Por Leandro do Carmo
Escalada na Via Paredão Chuva de Guias
Local: Córrego dos Colibris / Parque Estadual da Serra da Tiririca
Data: 30/05/2014
Participantes: Leandro do Carmo e Stephanie Maia
Via Paredão Chuva de Guias – 2º Vsup E2 D2 275m (croqui)
Dicas: Para acessar a base da via, seguir a trilha do Córrego
dos Colibris, quando chegar a uma cisterna de cimento, seguir para a direita,
depois vira para a esquerda, Seguirá reto até uma grande árvore a sua esquerda,
continuará um pouco e depois cruzará uma grande raiz de árvore, seguindo para
direita, passará por um sistema de captação de água antigo e seguirá subindo
para a esquerda. O começo é muito fácil, um costão, até o segundo grampo.
Depois segue também muito fácil. O crux, Vsup, é no final, muito bom, mas terá
que escalar em 2º para chegar lá. Em alguns pontos a via está bem suja. No
verão o sol bate forte durante todo o dia. Vale a pena entrar bem cedo.
Relato
Continuando a minha “difícil tarefa” (ah se todo o problema
fosse esse...) de ter que escalar no Córrego dos Colibris, pois como já havia
falando antes, a Stephanie precisa escalar todas as vias do local para seu
trabalho de mestrado, escolhemos a Paredão Chuva de Guias. Assim seguiríamos a
ordem das vias da esquerda para a direita.
Escolhida a via era hora escalar! Marcamos cedo. Aproveitei
para deixar minha mãe lá na entrada do Parque, em Itacoatiara, pois ela está
fazendo do Curso Básico do CNM e seguimos para o início da trilha. Na semana
anterior a Stephanie teve seu carro roubado, chegaram dois caras numa moto e
apontaram uma arma para ela. Ainda bem que levaram só o carro, a gente vê tanta
coisa absurda por aí... A escalada para ela já tinha dois objetivos: seu
trabalho de mestrado e desestressar a difícil semana!
Bom... Então vamos lá!
Chegamos ao início da trilha, fizemos a pequena caminhada e
chegamos rapidamente a base da via. Eu já havia estado ali a um tempo atrás,
quando o Parque organizou um mutirão de limpeza da trilha. Nos arrumamos, com
muito menos mosquito que da outra vez e comecei a escalar. O começo é bem
tranquilo, na verdade, praticamente uma caminhada, seguindo assim até quase o
terceiro grampo. Fiz a parada e a Stephanie veio logo em seguida, sempre no
ritmo: escala, para, bate foto, escala novamente, para... Mas estávamos lá para
isso! Me preparei e segui para a próxima enfiada. Outra bem tranquila e sem
problemas. O tempo estava agradável. Escalar durante a manhã tem suas
vantagens. Se a via até agora não se mostrava muito interessante, o mesmo não
se poderia dizer do visual. Uma bela vista se formava da Lagoa de Itaipu,
Camboinhas, o Bairro de Itaipu, Pedra do Cantagalo, etc...
Depois de uma pausa para contemplar a paisagem, continuei
escalando. Essa terceira enfiada já é um pouco mais difícil que as outras duas.
Passei com muito cuidado em um lance, numa espécie de degrau entre as
bromélias, mais para evitar impactar a vegetação. Mais um pouco acima, montei
outra parada e a Stephanie logo chegou novamente. Continuei e fiz a quarta
parada, a última antes do crux da via. Uma pausa para água e algumas fotos e
segui para a melhor parte da via, assim eu esperava!
Subi e cheguei na base desse lance. A parede ganhava
verticalidade. Bem protegida. Os lances são em pequenas agarras, umas bem
sólidas, outras passei torcendo para não quebrar. Venci o lance e segui até o
próximo grampo, numa pequena diagonal para a esquerda. O grampo ficou distante,
talvez tenha ficado mal acostumado pela sequência anterior. Tinha corda para ir
até o final, mas resolvi parar ali mesmo e esperar a Stephanie subir, assim
ficaria mais próximo dela no crux. Ela subiu e passou lance, deu uma descansada
e continuou subir, ainda falei: “ Não cai aí não!” Bem no lance da diagonal,
pois se ela caísse ali, iria em cima de uns cactos. Ela me respondeu: “Por que
você foi falar isso!” Mas ela passou e chegou na parada. Mais uma enfiada curta
e estávamos no cume, ou melhor, no final da via.
Aproveitamos para fazer um lanche, descansar e apreciar o
belo visual. Nos preparamos para os intermináveis rapeis, acho que foram 9, não
importa, foram muitos!!!! Terminamos e fomos para o Bananal, onde o pessoal do
CNM ministrava a aula do curso básico. Mas antes disso, paramos na praia de
Itacoatiara, onde comprei um sanduíche, afinal de contas já era hora do almoço!
Fomos em direção ao Bananal, pegando a trilha da subsede do Parque e
encontramos o pessoal por lá. Ainda ficamos mais um tempo antes voltar,
acompanhando os futuros escaladores, inclusive um deles é a minha mãe, mas essa
história vai ficar para um outro relato...
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