terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Regata Ratier, minha primeira regata

Por Leandro do Carmo 

Regata Ratier, minha primeira regata

Dia: 22/10/2022
Local: Charitas / Urca
Participantes: Leandro do Carmo, Jefferson Figueiredo e Guilherme






Trajeto remado


Relato

Vi um anúncio no Instagram sobre a realização da Regata Rattier, organizada pelo Clube Carioca de Canoagem. Não gosto muito de competição, mas resolvi participar. Me inscrevi na categoria máster de canoagem oceânica. Ainda faltava um tempo, mas não tinha ideia de como iria fazer para chegar lá. Levar meu caiaque é muito ruim, além de precisar de alguém para me ajudar a colocar em cima do carro. Conversando com o Jefferson, ele animou de ir e ainda convidou o Guilherme, amigo dele. Resolvemos sair de Niterói e ir a Urca. A princípio, eu não iria participar da regata, apesar de estar inscrito, queria ir só para participar do evento.

Passei na casa do Jefferson as 5:30h e de lá seguimos para Charitas. Assim que chegamos, o Guilherme já estava lá também. O Jefferson foi encontra-lo, pois iria usar um caiaque dele. Eu segui direto para onde o meu fica. Arrumei tudo e fui encontra-los já próximo ao Aero Clube. Começamos a remada. Era uma manhã bem agradável. Estava quente, sem vento.  Rapidamente cruzamos o Morro do Morcego e rumamos para o Forte da Lage. Cruzamos o canal e passamos pela parte de dentro do forte. Entramos na Enseada de Botafogo e paramos somente na praia da Urca. Nessa hora, já deu para perceber que o vento havia aumentado. Nem lembrei que ainda restava a volta... 



A praia da Urca Já estava cheia de caiaques e canoas. Tinha bastante gente por lá. Fui falar com alguns amigos e pegar o kit da regata. Ficamos conversando durante um tempo até que convocaram os participantes para passarem a instruções das regras e outras informações da prova. A minha bateria seria a terceira em largar. Com intervalo de 10 minutos entre elas. Aos poucos, todos foram indo para a água e se organizando no ponto de largada. Como largaria na terceira bateria, esperei um pouco para sair. Não sabia se faria a prova toda. Falei com o Jefferson e com o Guilherme que remaria até o Forte da Lage e de lá, resolveria se continuaria ou não.  

Segui até próximo ao ponto da largada. O vento tinha aumentado consideravelmente, nesse primeiro trecho iríamos remar com vento em popa. Como tinha bastante embarcação na água, não foi fácil se posicionar. O vento forte fez com que alguns caiaques e canoas se embolassem lá na água. Eu me distanciei um pouco para sair da “confusão”. Com a largada da segunda bateria, fui me posicionando melhor. Quando tocou o sinal da largada, comecei a remar. Tinha bastante gente dentro d’água. Fui tomando os que estavam à frente como referência. Alguns foram se distanciando rapidamente. Não dava para acompanhar. Fui mantendo meu ritmo sem me preocupar muito. Aos poucos, o Forte da Lage foi se aproximando. A maré foi jogando para dentro. Eu optei por uma linha bem próxima. Alguns chegaram a virar e foram ajudados pelos barcos de apoio.



Após iniciar o contorno do Forte da Lage, já deu para perceber que a remada de volta seria dura. Assim que passávamos no píer de atracação do Forte, tínhamos que gritar o nosso número de inscrição, o meu era o 49. Agora o vento estava contra. Estava tão forte que tive que tirar o boné. Foi só parar de remar alguns segundos que fui levado para o lado. Era manter o ritmo e seguir remando. Aos poucos, acho que a remada que fiz para chegar à Urca foi cobrando seu preço. Já não conseguia mais remar como antes. Pensei em desistir algumas vezes, mas se eu havia chegado até aqui, por que não ir até o fim? Isso me fez continuar e mesmo cansado fui me aproximando dos barcos atracados na Urca. Sinal de que estaria chegando ao fim.  

Já conseguia ver a praia da Urca ao fundo e deveria contornar uma pedra. Não sabia muito bem onde ficava e fiquei olhando quem estava à frente para eu me guiar. Assim que contornei a pedra, foi só dar as últimas remadas para, enfim, cruzar a linha de chegada. Cheguei bem cansado, mas feliz por ter terminado. Dei um, boa descansada e aproveitei para lanchar novamente. Encontrei o Jefferson e o Guilherme e falei que havia decido remar até o fim. Eles remaram também, mas nem os encontrei pelo caminho. Já era hora de voltar. Ainda havia o caminho de volta.  

Achei que com o vento ajudando, fosse ser bem tranquilo. Então, não me preocupei muito. Como eu queria estar certo. Não pude esperar a premiação por conta do avançar da hora, então e despedi do pessoal do CCC e começamos a remada de volta. Fomos remando o mesmo trecho até o Forte da Lage e já vendo as condições do mar, optei por seguir pela parte de dentro. O Guilherme e o Jefferson passaram por fora. Um navio apontou e esperei para que ele passasse. Enquanto isso, o Jefferson e Guilherme chegaram próximos. Assim que o navio passou, reiniciamos a remada.  

Desse ponto em diante, o mar estava bem mexido. No começo estávamos próximos um do outro, mas com o tempo, o vento e nosso ritmo diferente foi fazendo com que nos afastássemos. Eu já não conseguia remar no ritmo deles. Para aproveitar um pouco o vento e a ondulação, apontei a proa do caiaque para a Ilha da Boa Viagem e assim fui remado. Por vezes, as marolas quebravam por cima do caiaque. Estávamos cada vez mais distantes. Já na direção do Morro do Morcego, o mar ficou bem estranho e logo que estava mais ou menos piorou. O vento agora era contra e forte. O Guilherme já não via mais. O Jefferson estava bem longe, já na direção da ponta da Estrada Fróes. Eu, optei por mudar o rumo e seguir até a praia do Morcego, mesmo com vento contra, pois a distância era menor e eu estava bem cansado. Cometemos o erro de nos afastarmos e perdemos completamente o contato. Agora já era tarde.  

As rajadas aumentaram e foi difícil chegar. Nem acreditava que havia chegado. Puxei o caiaque para a areia e tentei olhar para ver se via alguém, mas nada. Como eu chegaria bem depois deles, mandei uma mensagem no whatsapp para avisar que estava tudo bem e que havia passado na praia do Morcego. Bebi uma água e esperei para ver se o vento daria uma trégua. Mas nada dele ajudar. Continuei por mais um tempo, até que decide voltar a remar.  

Voltei para água e fui remando em direção à estação do catamarã da praia de Charitas. Fiz esse trecho bem devagar. Ainda encontrei com a galera do Windsurf já próximo à estação. Enfim havia chegado. Na areia encontrei com o Jefferson que esperava há algum tempo. Guardamos as coisas e fomos embora. Um grande desafio numa manhã bem completa. Temos que estar preparados para revés. A natureza é forte! 



















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