Por Leandro do Carmo
Dia: 17/09/2022
Local: Porto Marinho - Cantagalo RJ
Participantes: Leandro do Carmo
Vídeo do XI Encontro dos Amigos da Canoagem
Vídeo da Corredeira do Urubu - Drone
Relato
Esse era o terceiro evento na qual eu participara. Com certeza o maior e mais organizado de todos esses. Com a impossibilidade de ir em 2019 e a não realização por conta da pandemia em 2020 e 2021, estava bem animado para esse ano. Como acompanhei de perto a organização, tinha certeza de que esse ano seria um grande evento. Em 2022, já havia remado por duas oportunidades no Rio Paraíba do Sul. Uma, num final de semana fazendo uma aula com o Matheus Leite e a outra, numa remada fantástica entre a Ilha dos Pombos e Itaocara, junto com os amigos Jefferson Figueiredo, Markley Santos e Wendell Linhares. Assim que a data foi marcada, anotei no calendário e fui contando os dias...
E o grande dia chegou. Na verdade, começou na véspera. Deixa eu explicar... Por conta do trabalho, acabei indo com o Ricardo Bemvindo na sexta após o expediente. Encontrei com ele em Copacabana e de lá seguimos viagem. A primeira parte da viagem foi complicada por conta do trânsito, só melhorando depois que já estávamos na estrada que leva à Magé. Dali em diante foi tranquilo. Chegamos tarde na simples pousada 20V, no centro de Itaocara. Como da última vez, fomos muito bem recebidos. Como já havia feito um lanche pelo caminho, fui logo dormir, acordaria cedo no dia seguinte.
Tomei café da manhã bem cedo e fui direto ao Kaiak, Sup & Clube pegar as mudas que seriam distribuídas no evento. De lá, segui direto para Porto Marinho. Chegando lá, pude organizar o equipamento e aguardar a saída para o Porto do Tuta, local de início da remada. Aos poucos, as pessoas foram chegando. Em pouco tempo o Arraial de Porto Marinho estava lotado. Tinha bastante gente. Tive a grande oportunidade de conhecer o Pedro Oliva, grande canoísta e recordista mundial de caiaque extremo. Não foi fácil conseguir juntar todo mundo para a saída, mas conseguiram. Ajudei a colocar os caiaques no caminhão e aproveitei a carona.
Chegando no Porto do Tuta, na Fazenda Paulo Gama, nos organizamos e preparamos tudo para nossa saída. Mas antes, demos um abraço simbólico em defesa ao Rio Paraíba do Sul, foi emocionante ver todos ali reunidos. Já era hora de ir para água. Levei meu caiaque para a água. A bolsa estanque com o drone ficou no caiaque do Jefferson. Nossa ideia era filmar os canoístas descendo a corredeira do Urubu, visto que o piloto do drone contratado só estaria na corredeira próximo ao Porto Marinho.
Já dentro d’água, dei umas remadas para aquecer o corpo. O dia estava nublado. Uma sorte. Talvez, se tivesse aquele sol, estaria bem desconfortável agora. A água estava clara e numa excelente temperatura. Tinha bastante gente dentro d’água. Eram botes, caiaques e até um Stand Up. Nos alinhamos para uma foto e começamos a remar. Parei rápido para conversar com o Matheus que me deu algumas dicas. O Jefferson foi na frente para chegar à corredeira do Urubu e de lá, organizar a descida para conseguirmos fazer algumas imagens.
O primeiro trecho foi bem tranquilo, uma remada com água parada, tendo apenas um trecho de águas mexidas antes do urubu. Numa remada tranquila, aportei alguns metros antes da corredeira mais forte do trecho. Dali, subi e me posicionei um pouco mais à frente. Aos poucos, os canoístas foram descendo e pude fazer alguns vídeos bem bacanas. Depois de ter conseguido filmar, voltei para a água. Era minha vez de encarar o “Urubu”. Combinei com o Matheus a descida, iria no meio e caso eu capotasse, teria o suporte de alguém. Eu já havia descido na remada que havia feito há alguns meses antes, quando desci da Represa da Ilha dos Pombos até Itaocara. Dessa vez, estaria com um caiaque diferente. Seria a segunda vez que remaria num tipo nesse tipo de barco.
Comecei a remar, seguindo o Matheus. Entrei na corredeira, seguindo para a direita até entrar na linha. Venci a primeira ondulação. Na segunda, a maior do trecho, não consegui equilibrar e virei, não dando tempo de mais nada. Com o caiaque emborcado, até senti que alguém havia encostado, mas a falta de experiência não permitiu que eu esperasse mais. Estava tudo preto. E numa questão de segundos puxei a saia, me soltando do caiaque e voltado à superfície. Segurei bem o remo e fui tranquilo até próximo a borda. O Pedro Oliva ainda me ajudou a tirar a água do caiaque para que eu voltasse para a água. Uma pena não ter conseguido completar a descida. Mas fica o aprendizado de que cada dia é um dia...
De volta à água, continuamos a remada, agora sem muitos problemas. Algumas corredeiras, mas todas tranquilas. O clima era excelente. Para todo lugar que se olhava, via algum caiaque ou bote. Diversão total. Já próximos ao final, paramos para acompanhar a última corredeira. Filmei mais uma vez com o drone. Era uma corredeira bem mais tranquila, num trecho bem bonito. Aos poucos todos foram descendo e acabei sendo um dos últimos a descer. Segui remando tranquilo até chegar à Porto Marinho.
Já em terra, arrumei tudo e fui curtir a segunda parte do evento. Estava bem cheio, com muito mais pessoas do que nas edições anteriores. Sinal de que de que as pessoas estavam acreditando na proposta e a certeza de que havia sido bem organizado. Esperei o momento das homenagens e segui de volta à pousada para descansar, pois o dia seguinte seria o dia de subir novamente à Serra da Bolívia.
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