segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Via Como Nascem os Anjos

Por Leandro do Carmo

Via Como Nascem os Anhos

Dia: 07/04/2023
Local: Contraforte do Corcovado / Aderências da Viúva Lacerda - Rio de Janeiro-RJ
Participantes: Leandro do Carmo, Gabriel e Luis Felippe



Relato da Via Como Nascem os Anjos

Era mais uma aula do Curso Básico de Escalada do Clube Niteroiense de Montanhismo. Essa seria uma aula de via em aderência. Talvez o setor da Viúva Lacerda, no Contraforte do Corcovado, seja o melhor local para fazer uma via nesse estilo. Combinamos tudo na quinta feira. Marcamos cedo para evitar um pouco do calor que vinha fazendo. Chegamos ao ponto de encontro bem rápido. Cedo e em um feriado, não tem como pegar trânsito. Estacionamos os carros ao final da rua Viúva Lacerda, no Humaitá e de lá pegamos a trilha.

Entramos ao lado de um talvegue e subimos paralelos a uma cerca por um bom trecho até que viramos à direita, pegando uma diagonal até chegar a base das vias. Nos reunimos e separamos as cordadas. Segui para a base da via Como Nascem os Anjos junto com o Gabriel e o Luis Felippe. O Nicolas e o Daniel também foram. Não foi muito fácil achar a base. Como nunca havia ido, fiquei meio confuso. Mas como dava para ver a sequência quase inteira dos grampos, não me preocupei muito.

Nos arrumamos e comecei a escalar. Passei por uma laca e logo acima costurei o primeiro grampo. Dava para ver outra linha bem à direita, assim como outras. Segui para cima e não estava batendo muito com o croqui que eu tinha. Mais acima, dei uma parada e ouvi o Nicolas avisando que havia achado a base. Agora tinha certeza que estava errado. Fiz uma horizontal até entrar na via correta. Com tudo certo, voltei a escalada.

Os lances são os clássicos em aderências. Por vezes, fazemos um lance e falamos em aderência, mas na verdade estamos escalando em micro agarras. Mas ali não. Era aderência mesmo. Com algumas passadas mais delicadas, cheguei à primeira parada. O Gabriel e o Luis vieram logo em seguida. Dali, podíamos observar as outras cordadas distribuídas pela parede. A cordada do Nícolas acabou entrando na via “Antes do Pôr-do-sol”, ficando bem ao lado. Escalávamos paralelos.

O dia continuava bem agradável e vista era bem bonita. Conseguia ver a enseada de Botafogo, Pão de Açúcar, parte da Lagoa Rodrigo de Freitas. Olhando na outra direção, conseguia ver os braços do Cristo Redentor. O dia nublado deu uma grande ajuda. Se não fossem as nuvens, o sol nesse momento estaria incomodando bastante. Só não poderia chover. Aderência com chuva não rola.

Já era hora de continuar, me preparei e segui para a segunda enfiada. A saída já foi mais difícil. Subi um pouco e numa barriga, peguei um lance mais vertical. Senti um pouco de dificuldade e percebi que estaria no crux. Ameacei subir, mas voltei atrás. Tentei mais uma vez para testar. Era tudo ou nada. Numa passada, venci o lance e posicionei meu pé numa depressão, ganhando altura e me posicionando acima da barriga. Dali segui escalando. O Nícolas havia passado e já estava próximo do último grampo. Faltando duas proteções para chegar à parada final, onde ele já estava, resolvi para por ali, para não ficar com muita gente numa parada só. A ideia era que o Luis e o Gabriel fizessem o crux, chegasse até mim e depois descessem de baldinho até a parada onde eles estavam. Perguntei se poderia ser assim e todos concordaram.

O Gabriel e o Luis fizeram os lances e desceram de volta. Aí, eu peguei uma corda e fiz o rapel até a parada. Dali, emendamos as duas cordas e seguimos direto até a base de onde saímos. Dali, fomos até a base da via “O Discreto Charme da Burguesia”, onde esperamos a cordada do Velhinho e do Ricardo chegarem. Ficamos conversando durante um tempo, até que pegamos a trilha de volta, fazendo um caminho mais óbvio no talvegue, até um ponto já próximo à cerca. Daí, foi descer até o carro.

Escalar em aderência: tem gente que ama e tem gente que odeia. Estou em cima do muro...











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