Por Leandro do Carmo
Manejo na Travessia Tupinambá
Local: PARNIT
Data: 05/05/2020
Participantes: Leandro do Carmo, Taffarel Ramos, Ary Carlos e Blanco P. Blanco
Já estava há dois meses sem sair de casa por conta da pandemia.
A vontade de fazer alguma coisa era grande, porém não poderia ir para muitos
lugares. Os parques estavam fechados, a gente não podia caminhar na praia, até para caminhar na rua estava difícil. Não
havia muitas opções.
Havia alguns rumores de que as unidades de conservação
começariam abrir, mas para abrir precisaríamos ter certeza de que algumas
trilhas estariam próprias para utilização. Foi aí que surgiu a oportunidade de
poder fazer a vistoria na Travessia Tupinambá. Nesse dia convidei o Ary, o Blanco
e o Taffarel para me acompanhar. A ideia era dar uma batida na trilha do início
ao fim, para deixá-la em condições quando da reabertura do parque.
Marcamos de nos encontrar no posto da Guarda Ambiental às
8:00 da manhã. Queríamos chegar cedo para aproveitar um pouco mais. Encontramos
o Alex, gestor do PARNIT, que nos deu uma carona até a sede. De lá pegamos o
caminho e fomos andando. Tínhamos algumas informações de que alguns trechos
estavam bem ruins, por isso fomos preparados com facão.
O início foi bem tranquilo, Seguimos descendo numa manhã bem
agradável. O dia estava bem aberto iríamos ter uma visão privilegiada. Paramos
em alguns trechos para cortar alguns galhos que estavam sobre a trilha e
continuamos a caminhada. Chegamos na altura do mirante da Pedra Quebrada e fui
lá dar uma conferida. Na volta, continuamos a caminhada e passamos por aquelas
imensas jaqueiras na borda da trilha. Mais à frente, chegamos ao ponto da
primeira bifurcação relevante da trilha e dali seguimos à direita, subindo
levemente até passar por um trecho onde está sendo feito um reflorestamento,
bem em frente a uma casa. O capim estava alto, mas não daria pra gente cortá-lo
nesse momento. Então seguimos andando até o mirante de onde ficava a antiga
construção da rádio Guanabara, demolida há alguns meses.
Dali, podíamos ver a Rampa Sul e boa parte da Região Oceânica
da cidade. Estávamos na direção da entrada do túnel na parte do Cafubá. Após
uma pequena pausa para apreciar a vista continuamos a caminhada. Voltamos ao
ponto da trifurcação e de lá seguimos descendo em direção ao Cafubá. A trilha a
partir desse ponto era só descida. Tivemos um pouco mais de trabalho do que o
trecho anterior, mas nada que pudesse atrapalhar. Mas embaixo, pegamos a
primeira saída à direita onde entramos na Trilha das Ruínas, de onde temos
acesso ao Mirante da Tapera. Se tivesse algum trecho mais fechado, seria ali,
pois a vegetação é mais densa e de um porte maior.
O início estava bem aberto bem diferente da primeira vez que
fui em meados de 2015. Seguimos andando e cruzamos o córrego. Corria bastante
água. Seguimos andando com tudo em ordem passamos pelo bambuzal e depois
entramos no trecho alagado. Tinha um pouco de lama, mas nada que pudesse
atrapalhar. Cruzamos o córrego novamente encaminhamos na margem oposta até
chegar ao pouso do caçador. Em 2015, quando eu fiz essa trilha pela primeira
vez, encontrei nesse ponto um giral usado para caça. A partir desse ponto seria
só subida.
Passamos por uns grandes blocos e de lá seguimos subindo
passando pelo Vale das Jaqueiras. No local existe uma concentração gigantesca
de jaqueiras. Parece que cada jaca que cai nascem centenas de outras mudas,
ficando difícil, em alguns pontos, até de ver o leito da trilha.
Em alguns trechos da subida fica mais íngreme, mas seguimos
num bom ritmo até que cruzamos com uma imensa árvore que havia caído alguns
meses atrás, fazendo com que o traçado original da trilha fosse alterado. Em
poucos minutos estávamos no ponto onde encontramos com o acesso de que vem do
Jardim Imbuí ou para quem faz a travessia completa. Encontramos algumas pessoas
cortando bambu. Conversamos rápido e seguimos caminho. Desse ponto em diante,
tínhamos a informação de que um grupo já havia feito manutenção. Se o caminho
sem manutenção estava bom, imagina o caminho com manutenção...
Subimos e foi bem tranquilo. Logo estávamos no bambuzal,
onde tem o primeiro mirante. Só eu fui lá. Continuamos subindo e paramos no
Mirante Cunhambebe, esse sim bem mais agradável e amplo. Ficamos ali durante
algum tempo. Aproveitei para fazer algumas filmagens com o drone, o que me deu
a ideia de preparar a série “Mirantes do PARNIT”.
O dia estava bem aberto e a vista impressionava. Olhando a
lagoa de Piratininga do alto, nem parece tão poluída... Depois de descansar,
continuamos a caminhada e em poucos minutos passamos pelas ruínas e logo
chegamos ao Mirante da Tapera. Estávamos de frente para o Pão de Açúcar. Uma
vista impressionando das montanhas da cidade do Rio de Janeiro.
Ficamos durante um bom tempo contemplando a paisagem. Tempo
suficiente para dar aquela recuperada. A hora foi passando e logo pegamos o
caminho de volta. Desse ponto até a bifurcação da Travessia Parque da Cidade x
Cafubá foi bem tranquilo, pois é só descida. Mas aquela subidinha até a
trifurcação foi dura. Depois de muito tempo parado, o corpo foi dando sinais de
cansaço, mas logo chegamos à grande curva e demos uma parada para recuperar o
fôlego. Dali, seguimos direto, passando agora pelo Sítio Aldeia e andamos pela
estradinha de terra até ao Posto da Guarda Ambiental, onde deixamos
estacionados os carros.
Nada mal para quem estava há uns dois meses sem praticamente
sair de casa...
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