Por Leandro do Carmo
Caixa de Fósforo - Parque Estadual dos Três Picos
Depois de uma noite congelante, acordei para ver o sol
nascer. O dia estava bem aberto e ainda estava bem frio. Havíamos cogitado a
possibilidade de acordar mais cedo para ver o sol nascer do cume da Cabeça do
Dragão, mas acabamos desistindo antes mesmo de dormir. De onde estava
acampando, tinha uma visão privilegiada de quase todo o vale. Preparei um café
para ver se dava uma esquentada. O sol foi nascendo e tínhamos uma visão
fantástica. Com os primeiros raios de sol, o frio foi dando lugar a uma manhã
bem agradável.
Depois de deixarmos tudo organizado, fomos para o destino de
hoje: Caixinha de Fósforo. Saímos do Mascarin em direção ao Vale dos Deuses.
Deu cerca de 30 minutos de caminhada. Aproveitamos para conhecer as novas
instalações da área de camping. De lá, continuamos a caminhada. Seguimos
andando com o Capacete , imponente, bem a nossa esquerda. Depois de uma subida,
começamos a descer levemente. Entramos num trecho com bastante sombra. Esse
caminho também leva ao Vale dos Frades, saindo na Fazenda Itatiba.
Um pouco mais a frente, entramos na trilha para a Caixa de Fósforo. Seguimos por uma leve subida, que logo ficou bem íngreme. De longe foi possível ouvir algumas pessoas mais acima. Apesar de íngreme, a trilha é bem curta. Como o dia estava bem agradável, estávamos subindo num bom ritmo. Passamos pela escadinha e depois de mais alguns metros, estávamos num mirante, bem de frente para essa impressionante formação rochosa.
Fizemos uma pausa bem rápida. A Susana resolveu ficar por
ali junto com a Clara que chegou um pouco depois. Eu e o Gustavo continuamos,
nosso objetivo era escalar o artificial que dá acesso ao cume. Do mirante,
descemos e chegamos à base da pequena chaminé. Antigamente havia uma corrente
que auxiliava a subida, mas agora, deve-se escalar, obrigatoriamente.
Subimos rápidos e logo estávamos na base da escalada. Nos
arrumamos e procurei algum galho para improvisar um “clip stick”, pois a
primeira proteção é bem alta e impossível de fazer em livre. Eu até havia pensado
em pegar um pelo caminho, mas havia esquecido. Por sorte, havia um na medida.
Clipei o estribo e uma costura, já com a corda passada. Com um pouco de força,
cheguei à primeira proteção. Me “ensolteirei” para poder descansar um pouco. A
saída é bem complicada e exposta.
Agora era dar continuidade. Demora um pouco até sincronizar
o movimento. Fui sempre na sequência: Sobe, passa a costura na proteção de
cima, prende a solteira, tira o estribo de baixo e coloca em cima. E daí,
começa tudo de novo. Apesar de estar tudo na mente, esse primeiro trecho é
levemente negativo, ficando levemente positivo à medida que vai subindo. E fui
subindo, chapeleta por chapeleta. Depois que via vai saindo para a esquerda,
vai ficando mais fácil. Já não precisava fazer tanta força.
Na primeira vez que subi a Caixa de Fósforo, subi “prussikando”. Dessa vez foi bem diferente. Já bem no alto, conseguia ver as últimas proteções e mais algumas passadas estava no cume. Montei a parada e tomei um gole de água. Preparei a segurança para o Gustavo subir. Ele veio e sentiu a mesma dificuldade que eu nos trechos iniciais. Demorou um pouco mas chegou. Agora sim podia descansar um pouco. Dei uma organizada no equipamento e fiz algumas imagens com o drone. Depois de uns 20 minutos no cume, montamos o rapel. Desci primeiro, com o Gustavo logo em seguida. Arrumei todo o equipamento na mochila e pegamos a trilha de volta. A volta foi bem mais tranquila, o trecho de subida forte, agora era descida. Seguimos conversando até chegar ao Mascarin novamente.
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