Por Leandro do Carmo
Travessia Petrópolis x Teresópolis
Participantes:
Leandro do Carmo, Leandro Collares e Michael Rogers
Dicas para a Travessia Petrópolis x Teresópolis
Caminhada pesada; Tenha em mente que é fácil se perder; A serração,
característica do local, pode baixar a qualquer momento, o que
dificultará muito a orientação; Arrume bem a mochila e não leve
coisas desnecessárias; Pode-se ficar nos Abrigos (comprar ingresso
www.parnaso.tur.br),
e usar a cozinha de lá, o que diminui bastante o peso da mochila;
Possibilidade de banho quente nos abrigos; Existem vários guias que
podem ser contratados; se for fazer sozinho, estude bem o local, os
pontos de orientação são importantíssimos; existem setas de metal
fixadas no chão e totens para indicar o caminho; Não encontrei nada
indicando o caminho errado, como li em vários relatos; Os guardas
levam o carro de uma portaria a outra, isso mediante pagamento e sem
o aval do parque, facilitando muito a locomoção.
Material levado na Travessia Petrópolis x Teresópolis
Utilizado:
mochila 48 litros; saco de dormir (0ºC); isolante; travesseiro
inflável; toalha pequena; segunda pele (camisa e calça); 2 calças;
1 fleece; 1 casaco fino; 1 anorak; 1 poncho; luva; gorro; 6 pares de
meia; garrafa pet 1,5 l; duas garrafinhas de 500 ml; canivete; headlamp; material primeiros socorros; copo.
Utilizado, porém, dispensável: fogareiro Júpter (Nautika); 1 refil de gás; talher; panela; dois
potes pequenos para comida (mediante pagamento, pode-se usar a
cozinha do abrigo, com tudo isso disponível);
Alimentação:
Comida liofilizada (macarrão a bolonhesa, arroz, feijão e
strogonoff de frango); pães; polenguinho; leite em pó com chocolate
(já dividido em porções – sacolé); café solúvel; porções de
carboidrato; biscoito; chocolate.
Vídeo
Relato
Enfim
consegui realizar um sonho! E de maneira fantástica... Papai do Céu
foi generoso e nos presenteou com um final de semana maravilhoso! Mas
até chegar lá, demorou um pouco... Afinal de contas, a travessia
não é uma simples tarefa... Muito menos quando os participantes
nunca a fizeram! Mas depois de muita preparação e suor,
conseguimos!
Já estava
na programação fazer a travessia neste ano. Considerada por muitos
como uma das mais belas do Brasil. Faltava arrumar uma data e
companhia. Em uma das reuniões do CNM – Clube Niteroiense do
Montanhismo, levantei a idéia e logo os interessados foram
surgindo... Abri a atividade e logo fechamos um grupo de 6: eu; meu
irmão, Leonardo G Carmo; Alex Figueiredo; Leandro Collares; Giovani
Neto; e Michael Rogers. Dos seis, somente o Alex já havia feito a
travessia. Depois de fazer as reservas no parque, alguns
participantes foram desistindo por vários motivos. Na semana
anterior, estávamos reduzidos a metade (eu, Collares e Michael) e
sem o Alex! Estava contando com ele, era o único que já havia
feito! Liguei para o Collares e resolvemos manter a atividade.
Vou falar
que fazer a vista, deu um cagaço! Para todo mundo que eu ligava, me
diziam que não era aconselhável... era melhor ter um guia.... tinha
que ter alguém que já tivesse feito... é fácil de se perder...
etc. Mas a gente se preparou. Estudamos o caminho, referências,
guias, condições do tempo e li vários relatos que achava na
internet. Não podia dar errado. Agente não estava indo com os olhos
vendados... E também conseguimos um GPS com Neuza, para nos ajudar,
caso precisássemos.
Primeiro dia da Travessia Petrópolis x Teresópolis
Distância:
7 Km
Desnível:
1.100 m
Tempo: 04
h 25 min
Características:
1ª parte – forte subida; 2ª parte – misto de lajes e trilhas, a
orientação pode ficar comprometida caso não tenha visibilidade; um
ponto de água (Ajax).
Decidimos
sair de Niterói às 06:30 h do dia 12, sexta-feira. Queríamos
chegar cedo para curtir bastante o local e o caminho até o Açu.
Fomos de carro até a sede de Petrópolis, no Bonfim, onde combinamos
com o Edson, vigilante do Parque, para levar o carro até a sede de
Teresópolis no domingo, nosso tão esperado destino. Decisão
acertada! Não tem preço o conforto. Iríamos perder muito tempo
pegando ônibus... Já na sede, reverti os valores pagos pelo meu
irmão em serviços nos abrigos, como banho quente e uso de cozinha,
apesar de estar levando fogareiro.
Batemos
algumas fotos e iniciamos a subida. O começo é um passeio.
Caminhamos sempre ouvindo o barulho do rio à nossa esquerda.
Ultrapassamos alguns grandes grupos. Por cerca de 45 minutos,
seguimos até encontrarmos a bifurcação que indicava o caminho para
a Cachoeira do Véu da Noiva e Gruta do Presidente e a subida para o
Açu. Uma parada rápida. A partir daí, a coisa começa a apertar.
Fomos subindo sem dar trégua. Já podíamos avistar de perto o
Alicate e todo o vale do Bonfim. Chegamos à conhecida Pedra do
Queijo. Agora, uma pausa maior. Um lanchinho para recarregar as
baterias e algumas fotos! Dali já dava para ver o que tínhamos que
subir. Mas para que pensar no fim, se não chegamos nem a metade?
Mochila
nas costas, seguimos em direção ao nosso segundo ponto de
referência: O Ajax. Lugar onde existia um ponto de acampamento, o
que não é mais permitido, e o último ponto de captação de água
antes do Açu. Passamos por ele paramos um pouco mais a frente, numa
sombra. A partir do Ajax, era com a gente. O Collares só conhecia o
caminho até ali. Seguimos subindo um pouco e depois descemos para
subir a tão esperada “Subida da Isabeloca”, última subida forte
antes das lajes de pedra. Seguimos... O peso da mochila já dava seus
sinais de boas vindas... Em pequenos passos fomos vencendo a subida
metro por metro... um visual fantástico, por vezes levava o cansaço
embora, mas logo ele estava de volta!
Enfim,
chegamos nas lajes de pedra. Primeiro ponto da travessia onde é
possível se perder. Mas com esse tempo aberto, muito difícil. Além
dos tradicionais totens, a linha esbranquiçada na pedra, o caminho
está marcado com setas de metal presas a laje. As amarelas,
indicando Teresópolis e as brancas, Petrópolis. Foi assim até o
lance do mergulho, antes do cavalinho... Dali, já dava para ver a
Baía de Guanabara, o Mourão, Pão-de-Açúcar, Pedra da Gávea, São
João de Rio das Ostras.... A vista estava impressionante. Uma
sensação única, difícil de descrever... Seguimos o caminho sem
erro, ou melhor, quase sem erro. Eu e o Michael seguimos um pouco
mais rápido e perdemos contato visual com o Collares, que saiu um
pouco da trilha. Decidimos que nunca mais nos distanciaríamos.
Pequenas
subidas, descidas, zig-zags, e avistamos os Castelos do Açú . Não
tinha mais erro. Contornamos o Morro do Acú a direita e seguimos em
direção aos castelos, onde fica o Abrigo 1. Caminhamos com cuidado,
o chão estava muito molhado, meio brejo, onde se pode afundar o pé
na lama com facilidade. Com cuidado, seguimos e já avistamos o
Abrigo do Açú a nossa esquerda.
Ao chegar
no Abrigo do Açú, fomos muito bem recebidos pelo Hamilton, guarda
parque de plantão. Impecável organização! Entramos e ouvimos as
regras e fui para o quarto do bivaque, me preparar para o banho
quente. Fomos super bem, até mais rápido do que esperávamos,
fizemos em 04 h 25 min essa primeira parte da travessia. Estava muito
tranquilo e não senti tanto, talvez porque fosse o primeiro dia...
Tinha que esperar o dia seguinte. Como ainda estava cedo, tínhamos
tempo para fazer tudo bem devagar. Essa é a vantagem de fazer a
travessia em três dias e saindo bem cedo, também no primeiro dia.
O banho
quente reanimou! O vento frio deu lugar a uma agradável temperatura
dentro do abrigo. Vesti
roupas secas e fui preparar o meu almoço. Comida liofilizada é um luxo. Nesse primeiro dia comi macarrão a bolonhesa com feijão. Um almoço de primeira! O pessoal que já estava no abrigo e os que chegaram, ajudaram a completar o bom clima no local. Tudo muito agradável. Uma rápida descansada e fomos dar um volta pelo Açú. Conhecemos os Castelos, o Abrigo 1, feito rusticamente com pedras empilhadas uma a uma. Subimos até um mirante por uma corda para apreciar um pouco a vista. Por dentro dos Castelos, já dava para perceber o porque desse nome...Como já estava dando a hora, subimos até o cume do Açú, onde tem a cruz em homenagem a montanhistas mortos por um raio tempos atrás, queríamos ver o por do sol.
Estava tudo fechado, um vento forte. Ainda bem que estava com o anorak, meu companheiro de travessia! Por um instante, o tempo abriu. A vista era algo impressionante. De um lado dava para ver o Sino, Garrafão e até os Três Picos. Pelo outro, Região dos Lagos, Baía de Guanabara, Pedra da Gávea, Ilha Grande e até o Pico do Frade, em Angra dos Reis! 360º de pura beleza. Fiquei impressionado! Mas foi só o sol se por que o frio aumentou drasticamente. Mesmo com toda aquela roupa, estava ficando impossível estar ali. Descemos até o abrigo, fizemos um lanche reforçado, conversamos um pouco e fomos dormir. Era concentrar para acordar bem no dia mais importante da travessia!
roupas secas e fui preparar o meu almoço. Comida liofilizada é um luxo. Nesse primeiro dia comi macarrão a bolonhesa com feijão. Um almoço de primeira! O pessoal que já estava no abrigo e os que chegaram, ajudaram a completar o bom clima no local. Tudo muito agradável. Uma rápida descansada e fomos dar um volta pelo Açú. Conhecemos os Castelos, o Abrigo 1, feito rusticamente com pedras empilhadas uma a uma. Subimos até um mirante por uma corda para apreciar um pouco a vista. Por dentro dos Castelos, já dava para perceber o porque desse nome...Como já estava dando a hora, subimos até o cume do Açú, onde tem a cruz em homenagem a montanhistas mortos por um raio tempos atrás, queríamos ver o por do sol.
Estava tudo fechado, um vento forte. Ainda bem que estava com o anorak, meu companheiro de travessia! Por um instante, o tempo abriu. A vista era algo impressionante. De um lado dava para ver o Sino, Garrafão e até os Três Picos. Pelo outro, Região dos Lagos, Baía de Guanabara, Pedra da Gávea, Ilha Grande e até o Pico do Frade, em Angra dos Reis! 360º de pura beleza. Fiquei impressionado! Mas foi só o sol se por que o frio aumentou drasticamente. Mesmo com toda aquela roupa, estava ficando impossível estar ali. Descemos até o abrigo, fizemos um lanche reforçado, conversamos um pouco e fomos dormir. Era concentrar para acordar bem no dia mais importante da travessia!
Segundo dia da Travessia Petrópolis x Teresópolis
Distância:
10 Km
Desnível:
subidas e descidas, com altura máxima de 2.205 m (Morro da Luva) e
mínima de 1.957 m (Vale das Antas)
Tempo: 05
h 54 min
Características:
misto de fortes subidas e descidas; difícil orientação; a parte
mais exigente da travessia; alguns lances técnicos e expostos;
vários pontos de água;
É difícil
dormir com um entra e sai no quarto, mas é fácil acordar de manhã.
Estava de pé por volta das seis. Tomei um café e fui arrumar a
mochila. O Michael já havia saído para ver o nascer do sol. Tudo
pronto, fiquei esperando o Collares. Enquanto isso fui batendo um
papo com o pessoal que iria para a travessia também. Eu e o Michael
demos uma alongada enquanto vigiava o tempo. Muito encoberto pela
forte serração, mas quando abrisse... Hoje prometia!!! E assim
começamos a caminhada, eram 08h10min.
Seguimos
pela área de camping que fica ao lado do Abrigo do Açu, em direção
ao Morro do Marco. Uma trilha bem marcada, não tem erro. Descemos
por um misto de laje e trilha e depois subimos até chegarmos na
crista do Morro do Marco, seguimos à direita e começamos a descer
para a esquerda. O totens e as setas de metal no chão, vão marcado
o caminho. A descida também é um misto de laje de pedra e pequenas
trilhas. Fomos assim até chegar ao Vale da Luva, nos pés do Morro
da Luva. Passamos por um riacho e subimos forte até o cume do Morro
da Luva. Essa subida foi chata. Muito íngreme no começo e muito
molhada, dificultando bastante. Demos uma parada numa pequena pedra,
uma espécie de mirante, onde observávamos os outros grupos em fila
indiana descendo o Morro do Marco. Um belo visual. Aproveitamos para
fazer um lanche rápido. Mais um pouco de subida, outra pedra e
seguimos a trilha para direita, em direção ao cume, também molhada
e com muita lama, que por sinal nos acompanhou até o final da
travessia!
No cume do
Morro da Luva, seguimos um pouco para a direita e começamos a descer
para a esquerda. A trilha continua bem marcada, é só seguir o
totens e setas de metal. Na descida já dá para ver a trilha
seguindo reto para a direita no fundo do vale. Já no fundo do vale,
cruzamos um terreno com lama e água e seguimos à direita, reto, até
umas lajes de pedra, com pequenas quedinhas d’água. Considerei
esse ponto e a descida antes do dinossauro como os pontos mais
difíceis de orientação. Isso se você não estiver enxergando
nada! Pois fora isso, é um passeio!
Quando
chegamos nas quedinhas d’água, viramos levemente para a esquerda e
fomos em direção ao fundo do vale, sempre na cola dos totens e
setas! O caminho é por uma laje, seguindo o rio sempre a esquerda.
Dali já dava para ver, no fundo e a esquerda, o lance do elevador.
No final, viramos a esquerda, cruzando alguns corrimões e pequenas
pontes e estávamos de frente para a grande escada de vergalhão
fincado na rocha: o famoso elevador! Vencemos as dezenas de degraus
numa parede bem íngreme e molhada. Mais acima fizemos outra breve
parada e vimos mais um grupo passando pelas pequenas pontes que
antecedem o lance do elevador.
De frente
já dava para ver o Morro do Dinossauro, teríamos que chegar ao cume
dele, para então descer até o Vale das Antas... Aí é um ponto
onde dizem para ter cuidado. E assim fomos, seguindo os totens e
setas até a passagem para o Morro do Dinossauro. Fomos contornando
essa pedra, nunca descendo muito, pois no final havia um vale imenso.
Chegamos tranquilos, mas não achamos os grampos que podem ser usados
na descida. Acho que no começo descemos um pouco e não vimos essa
grande descida, mas sem problemas... Estávamos certos e seguindo
para o ponto onde víamos a divisão, muito sutil, de duas cristas,
sempre seguindo a trilha bem marcada, totens e setas...
Quando
ultrapassamos o cume, já vendo o Garrafão a nossa frente, foi uma
sensação fantástica.... Tivemos que parar para bater fotos, foi
instantâneo!!! Dali de cima vimos o Vale das Antas, numa diagonal
para a esquerda e ficou fácil achar o caminho e chegar ao fundo do
Vale. Até chegarmos ao local onde se acampava, passamos por enormes
poças d’água e lama. Uma verdadeira aventura desviar disso tudo!
Dei uma rápida olhada no entorno, enquanto esperava o Michael e o
Collares. É impressionante como as pessoas largam suas fezes de
qualquer jeito, nem para terem o cuidado de enterrar! Uns verdadeiros
animais! Mais uma pausa para um lanche e água.
Já
tínhamos percorrido mais da metade e estávamos muito bem. Estávamos
tranquilos em todos os aspectos. Sem nenhum contratempo! Ah! Esqueci
de falar que ligamos o GPS umas 3 vezes só para ver se ele estava
funcionando e se marcava bem os pontos de orientação!
No Vale
das Antas, tem a maior nascente do Rio Soberbo. Uma água cristalina
e gelada! Cruzamos o rio por uma pequena ponte de madeira e tocamos
para cima. Mais uma subida! A essa altura, tudo vai ficando difícil.
Mais uma curta descida, e chegamos num verdadeiro atoleiro. Passei
pendurado numa pequena árvore, para evitar que afundasse o pé na
lama. E deu certo! Cruzamos mais um riacho que passa por baixo de uma
raiz e começamos a subir forte novamente. Mais acima, chegamos na
Pedra da Baleia e depois a mais uma pedra, um pouco menor que ela.
Subimos mais um pouco e seguimos descendo para o Vale dos Sete Ecos,
numa óbvia trilha para a esquerda. O paredão do Sino Impressiona
nesse ponto. A serração as vezes ficava forte. O vento não dava
trégua! Rapidamente descemos e vencemos o lance do mergulho. Fui na
frente e pequei as mochilas para facilitar. A partir daí não tinha
mais erro!
Faltava
pouco! Mais uma subida forte. Depois de horas subindo e descendo... A
prova final! Em passos
curtos, fui vencendo a única passagem para a Pedra do Sino. Finalmente chegamos ao lance do Cavalinho! Um pedra atravessada na trilha, onde para vencê-la, tem que literalmente montá-la! Deixei a mochila na base e venci o lance. Já no alto, o Collares me passou as mochilas para facilitar a subida dele e do Michael. Vencido o lance do Cavalinho, seguimos subindo até uma escada de ferro. Passamos por ela e foi só contornar o Sino até ver a formação de pedras que parecem uma miniatura dos Castelos do Açú. A Travessia estava vencida! Teoricamente, ainda faltava a descida do Sino, mas a descida do dia seguinte era como passear no parque! Uma grande emoção!!! Depois de 05:30 estávamos lá!
curtos, fui vencendo a única passagem para a Pedra do Sino. Finalmente chegamos ao lance do Cavalinho! Um pedra atravessada na trilha, onde para vencê-la, tem que literalmente montá-la! Deixei a mochila na base e venci o lance. Já no alto, o Collares me passou as mochilas para facilitar a subida dele e do Michael. Vencido o lance do Cavalinho, seguimos subindo até uma escada de ferro. Passamos por ela e foi só contornar o Sino até ver a formação de pedras que parecem uma miniatura dos Castelos do Açú. A Travessia estava vencida! Teoricamente, ainda faltava a descida do Sino, mas a descida do dia seguinte era como passear no parque! Uma grande emoção!!! Depois de 05:30 estávamos lá!
Ali,
verifiquei que tinha sinal de celular. Aproveitei para ligar para
casa, pois havia dois dias que não falava com ninguém! Já estava
com saudade da minha esposa e do meu filho. Mandei algumas mensagens
para o pessoal do Clube que ficou e seguimos até o Abrigo 4. Na
chegada, o Abrigo ainda estava vazio. Como ficaria na barraca com o
Collares, deixei logo a mochila lá e fui tomar aquele banho! Depois
de estar aquecido, limpo e seco, descansei um pouco na varanda do
Abrigo e ficamos batendo um papo! Chegou um grupo de CET que veio
rápido e leve direto do Bonfim, perguntei sobre o Alfredo, pois
estaria com eles. Me disseram que ele vinha bem atrás.
Fui
preparar o almoço. Fiz um arroz, feijão e strogonoff de frango.
Comi ferozmente!!! Depois da barriga cheia, aproveitamos para ir a
Pedra da Baleia. O tempo estava bem fechado. As nuvens impediam a
gente de ver alguma coisa. Achava que o pôr-do-sol tinha ido por
água a baixo... Mas não desista nunca! Fomos em direção ao cume
do Sino e aguardamos um pouco. Quando o tempo ameaçou abrir... Não
só ameaçou como abriu espetacularmente! Nos brindou com um belo pôr
do sol!!!! Muitas fotos para coroar nossa vitória! Pode até parecer
fácil para uns, mas para fim foi um grande desafio estar ali.
Assim que
o sol foi embora, descemos rapidamente, pois veio o frio! Voltamos
para o Abrigo 4. Preparei um chocolate quente, comi alguns pães e
fui dormir. Agora era só esperar a noite passar para voltarmos para
casa...
Terceiro dia da Travessia Petrópolis x Teresópolis
Distância:
11 Km
Desnível:
-1.000 m
Tempo: 03
h 35 min
Característica:
descida longa e tranquila pelas curvas de nível; muito ponto de
captação de água; impossível se perder!
No
terceiro dia, acordei cedo e fui sozinho a Pedra da Baleia ver o sol
nascer, mas não dava para ver nada... Uma forte neblina cobria tudo.
Voltei meio desapontado e preparei o café da manhã. Um café com
leite e alguns pães deram uma aquecida. Na madrugada, choveu um
pouco e o dia amanheceu muito fechado, mas tinha a sensação de que
o tempo iria abrir. Começamos a levantar acampamento... Foi um final
de semana que ficará na lembrança... A todo momento comentávamos
como havíamos ido bem na Travessia. Tudo dentro do programado, sem
problemas. Fomos até mais rápido do que esperávamos. É claro que
o tempo ajudou! Mas estávamos lá... indo embora, deixando
saudades...
Depois de
três dias, duas noites, muita caminhada e muito frio, estávamos lá.
Tínhamos completado um de nossos grandes sonhos: Travessia
Petrópolis – Teresópolis!
E como se
diz: MISSÃO DADA, É MISSÃO CUMPRIDA!!!!
Valeu e
até a próxima!
Fotos do Primeiro Dia
Fotos do Primeiro Dia
Olhando parte da travessia da janela de casa. |
Subida para Açú |
Chegado ao Abrigo do Açú |
Na cruz |
Vista do nosso destino |
Pôr-do-sol fantástico!!! |
Fotos do Segundo Dia
Visual de mais um grupo na Travessia |
Vista fantástica |
Garrafão |
Descendo para pegar o elevador |
Vendo o começo do elevador |
Michael contemplando a vista |
Mais beleza |
Lama eterna!!!! |
Depois do lance do mergulho |
Vendo o cavalinho |
Pôr-do-sol na Pedra do Sino |
Collares iluminado!!!! |
Fotos do Terceiro Dia
Trilha da Pedra do Sino |
Visual |
Dedo de Deus no fundo |
Vista para o Mirante do Inferno |
Aqui ficava o Abrigo 2 |
Valeu, Leandro e Michael! Memorável! Obrigado pela companhia e parceria. Abraços, Collares.
ResponderExcluirShow sua travessia e forma de relato, suscinto e com detalhes técnicos.
ResponderExcluirMuito legal mesmo, parabéns Leandro e turma.
Fiz a Travessia nesse fds passado, e lendo o seu relato bateu uma saudade de lá que quero voltar logo... :)
ResponderExcluirAdorei o relato, Leandro. Parabéns pela travessia e pelo belo relato.
Bjs
Mariana
Show, parabéns.
ResponderExcluirMuito maneiro o relato e os dias estavam ótimos! Saudades do pessoal do CNM. Abçs.
ResponderExcluirCaro Leandro, boa tarde. Antes de mais nada, parabéns pelo post. Poderia indicar a segunda-pele e o fleece que usou na travessia? Estou meio perdido de qual segunda-pele e fleece comprar e queria ter um parâmetro. Um forte abraço e sucesso.
ResponderExcluirFala aê! Eu tenho usado uma segunda pele, calça e camisa, comprada na rei.com, de marca própria, que tem me atendido muito bem. O fleece, uso um ripcurl que comprei há uns 15 anos! Muito importante é ter um corta vento, pode esses levinhos da trilhas e rumos, já faz uma diferença absurda. Costumo sempre levar um poncho em caso de chuva também. Não esquecer de levar meias extras para dormir e um bom saco de dormir. Gastar muito dinheiro com essas coisas, só se tiver sobrando. As nossas travessias nem são tão complicadas assim... Abraço!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu acabei perdendo o telefone dele, mas você pode ligar para a portaria so parque e pedir para falar com qualquer guarda. Todos elea fazem o traslado doa carros. Já fiz com outros também.
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