Mensagem encaminhada por Igor Spaner à lista da FEMERJ, que ora reproduzo na íntegra:
"Amigos e Amigas,
No último sábado, 06/07/2013,
estivemos nas Agulhas Negras e realizamos a manutenção da Chaminé XIV de Julho, no Parque Nacional do Itatiaia. A via é uma
bela conquista, de 1965, dos ilustres
montanhistas Raimundo Luiz Minchetti e Eduardo Moreira Gomes, ambos membros
do Centro Excursionista Rio de Janeiro - CERJ.
Logicamente, o trabalho se deu após autorização
do conquitador vivo (Eduardo Moreira Gomes) e do CERJ.
A Chaminé XIV de Julho, com cerca 200
metros, foi conquistada, em toda a sua extensão, com apenas duas proteções fixas (grampos do tipo “P” de 10 mm, caseiros,
feitos de ferro dobrado) nos dois pontos mais
expostos e difíceis da via. Visualmente, as proteções pareciam estar em boas condições, no entanto, após quase 50 anos, não
era possível saber com precisão se essas
proteções ofereciam a devida segurança aos montanhistas. Outro fator muito importante a ser destacado e que motivou a
manutenção dessa via em específico é que a
Chaminé XIV de Julho oferece a melhor, mais rápida, mais segura e mais
utilizada opção de término de uma das vias mais
clássicas de Itatiaia, a famosa Travessia Longitudinal das Agulhas Negras. A partir dos dois grampos da via,
podem ser montados dois rapéis de 30 metros, que
conduzem os escaladores praticamente diretamente à base da montanha.
As duas proteções originais foram
substituídas por dois novos grampos do tipo “P” de ½”. É muito interessante comentar o seguinte:
a) Foi possível sacar os dois grampos
da rocha integralmente, porém, foi muito trabalhoso. Constatou-se que os grampos estavam muito bem fixados. Ambos foram
afixados com uma espécie de cunha fina de
alumínio na lateral do furo.
b) Verificou-se que ambos os grampos
estavam intactos, sem nenhuma deterioração devido à corrosão ou ferrugem. Diante da dificuldade de se retirá-los e do
surpreendente bom estado de conservação, seria
bem provável que os grampos aguentassem outros 50 anos na montanha.
c) Os grampos de 10 mm não foram
substituídos por outros da mesma bitola dado o desuso dessa medida de proteções
e a ampla utilização e facilidade de acesso aos grampos do tipo “P” de ½”. Os
furos na rocha foram tapados e cobertos com pó de pedra, tornando-os
imperceptíveis.
Após o trabalho de manutenção da
Chaminé XIV de Julho, a mesma encontra-se muito mais segura tanto para quem a escala quanto para quem a utiliza como final
da Travessia Longitudinal das Agulhas Negras.
Frisa-se que as proteções não foram duplicadas porque não se trata de uma via de descida, mas sim uma via de subida bastante
simples e bela que é normalmente utilizada
como descida quando da realização da Travessia Longitudinal das Agulhas Negras, não sendo a única e obrigatória opção de
término dessa Travessia
Fiz um relatório completo do trabalho
de manutenção com fotos e descrição detalhada, mas como não sei se a lista aceita anexos, estou
encaminhando também ao Waldecy, presidente do CERJ, e peço a ele para encaminhar aos moderadores da
Lista.
Participaram do trabalho eu, Rogério
Costa e Márcio Oliveira. Peço a todos ajuda para
divulgar nas listas.
Saudações montanhísticas a
todos!
Igor
Spanner"
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