Por Leandro do Carmo
Local: Petrópolis
Dia: 08/09/2018
Participantes: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Alessandra Neves, Mauro Mello, Stephanie Maia, Marcelo Rocha, Verônika Kogel, João Bernardo, Diogo Paixão e Leandro Conrado.
Curiosidades
O Pico do Glória possui 1.900
metros de altitude e está localizado bem no meio do Vale do Bonfim, cercados
por uma majestosa cadeia de montanhas, dentre elas: Açu, Morro da Luva e o
Cubaio. Seu acesso é pela mesma trilha que segue para a Cachoeira do Véu da
Noiva e o Cubaio.
O Pico do Glória foi a primeira
conquista do Centro Excursionista Brasileiro (CEB). Esse feito foi realizado no
dia 22 de junho de 1931, doze anos após a fundação do Clube. O Pico do Glória
pode ter sido escalado anteriormente, mas essas excursões não foram
oficializadas porque não era hábito fazer relatórios na época.
A trilha
A trilha do Pico do Glória pode ser dividida em três
trechos. Inicialmente é a mesma que vai para a Cachoeira Véu da Noiva. A partir
do topo da Cachoeira Véu da Noiva, segue pelo leito do rio, caminhando por uma
laje e por diversas pedras pelo caminho. Por caminharmos no leito do rio, a
melhor época e fora das chuvas. Na terceira parte fica a subida mais dura da
caminhada. Possui três trechos de escalada, que recomenda-se a utilização de
equipamento de segurança.
Material utilizado: Corda de 30 metros e EPI.
Como chegar ao Pico do Glória
Numa ida ao Clube Niteroiense de Montanhismo, meu amigo João
Bernardo me perguntou se eu não queria fazer um trilha no final de semana. Ele
me deu duas opções: Pico do Glória ou Pipoca. Já estava com vontade de fazer o
Pico do Glória há muito tempo e não pensei duas vezes. Como seria no meio do
feriado, achei que não fosse dar muita gente interessada, mesmo assim abri a
atividade no site do clube. Isso era numa quarta feita. A princípio, abri 6
vagas, mas como o Ary, outro guia do clube, resolveu ir, aumentei para 10. Para
minha surpresa, as vagas foram preenchidas ainda na quinta! Grupo fechado, organizamos
as caronas e detalhes da logística.
Saímos às 6 horas da manhã e seguimos direto para
Petrópolis, com uma parada rápida na Casa do Alemão, em Petrópolis, e de lá
seguimos para Corrêas, nosso segundo ponto de encontro. Como tomar café na
padaria em Corrêas é mais em conta, todos optaram por comer alguma coisa por
lá. Dali seguimos para a portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Na
portaria, pagamos a entrada, preenchemos o termo de risco e tiramos a foto oficial
de início.
Começamos a caminhada. O dia estava firme e a temperatura
bem agradável. Já no início, podíamos ver o Pico do Glória bem ao fundo. Essa
primeira parte da caminhada é bem tranquila, vamos ganhando altura suavemente. Com
relação a orientação, o caminho é bem definido e não há possibilidade de erro.
Cada um foi no seu ritmo. Optamos de nos encontrar na bifurcação para o Véu da
Noiva.
Na bifurcação, paramos para um rápido descanso enquanto o
resto do pessoal chegava. Dali, pegamos o caminho para a Cachoeira do Véu da
Noiva. Descemos um pouco e logo chegamos na Gruta do Presidente, que tem esse
nome por ser um local frequentado por Getúlio Vargas, que chegava ali à cavalo.
O local é bem bonito. Atravessamos o rio e continuamos a caminhada. Mais à frente,
cruzamos outro rio e em pouco tempo chegamos a Cachoeira do Véu da Noiva. Ali
encontramos um grupo do Centro Excursionista Rio de Janeiro – CERJ. Não
perguntei, mas tinha certeza que estavam indo para o Pico do Glória também. O
Pico do Glória é pouco frequentado, se comparado à outros cumes da região e
justo nesse dia, teríamos dois grupos!
Atravessamos o rio e caminhamos mais um pouco até chegar à
Cachoeira do Véu da Noiva. Tinha pouca água e a cachoeira estava sem aquele
encanto. Mas mesmo assim o local é muito bonito. Paramos rápido para algumas
fotos. A partir daí, seguimos numa forte subida até o topo da cachoeira. Em
dias de chuva, fica perigoso atravessar esse trecho. Mas com o sol forte que
estava fazendo, estava tudo seco. Seguimos andando pelo lajeado, um caminho bem
bonito e diferente. Seguimos com cuidado e por vezes saímos do leito e
caminhávamos na margem. Éramos guiados por alguns totens colocados no alto de
algumas pedras.
Fui acompanhando para ver se via a saída para pegar o trecho
final da trilha. Não queria passar direto. Porém, a entrada é bem óbvia.
Chegamos a um ponto onde não dava mais para continuar, o único caminho era
dobrar à direita e subir. Era ali! Nesse ponto, encontramos o grupo de CERJ.
Começaríamos o trecho final. Dali em diante, era subida. Na verdade não era
subida, era SÓ SUBIDA! Começamos a subida e logo fui diminuindo o ritmo. Não
dava para andar tão rápido. A vegetação estava bem seca e havia muita poeira.
Subi um pouco e veio o primeiro lance mais técnico. Um trecho
de rocha pequeno, mas que deve-se ter muito cuidado. Vencido o lance, continuei
a subida. A vista do Vale do Bonfim ia aparecendo lentamente. Um local muito
preservado. Um espetáculo da natureza. Entre subidas forte e subidas muito
fortes, cheguei ao segundo trecho de escalada. Uma rampa, agora maior. Subi e
parei bem acima, já quase no final laje de pedra, bem ao lado de um grampo.
Fixei a corda e deixei disponível para os que quisessem usar. Aos poucos todos
foram chegando e vencendo o lance.
Passado esse trecho técnico, partimos para mais uma subida.
Por vezes, estávamos abrigados entre as árvores, o que dava um grande alívio ao
calor. Em pouco tempo, chegamos a trecho final. Um grande trecho íngreme. Subi
um pouco e fui até a base, onde tem um grampo mal batido, com cerca de 2 metros
de altura. Olhando para o lado direito, vi uma rampa menos íngreme, porém bem
exposta. Fui até lá para ver se daria para subir. Andei um pouco e resolvi
subir por ali. Foi bem tranquilo, mas tem que estar com o psicológico em dia!
Já no alto, fixei a corda e esperei alguns subirem. Para não ficar muita gente
naquele ponto, resolvi seguir direto ao cume.
Foi só caminhar mais alguns metros e estava no cume do Pico
do Glória! Um cume fantástico, bem ao centro do Vale do Bomfim. Estávamos
cercado por uma bela cadeia de montanhas. Dali podíamos ver o Ajax, a subida da
Izabeloca, o Morro do Açu, Morro da Luva, Cubaio, etc... Mais embaixo, dava
para ver o Alicate e todo o vale do Bomfim. O dia estava espetacular.
Descansamos bem, fizemos um bom lanche e tiramos bastante foto. Aproveitamos
para assinar o livro de cume e vi que a última ida lá, havia sido em julho
desse ano. Depois de algum tempo no cume, começamos a nos preparar para descer.
Para baixo fica mais fácil...Desci rápido e aguardei e
seguimos até o topo da Cachoeira do Véu da Noiva, onde aproveitei os últimos
momentos de sol para tomar um banho. A água estava gelada, mas deu para entrar.
Não deu para ficar muito tempo, mas já ajudou bastante. Dali, seguimos descendo
e pegamos o caminho até a portaria do parque. Um belo dia. Mais um cume feito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui.