terça-feira, 22 de novembro de 2022

Escalada na Chaminé Idalício - Cume das Prateleiras

Por Leandro do Carmo

Chaminé Idalício – Cume das Prateleiras  

Dia: 31/08/2022 
Local: Parque Nacional do Itatiaia
Participantes: Leandro do Carmo, Thiago Wentzl, Luis Avelar

Chaminé Idalício - Prateleiras

 

Como chegar  

Partindo do Rio de Janeiro, pegar a Dutra até Resende e pegar a BR 354 (Rio x Caxambu). Seguir até a Garganta do Registro e pegar a estrada para a portaria do parque.  

Início da escalada  

Próximo ao acesso ao cume das Prateleiras pela via Normal

Dicas  

A via inicia por um belo artificial fixo, onde o crux fica na entrada para a chaminé, numa pedra entalada. Algumas chaminés são bem estreitas, mas com boas agarras.  

Vídeo da Escalada na Chaminé Idalício

Relato  

Pense numa madrugada fria. Pois foi assim essa noite. Para se ter uma ideia, a água do cano que sai da caixa d´água e vai para o Abrigo congelou e ficamos sem água. Para fazer o café, foi preciso pegar água na represa. O gramado próximo ao abrigo estava todo cheio de gelo. A ponte que segue pela borda da represa estava cheia de gelo. Estava um céu aberto e isso potencializa o frio. Esperamos ao máximo para sair. Quando o sol apareceu, as coisas foram melhorando. Aos poucos a água voltou a sair das torneiras. Era o dia derradeiro. Para esse dia, optamos por fazer uma escalada menos longa, afinal de contas, voltaríamos em seguida para Niterói. Deixamos algumas coisas no carro e pegamos o caminho até as Prateleiras.


Seguimos direto pelo antigo trecho da estrada e chegamos a um largo, onde inicia a trilha que leva a diversos pontos da região. Fomos andando e logo chegamos à base das Prateleiras. Seguimos por diversos trepa pedras até chegar a inconfundível base da Chaminé Idalício. Como caminhamos bem rápido, fizemos uma parada mais longa até começar a escalar. Eu não me senti muito, fiquei meio indisposto. Mas dava para subir, não podia desperdiçar essa oportunidade.  

Da base, conseguimos ver um grupo numeroso de bombeiros. Com certeza, estavam em treinamento. Enquanto separávamos o equipamento e acondicionávamos o excedente, os bombeiros foram passando. Chegou também um grupo do Centro Excursionista Carioca. Ficamos conversando sobre a via e sobre a saída dela, além de outros assuntos. O sol começou a bater e deu uma animada. O dia estava ótimo e em breve toda a base já estaria com sol. O tempo foi passando e era hora de iniciarmos a escalada.  

O Thiago saiu para guiar e deixou dois grampos protegidos. O Luis foi logo em seguida e guiou o resto do artificial, até a primeira parada. Eu fui por último, carregando a única mochila na qual resolvemos levar, assim nossa escalada fluiria de maneira mais rápida. Entrei no lance já com o pé no primeiro estribo e passei para o segundo. Depois que pega o ritmo, vai mais tranquilo. Segui assim pela sequência de grampos até o penúltimo grampo. Dali, passei a mochila para o Luis e entrei na estreita chaminé com o braço esquerdo, sendo a melhor opção. Com um pouco de dificuldade, subi um pouco e fui para fora da chaminé, conseguindo colocar o braço esquerdo por cima da pedra entalada e dominar o lance. Um trecho bem desconfortável.

Chaminé Idalício - Prateleiras


Já na parada, sem demorar, fui passando o equipamento necessário para a próxima cordada. A vista dali era bem bonita. Como o dia estava bem aberto, podíamos ver bem longe por entre a estreita chaminé. Saímos para a segunda enfiada. Fomos um pouco mais para dentro da chaminé. Para então subir e alcançar uma pedra entalada mais acima. Estava bem frio e o vento atrapalhava um pouco. A chaminé tinha uns trechos mais apertados e outros mais confortáveis, todos com boas agarras, o que facilitava bastante. Já acima do bloco, nos reunimos e nos preparamos para a próxima.  

A terceira enfiada foi um pouco mais difícil que a anterior. Aproveitei para dar uma organizada nas cordas. Isso facilitou bastante o resto da escalada. Subimos por um trecho mais delicado até entrar mais ainda na chaminé e começar a subir novamente. Foram alguns blocos até que estávamos novamente protegidos pelo grampo. Dali já dava para ouvir algumas vozes de pessoas no cume. Ou eram os bombeiros ou o grupo do Centro Excursionista Carioca. Estávamos num bom ritmo. Minha maior preocupação era encontrar o caminho de volta. Ninguém de nós havíamos feito cume das Prateleiras ainda. Encontrar alguém no cume facilitaria bem a nossa volta.

Nos preparamos para a quarta cordada. O Luis guiou a última. Essa foi a mais fácil do dia. A chaminé vai ficando levemente positiva. Tem muitas agarras, e uma grande diagonal que te leva para dentro e para cima da chaminé. Enfim, havíamos saído de “dentro” da rocha. Foi um alívio sentir o sol batendo. Na hora já aqueceu um pouco. O Luís havia montando a parada num bico de pedra. Estávamos bem no cume. Assinamos o livro. Dali, dava para ver o grupo do Carioca iniciando o rapel. Aproveitei para fazer algumas imagens com o Drone. Enquanto eu filmava, o Luis e o Thiago foram até o ponto onde faríamos o rapel.

Chaminé Idalício - Prateleiras


A vista impressionava. Uma pena que tinha uma névoa que atrapalhava um pouco, mas mesmo assim o alcance era fantástico. Podíamos ver a Serra da Bocaina, a Pedra da Mina e muito mais. Arrumei as coisas e organizei tudo na mochila. Segui direto para o ponto do rapel, mas optei por descer direto. Ainda soltei a corda que havia prendido. Dali, começamos a descer. O caminho não tão óbvio. Mas conseguimos chegar à base novamente. Ali, aproveitamos para descansar e arrumar tudo para, enfim, retornar pra casa. Foram 4 dias, literalmente, dentro do Parque Nacional do Itatiaia.

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras

Chaminé Idalício - Prateleiras


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