domingo, 23 de julho de 2023

Serra do Cipó: Cânion da Bandeirinhas, Cachoeira da Farofa e Encontro dos Rios

Por Leandro do Carmo

Cânion da Bandeirinhas, Cachoeira da Farofa e Encontro dos Rios

Dia: 27/03/2023
Local: Serra do Cipó
Participantes: Leandro do Carmo e Ricardo Bemvindo



Relato

Depois de chegarmos da travessia Lapinha x Tabuleiro, paramos na Serra do Cipó, distrito de Santana do Riacho que fica na borda da Serra do Cipó, região sul da Serra do Espinhaço. Aproveitamos para descansar um pouco e ver o que podíamos fazer no dia seguinte. Há muitas opções pela região. A Serra do Cipó é um dos grandes locais de escalada esportiva, mas como não havia levado equipamento, estava fora de cogitação. Optamos por visitar algumas cachoeiras dentro do Parque Nacional. No dia 27, terça feita, acordamos cedo e fomos até uma loja que aluga bicicletas. Nossa ideia era chegar até o parque e pedalar por lá, visto que a distância entre os atrativos é grande.

Alugamos as bicicletas na Casa dos Ciclistas, por sinal excelentes, e seguimos até a portaria do parque. Foram cerca de 4 km de estrada de chão. A sorte foi que quase não passou carro, pois a poeira que subia quando passava um, era enorme. Já na portaria, nos identificamos e veio uma pessoa nos passar algumas informações sobre o parque. Recebemos um mapa e moça deu a recomendação de que a qualquer sinal de chuva, que a gente se afastasse do cânion ou de qualquer cachoeira. Na mesma hora eu olhei para o céu e não quis falar nada, mas estava tão azul que achei desnecessário ter feito aquele alerta. Eu estava errado e vocês verão mais a frente.

Pegamos as bicicletas e começamos a pedalar por uma estradinha. Tudo muito bem cuidado e sinalizado. O pedal estava bem agradável. Cruzamos alguns riachos. Estávamos numa grande planície, cercados por serras que se perdiam de vista. Mais a frente chegamos ao ponto onde deixamos as bikes. Ao fundo, dava para ver um trecho que parecia ser a entrada do cânion. Descemos caminhando até cruzar as águas cristalinas do Ribeirão Mascates. Já na outra margem, continuamos a caminhada, passando por um trecho mais abrigado do sol. As grandes árvores com troncos retorcidos impressionavam. O solo era bem arenoso e em alguns pontos lembravam praias.

Mais alguns minutos de caminhada, estávamos novamente no Ribeirão Mascates. Agora estávamos de frente para a entrada do Cânion. Um lugar fantástico. Fomos seguindo a margem da esquerda, procurando algum caminho que nos fizesse entrar no cânion. Fomos de pedra em pedra, até que não tinha mais como passar pela margem, só entrando na água. Era um trecho mais fundo e foi preciso ir nadando e segurando a mochila até um uma pedra à frente. Dali, voltamos a andar pulando de pedra em pedra. Na beira de um grande poço, paramos para um mergulho. A água estava numa ótima temperatura. O sol batia em alguns pontos, o que tornava o clima ali bem agradável.

A verticalidade das paredes laterais impressionava em alguns pontos, bem como a formação rochosa. O poço era tão grande que era possível nadar. Passei para a outra margem e fomos andando para dentro do cânion. Cada vez que avançávamos, um novo lugar se mostrava. Um mais bonito que o outro. Aquele som das águas correndo, junto com o canto das aves traziam uma paz imensa. Não conseguíamos ver o fim do cânion e resolvemos parar por ali. Já estávamos bem distantes do ponto de onde saímos. O sol foi batendo com mais força e fui procurando a sombra para ficar. Já estava pensando na volta.


De volta ao grande poço, começamos a preparar a volta. Seguimos descendo e voltei para a água carregando a mochila. Encontramos algumas pessoas que estavam chegando. Continuamos a volta e logo estávamos cruzando o Ribeirão Mascates mais uma vez. Pegamos as bicicletas e começamos a pedalar. Enquanto estávamos voltando, percebi várias nuvens se acumulando e num determinado momento, comecei a ouvir algumas trovoadas. A medida que fomos nos aproximando da entrada do caminho para a cachoeira, as trovoadas foram se intensificando e ao fundo, quase na direção do cânion, um a chuva começou a cair. E olha que quando chegamos ao parque eu achei desnecessário o comentário sobre chuva num dia tão lindo como o de hoje.

Deixamos a bicicleta num ponto e continuamos andando. Atravessamos o rio numa precária ponte de madeira e seguimos andando. A chuva foi se aproximando. A cachoeira estava bem próxima também. Quando estávamos bem próximos de cruzar o rio novamente para acessar o poço da cachoeira a chuva estava na iminência de cair. Optamos por não passar por ali, visto que a chuva poderia se intensificar e ficar perigoso a volta. Um pouco antes, havia um caminho subindo. Seguimos por ele, na intenção de fazer uma foto da cachoeira. Do alto, conseguimos fazer a foto. Como estávamos com a visão bem aberta, conseguíamos ver a chuva ao fundo.



Durante a volta, a chuva que parecia que ia cair forte, foi se afastando. Quando chegamos às bicicletas, a sensação era de que nada havia acontecido. Mas todo cuidado é pouco, valeu a prudência. Pegamos as bicicletas e voltamos a pedalar. Já estava bem cansado e a chuva foi dando lugar novamente ao sol. Aí, toda vez que passava por uma árvore, diminuía a velocidade para aproveitar um pouco mais a sombra. Mais frente, pegamos uma saída e seguimos até um mirante, depois de prender as bicicletas numa placa e subir um morro. A subida foi curta, mas foi dura. Lá, ficamos um tempo apreciando a vista e descansando. O mirante estava caindo, acho que foi afetado por algum incêndio, pois haviam várias marcas de incêndio na vegetação ao redor. Como estávamos bem alto, podíamos ver a planície que se estendia até o cânion das bandeirinhas, além de algumas outras cachoeiras na mesma face na qual ficava a da Farofa.

A chuva foi realmente embora e podia vê-la se encaminhando na direção oposta. Ali, nem sinal de água. Descemos e pegamos o caminho de volta, mas quando estávamos na entrada do caminho que indicava o Mirante das Lagoas, resolvemos entrar. Já estava ali cansado, o que seria mais alguns metros? Resolvemos entrar. Logo chegamos a uma construção e subimos pedalando numa rampa em forma de espiral. Não era um mirante tão mirante assim. Descemos e fomos até o encontro dos rios Mascates e Cipó, também nada de especial. Dali seguimos de volta e logo chegamos à portaria, onde demos uma pausa para descansar e beber uma água gelada.

Seguimos pelos quase 4 km de estrada de chão até à Casa dos Ciclistas, onde devolvemos as bicicletas e seguimos caminhando até a pousada. Um dia bem aproveitado, pena que foi só um... Estava encerrada a viagem por Minas Gerais.

























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