Encontrado navio naufragado há mais de 100 anos em Alagoas
O veleiro de 60 metros e três mastros Thyatira saiu de Londres para o Rio de Janeiro no dia 16 de julho de 1896, e desapareceu no mar.
O repórter Francisco José mergulha numa aventura fantástica. Ele vai tentar localizar, no litoral alagoano, um navio que naufragou há mais de 100 anos.
Em mar aberto, no litoral de Alagoas, centenas de barcos são usados na pesca do camarão. Eles levam redes de arrasto que, muitas vezes, ficam presas nas pedras. Mergulhadores que desceram para soltar uma das redes descobriram que ela estava presa às ferragens de um navio muito antigo e de origem desconhecida. Formamos uma expedição com nove mergulhadores para desvendar o mistério desse naufrágio. O comandante Djalma, com a experiência de 50 anos no mar, procura o navio, com a ajuda de aparelhos.
As condições da água, em termos de visibilidade, não são ideais, porque o local, apesar de estar a dez quilômetros de distância da costa, ainda sofre a influência da vazão do Rio São Francisco. A água fica esverdeada. O naufrágio está em torno de 30 metros de profundidade.
Nas primeiras imagens do navio desconhecido, ele está completamente encoberto pela crosta marinha, por redes e cordas perdidas pelos pescadores. Essas redes podem ser uma armadilha para os mergulhadores. Quando se puxa a rede, a água fica ainda mais turva, com muita sujeira suspensa, acumulada por mais de um século.
Nesse passeio pela escuridão, encontramos dois meros gigantes. Eles têm cara feia, mas são inofensivos e estão ameaçados de extinção.
Na parte externa, há uma porta de madeira que é usada para abrir as redes de pesca, presa a um pino de bronze.
O mergulhador Vagner Fernando foi quem descobriu o navio quando desceu para retirar a rede do pescador, mas só agora sentiu o valor da descoberta. “Agora deu para perceber que ele é antigo”, diz Vagner.
“Nessa área nossa, no litoral nordeste, nós tivemos umas invasões. O navio é muito antigo, com certeza. Tem muito mais de cem anos”, afirma o engenheiro naval Francisco Glegiston.
Voltamos ao fundo do mar para visitar a popa, a parte de trás do naufrágio. Uma peça de louça com nomes e um símbolo é encontrada, além de uma cerâmica que não conseguimos identificar. Um mastro partido nos dá a noção de uma embarcação à vela. Não encontramos nenhum motor. O mistério continua.
Os mergulhadores decidem içar pelo cabo uma peça solta, para tentar revelar a história do navio. Retirando a crosta com um martelo, surgiu em alto relevo um símbolo como a rosa dos ventos e o nome: “Thyatira”.
A partir do nome, o mistério foi desvendado. O veleiro de 60 metros e três mastros Thyatira saiu de Londres para o Rio de Janeiro no dia 16 de julho de 1896, e desapareceu no mar, na costa de Alagoas.
Pelo relato dos sobreviventes, houve um incêndio a bordo, que a tripulação não conseguiu controlar. Na carga, havia 800 pacotes de dinamite. O comandante percebeu o perigo e mandou que jogassem os barcos salva-vidas ao mar e todos os tripulantes sobreviveram. O Thyatira foi partido ao meio pela explosão, na escuridão da madrugada, e afundou.
Na costa de Alagoas existem outros naufrágios antigos. Agora nós vamos fazer uma visita ao Itapajé. É um mergulho na história: um navio brasileiro, afundado durante a Segunda Guerra Mundial, atingido por dois torpedos de um submarino alemão.
A mergulhadora Flávia é quem vai nos levar até a parte onde o Itapajé foi atingido pelo torpedo. Ainda restam louças e garrafas espalhadas pelo chão, a 27 metros de profundidade.
A posição da bacia sanitária, no teto, mostra que o navio virou completamente. Encontramos dois linguados camuflados na areia e o camarote da tartaruga, onde ela dorme, além do local de repouso da garoupa-gato. Os cardumes estão por toda parte, ocupando cada espaço entre as ferragens.
Setenta anos depois do naufrágio, o navio Itapajé se tornou um recife artificial, morada de centenas de espécies. Um abrigo para a reprodução da vida marinha.
Em mar aberto, no litoral de Alagoas, centenas de barcos são usados na pesca do camarão. Eles levam redes de arrasto que, muitas vezes, ficam presas nas pedras. Mergulhadores que desceram para soltar uma das redes descobriram que ela estava presa às ferragens de um navio muito antigo e de origem desconhecida. Formamos uma expedição com nove mergulhadores para desvendar o mistério desse naufrágio. O comandante Djalma, com a experiência de 50 anos no mar, procura o navio, com a ajuda de aparelhos.
As condições da água, em termos de visibilidade, não são ideais, porque o local, apesar de estar a dez quilômetros de distância da costa, ainda sofre a influência da vazão do Rio São Francisco. A água fica esverdeada. O naufrágio está em torno de 30 metros de profundidade.
Nas primeiras imagens do navio desconhecido, ele está completamente encoberto pela crosta marinha, por redes e cordas perdidas pelos pescadores. Essas redes podem ser uma armadilha para os mergulhadores. Quando se puxa a rede, a água fica ainda mais turva, com muita sujeira suspensa, acumulada por mais de um século.
Nesse passeio pela escuridão, encontramos dois meros gigantes. Eles têm cara feia, mas são inofensivos e estão ameaçados de extinção.
Na parte externa, há uma porta de madeira que é usada para abrir as redes de pesca, presa a um pino de bronze.
O mergulhador Vagner Fernando foi quem descobriu o navio quando desceu para retirar a rede do pescador, mas só agora sentiu o valor da descoberta. “Agora deu para perceber que ele é antigo”, diz Vagner.
“Nessa área nossa, no litoral nordeste, nós tivemos umas invasões. O navio é muito antigo, com certeza. Tem muito mais de cem anos”, afirma o engenheiro naval Francisco Glegiston.
Voltamos ao fundo do mar para visitar a popa, a parte de trás do naufrágio. Uma peça de louça com nomes e um símbolo é encontrada, além de uma cerâmica que não conseguimos identificar. Um mastro partido nos dá a noção de uma embarcação à vela. Não encontramos nenhum motor. O mistério continua.
Os mergulhadores decidem içar pelo cabo uma peça solta, para tentar revelar a história do navio. Retirando a crosta com um martelo, surgiu em alto relevo um símbolo como a rosa dos ventos e o nome: “Thyatira”.
A partir do nome, o mistério foi desvendado. O veleiro de 60 metros e três mastros Thyatira saiu de Londres para o Rio de Janeiro no dia 16 de julho de 1896, e desapareceu no mar, na costa de Alagoas.
Pelo relato dos sobreviventes, houve um incêndio a bordo, que a tripulação não conseguiu controlar. Na carga, havia 800 pacotes de dinamite. O comandante percebeu o perigo e mandou que jogassem os barcos salva-vidas ao mar e todos os tripulantes sobreviveram. O Thyatira foi partido ao meio pela explosão, na escuridão da madrugada, e afundou.
Na costa de Alagoas existem outros naufrágios antigos. Agora nós vamos fazer uma visita ao Itapajé. É um mergulho na história: um navio brasileiro, afundado durante a Segunda Guerra Mundial, atingido por dois torpedos de um submarino alemão.
A mergulhadora Flávia é quem vai nos levar até a parte onde o Itapajé foi atingido pelo torpedo. Ainda restam louças e garrafas espalhadas pelo chão, a 27 metros de profundidade.
A posição da bacia sanitária, no teto, mostra que o navio virou completamente. Encontramos dois linguados camuflados na areia e o camarote da tartaruga, onde ela dorme, além do local de repouso da garoupa-gato. Os cardumes estão por toda parte, ocupando cada espaço entre as ferragens.
Setenta anos depois do naufrágio, o navio Itapajé se tornou um recife artificial, morada de centenas de espécies. Um abrigo para a reprodução da vida marinha.
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