Parque da Bodoquena prevê mergulho em cavernas
Unidade de Conservação, no Mato Grosso do Sul, acaba de criar grupo para regulamentar a atividade
Quem visitar o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, em 2013, terá mais uma opção de lazer. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a unidade de conservação (UC), acaba de criar Grupo de Trabalho (GT) para elaborar proposta de regulamentação da atividade de mergulho em cavernas no interior do parque. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 10, e dá um prazo de 120 dias, prorrogável por mais 30, para que o grupo apresente a proposta.
Com base neste documento, o ICMBio tomará as medidas necessárias para implantar, o mais rápido possível, o projeto. De acordo com a portaria, integram o GT os analistas ambientais Fernando Villela e José Guilherme Dias, do Parque Nacional da Serra da Bodoquena; João Augusto Madeira, da Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio; e José Carlos Ribeiro e Cristiano Fernandes Ferreira, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), a quem cabe a coordenação do grupo.
No trabalho, os analistas devem levar em consideração recente estudo do Cecav sobre a situação do mergulho em cavernas brasileiras, feito exatamente em função dos vários pedidos de autorização para esse tipo de atividade no Parque Nacional da Serra da Bodoquena. A ideia é adotar o caso de Bodoquena como experiência-piloto para projetos semelhantes em outras unidades de conservação.
A portaria, assinada pelo presidente do Instituto, Roberto Vizentin, destaca, por fim, que o mergulho em cavernas é uma atividade de baixo impacto ambiental, mas de alto risco para a segurança do praticante. Por isso, merece uma análise cuidadosa e uma regulamentação que estabeleça as responsabilidades de todos os envolvidos.
Lugar singular
Com 76 mil hectares, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena foi a primeira unidade de conservação de proteção integral federal implantada no Mato Grosso do Sul, em 2000. Fica na região do município de Bonito e protege rico ecossistema localizado sobre um terreno com características geológicas especiais. A unidade tem objetivos não só de preservação e estudo da biodiversidade, mas também de recreação.
Além de ser um dos melhores locais do País para observação de aves, o parque é cortado por vários córregos e rios. Alguns deles passam por cavidades naturais subterrâneas (cavernas, grutas), formadas no decorrer do tempo pela interação das águas com as rochas. Os dois principais rios são o Salobra, localizado no fragmento Norte, e o Perdido, no fragmento Sul.
Alguns trechos do Rio Perdido são subterrâneos e os pontos onde as águas, completamente límpidas, entram nas cavidades ou saem delas – denominados sumidouros e ressurgências, respectivamente – apresentam grande beleza cênica. São trechos como esses que deverão ser utiizados para as atividades de mergulho em cavernas.
O Parque Nacional da Serra da Bodoquena fica em trecho de um único bioma, o Cerrado. A cidade base para seu acesso é Bonito (Rua Olívio Jacques, 795). Os telefones da unidade são (67) 3255-1765/ 2434/ 3255-2312/ 9986-4931.
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