domingo, 13 de setembro de 2020

Manejo na Travessia Tupinambá


Por Leandro do Carmo

Manejo na Travessia Tupinambá

Local: PARNIT
Data: 05/05/2020
Participantes: Leandro do Carmo, Taffarel Ramos, Ary Carlos e Blanco P. Blanco


Já estava há dois meses sem sair de casa por conta da pandemia. A vontade de fazer alguma coisa era grande, porém não poderia ir para muitos lugares. Os parques estavam fechados, a gente não podia caminhar na praia,  até para caminhar na rua estava difícil. Não havia muitas opções.

Havia alguns rumores de que as unidades de conservação começariam abrir, mas para abrir precisaríamos ter certeza de que algumas trilhas estariam próprias para utilização. Foi aí que surgiu a oportunidade de poder fazer a vistoria na Travessia Tupinambá. Nesse dia convidei o Ary, o Blanco e o Taffarel para me acompanhar. A ideia era dar uma batida na trilha do início ao fim, para deixá-la em condições quando da reabertura do parque.

Marcamos de nos encontrar no posto da Guarda Ambiental às 8:00 da manhã. Queríamos chegar cedo para aproveitar um pouco mais. Encontramos o Alex, gestor do PARNIT, que nos deu uma carona até a sede. De lá pegamos o caminho e fomos andando. Tínhamos algumas informações de que alguns trechos estavam bem ruins, por isso fomos preparados com facão. 

O início foi bem tranquilo, Seguimos descendo numa manhã bem agradável. O dia estava bem aberto iríamos ter uma visão privilegiada. Paramos em alguns trechos para cortar alguns galhos que estavam sobre a trilha e continuamos a caminhada. Chegamos na altura do mirante da Pedra Quebrada e fui lá dar uma conferida. Na volta, continuamos a caminhada e passamos por aquelas imensas jaqueiras na borda da trilha. Mais à frente, chegamos ao ponto da primeira bifurcação relevante da trilha e dali seguimos à direita, subindo levemente até passar por um trecho onde está sendo feito um reflorestamento, bem em frente a uma casa. O capim estava alto, mas não daria pra gente cortá-lo nesse momento. Então seguimos andando até o mirante de onde ficava a antiga construção da rádio Guanabara, demolida há alguns meses.

Dali, podíamos ver a Rampa Sul e boa parte da Região Oceânica da cidade. Estávamos na direção da entrada do túnel na parte do Cafubá. Após uma pequena pausa para apreciar a vista continuamos a caminhada. Voltamos ao ponto da trifurcação e de lá seguimos descendo em direção ao Cafubá. A trilha a partir desse ponto era só descida. Tivemos um pouco mais de trabalho do que o trecho anterior, mas nada que pudesse atrapalhar. Mas embaixo, pegamos a primeira saída à direita onde entramos na Trilha das Ruínas, de onde temos acesso ao Mirante da Tapera. Se tivesse algum trecho mais fechado, seria ali, pois a vegetação é mais densa e de um porte maior.

O início estava bem aberto bem diferente da primeira vez que fui em meados de 2015. Seguimos andando e cruzamos o córrego. Corria bastante água. Seguimos andando com tudo em ordem passamos pelo bambuzal e depois entramos no trecho alagado. Tinha um pouco de lama, mas nada que pudesse atrapalhar. Cruzamos o córrego novamente encaminhamos na margem oposta até chegar ao pouso do caçador. Em 2015, quando eu fiz essa trilha pela primeira vez, encontrei nesse ponto um giral usado para caça. A partir desse ponto seria só subida.

Passamos por uns grandes blocos e de lá seguimos subindo passando pelo Vale das Jaqueiras. No local existe uma concentração gigantesca de jaqueiras. Parece que cada jaca que cai nascem centenas de outras mudas, ficando difícil, em alguns pontos, até de ver o leito da trilha.

Em alguns trechos da subida fica mais íngreme, mas seguimos num bom ritmo até que cruzamos com uma imensa árvore que havia caído alguns meses atrás, fazendo com que o traçado original da trilha fosse alterado. Em poucos minutos estávamos no ponto onde encontramos com o acesso de que vem do Jardim Imbuí ou para quem faz a travessia completa. Encontramos algumas pessoas cortando bambu. Conversamos rápido e seguimos caminho. Desse ponto em diante, tínhamos a informação de que um grupo já havia feito manutenção. Se o caminho sem manutenção estava bom, imagina o caminho com manutenção...

Subimos e foi bem tranquilo. Logo estávamos no bambuzal, onde tem o primeiro mirante. Só eu fui lá. Continuamos subindo e paramos no Mirante Cunhambebe, esse sim bem mais agradável e amplo. Ficamos ali durante algum tempo. Aproveitei para fazer algumas filmagens com o drone, o que me deu a ideia de preparar a série “Mirantes do PARNIT”.

O dia estava bem aberto e a vista impressionava. Olhando a lagoa de Piratininga do alto, nem parece tão poluída... Depois de descansar, continuamos a caminhada e em poucos minutos passamos pelas ruínas e logo chegamos ao Mirante da Tapera. Estávamos de frente para o Pão de Açúcar. Uma vista impressionando das montanhas da cidade do Rio de Janeiro.

Ficamos durante um bom tempo contemplando a paisagem. Tempo suficiente para dar aquela recuperada. A hora foi passando e logo pegamos o caminho de volta. Desse ponto até a bifurcação da Travessia Parque da Cidade x Cafubá foi bem tranquilo, pois é só descida. Mas aquela subidinha até a trifurcação foi dura. Depois de muito tempo parado, o corpo foi dando sinais de cansaço, mas logo chegamos à grande curva e demos uma parada para recuperar o fôlego. Dali, seguimos direto, passando agora pelo Sítio Aldeia e andamos pela estradinha de terra até ao Posto da Guarda Ambiental, onde deixamos estacionados os carros.

Nada mal para quem estava há uns dois meses sem praticamente sair de casa...



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