Via Bohemia Gelada / Chaminé Pão-de-Açúcar
Data: 06/08/2014
Local: Face Leste do Pão-de-Açúcar
Participantes: Leandro do Carmo, Denise do Carmo e Stephanie Maia
Participantes: Leandro do Carmo, Denise do Carmo e Stephanie Maia
Dicas: Lá o sol chega cedo; se for escalar no verão, deixe para a parte da tarde; como relatado no Guia da Urca, muitas escaladores fazem parte da Bohemia Gelada e terminam pela Chaminé Pão-de-Açúcar, no final seguimos para a trilha norma do Costão.
Relato
Assim como no anterior, resolvemos fazer a última aula do
Curso Básico de Escalada do Clube Niteroiense do Montanhismo no Pão-de-Açúcar,
no setor das cervejas, face leste. Lá, as vias, Heniken, Bohemia Gelada, tem
graduações parecidas e são relativamente longas, contando a caminhada na trilha
do Costão. Nosso ponto de encontro foi na Urca, as 8 horas da manhã. Nessa aula
apenas o Rafael não pode comparecer. Na Urca sempre encontramos gente
conhecida. Difícil chegar lá cedo e não encontrar ninguém. Com todos reunidos,
eu, minha mãe, Patrícia, Stephanie, Danilo e o Ary, seguimos para pista Cláudio
Coutinho. No meio do caminho, o Leonardo ligou dizendo que já estava chegando.
Ficamos aguardando na altura da Pedra do Urubu.
Com a chegada do Leonardo e da Mariana, estávamos completos.
Seguimos para o começo da trilha do Costão e fomos caminhando sempre
conversando e rindo bastante com cada história que surgia... Chegamos na
bifurcação e descemos em direção ao pequeno rapel de uns 20 metros para o
setor. Todo mundo se equipou e seguimos para a base. A cordada ficou assim
dividida: Eu, minha mãe e a Stephanie, seguiríamos na Bohemia Gelada; Ary,
Patrícia e o Danilo, na Heniken; e o Leonardo e a Mariana também na Heniken.
Descemos e base terminamos de nos arrumar. Nos encordamos e
comecei a subir. O primeiro grampo é bem alto e visível, diferente da Heniken,
onde começamos a escalar sem vê-lo. Não tem muita dificuldade, apesar das
agarras serem bastante lisas. Mais ou menos na metade, meu pé deu uma
escorregada e meu ombro saiu e voltou para o lugar. Primeira vez que isso tinha
acontecido, ainda dei uma joelhada certeira numa agarra. Com o sangue quente,
nem percebi, mas no dia seguinte... Cheguei no primeiro grampo e segui adiante.
Mais um pouco acima e fiz a primeira parada. A Stephanie e
minha mãe vieram logo em seguida. Assim que elas chegaram já me preparei para a
próxima. Foi só o tempo de montar a segurança e comecei a subir. O dia estava
super agradável. Tempo aberto, sol e temperatura agradável. Mais acima já
conseguia ver as cordadas na Heniken. Mais uma parada. Tinha que fazer umas
enfiadas mais curtas, pois uma das cordas era menor e as vezes não dava para
seguir muito, devido a distância das grampeações.
Cheguei no lance onde tem um buraco. Dava para entrar quase
todo nele. O grampo não fica visível, é preciso subir para encontrá-lo. Na
tesoura, fui subindo até que encontrei uma boa agarra na lateral direita do
buraco, onde passei e costurei o grampo, facilitando a subida. Pelo croqui no
Guia da Urca, dá para melhor a proteção ali com um friend. Segui escalando e
cheguei no próximo grampo. Dava até para
subir um pouco mais, mas resolvi parar ali mesmo, assim ficaria perto dos
participantes nesse lance mais delicado e poderia passar algumas orientações
com mais facilidade.
A Stephanie passou bem pelo lance e em seguida veio minha
mãe, que também passou sem problemas, apesar de ser mais baixa, o que a fez ter
que subir um pouco mais para chegar naquela boa agarra da direita. Ficamos na
parada durante um pouco mais de tempo. Descansamos bem e seguimos para mais
uma. Passei por um lance onde tem umas pequenas valas paralelas na rocha. Uma
curiosa formação. Mais acima, onde a Bohemia Gelada cruza com a Chaminé Pão-de-Açúcar,
resolvi não seguir por ela e terminar na Chaminé mesmo. Num pequeno platô,
resolvi fazer a parada. O local estava totalmente na sombra, era o local
perfeito, apesar de ainda ter corda para continuar.
A próxima enfiada, já na Chaminé Pão-de-Açúcar, comecei num
zig zag de grampos, com algumas boas passadas e excelentes agarras. Boa parte
ainda na sombra, o que facilitou bastante. A grampeação as vezes parecia longa,
mas a solidez da parede e agarras dava tranquilidade para seguir. Fui
procurando o melhor ponto para parar. Escolhi o melhor grampo e também tinha
que ser aquele mesmo, não dava para seguir, pois a corda não chegaria ao
próximo. Minha mãe veio e pedi para ela se ancorar no grampo abaixo. A
Stephanie veio em seguida e chegou na parada. Imediatamente ela montou a
segurança e segui escalando.
Nesse ponto o Ary resolveu terminar também na Chaminé
Pão-de-Açúcar. Fez uma passagem, atravessando da Heniken para ela. Fui subindo,
seguindo a mancha negra na rocha e vi o trecho da Santos Dumont de onde se pega
a trilha do Costão. Subi mais um pouco para ver
encontrava algum grampo e voltei. Subi para a esquerda, parei num grampo
e mandei a Stephanie vir. Minha mãe havia ficado numa parada mais confortável e
poderia esperar mais um pouco. O Ary acabava de chegar também. O Leonardo e a
Mariana acabaram, também, optado por terminar pela Chaminé Pão-de-Açúcar.
A Stephanie veio escalando e passou por mim, indo direto
para o começo da trilha, assim como a minha mãe. Lá esperamos que todos
chegassem e aproveitamos para fazer um lanche, afinal de contas já era hora do
almoço!!! Com todos reunidos, ficamos ainda batendo algumas fotos e conversando
até que decidimos pegar a trilha do Costão. Seguimos subindo e subindo...
Depois de já ter feito toda a via, terminar subindo não foi tão legal assim.
Mas a vista lá de cima recompensava qualquer esforço. Enfim chegamos ao cume do
Pão-de-Açúcar. Havíamos completado nosso objetivo. Estava cheio, foi difícil
arrumar um lugar para sentar. Aproveitei para fazer um lanche mais reforçado na
lanchonete. A fome estava forte. Ficamos apreciando a bela vista que temos lá
de cima e depois de descansarmos bastante, começamos o nosso retorno. Primeiro
descemos de bondinho até o Morro da Urca e depois seguimos por trilha até pista
Cláudio Coutinho. Um excelente sábado!!!