Por Leandro do Carmo
Escalada no Nariz e Verruga do Frade - Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Bom, definimos os aventureiros dessa empreitada: Eu,
Leonardo Carmo, Ary Carlos, Vander Silva, Rafael do Carmo e Guilherme Gregory.
Fizemos as compras da entrada do Parnaso com antecedência, pois nossa ideia era
entrar bem cedo no parque, pois ele só abre as 8 da manhã e se quiser entrar
antes disso, tem que comprar as entradas com antecedência. E assim fizemos... Marcamos
nossa saída de Niterói às 5 da manhã, quanto mais cedo começarmos, mais cedo
acabaríamos...
O tempo estava firme, porém com algumas nuvens, mas a
previsão não era de chuva. Mas queria dessa vez, pegar uma vista boa, pois na
primeira vez, acabei não tendo esse prazer... Seguimos na estrada ainda de
noite. Tomamos um café na Parada Modelo e de lá seguimos para nosso destino.
Entramos no Parque e estacionamos o carro na Barragem e de lá seguimos subindo
a trilha do Sino.
Na altura do antigo Abrigo 2, pegamos o caminho da Travessia
da Neblina. Já no começo, percebe-se a diferença. Apesar de consolidada, a
trilha é bem menor que a “avenida” do Sino. Ela segue uma descida suave.
Cruzamos alguns córregos até que iniciamos uma subida forte, o pior trecho da
caminhada de aproximação. É uma subida íngreme, que por diversas vezes,
precisamos utilizar as mãos para ajudar. Ao final dessa subida, dobramos a
direita e seguimos pela crista até avistar o nosso objetivo do dia! Passamos
pelo Paredão Roi Roi e num mirante, demos uma parada para fazer algumas fotos.
Dali dava para ver um grande desmoronamento, deixando uma grande marca na
floresta.
Continuamos a subida até que chegamos à base do Nariz do
Frade. Ali nos arrumamos e foi hora de decidir quem guiaria... Eu já falei
logo: “Já guiei isso aí e não vou de novo!” Deixei a rabuda para o próximo da
lista. Bom, os responsáveis pela empreitada foram Ary e Guilherme. Para colocar
na lista das vias completas, tem que guiar! Avisei logo. Só olhando de baixo
foi mais fácil. Fiquei só dando as dicas.
O tempo estava muito agradável e algumas nuvens que vinham
por trás do Parque não assustavam, mas ligavam o sinal de alerta. Assim que os
dois subiram, eles fixaram as cordas e eu subi em seguida, levando mais uma
corda, assim, daria para fazer a próxima enfiada. Na subida, fui relembrando
dos lances feito ano passado. Subir participando é bem mais tranquilo, mas
mesmo assim percebi que ela é bem exigente e se não estiver bem com a técnica
de chaminé, pode ter um pouco de dificuldade.
No Platô, já preparamos a subida para o próximo lance e a
entrada para a chaminé horizontal é meio estranha. O Guilherme me perguntou: “É
por aqui mesmo?” Eu ri e disse que sim... Falei: “Segue na chaminé, fazendo uma
horizontal, que nem um siri!” Lá tem boas agarras de pé e se for devagar e entender a
dinâmica, vai tranquilo. O Guilherme subiu e fui em seguida. Subi e cheguei à
base da Verruga, uma “pequena” pedra, se comparada ao grande Nariz, é claro...
Aproveitei para dar uma acelerada na galera, pois a concentração de nuvem havia
aumentado. Depois de descansar um pouco, percebi como o dia estava bonito.
Olhando para baixo, consegui ter a noção exata da altura. Da última vez, a
visibilidade estava prejudicada e a única vista que tinha, era um tapete de
nuvens...
Garanti algumas fotos e me preparei para subir o lance
final. Era hora de subir a Verruga. São dois lances para fazer, até conquistar
seu cume. Lá no alto, aproveitei para descansar um pouco, enquanto a galera ia
chegando. Desci e assinei o livro de cume, deixando mais uma vez minhas
lembranças, dificuldades de alegrias em poder fazer mais um impressionante
cume. Difícil numa hora dessas conseguir descrever em palavras o sentimento em
estar ali...
Comecei a arrumar as coisas e quando fui puxar a corda ela
travou, desci ainda um trecho e consegui liberar a corda. Abri o rapel. Levei
uma corda e o próximo a descer, foi com outra, assim pude arrumar o segundo,
com duas cordas, indo até à base. Mas antes, ainda tive que fazer um lance para
recuperar a mochila na entrada da segunda chaminé. Depois de resgatada a
mochila, desci até a base e fiquei o aguarda da galera.
Preparei um risoto de frango com creme de leite, uma das
ótimas opções de comida liofilizada que temos e para fechar o almoço, um
cafezinho, já clássico nas montanhas por onde passo. Aí foi hora de arrumar as
coisas e seguir descendo, o caminho era longo...
Como o carro do Vander havia ficado na Barragem, desci um
pouco mais rápido para aproveitar e tomar um banho. Ele me disse que deixou o
carro aberto. Bom, segui na frente e assim que cheguei à Barragem, o carro
estava fechado. Ainda procurei a chave e se havia alguma porta aberta. Pensei:
“O Vander acabou levando a chave”. Aproveitei para tomar um banho gelado. Assim
que o Vander chegou falei que o carro estava fechado e ele me disse que deixou
aberto. Ficamos um tempo procurando e
ele disse que nunca fechava o carro e que a chave tinha que estar ali.
Só existia uma explicação, o guarda que fica ali, fechou o
carro e levou a chave. Não deu outra. O
Marcos Velhinho e o Leonardo desceram até a sede da segurança e a chave estava
lá. Atrasou um pouco, mas não teve jeito. Todo queria saber: “Por que o Vander
não fecha o carro e leva a chave?” Já no carro, seguimos viagem de volta... Um belo dia...
Excelente relato! Parabéns!
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