O Projeto Nordeste
“Qualquer moto te leva a qualquer lugar, depende da sua disposição”. Li essa frase em uma revista especializada em motos não faz muito tempo. Vi
também uma viagem feita por um piloto da mesma revista que seguia trajetos
propostos pelos leitores. O trajeto da viagem era de Salvador – BA até
Fortaleza – CE, totalizando algo em torno de 2.000 km. Achei incrível. A
descrição da viagem era algo maravilhoso. Logo surgiu a idéia: por que não
seguir aquele roteiro? Melhor: por que não aumentá-lo? Seria muito bacana sair
do Rio de Janeiro e percorrer todo o nordeste brasileiro. Convidei meu amigo e
irmão Fábio Neves pra me acompanhar nessa aventura, o que prontamente aceitou. Assim nasceu o Projeto Nordeste. Serão mais de
9.000 quilômetros de moto, cortando parte do sudeste e todo o nordeste
brasileiro em 20 dias de aventura. Como preparação para a grande viagem, foram
traçados alguns trajetos menores, como a viagem a São Paulo, descrita abaixo. Pé
na estrada!!! BTBW.
Comprei uma bela jaqueta de moto. Agora sim, motoqueiro selvagem!!!! Rsrsrsr. Andamos até as pernas não agüentarem mais. Depois de 7 horas de estrada e umas cinco horas de evento, estávamos um pouco cansados. Voltamos para o hotel e pedimos pizza. Claro, depois dessa trip, eu não dormiria antes de tomar umas geladas. Algumas long necks no hotel mesmo e cama. Foi um ótimo e longo dia.
Alguns números da viagem
Tempo de estrada: 12 horas (rodando)
Distância percorrida: 880 km
Consumo de gasolina: 30 litros (por moto)
Velocidade média: 75 km/h
Velocidade máxima Honda CBX Strada 200cc: 135 km/h
Velocidade máxima Yamaha Fazer 250cc: 152 km/h
Custo com pedágios: R$ 40 reais cada moto (incluindo ida e volta)
Fênix desmontada. |
Prontas pra comer asfalto. |
Primeira parada: Seropédica. |
Itatiaia ao fundo. |
Café em Cachoeira Paulista - SP. |
Fênix, renascida das cinzas
Faz pouco tempo que resolvi
colocar minha antiga moto pra rodar. Uma Honda CBX Strada, de 200 cc, que
comprei zero em 1997 , isso mesmo, ela tem 16 anos. Depois de muito rodar, de algumas
quedas e um assalto, perdi um pouco o gosto de pilotar e a deixei encostada. Depois
de quase três anos parada, havia dúvida se ela ainda estaria boa ou se seria
vendida como sucata. Precisando me preparar para o Projeto Nordeste, em junho
deste ano, comecei a consertá-la. O tanque havia sido corroído pela gasolina
que ficou depositada por anos parada. Várias peças enferrujaram e ressecaram.
Bateria sem sinal de vida, sistema elétrico cheio de maus contatos. O cenário
não era nada bom. Mas a vontade de voltar a andar de moto motivou a acreditar.
Comprei um tanque usado, bateria nova, lâmpadas, óleo, vela, cabos, gasolina e
mais um monte de coisas. Passei um sábado inteiro trabalhando nela e a
recompensa veio ao final do dia. Que gostoso escutar o barulho daquele motor
funcionado!!! Depois de tantas aventuras vividas juntas, com histórias alegres
e tristes, minha moto estava novamente viva. Nesse dia ela foi rebatizada, qual
nome mais adequado do que Fênix, a renascida das cinzas? Levei a um mecânico
para verificar o sistema de freios e regulagens. Troquei algumas peças e
pronto, Fênix estava rodando. Vistoria no Detran e documento atualizado na mão.
Agora rodar durante o final de semana: Grumari, Jacarepaguá, Petrópolis, etc.
Depois de renascida das cinzas, já havíamos rodado mais de 800 km.
O Salão Duas Rodas - São Paulo
O Salão Duas Rodas é realizado em
São Paulo todos os anos. O evento reúne as principais montadoras de moto do
mundo em um só lugar. São peças, acessórios, vestimentas, pessoas e muitas, mas
muitas motos. No ano passado meu amigo e irmão Fábio Neves (meu parceiro do
Projeto Nordeste) já havia participado do evento com o Felipe Damásio, seu
filho e meu afilhado. Eles foram de ônibus e curtiram um dia de salão. Voltaram
cheios de histórias e satisfação por estarem em um lugar tão cheio de aventura
e com uma vibe super positiva que direciona todos a uma mesma paixão: motos.
Salão Duas Rodas chegando,
vontade de ir... Pensei comigo: será que róla ir a São Paulo com a Fênix? Falei
da idéia com o Fábio e ele me olhou com a cara de quem diz: você está maluco???
Rrsrsrs. Realmente ele ficou apreensivo. E estava certo, depois de tanto tempo
parada e com revisões apenas parciais, as chances de ficarmos avariados no meio
da estrada eram grandes, e seria o fim do passeio. Era preciso fazer uma
revisão completa da Fênix e saber se ela realmente teria condições de enfrentar
uma viagem de ida e volta a São Paulo. Fênix foi levada para a revisão e foi
toda, realmente toda desmontada. Cada peça foi verificada, lubrificada,
ajustada ou trocada. Todo o sistema de freio foi revisto. O motor avaliado. O
carburador limpo. Tudo feito. Fiquei muito feliz quando a vi pronta para a
viagem e o melhor, com o aval do mecânico sobre a sua saúde. Senti alívio na
face do Fábio, agora sim, poderíamos fazer nossa viagem a SP.
Chegada a véspera da viagem, a
ansiedade estava alta. A moto estava revisada, abastecida e com aval mecânico
para realizar a aventura. A rota estava traçada. Sem espaço pra muita coisa, a
mochila levou apenas uma muda de roupa, algum lanche e material de higiene
pessoal. Dormi pouco.
Às 5h45 nos encontramos pra tomar
um café reforçado. Sentia aquele frio na barriga, de quem parte para uma
aventura. Às 6h15 do sábado, dia 12/10/2013, dia de Nossa Senhora Aparecida,
padroeira do Brasil, começamos nossa viagem, eu sozinho na Fênix, e Fabio e
Felipe na Fazer. Tocamos pela Francisco Bicalho, Linha Vermelha e logo estávamos
na BR-116, Nova Dutra, que seria nosso caminho pelos próximos 400 km até São
Paulo. A sensação foi incrível. Enfim estávamos colocando o pé na estrada, de
moto, e dando um passo importante para a realização do Projeto Nordeste.
No começo estava bem receoso com
a moto e, pela falta de costume em estrada, 90 km/h parecia um limite bem razoável. Com o
vento batendo no rosto e o ronco do motor, várias músicas me vieram à cabeça, como
Infinita Highway (Engenheiros do Havaí), Hotel Califórnia (Eagles) e a
lendária Born To Be Wild (Steppen Wolf), que retrata bem o espírito de
aventura.
Num breve esticão de 70 km,
paramos em Seropédica pra fazer a primeira avaliação. Tudo certo, as motos
estavam desenvolvendo bem. A parada estava repleta de motociclistas rumando
para São Paulo. Motos de todos os estilos, altas cilindradas. A vibe estava
super positiva e era o prenúncio de uma ótima viagem. Seguimos nosso caminho. A
subida da Serra das Araras foi simplesmente espetacular. Os efeitos da
velocidade e da gravidade fazem das curvas da serra uma maravilha para quem
está de moto. Deitando a moto para fazer o trajeto curvilíneo eu me senti em um
grande prêmio de Moto GP. Ver as outras motos, de altas cilindradas, executando
aquelas curvas também foi algo de surreal. Percebi que nunca deixamos de
brincar, apenas mudamos os brinquedos. Era difícil acreditar que estava
vivenciando aquilo e agradecia a Deus por estar vivo. Passada a serra, hora de
acelerar. A Fênix se mostrou bem disposta e desenvolvia 120 km/h com
consistência.
Em um trecho de reta, algo para
nos mostrar que deveríamos ficar bem atentos. Um acidente grave envolvendo um
carro acabara de acontecer. A estrada cobrando seu preço... Redobrada a
atenção, seguimos em frente.
Demos uma boa esticada. Passamos
pelo belo cenário de Resende. Em Itatiaia, pegamos bastante frio. As montanhas
imponentes enfeitavam a paisagem e o Pico das Agulhas Negras pareciam me convidar
para uma nova experiência em sua grande altitude (olha a missão aí Rana Montana). Ultrapassamos a divisa,
chegamos ao estado de São Paulo, terra dos manos. Fizemos uma parada em
Cachoeira Paulista para abastecimento e beber um café, 250 km já haviam ficado
pra trás.
Seguimos viagem. A toda hora
encontrávamos grupos de motociclistas seguindo pela estrada. Foi muito bacana
ver os peregrinos seguindo para a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, galera
de moto, de bicicleta e à pé, seguiam para a casa da Mãe para professarem sua
fé. A estrada é viva e une os povos.
Mais quatro pedágios pela frente.
A estrada é tão boa que vale a pena pagar. Alguns deles tinham valor bem
reduzido, chegando a R$ 1,25 pra moto. No total, cada moto pagou R$ 20,00 no
trajeto de ida e o mesmo valor na volta. Depois de bastante estrada, entramos
na região metropolitana de São Paulo. Acionei o GPS para nos guiar sem erro até
o Hotel. Passamos próximo à Rua 25 de março e o trânsito estava bem pesado. Sem
o GPS do celular, os cariocas passariam um perrengue pra encontrar a rua do
Hotel. Chegamos às 13hs, com o odômetro marcando 440 km, rodamos bem
para motos de 200 e 250cc. Entocamos as motos, tomamos banho e fomos almoçar.
Seguimos para o Salão Duas Rodas. Estava bem cheio. Paraíso. Muitas motos e acessórios. Curtimos o evento e exploramos bem os modelos expostos. Todas as marcas estavam presentes. Os lançamentos 2014 da Suzuki, as tradicionais BMW, a nova CB500X da Honda, a poderosa Transalp 700, a Kawasaki Versys. Que show!!!
Seguimos para o Salão Duas Rodas. Estava bem cheio. Paraíso. Muitas motos e acessórios. Curtimos o evento e exploramos bem os modelos expostos. Todas as marcas estavam presentes. Os lançamentos 2014 da Suzuki, as tradicionais BMW, a nova CB500X da Honda, a poderosa Transalp 700, a Kawasaki Versys. Que show!!!
Comprei uma bela jaqueta de moto. Agora sim, motoqueiro selvagem!!!! Rsrsrsr. Andamos até as pernas não agüentarem mais. Depois de 7 horas de estrada e umas cinco horas de evento, estávamos um pouco cansados. Voltamos para o hotel e pedimos pizza. Claro, depois dessa trip, eu não dormiria antes de tomar umas geladas. Algumas long necks no hotel mesmo e cama. Foi um ótimo e longo dia.
Apesar da sinfonia de roncos na madruga (claro que não ronco! rs), acordamos recuperados. Partimos
para o café da manhã e 8hs caímos na estrada, que gostoso partir de volta para
o Rio. A estrada estava bem quente. Andamos bem. As montanhas estavam lindas na
volta. Carretas com escolta federal tornaram a descida da Serra das Araras bem
lenta. Resolvemos parar e esperar, comendo banana ouro e descansando. Chegamos
na Tijuca eram 14h50. Viagem concluída, sem incidentes, cansados e felizes.
É isso, mas uma missão cumprida, com muita alegria. Tiramos várias conclusões que nos ajudarão a planejar melhor a viagem do Projeto Nordeste. Uma coisa ficou clara: fazer Rio – São Paulo – Rio com moto de alta cilindrada é mole. Pra fazer com motos de 200cc tem de ter disposição. E isso nós temos. Born To Be Wild – BTBW RM!!!!!!! PitBull Aventura. Amigos Montanhistas. Graal.
É isso, mas uma missão cumprida, com muita alegria. Tiramos várias conclusões que nos ajudarão a planejar melhor a viagem do Projeto Nordeste. Uma coisa ficou clara: fazer Rio – São Paulo – Rio com moto de alta cilindrada é mole. Pra fazer com motos de 200cc tem de ter disposição. E isso nós temos. Born To Be Wild – BTBW RM!!!!!!! PitBull Aventura. Amigos Montanhistas. Graal.
Alguns números da viagem
Tempo de estrada: 12 horas (rodando)
Distância percorrida: 880 km
Consumo de gasolina: 30 litros (por moto)
Velocidade média: 75 km/h
Velocidade máxima Honda CBX Strada 200cc: 135 km/h
Velocidade máxima Yamaha Fazer 250cc: 152 km/h
Custo com pedágios: R$ 40 reais cada moto (incluindo ida e volta)
Muuuito maneiro ! Tb acho isso, qualquer moto te leva, depende de você, em dupla e com cilindradas próximas então fica show ! Já sofri na estrada por estar de XR 200 com garupa em um grupo onde a menor depois da minha era uma Falcon heheh. Tenho muita vontade de fazer algo do tipo e ainda farei !
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