Por Leandro do Carmo
Travessia Cobiçado x Ventania
Local: Petrópolis
Data: 14/12/2018
Participantes: Leandro do Carmo, Alex Figueiredo, Fernando Silva e Leandro Pestana
Dicas para a Travessia Cobiçado x Ventania
A travessia Cobiçado x Ventania é uma das trilhas mais
bonitas da Região Serrana. É o segundo trecho dos Caminhos da Serra do Mar, a
caminhada corta a crista das montanhas que dividem as cidades de Petrópolis e
Magé.
São 12 km de trilha e a parte mais exigente é a forte
subida do Morro do Cobiçado, depois a trilha segue mais leve até o Pico dos
Vândalos (1.742 m de altitude), ponto culminante da travessia. De lá podemos
apreciar o visual de toda a Baía de Guanabara e da cidade Maravilhosa em
contraste com as montanhas da Serra.
O destaque vai também para a flora da região, localizada no
Parque Nacional da Serra dos Órgãos, rico em biodiversidade, durante a
travessia é possível observar espécies de rara beleza, como as orquídeas e as
amaryllis que, dependendo da época do ano, são vistas em abundância na trilha.
Afinal, o PARNASO abriga a maior porção remanescente de Mata Atlântica
preservada.
O terceiro cume, a pedra do Diabo, não é de passagem
obrigatória. Normalmente, os caminhantes contornam a base da montanha. No
entanto, o visual do topo é recompensador de onde se tem uma vista privilegiada
da Agulha do Itacolomi.
Passamos ainda pelo morro do Tridente com uma bela vista
para o vale do Caxambu e em seguida descemos para o Alto da Ventania. Avistar
os Castelos do Açu, o Pico Grande de Magé e o Alcobaça são também
atrativos dessa trilha e fecham o último cenário da travessia.
A descida é bem tranquila e retorna ao bairro do Caxambu,
passando ainda por cachoeirinhas e plantações que são o destaque da região.
Como chegar ao início da Travessia Cobiçado x Ventania:
https://maps.google.com/?q=Caminho+do+Cobi%C3%A7ado%2C+1218-1264+-+Caxambu%2C+Petr%C3%B3polis+-+RJ%2C+25615-087&ftid=0x99a87a1293d405:0x6e68da22b13566f0
Relato da Travessia Cobiçado x Ventania
Recebi o convite do Alex Figueiredo para a Travessia
Cobiçado x Ventania e como estava de férias, não resisti ao chamado. A
travessia é o segundo trecho da trilha de longo curso “Caminhos da Serra do Mar”
que corta, por enquanto, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Marcamos de
sair cedo de Niterói. Como haveríamos de pegar a ponte Rio x Niterói no horário
de “rush”, não poderíamos deixar para muito tarde. Saímos tranquilos e com
trânsito bom. Encontramos o resto do grupo já na rodovia Washington Luiz, na
Casa do Alemão. Aproveitamos para reforçar o café da manhã. De lá seguimos
caminho para Petrópolis.
Nosso destino era o bairro de Caxambu, especificamente na
Igrejinha de Três Pedras. Lá deixaríamos o carro e iniciaríamos a caminhada.
Chegando à Petrópolis, cortamos o centro da cidade e começamos a subir umas
ruas bem estreitas, características da região. Passamos por casas bem humildes
até entrar na área rural, onde as plantações de hortaliças se destacam na
paisagem. Apesar de já termos visto a Igreja, e do GPS apontar o caminho,
optamos por perguntar a uma senhora que passava próximo: “O Caminho para o
Cobiçado é por aqui?” Ela respondeu: “É aqui sim. Mas é bem lá no alto!” Apesar
da resposta desanimadora, pelo menos para ela, ficamos contentes de termos que
abandonar o carro e começarmos a caminhada, afinal de contas, estávamos lá para
isso.
Fizemos os ajustes finais e logo começamos a andar. O início é
por uma rua bem precária. Fomos subindo e passamos por algumas propriedades
produtoras de hortaliças. Ao final da estrada, o caminho mais óbvio é seguir
reto, mas devemos dobrar à esquerda, seguindo um muro e uma rua de barro, que
vai se estreitando mais à frente. Bem ao final do muro, há um FORD antigo, que
pelo estado deplorável, permanecerá por ali por muito tempo. Alguns pararam
para fotos e seguimos andando. O tempo estava bem fechado e apesar do calor dos
dias anteriores, poderíamos até pegar uma chuva.
Mais um pouco de subida e chegamos a uma placa do Parque
Nacional da Serra dos Órgãos indicando o início da travessia. Paramos para mais
algumas fotos e continuamos a subida. Cortamos alguns cursos d’água e fomos
ganhando altitude aos poucos, até que a subida inclinou consideravelmente. A
subida cobrava seu preço. O dia estava bem encoberto. Pelo menos o sol não
castigava. Mais alguns minutos e estávamos no cume do Cobiçado, estávamos a
1.678 metros
Ali, fizemos nossa primeira parada. Não conseguíamos ver
muita coisa. As nuvens estavam baixas e de vez em quando avistávamos alguma
coisa bem ao fundo. Nesse ponto, a vista deveria ser um espetáculo. Seguimos
caminho. Descemos um pouco e pudemos observar a crista ponde passaríamos, com o
Picos dos Vândalos, bem a nossa frente, um pouco distante ainda... Depois da
descida, veio mais uma subida. Seguimos assim até o Pico dos Vândalos. Fizemos
mais uma parada e pudemos ver um pouco mais além. As nuvens haviam dado uma
trégua... Até agora, havíamos caminhado bem. O dia estava bem agradável. O Pico
dos Vândalos é ponto mais alto da travessia, com 1.710 metros. Fizemos mais uma
parada.
Avisei que iria mais rápido, pois queria passar na Pedra do
Diabo antes. A travessia não passa por ela, é preciso desviar e subir. Já que
estava ali, aproveitei para subi-lo. Desci na frente, num ritmo bem forte e
rapidamente contornei a Pedra do Diabo e achei o desvio para subi-la. A
caminhada é curta e não compromete a travessia. Se o dia estivesse limpo, teria
sido um espetáculo. Com tudo fechado, nem fiquei muito tempo lá em cima. Na
volta, vi o grupo um pouco mais a frente e acelerei o passo até encontra-los
novamente.
Dali chegamos ao Tridente, somente alguns metros mais baixo
que a Pedra do Diabo, com 1.682 metros. Continuamos a caminhada e seguimos por
uma forte descida até chegar a uma área bem aberta, antes do Ventania. Paramos
para algumas fotos e seguimos andando. Faltava pouco para chegarmos ao
Ventania. De longe podíamos ver umas pedras e as torres de transmissão de
energia. O caminho que serpenteava rumo ao final da travessia, também ficara
bem visível.
Mais alguns minutos e está vamos ao sopé de uma das torres.
Ali paramos para um descanso. Nesse ponto, temos acesso à parte da travessia
Caxambu x Santo Aleixo. Fui seguindo uma trilha bem definida até um mirante.
Mas foi impossível ver alguma coisa. O tempo encoberto não me permitiu... Após
algumas fotos, seguimos descendo, sempre acompanhando as torres de transmissão.
Já chegando ao final, paramos para um delicioso banho num dos córregos da
região. Uma parada obrigatória depois da caminhada.
Depois de uma boa descansada e um bom papo, seguimos
caminho. Foram poucos metros de trilha, até chegarmos uma estradinha de terra.
Dali seguimos descendo. Existiam algumas marcações de setas nos postes,
indicando o sentido do “Caminhos da Serra do Mar”. Mais alguns minutos e
chegamos ao ponto final do ônibus, onde existe um bar. Vimos o motorista dentro
do bar e perguntamos se esse era o ônibus que iria de volta para a Igreja Três
Pedras e se daria tempo para uma água. Ainda levaria uns 15 minutos para
sair... Tempo suficiente para um merecido lanche! Aí foi só curtir e vigiar o
motorista voltar para o ônibus.
Em mais alguns minutos estávamos de volta ao carro. Nada mal para um dia completamente fechado... Sempre uma experiência nova. Missão cumprida!
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