Costão de Itacoatiara - Paredão Uma Mão Lava a Outra
Local: Itacoatiara
Data: 30/09/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima e Stephanie Maia
Participantes: Leandro do Carmo, Marcos Lima e Stephanie Maia
DICAS: Algumas agarras ainda por quebrar; lacas soltas;
treinar comunicação, guia não vê o participante; descida por trilha; segurança
de corpo no final da via; a via mais forte dessa face; possui um lance no final
mais exposto que o normal da via; no verão, chegar bem cedo, fica sombra até
umas 10 horas.
Estava para repetir essa via há algum tempo. Havia feito ela
com o Guilherme há uns dois anos e meio. Na verdade, nem lembrava muita coisa
da via. Só me recordava da primeira enfiada, na qual considerei forte, se
comparando com as outras dessa face. Abri a atividade no site do ClubeNiteroiense de Montanhismo e fiquei na espera de algum participante... Não
demorou muito para que logo aparecesse uma companhia, acho que nem uma hora! A
Stephanie me passou um e-mail perguntando sobre a via e se ela poderia ir.
Ainda falei para ela: “Quem vai me dizer é você!”
Marcamos as 07:30 no gramado em frente ao Costão. Estava
tudo certo. A previsão era de tempo nublado, sem chuva, perfeito para uma
escalada. Alguns dias antes, o Marcos Lima me ligou perguntando se ele poderia
ir também. Ele tinha acabado de concluir o curso básico com o Ian e estava na
pilha de escalar. Pensei até em dizer que já estava lotada, pois não queria
muito entrar em uma cordada de 3, mas sem o sol... a história é outra. Falei
que estava tudo bem e avisei do horário. Combinamos de nos falar no domingo bem
cedo, pois se chovesse, cancelaríamos.
O domingo amanheceu bom e nos encontramos por volta das 7:30
h em Itacoatiara. Fomos direto para a caminhada de aproximação. Descemos pela
praia e seguimos no costão. Fomos paralelo à praia e começamos a subir na
altura do grande platô de vegetação. Algumas pessoas começam a subir antes,
sendo que, por onde passamos, é mais fácil. Encontramos muito lixo pelo
caminho, vi que havia necessidade de um mutirão de limpeza no local. Mas essa
fica para a próxima, nosso objetivo, pelo menos hoje, seria outro.
Na base, nos arrumamos e combinamos algumas coisas, pois nas
duas primeiras paradas perde-se o contato visual. Esse era o grande teste do
Marcos, ainda brincamos que seria a hora para saber se gostava ou não de escalar!!!
Comecei a subida com a segurança da Stephanie. Saí e costurei o primeiro
grampo. Continuei subindo e aos poucos a parede foi ganhando verticalidade. Os
lances são bons, bem protegidos e com agarras, umas melhores, outras nem tanto.
O negócio é que é constante. Alguns lances, precisava parar e dar uma analisada
melhor, demorando um pouco mais que o normal, mas fui tocando até chegar a
primeira parada, a única dupla da via. Algumas nuvens ameaçavam encobrir o
costão, mas o vento logo as dissipavam. Não estava aquela vista da praia, com
água verde, quase transparente, que estamos acostumado a ver nos dias sol, mas
as nuvens que encobriam parte da praia de Itacoatiara e o Morro das Andorinhas,
foi um espetáculo a parte.
Montei a parada e gritei que já estava preso. Consegui ouvir
o Marcos gritando OK. Tinha vento, mas não estava tão forte, deixando a
comunicação tranquila. A Stephanie veio escalando e pensei nos lances que havia
feito... Deve estar passando um perrengue!!! Mas ela conseguiu superá-los e depois
de alguns minutos comecei a ver o capacete dela e não demorou muito até chegar
onde eu estava. O Marcos veio logo em seguida e no mesmo ritmo, chegou onde
estávamos. Pronto, primeira parte da missão estava completa! A Stephanie ainda
comentou que se terminasse ali, estaria satisfeita. Mas eu não!!!! Missão
cumprida, é missão toda cumprida!!!
Logo tratei de me preparar para a próxima enfiada. Segundo o
croqui, o crux ficava entre o primeiro e o segundo grampo após a parada, numa
pequena diagonal para a esquerda. Ali eu lembrava bem. Costurei o primeiro
grampo, subi um pouco e abri bem a perna para a esquerda, num movimento de
tesoura, mas bem aberta mesmo, o suficiente para dar equilíbrio e continuar até
o segundo grampo. Dali fui seguindo reto, num caminho bem óbvio. Vi um grampo e
pensei que talvez dessa para chegar, dei uma esticada, mas não deu. Quando dei
uma afrouxada na corda, ela enroscou num grampo bem abaixo, fora do meu alcance
de visão, dificultando a minha subida. Voltei, desescalando até o grampo de
baixo e montei a parada. Tive que fazer um pouco de força puxando a corda na
hora da segurança da Stephanie, mas consegui traze-la. Isso cansou um pouco. O
Marcos veio logo em seguida e nos reunimos na parada.
Demos uma ajeitada nas cordas e saí para terceira enfiada. A
parede perdeu verticalidade e os lances foram ficando mais fáceis. Tem um
pedaço em que começa-se a escalar sem ver o próximo grampo, mais sem muita
dificuldade. Resolvi montar a parada no penúltimo grampo da via. Não tinha certeza
se teria corda o suficiente para chegar até ao próximo.
Quando a Stephanie chegou, um pouco cansada, avisei que mais
uns 20 metros e estaríamos no cume. Já dava até para ouvir algumas pessoas
conversando lá em cima. O Marcos chegou logo em seguida. Como já estávamos no
final. Não saí logo. Ajeitamos a corda com mais calma. Avisei que daria
segurança de corpo no final da via e comecei a escalar. Costurei o último
grampo e fui até cume do Costão. Lá, passei uma fita num arbusto, só como
backup e mandei a Stephanie subir. Ela veio e em seguida o Marcos.
Para o teste do Marcos, até foi bom. Bom não... Foi
ótimo!!!! Já começou com chave de ouro. Nesse ritmo, já, já, vais estar
guiando. E a Stephanie acostumada com o Córrego dos Colibris... Enfim, uma escalada
mais completa!!!!
Valeu pessoal, até a próxima.
Aêeeeeeeee uma bela via pela narrativa hein PitBull !!!
ResponderExcluirShowwwwwwwwwww, e concordo contigo " missão cumprida é missão toda cumprida " rsrsrsrsrs
Um forte abraço do amigo Rala-Bota.