segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Escalada no Dedo de Deus

Por Leandro do Carmo

Data: 07/08/2021
Local: Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Participantes: Leandro do Carmo Luis Augusto Avellar



Relato

Com a pandemia, havia um bom tempo que não escalava o Dedo de Deus. Já tinha combinado algumas vezes, mas sempre acontecia alguma coisa que não dava. Dessa vez quase que desmarquei... Já escalei algumas vezes do Dedo Deus e falei para o Luis que não estava muito a fim de ir com o tempo ruim. A previsão não era das melhores, mas também não havia previsão de chuva forte. Havia sim, uma pequena possibilidade de chuva e o tempo ficaria encoberto.

Depois de alguma insistência do Luis em ir e alguma insistência minha em não ir, resolvemos manter. Decisão acertada, vocês verão. Encontrei o Luís as 5 horas e de lá seguimos em direção à Teresópolis. Ainda estava escuro e seguimos por Magé. A viagem foi rápida e sem contratempos. Nem vi a hora que chegamos lá, mas deve ter sido por volta das 6h30min. Não tinha nenhum carro estacionado, provavelmente não encontraríamos nenhuma cordada pela frente.

O tempo estava aberto com poucas nuvens. Ainda bem que o Luis insistiu. Nem reclamei. Estava um pouco de frio. Fomos caminhando pelo acostamento e logo entramos na trilha. Seguimos subindo. Esse trecho é bem forte, aproximadamente 40 minutos de subida bem íngreme. O Luis ficou um pouco para trás. Fui andando num bom ritmo. Quando cheguei ao lance inicial do artificial, vi que estava seco. Somente o lado próximo à vegetação que estava um pouco úmido, mas isso não atrapalharia em nada.

Assim que o Luis chegou, nos preparamos e ele saiu para guiar. Subiu bem rápido e montou a parada numa dupla de chapeletas mais a direita com quase 60 metros de corda. Subi logo em seguida, bem rápido também. Dali, o Luis tocou novamente até a próxima parada, aonde cheguei logo depois. Dali subimos andando. Passamos pelos cabos e demos uma parada rápida na bifurcação para o polegar. Esse trecho tem alguns lances bem delicados, já bastante erodidos. Mais alguns minutos e chegávamos à base.

Fizemos uma parada mais longo, aproveitando para fazer um lanche reforçado e descansar um pouco. A subida foi forte! O Luis pegou alguns betas e saiu para guiar mais essa. Talvez o crux dessa enfiada aí seja a saída. Um lance bem bacana que passei rápido e segui num trepa pedra até a parada. Dali, o Luis tocou novamente, passando pelo lance de onde caiu uma arvorezinha que ajudava bastante. O lance ficou bem exposto. Protegemos numa outra árvore mais ao lado. O lance em seguida é bem vertical, mas tem excelentes agarras. Dali segui até gruta, onde bifurca para a Blackout ou Maria Cebola.

Seguimos pela Maria Cebola. Com uma esticada no braço já deu para clipar a primeira costura, subindo mais tranquilo. A saída tem boas agarras e vai ganhando altura com boas agarras. Mais acima, uma passada para entrar no diedro alucinante. A vista impressiona. Dali dá para ver a estrada serpenteando muito lá embaixo. Na última vez que fui, montei a parada mais acima, mas o Luis resolveu entrar na chaminé e dar segurança lá de dentro. Já na base da chaminé, mostrei para ele de onde saía a Blackout.

Saímos para mais uma. Agora um trecho longo de chaminé, dividido em duas etapas. Segui para cima de um grande bloco e mais para o lado tem um grampo e dali segue até o topo, onde tem uma parada dupla. A chaminé fica melhor fazer de costa para o grampo. Da parada, segui no corredor, fazendo uma pequena chaminé até chegar ao lance do cavalinho. Dali o Luis seguiu e entrou meio por fora na próxima chaminé. Eu fui mais por dentro, acompanhando um friso. Estávamos na base do lance do Passo do Gigante. Passamos rápido e seguimos direto para base da escada. Aproveitamos para tirar algumas fotos. Dava para ver um grupo no cume do Cabeça de Peixe.

Subimos a escada e foi cume! Eram cerca de meio dia. Ali ventava um pouco. Logo esfriou. Tirei o anorak da mochila e coloquei. Aproveitei para comer alguma coisa e assinar o livro de cume. Tinha algumas nuvens, mas dava para ver até Itacoatiara. Nos preparamos para descer. Tirei da mochila uma corda extra que levei e fizemos o rapel direto do cume. Depois emendamos mais dois rapeis até estar na base da Teixeira. Arrumamos as coisas e iniciamos a caminhada de volta. Na descida, encontramos o Charles. Seguimos descendo num bom ritmo, até chegar ao carro por volta das 15 horas.

Ainda deu tempo de lanchar no Paraíso da Serra. Chegamos em casa ainda de dia. Um excelente sábado!

  

















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