Por Leandro do Carmo
Relato
Com a pandemia, havia um bom tempo que não escalava o Dedo
de Deus. Já tinha combinado algumas vezes, mas sempre acontecia alguma coisa
que não dava. Dessa vez quase que desmarquei... Já escalei algumas vezes do
Dedo Deus e falei para o Luis que não estava muito a fim de ir com o tempo
ruim. A previsão não era das melhores, mas também não havia previsão de chuva
forte. Havia sim, uma pequena possibilidade de chuva e o tempo ficaria
encoberto.
Depois de alguma insistência do Luis em ir e alguma insistência
minha em não ir, resolvemos manter. Decisão acertada, vocês verão. Encontrei o
Luís as 5 horas e de lá seguimos em direção à Teresópolis. Ainda estava escuro
e seguimos por Magé. A viagem foi rápida e sem contratempos. Nem vi a hora que
chegamos lá, mas deve ter sido por volta das 6h30min. Não tinha nenhum carro
estacionado, provavelmente não encontraríamos nenhuma cordada pela frente.
O tempo estava aberto com poucas nuvens. Ainda bem que o
Luis insistiu. Nem reclamei. Estava um pouco de frio. Fomos caminhando pelo
acostamento e logo entramos na trilha. Seguimos subindo. Esse trecho é bem
forte, aproximadamente 40 minutos de subida bem íngreme. O Luis ficou um pouco
para trás. Fui andando num bom ritmo. Quando cheguei ao lance inicial do artificial,
vi que estava seco. Somente o lado próximo à vegetação que estava um pouco úmido,
mas isso não atrapalharia em nada.
Assim que o Luis chegou, nos preparamos e ele saiu para
guiar. Subiu bem rápido e montou a parada numa dupla de chapeletas mais a
direita com quase 60 metros de corda. Subi logo em seguida, bem rápido também. Dali,
o Luis tocou novamente até a próxima parada, aonde cheguei logo depois. Dali
subimos andando. Passamos pelos cabos e demos uma parada rápida na bifurcação
para o polegar. Esse trecho tem alguns lances bem delicados, já bastante
erodidos. Mais alguns minutos e chegávamos à base.
Fizemos uma parada mais longo, aproveitando para fazer um lanche
reforçado e descansar um pouco. A subida foi forte! O Luis pegou alguns betas e
saiu para guiar mais essa. Talvez o crux dessa enfiada aí seja a saída. Um
lance bem bacana que passei rápido e segui num trepa pedra até a parada. Dali,
o Luis tocou novamente, passando pelo lance de onde caiu uma arvorezinha que
ajudava bastante. O lance ficou bem exposto. Protegemos numa outra árvore mais
ao lado. O lance em seguida é bem vertical, mas tem excelentes agarras. Dali
segui até gruta, onde bifurca para a Blackout ou Maria Cebola.
Seguimos pela Maria Cebola. Com uma esticada no braço já deu
para clipar a primeira costura, subindo mais tranquilo. A saída tem boas
agarras e vai ganhando altura com boas agarras. Mais acima, uma passada para
entrar no diedro alucinante. A vista impressiona. Dali dá para ver a estrada serpenteando
muito lá embaixo. Na última vez que fui, montei a parada mais acima, mas o Luis
resolveu entrar na chaminé e dar segurança lá de dentro. Já na base da chaminé,
mostrei para ele de onde saía a Blackout.
Saímos para mais uma. Agora um trecho longo de chaminé, dividido
em duas etapas. Segui para cima de um grande bloco e mais para o lado tem um
grampo e dali segue até o topo, onde tem uma parada dupla. A chaminé fica
melhor fazer de costa para o grampo. Da parada, segui no corredor, fazendo uma
pequena chaminé até chegar ao lance do cavalinho. Dali o Luis seguiu e entrou meio
por fora na próxima chaminé. Eu fui mais por dentro, acompanhando um friso.
Estávamos na base do lance do Passo do Gigante. Passamos rápido e seguimos direto
para base da escada. Aproveitamos para tirar algumas fotos. Dava para ver um
grupo no cume do Cabeça de Peixe.
Subimos a escada e foi cume! Eram cerca de meio dia. Ali ventava
um pouco. Logo esfriou. Tirei o anorak da mochila e coloquei. Aproveitei para comer
alguma coisa e assinar o livro de cume. Tinha algumas nuvens, mas dava para ver
até Itacoatiara. Nos preparamos para descer. Tirei da mochila uma corda extra
que levei e fizemos o rapel direto do cume. Depois emendamos mais dois rapeis
até estar na base da Teixeira. Arrumamos as coisas e iniciamos a caminhada de
volta. Na descida, encontramos o Charles. Seguimos descendo num bom ritmo, até chegar
ao carro por volta das 15 horas.
Ainda deu tempo de lanchar no Paraíso da Serra. Chegamos em casa ainda de dia. Um excelente sábado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui.