Por Leandro do Carmo
Travessia da Neblina - Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Relato da Travessia da Neblina
A história era para ser outra... Mas foi o que deu para o
dia! Havíamos marcado de fazer a Agulha do Diabo. Marcamos eu, Ary Carlos,
Marcelo Correia e o filho dele, Lucas. Fomos na sexta feira e optamos por
dormir no parque, assim poderíamos começar a trilha bem cedo. Saí do trabalho e
fui direto para casa. O Ary já estava me esperando e seguimos direto para
Teresópolis. Tínhamos que entrar até as 22 horas no parque pois é o horário
máximo de entrada, permitido somente para que compra ingressos antecipadamente
no site, caso contrário, o horário é até as 17:00. Saímos antes das 20 horas e
seguimos viagem. Sexta feira, geralmente o trânsito fica enrolado, mas não
contávamos com tanto... O caminho até Manilha, onde pegaríamos a estrada para
Magé estava muito engarrafado e corríamos o risco de não chegar à tempo. O
tempo foi passando e por sorte conseguimos chegar em cima do laço! Mas acabamos
mudando os planos em cima da hora. O Marcelo deu a ideia de dormirmos na casa
do filho dele, que fica bem próximo à entrada do parque, assim poderíamos ter
uma noite mais agradável. Aceitamos prontamente.
A noite foi ótima e a expectativa para o dia seguinte era
grande. Acordamos ainda no escuro e tomamos um café reforçado, afinal de contas
o dia seria longo... Chegamos no parque e subimos a estrada até a Barragem. O
céu estava estrelado. Garantia de tempo bom. Garantia? Bom, isso era o que eu
achava... Seguimos subindo a trilha do Sino e após a Cachoeira do Véu da Noiva,
percebi que o céu já não estava tá aberto assim, inclusive, muitas nuvens se
aproximavam. Mais para cima um pouco, uma leve neblina encobria o caminho. Como
estava cedo, pensei que pudesse ser passageira. Assim continuamos a subida. Entramos
pelo acesso ao Paredão Paraguaiao e uma leve garoa foi caindo. Mais acima,
próximo à bifurcação para a Pedra da Cruz, percebi que o chão já estava bem
úmido. Fui desanimando... Olhei para o céu e perdi de vez as esperanças de
fazer cume. Assim que chegamos na laje de pedra que fica no início da descida
do Caminho das Orquídeas, paramos para avaliar a situação.
garoa caía e as vezes aumentava. Até
daria para fazer, mas subir e não curtir? Esse não era nosso objetivo. Poderíamos
voltar quando quiséssemos. Voltamos a um lugar um pouco mais abrigado e ainda
esperamos mais um pouco, afinal de contas, esperança é a última que morre! Três
pessoas passaram e disseram que estariam indo para a Agulha. Bom, cada um tem
seu objetivo... Depois de esperar algum tempo e nada das condições melhorarem,
resolvemos abortar. Mas para não perder de zero, optamos por descer pela
Travessia da Neblina. Dali, subimos para o cume da Pedra da Cruz.
Lá de cima, confirmamos a precariedade do tempo. Decisão
acertada. Seguimos descendo e cruzamos para o Queixo do Frade, onde subimos
mais um trecho e daí seguiríamos descendo até o ponto do antigo Abrigo 2. Na
descida, paramos no ponto onde ficaríamos de frente apara a Verruga do Frade.
Havia subido a Verruga há um tempo atrás, mas ainda não havia tido a
oportunidade de vê-la por esse ângulo. Estava bastante encoberta, mas por um
instante, as nuvem se dissiparam e pudemos vê-la perfeitamente. Aquela
“pedrinha” no alto e aquele “rasgo” na pedra impressionam pela beleza. Paramos
para várias fotos, afinal de contas, o local pedia!
Continuamos a descida e passamos por alguns grampos onde
fixamos uma corda para ajudar. O Marcelo fez um caminho contornando um pouco
mais para a esquerda e eu desci sem o auxilio da corda. Dali, passamos pela
base do Nariz do Frade e sua Verruga. Apesar do tempo fechado, estava
agradável. Ainda bem que não choveu. Dali, conseguíamos ver Teresópolis entre
as nuvens. O tempo continuava fechado. Mais abaixo, passamos pelo Paredão Roi
Roi e com mais um tempo de caminhada, chegamos ao ponto do antigo Abrigo 2.
Dali, seguimos descendo até a Barragem.
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