Por Leandro do Carmo
Escalada em Niterói - Relato da via Entre Quatro Paredes
Local: Costão de Itacoatiara – Niterói RJ – Face Leste
Data: 13/04/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Alfredo e Vinícius Araújo
Relato da Via Entre Quatro Paredes
Havia proposto uma invasão, mas não tivemos muitas adesões
lá no clube. Minha ideia inicial era escalar a Guarischi novamente, mas não dava para fazer uma cordada de 3. Ainda mais com o calor que vem fazendo nesses últimos
meses. Durante a semana, resolvi mudar a atividade para a Alan Marra, pois essa
eu ainda não havia feito e com certeza seria bem mais rápida.
Cheguei cedo à sub sede em Itacoatiara. O Alfredo já estava
lá me esperando. Faltava apenas o Vinícius. Ficamos lá ainda algum tempo. Aos
poucos o pessoal do CEB foi chegando, hoje eles iriam ter aula do curso básico
e fariam algumas vias, também na face leste. A Eny e a Patrícia chegaram e
foram fazer a trilha do Costão. Seguimos a trilha e quando chegamos à base da
Alan Marra, duas cordadas, uma de três e outra de dois, se preparavam para
subir. Não tinha como esperar... Resolvemos fazer outra via, acabamos na Entre
Quatro Paredes. Antes tivéssemos ido fazer alguma via na face oeste. Mas já que
estávamos ali...
O dia estava nublado.
O sol tentava dar as caras, mas não tinha força para superar as nuvens. Apesar do sol estar escondido, o calor na trilha estava insuportável. Fazia tempo que
não suava tanto, apesar do forte calor dos últimos meses. Voltamos um pouco até
a entrada do caminho que leva a base. Não tem trilha definida, mas é só pegar
uma linha reta até a parede e ir desviando dos blocos que se chega lá. Aí, é só
encontrar os grampos.
Chegamos à base literalmente derretendo! O calor estava
insuportável, estava abafado. Não ventava. Nos arrumamos e eu guiei o primeiro
lance. Subi tranquilo. A via nesse começo é bem protegida, o que deixa o
psicológico um pouco mais a vontade. No grampo antes da horizontal, montei a
parada e o Alfredo veio escalando. Deu uma parada para colocar os óculos e logo
chegou. Dali dava para acompanhar as cordas do curso básico do CEB. Eram uma
cordada de três na Novos Horizontes e mais duas cordadas, uma de 3 e outra de 2
na Alan Marra. O visual estava bonito. O Vinícius escalou logo em seguida e
ainda ficamos conversando um pouco antes de continuar.
Na segunda enfiada, foi a vez do Vinícius guiar. Passou pela
horizontal e tocou reto para cima. O Alfredo foi no meio e eu, logo em seguida.
Aquela horizontal tem uma boa de passar, não muito em cima, não muito em baixo.
Se cair, vai pendular em cima de uma vegetação. Mas segui tranquilo, o lance
não é muito complicado. Depois que termina a horizontal, segui reto para cima
até a parada, onde o Alfredo e o Vinícius me esperavam.
Na parada conversávamos sobre o prazer de estar escalando.
Não precisa ser uma via difícil, ou coisa parecida. Basta estar ali, num
completo silêncio, que só é quebrado pelo som de: “escalando”, “vem”, “preso”,
“puxa”, etc. É nessas horas que eu agradeço a Deus pela oportunidade de estar
ali. Um momento completo de harmonia entre o querer e o fazer.
Como eu já havia guiado uma enfiada e o Vinícius, outra, era
a vez do Alfredo seguir. E ele foi. Tocou para cima com segurança. Chegou num
ponto onde ele perguntou: “cadê o grampo, é para onde”. Eu já havia feito a via
há bastante tempo e não fazia a mínima ideia de onde estava o grampo. Falei
para ele: “É aí para cima!!!!!” Ficamos rindo... Ele subiu e montou a parada em
um laca e o Vinícius subiu. Eu segui logo depois e fui direto para a direita,
até o caminho para o costão.
Quando estávamos arrumando o equipamento, encontramos a Eny
e a Patrícia Gregory que haviam feito o Costão. Logo depois veio o Ricardo
Barros, do CEB, que subiu pela Uma Mão Lava a Outra. Depois que foi a vez do
Léo Nobre passar. Aproveitamos para tirar algumas fotos e descemos. Na base nos
despedimos. Não deixamos nada marcado, mas quem sabe no próximo final de
semana...
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