Via do Naval – Pedra do Picu
Participantes: Leandro do Carmo, Blanco P. Blanco, Gustavo Chicayban, Sandro Costa, Vander Silva e Suzana Heiksher
Como Chegar a Pedra do Picu
Existem dois acessos para chegar à Pedra do Picu. Um, fica
Fazenda Velha, distante uns 18 km do centro de Itamonte. O outro, na qual
utilizamos, fica no bairro Engenho da Serra, onde fica a fábrica de água
mineral Engenho da Serra.
Curiosidades sobre a Pedra do Picu
A Pedra do Picu foi um marco de referência para os
colonizadores da região, que a descreveram como uma barbatana de tubarão, que é
visualizada desde a BR 354. É a responsável pelo nome de Itamonte que em
tupi significa ITA= pedra , ou seja, Pedra no Monte. Não se encontra dentro dos
limites do Parque Nacional do Itatiaia, mas é protegido por lei através da APA
da Mantiqueira.
Relato da Escalada na Via do Naval - Pedra do Picu
Ainda lembro a primeira vez que vi a Pedra Picu.
Passando pela BR 354, avistei aquela curiosa formação rochosa. Seu formarto,
parecendo uma barbatana de tubarão, é um espetáculo a parte. Mas foi quando fiz
a Serra Fina pela primeira vez em 2013 que realmente me despertou o interesse
em poder escala-la. A partir daí, toda vez que frequentava a região, surgia o
assunto da escalada na Pedra do Picu. Mas como fica bem distante, precisaria
de um final de semana para realizar essa ascensão.
Enfim, havia chegado a oportunidade. O Blanco havia proposto
a escalada para o final de setembro. Não hesitei. Faltava apenas acertar a
logística da viagem. Quem pode foi antes. Eu saí por volta das 20:30h. A viagem
foi rápida e tranquila. Ainda encontrei o Sandro e a Suzana no Graal de
Itatiaia. Chegamos ao Hostel Picus por volta das 24h. Armei minha barraca e dei
uma organizada rápida nas coisas e fui dormir.
No sábado de manhã, acordei cedo. Fui tomar o café da manhã e
arrumar o equipamento para a escalada. O dia estava ótimo. Firme e aberto. Não
fazia frio nem calor, enfim, perfeito. Aos poucos, todos foram chegando. Acertamos
os últimos detalhes e seguimos para o início da trilha, que fica próximo a
fábrica de água mineral Engenho da Serra. Lá, estacionamos o carro e seguimos
para a caminhada.
A localidade onde fica o início da trilha é bem legal. Um
conjunto de casas bem aconchegantes e com aquele clima de interior. Pegamos
informação a respeito do início da trilha com um senhor que passava na hora.
Ele nos indicou para onde deveríamos ir e deu ainda algumas importantes
informações sobre a trilha. E dali, começamos a caminhada. Subimos e num
determinado ponto, antes de um sistema de capitação de água, pegamos uma
discreta saída para direita, onde chegamos a uma cerca. Passamos por ela e
seguimos subindo num pasto.
Já conseguíamos ver a
Pedra do Picu bem no alto, se destacando de maneira imponente. Impossível não
parar e tirar uma foto. Fomos até o final onde o pasto vira um caminho mais
largo que vai estreitando até chegar a uma cerca. Nesse ponto, viramos à
direita e seguimos andando num caminho bem tranquilo. A subida estava bem
suave. Mais acima alguns trechos mais fortes até que chegamos a um ponto de
água e mais acima uma placa indicando 700m. Pensamos: “Agora vai ser moleza,
são só 700 metros.” Mas estávamos
enganados. E esses 700 metros pareceram uma eternidade...
Foi um trecho forte, mas havíamos chegado. Demos uma pausa e
fomos contornando a pedra no sentido anti horário, como indicado no Guia de
Itatiaia. Mais algumas subidas e descidas e chegamos à base da via. Pela
descrição que continha no guia, era ali. Nos equipamos e dividimos as cordadas.
Numa, estava o Blanco, Vander e Gustavo; na outra, eu, Suzana e Sandro. A
cordada do Blanco saiu à frente. Eu comecei logo depois.
Subi reto num lance de pequenas agarras e sem proteções, mas
bem tranquilo. Protegi num buraco, passando uma fita numa coluna de pedra.
Dali, segui numa horizontal para a esquerda, já passando por algumas proteções até
chegar ao lance do primeiro crux. Uma passada bem bonita, onde desce um pouco e
atravessa uma calha. As agarras são boas, mas precisa entrar bem. Passei rápido
e cheguei à parada, onde ainda estava o Gustavo. Logo em seguida veio o Sandro.
Nesse lance ele deu uma bobeada e caiu, mas voltou logo e completou. A Suzana
veio em seguida e no mesmo lance do Sandro ela também teve uma queda, só que
como ela já havia tirado a costura da frente, a queda foi um pouco maior. Isso
fez a adrenalina subir...
Depois de passado o susto, ela se posicionou e chegou à
parada. Subi até a próxima, fazendo um esticão curto para parar antes do
artificial. O Sandro veio logo atrás e em seguida, a Suzana. Ela resolveu não
continuar. A queda havia abalado o psicológico e como a parada era bem
confortável, resolveu nos esperar ali. Faltava pouco para finalizarmos. O dia
continuava perfeito com um céu azul e pouco vento. O Vander se enrolou um pouco
no artificial, o que nos fez atrasar, mas nada que comprometesse a escalada.
Assim que o Gustavo subiu o artificial, eu iniciei minha subida. Subi até
chegar a sequência de chapeletas. É um artificial AO, um 5° feito em livre.
Apesar da verticalidade do trecho, existem boas agarras. Vencido o lance, saí
para a esquerda numa pequena horizontal, mas bem interessante, seguindo para cima
até a parada dupla. O Blanco já havia subido.
Dei segurança ao Sandro que subiu rápido. A última enfiada
foi muito tranquila, quase uma caminhada. No cume, o visual era fantástico. Com
dia aberto, o limite era o horizonte. Fizemos um lanche e preparamos nosso
tradicional café no cume. Batemos várias fotos, afinal de contas queríamos
registrar cada momento, cada vista....
Era hora de descer. Nos arrumamos, dividimos as cordas e
seguimos para os dois rapeis de quase 60 metros. Já na base, foi pegar o
caminho de volta, mas pra baixo... Todo santo ajuda...
Parabéns...seus relatos sāo francos e realistas, transmitem uma sensaçāo de emoçāo sem perder a responsabilidade. Bela experiência!
ResponderExcluirValeu!!!! A ideia é essa!
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