Por Leandro do Carmo
Escalada na Via Paredão Mabelle Reis - Córrego dos Colibris
Local: Córrego dos Colibris / Parque Estadual da Serra da Tiririca
Data: 31/08/2014
Participantes: Leandro do Carmo e Stephanie Maia
Via Paredão Mabelle Reis – 4º IVsup E2 D1 - 140m
Dicas: Para acessar a
base da via, seguir a trilha do Córrego dos Colibris, quando chegar
a uma cisterna de cimento, seguir para a direita, depois virar para a
esquerda. Seguir reto até uma grande árvore a sua esquerda, após
seguir para a esquerda pegando um leito de seco de um córrego. Em um
determinado ponto verá a parede a sua direita. Ali fica a base da
Via Paredão Fogo do Inferno, seguindo adiante, chegará a uma grande
árvore, com o tronco oco. Virar 90º a direita até chegar a parede.
Na base, tem um diedro com vegetação. O começo da via é bem
vertical e dá para ver facilmente os grampos. Rapel obrigatório
pela própria via. Sem dúvida a melhor via do setor.
Relato
Última via do setor do
Córrego dos Colibris que faltava para eu para escalar. Com essa,
finalizaria o projeto com a Stephanie. Pela descrição da via no
guia antigo de Itacoatiara, do Léo Nobre, essa era a mais forte do
setor - 4º IVsup E2 D1 - 140m. Mas não foi por esse motivo que
deixamo-la por último. O fato é que começamos pela ordem da
direita para esquerda, fazendo a Estela Vulcanis primeiro.
Como o sábado foi
nublado, não precisaríamos sair cedo afinal de contas achávamos
que não daria sol no dia seguinte. Assim marcamos as 08:30 h da
manhã. Parei ainda na padaria para tomar um café. Mas não perdemos
muito tempo e logo estávamos na entrada da trilha. Como da outra
vez, nos arrumamos ali e seguimos para a base da via. Não tinha
muito informação de onde era base. Quando fiz a Fogo do Inferno, vi
a linha de grampos na parede e tirei como referência uma grande
árvore na mata. Entrei na trilha e após a cisterna de cimento e a
grande figueira, peguei a esquerda um leito de rio seco e fui
subindo. Passei pela base da via Paredão Fogo do Inferno e cheguei
numa grande árvore, que deveria ser a que tinha pego como
referência. Virei 90º a direita e cheguei na parede. Dali foi fácil
ver os grampos. Uma base limpa. Muito mais fácil de achar do que eu
estava imaginando.
O começo é bem
vertical. A saída é que tinha um pouco de líquens, o que a deixou
um pouco escorregadia. Tive que ir com bastante cuidado, analisando
bem os movimentos. Costurado o primeiro grampo, segui subindo sem
maiores problemas. Mais acima os lances ficam bem verticais, quase
uns 90º. Boas agarras, mas que num primeiro momento me deixaram
receoso, pois pareciam que eram umas pedras coladas na parede e que
poderiam soltar a qualquer momento... Mas depois que peguei
confiança, ficou mais fácil...
Passado o crux da via,
fiz a parada na primeira dupla de grampos, a uns 25 metros. A
Stephanie veio logo em seguida. Até que enfim um via boa nesse
setor, comentamos... Uma via limpa, sem vegetação... Achávamos que
não fosse fazer sol, inclusive, a previsão era de chuva para a
parte da tarde. Estávamos enganados... O sol veio com força e ali
já não tinha mais sombra. Já saí para ganhar tempo, afinal de
contas qualquer minuto a mais no sol faz a diferença. A segunda
enfiada foi tranquila, alguns pontos um pouquinho sujos, mas sem
problemas. Montei a parada novamente numa dupla de grampos. A
Stephanie veio em seguida. Na parada, aproveitamos para beber uma
água, o calor estava forte! Ela aproveitou para medir a inclinação
da parede naquele ponto, na qual registrou 54º.
Saí para a terceira
enfiada. Fui subindo e percebi que os lances foram ficando um pouco
mais expostos que nas duas primeiras envidadas. Para melhorar a
situação, as agarras foram ficando muito mais quebradiças. Tive
que escolhê-las com mais precisão. Não estava com a menor vontade
de tomar uma vaca... Fui subindo até um lance mais exposto que o
normal. Procurei ainda por algum grampo escondido e nada. E para
piorar, uma grande laca oca, na posição que eu estava, era
obrigatório passar. Procurei a melhor agarra. Quando pus força ,
ela quebrou... Se a melhor era essa... Tudo para testar o
psicológico!!! Quando olhei para baixo, tive certeza que o
psicológico estava em dia. Dei uma pausa e respirei fundo e toquei
pra cima.
Cheguei no grampo e
adiantei para não perder mais tempo. Subi mais um pouco e montei a
terceira parada. Avise a Stephanie para subir com cuidado ao passar
por aquela laca. Ela veio subindo e parou algumas vezes para
fotografar. Na parada, dava para ver o último grampo um pouco mais
acima. O calor já estava incomodando. Resolvemos descer dali, não
valia a pena ter que subir mais um lance só para chegar ao final da
via. Mas antes da descida, mais algumas fotos e mais uma medição da
inclinação, que estava na casa dos 49º, se não me engano...
Essa via me interessa bastante para aumentar o grau da minha escalada !
ResponderExcluirGrande relato... agora pegar numa agarra e ela quebrar numa parede vertical é meio sinistro hein... affffff
Valeu PitBull, grandes relatos, sucintos e agradáveis de ler.
Showwwwwwwwwwww
Rala-Bota