terça-feira, 9 de julho de 2019

9° Encontro dos Amigos da Canoagem de Itaocara

Por Leandro do Carmo

Data: 26/08/208

Relato

Era a minha terceira participação no Encontro dos Amigos da Canoagem, que já estava na sua 9ª edição. Apesar de ter chegado há pouco tempo do Peru, voltar para Itaocara e reencontrar o belo rio Paraíba do Sul era um prazer enorme! O evento desse ano prometia. Assim como no ano passado, saímos de Niterói bem cedo. A ideia era chegar no dia do evento. Esse ano, optei por alugar um duck, um tipo de bote inflável para duas pessoas, assim seria mais fácil descer a Cachoeira do Urubu. Nos dois anos anteriores, não tive coragem de descer com o meu caiaque... Com a estabilidade do duck, acho que iria.

Saí na madrugada de sábado, por volta das 4:30. Fomos eu, meu pai, meu tio e o meu filho João. A viagem até Itaocara foi tranquila. Como estava muito cedo, não pegamos trânsito. Chegamos no ponto de encontro as 8:30 da manhã e o pessoal já estava saindo. Dali até Porto Marinho foram cerca de 25km. Mas antes, passamos na Cabana do Peixe Frito, local onde seria feito o churrasco de comemoração do evento.

Em Porto Marinho, arrumaram o caminhão, colocando a maioria dos caiaques em cima. Como aluguei o duck, não me preocupei dessa vez. De lá seguimos para o Porto do Tuta, na Fazenda do Paulo Gama, local de início do passeio. Estava bonito de ver o local. Muitos caiaques e muita gente. Com certeza o maior evento já organizado. Conheci o Robson, dono do bote que eu havia alugado e o meu companheiro de remada, o Igor. Ainda dei uma rápida entrevista para uma emissora de TV de Nova Friburgo.

Inflamos o duck e tivemos uma aula intensiva de como remar. Nunca havia remado nesse tipo de bote, mas achava que não teríamos problemas... E não tivemos. Aos poucos todos começaram a ir para a água. Levamos o duck para água e demos as primeiras remadas. Nos reunimos para a foto oficial. Não cheguei a contar, mas tinha algo em torno de 50 pessoas na água.

O dia estava perfeito. O rio, espetacular. Garantia de um excelente evento. Começamos a remar e de cara já percebi que não seria tão fácil. Remar no duck tinha que fazer mais força, além de ter que dar o rumo. Sozinho, consegue-se manter o rumo com mais facilidade. Em dupla, tínhamos que sincronizar a remada. Mas aos poucos fomos nos adaptando. O rio estava mais cheio que o ano passado. Algumas corredeiras sumiram, mas o dia estava tão agradável que dava para superar...

Seguimos remando até chegar próximo a tão esperada Cachoeira do Urubu. Alguns canoístas já haviam descido, outros estavam próximos a margem. Encostamos bem próximos. Nem saímos do bote. Seguimos descendo. Alinhamos a descida e entramos bem na corredeira. O desnível no primeiro degrau é grande. Entrar bem na linha da descida é fundamental. Seguimos descendo depois de uma grande onda, completamos o trecho. Tudo muito rápido!

Com a adrenalina alta, subimos e carregamos o bote novamente para cima da corredeira para uma segunda descida. Ele é pesado e desconfortável para carregar, mas a vontade de descer novamente era grande. Não foi muito fácil chegar lá. Tivemos que atravessar um trecho que deu trabalho. Já posicionados para segunda descida, demos uma pequena descansada. Entramos novamente no rio e acertamos o bote para a linha da descida. Descemos melhor que da primeira vez. Acho que se descêssemos uma terceira vez, teria sido ainda melhor. Sabendo como o bote se comporta, ficou mais fácil, estávamos no controle da situação.

Após a comemoração da excelente descida, continuamos remando rio abaixo, afinal de contas ainda faltava um trecho. Como o nível do rio estava bem acima do que da última vez que havia ido, algumas corredeiras havia literalmente sumido. Só voltamos a ter emoção, lá na corredeira do Molha Saco. Nesse ponto, parece até que é outro rio, pois bem acima, o rio Paraíba do Sul se divide e voltar se encontrar nesse trecho. Encostamos na margem de lá fomos carregando o bote por terreno cheio de pedras. Algumas pedras bem escorregadias. Como estava na parte de trás, nem conseguia controlar bem e numa dessas pedras, tomei um escorregão. Por pouco não foi grave. Nem deu tempo de ver se havia me machucado, já continuei andando.

Já no topo da corredeira, colocamos o bote novamente dentro d’água. Enquanto caminhada, fui prestando atenção na linha que faríamos para descer. Na teoria tudo muito fácil... Começamos a remar e pegamos velocidade. Até que entramos bem, mas a força da água foi levando o bote meio de lado. Até tentamos alinhá-lo, mas ele foi de lado em uma grande pedra. Ainda bem que estávamos no bote, se fosse um caiaque desses de fibra, poderia até tê-lo partido ao meio ou sofrido um grande estrago. Já teve gente perdendo o barco nessa pedra.

Descemos direto. Fiquei pensando na corredeira do Porto Marinho, mas ela praticamente desapareceu com o rio mais cheio. Passamos por ela e fomos direto para o Porto Marinho. Tinha até plateia para saudar a chegada dos canoístas. Muito legal ter chegado ao Porto Marinho com tanta gente em volta. Com todos em terra, foi hora de arrumar as coisas e irmos para a Cabana do Peixe Frito, onde seria o churrasco de confraternização.

No local do churrasco, almoçamos e passamos o resto do dia. O evento foi muito bem organizado. Nada a desejar. Cada ano que passa, mais participantes prestigiam. Já no final do dia, armei a barraca e fui descansar. No dia seguinte, optamos por ir embora por um caminho bem diferente do qual estávamos acostumados. Seguimos para São Sebastião do Paraíba e depois para Cantagalo. Foram cerca de 50 km em estrada de terra até chegar ao asfalto novamente. Um viagem muito bacana. De lá seguimos para casa... Missão cumprida!















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