Por Leandro do Carmo
Local: Teresópolis
Dia:15/06/2019Participantes: Leandro do Carmo, Marcelo Correa, Mazinho e Guilherme Gregory
Como chegar à Pedra das Sebastianas
Ponto de início da trilha: https://goo.gl/maps/wBsnPb7fWDQTzz6v5
Vídeo da Via Safenado - Pedra das Sebastianas
A via é um misto de aderências e micro agarras. Uma via bem
exposta em algumas enfiadas. Segue numa aderência até a segunda parada, na base
de uma diedro cego em arco para a direita. Depois sobe num lance bem bonito,
onde se protege com móvel. Nesse ponto, deve-se usar fitas longas e é indicado
descer de baldinho e retirar as costuras para diminuir o arrasto, seguindo por
um trecho em aderência e bem protegido, se comparado ao restante da via. A
quarta enfiada é em aderência e micro agarras, com o último trecho bem exposto.
Daí, segue para o A0, recentemente livrado pelo escalador Fabio Salomão e
sugerido VIIIa. Na penúltima enfiada, o lance mais bonito da via, um trecho bem
vertical, protegido em móvel. Dali até o final, segue sem grandes problemas.
Relato da Via Safenado - Pedra das Sebastianas
A região dos Dois Bicos ainda não conhecia. Quando vi o
convite do Marcelo Correa, aceitei prontamente. Já havia visto fotos do local e
com certeza seria uma bela escalada! Saímos cedo de Niterói. Ainda estava
escuro e nossa programação era encontrar os amigos do CET às 7:30, em um posto
na estrada Terê x Fri. Chegamos com pontualidade, eram 7:24.Tomamos um café
reforçado no posto Mix e de lá seguimos em direção ao Vale dos Frades.
Chegamos rápido e estacionamos os carros próximos à entrada
da Fazenda Quinta do Pinhal. De lá, começamos nossa caminhada até a base da
via. Já podíamos ver os Dois Bicos bem à frente e Pedra das Sebastianas, nosso
objetivo, a sua direita. Caminhamos por uma estradinha de terra que corta o
pasto. Parecia rápido, mas é uma pernada boa... Em um trecho da estradinha,
saímos à direita e começamos a subir o pasto em direção a base da via. Num
determinado ponto, nos dividimos. Um grupo foi para a via Castelo de Cartas e o
outro, para a via Safenado.
O dia estava bem aberto. Uma bela manhã. Na base da via,
estávamos eu, Guilherme Gregory, Marcelo Correa e o Mazinho, um dos
conquistadores da via. Nos arrumamos e o Guilherme saiu para a primeira
cordada. Enquanto ele subia, aproveitei para filmar com o drone. O Marcelo
seguiu nessa primeira enfiada e fui logo em seguida. Essa primeira enfiada foi
de aderência e micro agarras. Foram duas proteções até a parada. Um aquecimento
para as próximas...
A segunda enfiada foi mais curta. Paramos antes de um diedro
meio cego. De baixo, parecia perfeito, mas a mão não entra muito. Ainda bem que
são lances mais tranquilos. O Mazinho seguiu no lance e protegeu pouco, pulando
algumas proteções. O Marcelo guiou mais
uma. Segui para a direita até chegar numa parte vertical, num lance bem bacana.
Com uma peça protegendo o lance, passei sem dificuldades, até entrar numa
aderência bem forte, porém, bem mais protegida que nos lances anteriores.
Já na terceira parada, foi hora de guiar a próxima... Minha
mão esquerda ainda não estava muito boa, mas arrisquei assim mesmo. Comecei a
subida levemente para a direita e depois voltei para a linha da via. São apenas
dois grampos nessa enfiada de 60 metros. Na subida, ouvi o Marcelo dizer para
não ir em direção ao buraco, pois depois deveria seguir para a direita, mas não
era eu que estava indo... Era a via que estava me jogando!!! Não deu outra, parei no buraco e tive que
atravessar para a direita. Só que o grampo de cima estava bem acima, o de
baixo, bem abaixo... Foquei na subida e fui de pé em pé até chegar à parada. O
Marcelo chegou logo depois.
Na quinta enfiada, tínhamos o A0, onde o Mazinho deixou as
costuras já posicionadas, o que nos ajudou a subir rapidamente. Mais uma guiada
do Marcelo. Subi em seguida limpando a via. Fizemos nossa quinta parada. Ali
observamos o crux da via. Uma passagem bem ao lado de um teto, num lance bem
vertical, protegido por duas peças bem no alto. A vista para o vale e as
montanhas ao redor, como o Cabritos, Branca de Neve, Dois Bicos, Pico Maior,
Pico Médio, Capacete, entre outros, era uma coisa fantástica.
O Marcelo seguiu no lance e fui logo em seguida, passando
pelo crux. Na nossa sexta parada, ficamos conversando um pouco e o Mazinho nos
contou sobre como batizaram a via. Ele nos disse que conquistou a via alguns
meses após uma cirurgia no coração. O nome da via acabou ficando “Safenado”.
Ainda comentei: “Depois dessa via, não precisou nem voltar no médico para
revisão. A cirurgia foi um sucesso!”
Após algum tempo conversando, nos preparamos para o rapel e
descemos até a base, onde caminhamos até o carro... Uma excelente via, num
local fantástico!
Vídeo de Drone
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