Por Leandro do Carmo
Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil
Local: Espírito Santo / Minas Gerais
Data: 10 e 11/09/2016
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Alex Rockert e Marcos Lima
Link para Site oficial do Parque: http://www.icmbio.gov.br/parnacaparao/
Vídeo
Dicas para subir o Pico da Bandeira:
- É necessário fazer reserva com antecedência para as áreas de camping;
- O acesso por Minas Gerais, via Alto Caparaó, é o mais fácil;
- De Niterói até o Alto Caparaó, são aproximadamente 440 km;
- Entre camping, entrada do parque e gasolina, custou R$ 71,00 por pessoa (estávamos em 1 carro com 4 pessoas;
- A estrutura de camping do parque é muito boa;
- Na alta temporada, o parque fica muito cheio;
Link para o google maps do caminho rodoviário:
Um pouco da história sobre o Parque Nacional do Caparaó
Por volta de 1859, o Imperador Dom Pedro II determinou
que fosse colocada uma bandeira do Império no Pico mais
alto da Serra do Caparaó. Acredita-se que a denominação Pico da
Bandeira se deva a este fato.
A Serra do Caparaó ainda foi palco da Guerrilha do
Caparaó, instabilidade política ocorrida em 1964, período da Ditadura
Militar vivida pelo Brasil. Em 1967, as forças armadas montaram um
esquema tático para capturar ex-militares que faziam parte do grupo
revolucionário e que estavam refugiados no Parque Nacional. O exército usou
como base de acampamento todos os municípios vizinhos.
Relato da Trilha do Pico da Bandeira
Já era hora de conhecer o Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil. Localizado no Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre em Minas Gerais e Espírito Santo. Tinha pouco tempo disponível para a viagem e, apesar da distância, resolvemos tentar fazer em um único final de semana. Abri a atividade no clube e logo as vagas foram preenchidas, porém, um dia antes da partida, um grupo desistiu por causa do tempo... Mas a previsão do tempo nem era tão ruim assim... Bom, quem não foi perdeu...
Saímos de Niterói as 21:00, da sexta feira, dia 09 de
setembro. Viajamos durante toda a noite e chegamos ainda de madrugada na
portaria do Parque, no lado mineiro. Aliás, o mais fácil para subir de carro
até o acampamento. Como estava bem cedo, teríamos que esperar a hora do parque
abrir. Aproveitamos para tirar uma soneca e descansar um pouco da longa viagem.
Foram aproximadamente 8 horas de viagem. Depois de um cochilo, enfim, pudemos
entrar e continuamos de carro até o acampamento Tronqueira.
Lá, escolhemos os melhores locais, pois a área de camping
ainda estava bem vazia. Geralmente, os visitantes chegam mais tarde e sobem por
volta das 24:00h para ver o sol nascer. A gente optou por fazer diferente,
principalmente pela falta de tempo. Nossa ideia era percorrer os 4 cumes:
Bandeira, Calçado, Cristal e Cruz de Negro. Enquanto montávamos as barracas,
conversamos com um guarda parque que nos disse não poder subir o Cruz de Negro.
Bom, regras são regras... Diminuímos nosso roteiro para 3 cumes.
Depois de montado acampamento, começamos nossa caminhada.
Subimos o caminho que leva ao Terreirão, segundo e último ponto de acampamento
do lado mineiro. O caminho é bem definido e não há bifurcações
que possam causar dúvidas. Ele segue paralelo a um rio, que corre ao fundo de
um vale, à esquerda de quem sobe. Fomos subindo e logo chegamos ao Terreirão,
onde paramos para um lanche. O acampamento é bem amplo e ainda abriga uma
pequena casa de pedras. Há estrutura com água, banheiro e tratamento biológico
de esgoto.
Após a pequena pausa para o lanche e descanso, seguimos
subindo. Passamos por um trecho bem erodido até que chegamos a discreta saída
para o Cruz de Negro. Ainda pensei em dar um pulo lá, mas como falei no começo,
regras... Seguimos caminho e mais a frente, optamos por fazer um roteiro
diferente e pouco conhecido. Ao invés de seguir direto para o Bandeira, pegamos
uma discreta saída para a direita e fomos em direção ao Cristal, passando pela borda
direita do Calçado. Pegamos uma trilha pouco definida e marcada por totens ao longo do caminho. Um espetáculo! Havíamos deixado o trecho bem marcado para
entrar num local pouco frequentado. A partir daí, caminhamos por uma grande
laje, cortada por pontos de vegetação rasteira. Descemos um longo trecho, até
que voltamos a subir por uma das vertentes do Cristal.
A vista para o Cristal era fantástica. De longe já me
apaixonei pela montanha. Algo difícil de
explicar! Seguimos subindo até que chegamos ao pé da subida final. Dali,
seguimos até o cume. O dia não estava dos melhores, mas pudemos ver os pontos
de acampamento do Macieira e Casa Queimada, ambos em lado capixaba. O dia
estava muito agradável. No cume, preparei um almoço reforçado, já estávamos há
quase 4 horas caminhando, depois de uma noite de viagem... Tem que reforçar!
Depois do almoço, descansamos um pouco e iniciamos a descida, pois ainda
tínhamos um longo caminha a percorrer.
A descida do Cristal foi bem tranquila, e nem mal havia
deixado-o, já sentia saudades... Começamos uma forte subida, até chegar á
trilha que vem do lado capixaba. Algumas pessoas desciam do Bandeira, enquanto
outras subiam. Uma situação bem diferente do caminho que havíamos feito horas
mais cedo. O corpo já dava sinais de cansaço e o ritmo já não era mais o mesmo.
Começamos a caminhar mais lentamente e a dar paradas mais longas que o normal.
Mais alguns minutos e estávamos no Pico do Calçado. Pausa para uma foto e seguimos
para o Bandeira, nosso grande objetivo.
O caminho foi bem tranquilo e quando chegamos ao cume, já havia muita gente. Mas como a hora avançava, aos poucos as pessoas começavam a ir embora. Enfim o barulho cessou e éramos só nós quatro. Aos pés a cruz, paramos para descansar e literalmente apaguei. Nesse momento já sentia um mal estar e uma forte dor de cabeça. O corpo cobrava o preço da noite não dormida e mais um dia inteiro de caminhada. Bom não tinha jeito... Era descansar um pouco e ver se melhorava...
Ouvimos um barulho forte bem ao fundo e as nuvens correndo
forte. Sinal de chuva se aproximando... Já estava dado o aviso de retirada.
Antes ainda, deu tempo de retirar um pouco do lixo que alguns mal educados
haviam deixado... Dali, pegamos o caminho normal que segue para o Terreirão.
Descemos bem rápido e logo começamos a cruzar com alguns grupos que haviam
descido mais cedo, eles estavam bem lentos... mais abaixo passamos pelo ponto
onde deixamos a trilha principal e assim fechamos o belo circuito. Dali para baixo, foi meio que no piloto
automático. Descemos num bom ritmo, até que retornamos novamente para o
Terreirão.
Lá foi difícil... demos uma boa parada e um descanso
merecido. Ouvimos a notícia de que havia chovido forte na parte de baixo, onde ficava
o acampamento Tronqueira. Foi aí que lembrei que deixei a barraca aberta...
Minha esperança foi de que alguém tivesse fechado. Mas também, não deixei nada
dentro. Nesse caso seria só secar... Depois de um descanso merecido, foi fora
de continuar descendo. Acho que foi a parte mais sofrida do dia... Começamos a
caminhada e nada dela terminar... Tinha certeza que aumentaram alguns
quilômetros! Mais abaixo, uma bela e
curta visão do por do sol. O tempo necessário para uma foto e ver as nuvens
engolir a grande bola alaranjada.
Continuamos a descida até que finalmente chegamos! Fui
direto ver o estado da barraca. Ainda bem que fecharam... Molhou um pouco, mas
resolvi rápido o problema. Arrumei minhas coisas, tomei um remédio para dor de
cabeça e fui logo para o banho. A água estava gelada. Gelada era pouco, estava
congelante! O banho rápido deu uma revigorada e fomos preparar a janta. Ficamos
batendo um papo até que o cansaço bateu de vez e foi hora de entrar no saco de
dormir e literalmente apagar.... Afinal de contas, já estava a 36 horas sem
dormir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui.