Por Leandro do Carmo
Pedra do Sino de Itatiaia
Como chegar
Partindo do Rio de Janeiro, pegar a Dutra até Resende e pegar a BR 354 (Rio x Caxambu). Seguir até a Garganta do Registro e pegar a estrada para a portaria do parque.
Link do Wikiloc - https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/pedra-do-sino-de-itatiaia-116625118
Início da trilha
Pode-se iniciar a trilha por dois caminhos:
1 – Iniciando pelo Circuito Cinco Lagos
2 – Iniciando pelo Abrigo Rebouças (Esse relato)
Dicas
A Pedra do Sino de Itatiaia é o 9º ponto mais alto do Brasil, com 2.670 metros. É uma trilha longa, cerca de 16 km, bem exposta ao sol. Tem água pelo caminho, com dois pontos, mas é preciso usar clorin para purificá-la.
Vídeo
Relato
Esse foi o primeiro de quatro dias na parte alta do Parque Nacional do Itatiaia. Estava férias e ficar dentro do parque era a melhor opção de poder fazer as atividades, pois sair do parque e entrar todo dia fica bem cansativo. Existe até opções relativamente próximas, mas subir aquela estrada todo dia fica bem cansativo. Outro benefício de estar dentro do parque é começar e terminar as atividades já próximas. Mas existia outro problema, que era conseguir vaga. A opção foi chegar no domingo e sair na quarta. Assim, conseguimos ficar no Abrigo Rebouças.
Saímos as 04h30min da madrugada de domingo. Nosso objetivo do dia era fazer a Pedra do Sino. Era um cume que ainda não havia ido e levando em conta que seria só caminhada, poderíamos fazê-lo no dia de chegada. A viagem foi tranquila e chegamos ao parque por volta das 9h. Eu cheguei primeiro, pois facilita para o meu carro. Adiantei toda a papelada no Posto Marcão e de lá, seguimos para o Abrigo Rebouças, onde deixamos algumas coisas por lá. E nos preparamos para o início da caminhada.
O dia estava aberto e o parque estava bem vazio, um bom sinal. A minha mochila para o dia já estava pronta. Enchi minha garrafa de água. No lado de fora do abrigo, podia ver o Maciço das Agulhas Negras bem ao fundo, uma vista fantástica que nos acompanharia durante boa parte do dia. Começamos a caminhar, cruzamos a nova ponte de madeira construída na borda da pequena represa e seguimos andando. O início é um aquecimento, uma leve subida. Ali já podíamos dar o nosso ritmo.
Mais à frente, cruzamos a ponte pênsil e andamos até a bifurcação que dá acesso às Agulhas Negras. Dali, pegamos o caminho da esquerda, em direção à Pedra do Altar. A partir dali, a subida ficou mais íngreme, mas não muito forte. A vista a impressionava. O Maciço das Agulhas estava a nossa direita e se mostrava imponente. Olhando para trás, podíamos ver as Prateleiras ao fundo e correndo o olho, acompanhávamos a crista do Morro do Couto. Continuando a subida, já era bem visível a Asa de Hermes e mais a frente, conseguíamos ver a Pedra do Altar.
Cruzamos a bifurcação que vai ao cume da Pedra do Altar e passamos em frente ao imponente paredão, continuando a caminhada até o ponto de acesso às travessias. Ali, fizemos uma pequena pausa para fotos. De volta à trilha, começamos a descer. O sol estava bem forte e começou a incomodar um pouco. Havia esquecido o boné. Já estava num trecho na qual ainda não havia ido. Para mim, tudo era novo. Apesar da longa viagem, não sentia cansaço e caminhava bem. Nesse ponto, podíamos ver a Pedra do Sino bem a esquerda e os “Ovos da Galinha” bem ao fundo.
Passamos por grandes rochas, durante o começo da subida, uma forte característica do local. Fomos guiados por pequenos totens posicionados em pontos estratégicos, o que facilitava bastante. Mais acima, o lajeado foi ficando mais exposto e entramos no trecho mais bonito de toda a caminhada. Existiam várias valetas na rocha que seguiam paralelas até quase ao cume. Passar ali foi algo mágico. Aquele céu azul dava um toque especial à paisagem. Depois de subir uma grande rampa, estávamos no cume. Dali, conseguíamos ver as pessoas no cume das Agulhas Negras. Estávamos por trás dele, numa perspectiva diferente e bem diferente de quando olhamos do Abrigo Rebouças, por exemplo.
Já no cume, aproveitei para fazer algumas imagens com o drone e aproveitei para descer primeiro para poder filmar na base dos Ovos da Galinha, mas nem adiantou, pois perdi o caminho e todos me alcançaram. Para não atrasar a vota, fiquei ali sozinho, enquanto filmava. Depois de voltar a andar, conseguia vê-los bem de longe. Ainda parei quando cruzei o córrego para filmar mais uma vez. Não conseguia mais vê-los, só ouví-los. A parte de descida, agora era subida. O sol forte cobrava seu preço. Passo a passo fui subindo, até que encontrei todos, novamente, na bifurcação antes da Pedra do Altar, no trecho onde encontramos o caminho do Circuito Cinco Lagos. Dali voltamos até o Abrigo Rebouças.
Foi uma experiência ótima para o primeiro dia. Já estávamos aclimatados ao ambiente da parte alta do fantástico Parque Nacional do Itatiaia. O que teremos para o dia seguinte?
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