Por Leandro do Carmo
A Primeira vez no Stand Up
Data: 21/03/2013
Participantes: Leandro do Carmo e Guilherme Belém
Relato
O Stand Up é um esporte que vem ganhando destaque nas praias do Rio de Janeiro. Mas o que ele tem de diferente? Não tinha jeito... Tinha que ir lá e conferir!!!!
O Guilherme de vez em quando rema ali em Icaraí, aproveitando um projeto da academia onde trabalha. Como estava de férias e ele sabia disso, me fez o convite e eu na hora topei! Como combinado, estava lá, às 10:00h da manhã. Ele ainda não tinha terminado a aula. Aproveitei para tomar uma vitamina na cantina. Assim que terminou, descemos para pegar as pranchas na parte de baixo do Iate Clube Icaraí.
Primeira aventura do dia: atravessar a rua!!! Com uma prancha daquele tamanho na cabeça, não foi uma das tarefas mais fáceis...rs Ainda mais levando em consideração a educação da maioria dos motoristas!!! Mas vencemos a primeira!!! Na areia, ouvi alguns conselhos do Guilherme e ele foi para água. Vi como ele entrou e fiz igualzinho.
Meu medo era não conseguir ter equilíbrio e ter dificuldade para remar. Mas, dei umas quatro remadas, peguei um pouco de velocidade e fiquei de pé. Engraçado que quando o Guilherme, já na minha frente, me falava para eu dar algumas remadas ajoelhado, e depois levantar, eu passei ao lado dele remando!!!! O cara “bolou”!!! Não diria que estava tranquilo, mas já tinha entendido como funcionava a coisa! É claro que a prancha maior, acho que uma 10.6, ajudou um pouco. Se tivesse sido uma menor, tivesse sido tão fácil.
Segunda missão cumprida: ficar de pé! Agora era escolher o destino e remar... remar.... e remar. Falei assim: Vamos até o Morcego! Como o Guilherme já estava acostumado e se alguém fosse passar perrengue, esse seria eu, ele concordou. E assim fomos.
De vez em quando dava um gás e aumentava a velocidade só para sentir prancha. A cada minuto, ficava muito mais a vontade, até que... água! Caí... Não tem aquele ditado que “pato novo não mergulha fundo”. Pois é não sabia nem andar, já queria correr! Mas continuei e logo chegamos na rota dos catamarãs de Charitas, o Guilherme me falou: “Dá um gás! E fui... Agora com um pouco mais de cuidado. Veio um catamarã que passou bem na frente e ondas formadas, quase me derrubaram de novo. A sorte foi que ajoelhei na hora. Mais alguns minutos e chegamos na praia do Morcego.
Descansamos um pouco e voltamos para a água. Afinal de contas, estava ali para remar! Ainda demos um passeada em volta do Morro do Morcego e começamos a voltar. Pedi ao Guilherme para trocar de prancha, queria sentir como seria remar numa prancha menor. Me ferrei! O Guilherme ficou mais a frente e eu devo ter caído umas 10 vezes!!!! Eu e minha mania de dificultar as coisas! Ele chegou e falou: “tá tranquilo?”. Teimoso, respondi que sim... rs Fui sofrendo até a metade da volta. Com o tempo fui me acostumando à prancha menor e nem caía mais. Só não consegui imprimir mais velocidade... Mas tá tranquilo...rs
Chegamos de volta ao Iate Clube guardamos as pranchas e já marcamos a próxima...
Dois dias depois estava eu lá de novo! Agora “muito” mais solto! Já não era a primeira vez, agora seria a “segunda”. Na areia, o Guilherme me avisou que um camarada dele iria nos acompanhar. Remamos até a metade da praia, para que ele nos visse e voltamos. Hoje, iríamos para o lado oposto. Passaríamos pela Pedra do Itapuca, depois pela ilha que fica em frente ao MAC, até chegarmos a Ilha da Boa Viagem, onde a contornaríamos e voltaríamos.
Seguimos conforme combinado. Passamos pelo Itapuca com o mar bem calmo. Dava para ver as pedras aflorando conforme o levar das ondas. De vez em quando uma tartaruga aparecia. A natureza ainda forte, consegue resistir em meio a tanta poluição. Mas até quando? Me perguntei...
Mais um pouco de remada e contornamos a Ilha da Boa Viagem. Nessa hora, o amigo do Guilherme já estava com a gente. Demos a volta e fomos até aquele grande bloco entre a Ilha e rua. Ali é bem raso, se bobear, o remo bate nas pedras. Ponto final! Começamos o caminho de volta. Passamos pelo lado de dentro da ilha em frente ao MAC, onde cruzamos com um barco de pescadores. Na parte debaixo da pedra do MAC, onde tem algumas cavernas, estavam alguns catadores de mariscos. O local é bem sujo. De longe não percebemos, mas de perto....
Dali não dava para ouvir os barulhos do carro, só o movimento da cidade. Aquela tranquilidade contagia qualquer um. Muito lixo pelo caminho. O homem acaba destruindo o próprio local onde vive. Fiquei imaginando como seria há uns 100 anos atrás.... Um paraíso, com certeza!
Chegamos de volta ao ponto de partida. Mais um dia!
Terceiro dia
Depois de duas vezes, já estava ficando viciado!!! Queria ver depois que voltasse a trabalhar... rs. Dividir meu final de semana com mais um esporte.... Só acordando às 4 da manhã! Mas estava lá de novo!!! Hoje faltava um circuito a fazer: seguir a praia e beirar a Fróes até São Francisco. Decidido o trajeto, partimos.
A remada foi bem tranquila até o Canto do Rio, onde um vento contra, forçava-nos a remar um pouco mais forte. Mas seguimos e logo estávamos em frente a uma grande loja de Jet Ski, que nem imaginava que existia. Um luxo! E como há gente com grana... rs
Era cada casa mais bonita que a outra. Ali a beleza era na terra. A água muito mais suja e com muito lixo. Cair ali não seria nada bom...rs! Com mais cuidado fui seguindo. Cruzamos o Iate Clube Brasileiro, O Iate Clube Icaraí e o Praia Clube São Francisco. Passamos pelos barcos atracados nas bóias. Remar por entre eles é muito legal. Chegamos em São Francisco e o Guilherme fez questão de chegar à areia. Eu, nem um pouco! Eta sujeira!!!!!
Na volta, pegamos um vento contra que nos deu muito mais trabalho... Quando chegamos na virada para Icaraí, o Guilherme me avisou que só tínhamos 18 minutos para volta... Vamos remar!!!!!! Demos um gás bonito e depois de 16 minutos, estávamos chegando na areia em frente ao Iate Clube Icaraí. Com dois minutos de folga!!! Em cima do laço! O Guilherme chegou primeiro e foi logo levando a prancha para a garagem, cheguei logo depois. Lavamos as pranchas, tomamos um banho e fomos embora.
Esses três dias foram excelentes. Vi que não tinha mistério. Um esporte que requer um pouco concentração, equilíbrio e preparo físico, é claro! Como aqui no Brasil tudo é caro, gastar de 3 a 4 pratas para praticar Stand Up, não seria nenhuma novidade. Apesar de seguirmos a tendência de outros lugares no mundo, estamos muito aquém de conseguirmos explorar o mínimo do potencial que esse, e qualquer outro esporte, podem nos oferecer!!!
Desculpe o desabafo e até a próxima!!!
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