastante cuidado. Dessa vez, teríamos uma embarcação a mais. Ainda tivemos tempo de mais um treino de largada. Foi dando a hora, acertamos os detalhes finais e partimos, velejando, em direção ao Praia Clube.
O vento soprava gostoso e velejo foi ótimo. O sol saia discretamente, nem muito quente, nem muito fio, mantendo uma temperatura agradável. Algumas nuvens estavam se formando, poderia chover em breve, mas estávamos preparados. Assim que cruzamos a praia de São Francisco, chegamos próximo a entrada do quebra mar do Praia Clube. Ali, aproveitei para dar mais um treino entre as boias. Dessa vez, não tive problemas para entrar no quebra mar e atracar. Com um pouco mais de experiência, foi mais fácil. Já dominava melhor o barco, dentro das minhas limitações, é claro.
Atraquei o Terral e desembarcamos. Aproveitei para dar uma ajustada na cana do leme, pois não estava muito justa. Ainda reparei a cana do leme de um outro barco. Assim, estávamos todos prontos. Após ouvir o comando, começamos a ir para a água. Desatei o cabo de reboque e seguimos para fora do quebra mar, dando alguns bordos de treino, tentando entender melhor o vento no local. Faltava pouco.
Depois do sinal de 5 minutos, fiquei mais atento. Dessa vez não queria largar tão mal quanto da última vez. Apesar de todo o esforço, no momento exato do sinal, estava mal posicionado e, novamente, não consegui largar bem. Porém, fui melhor que da última vez. Estava um pouco atrás, mas o bloco da frente logo se distanciou. Não consegui pegar a parte de fora da enseada e acabei caindo no mesmo erro. Mas dessa vez, estava decidido que não iria perder tempo entre as embarcações atracadas. Desviei de algumas com um pouco mais de antecedência e segui no bordo até cruzar a esquina da Fróes. Agora era diminuir a diferença para os barcos da frente.
Por vezes pegávamos uma rajada mais forte e o Lucas e o João ajudava a escorar e manter a barco alinhado. Seguimos com o vento em popa, percorrendo a praia de Icaraí. Já próximos à Pedra do Itapuca, começar a cruzar com os barcos que já tinham montado a boia. A distância era grande. Montamos a boia da Praia das Flechas e seguimos na caçada aos barcos. O vento amainou. Mas até que estávamos num bom ritmo. Segui rumo ao Catamarã de Charitas. Ainda estava longe, mas era questão de tempo e paciência. Alguns barcos faziam um percurso diferente, mas segui a minha programação. Aos poucos diminuímos a distância entre os barcos, mas não o suficiente para melhorarmos nossa posição.
Montamos a boia do Catamarã, sob os olhos do Mestre Marcelo e tripulação de apoio na Jangada Cearense e de lá seguimos para o Praia Clube. Estávamos empopados pelo vento e logo cruzamos a chegada. Nem paramos para descansar. Velejamos de volta ao PREVELA num vento fraco e contra. Foi bem difícil, mas enfim, chegamos. Aproveitamos para almoçar e comemorar. Melhorei bastante o meu velejo e minha colocação, havia chegado em 12º, de 17 barcos que largaram. Foco na próxima regata!