Por Leandro do Carmo
Via Bohemia Gelada/Chaminé Pão-de-Açúcar – CBE 2024
Dia: 07/04/2024
Local: Urca – Rio de Janeiro - RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Alberto Porto e Silva Ptizer
Relato
Essa foi a aula de escalada longa do Curso Básico de Escalada do CNM. Optamos por voltar a escalar no Pão-de-Açúcar por representar um ícone da escalada brasileira e além de poder fazer cume numa via bem bonita, uma grande aventura. Saímos cedo de Niterói com o intuito de aliviar o calor que vinha fazendo e conseguir estacionar com tranquilidade na Urca. Já no início da Pista Cláudio Coutinho, nos reunimos e de lá seguimos andando até entrar na trilha. Dali, subimos até a base da Escadinha de Jacó, pois a trilha principal está interditada, devido a um desmoronamento.
Nos equipamos e subimos, seguindo até a base das vias. Repassamos alguns procedimentos e subi para a primeira enfiada. Fui subindo em direção a uma cristaleira em lances bem fáceis até chegar a um ponto onde resolvi montar a parada. Tive que ir sincronizando com a outra cordada para conseguirmos parar em locais confortáveis e um não atrapalhar o outro.
Da nossa primeira parada, subimos até a próxima, passando pelo grande buraco. Há tempos que prefiro passar pela lateral direita dele, evitando passar por dentro. Passei rápido e logo estávamos na segunda parada. A vista impressionava, estava quente, mas pela hora ainda estava tranquilo. Vários barcos cruzando a entrada da Baía de Guanabara. Conseguíamos acompanhar as cordadas que estavam na Heniken.
Já estava há um tempo sem escalar, mas subi bem tranquilo. A via ajudava também. Fazer uma via fácil depois de um tempo sem escalar, dá um pouco mais de segurança. Saí para a terceira enfiada e passei por um trecho bem bonito, várias linhas, como se fossem rasgos na rocha. Montei a parada um pouco para a direita, em um dos grampos da Chaminé Pão-de-Açúcar. A Silvana e o Alberto chegaram logo em seguida.
Era hora de sair para enfiada mais bonita da via. Nesse ponto emendamos na Chaminé Pão-de-Açúcar, até pegar a trilha do Costão. Assim que estava saindo para a quarta enfiada, ouvi um barulho de alguém caindo, com certeza teve uma queda. Parecia em alguma cordada da Heniken. Fiquei olhando, mas como ninguém disse nada, segui escalando. Desviei para a esquerda e longo entrei no trecho vertical. Optei por não costurar uma proteção que fica mais a direita, tendo que dominar uma fenda. Dá um arrasto grande. Porém, o lance fica mais exposto. Mas a quantidade e qualidade de agarras compensa.
Subi com cuidado. Com mãos e pés sempre bem posicionados, fui ganhando altura, até conseguir costurar um grampo, dando mais segurança. Havia passado o pior. Dali para cima, era mais fácil. Entrei na grande canaleta, subindo um pouco mais e resolvi montar a parada onde fosse melhor acompanhar os participante. Não tinha contato visual, mas foi possível gritar para a Silvana e o Alberto, que responderam em seguida, subindo rápidos até a parada.
Dali, já dava para ver o final da via. Faltavam poucos metros para o platô. Na hora que o sol apertou, já estávamos nos aproximando do fim da escalada. Escalei metros finais, dando segurança no platô. Trecho curto onde as vias se encontram, sendo também final para Heniken. Logo em seguida, as outras cordadas começaram a chegar e foi que descobri que o barulho havia sido uma queda do Daniel, mas foi tudo bem, só um pequeno ralado.
Faltava apenas uma cordada, que demorou um pouco devido ao calor. Esperamos no final do trecho de escalada da Trilha do Costão, onde estava uma sombra agradável. Com todos reunidos, seguimos subindo até pararmos para uma foto do grupo na Pedra Filosofal. Mais um pouco de caminhada, estávamos no cume do Pão-de-Açúcar. Agora podia de dizer que a escalada havia acabado. Uma grande escalada num dia maravilhoso.
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