terça-feira, 25 de agosto de 2020

Guia de Trilhas de Niterói e Maricá disponível para DOWNLOAD!!!

Por Leandro do Carmo


Já está disponível para DOWNLOAD o GUIA DE TRILHAS DE NITERÓI E MARICÁ!!!!!

Download do GUIA DE TRILHAS DE NITERÓI E MARICÁ

Lançado em 2017, o Guia conta com aproximadamente 250 km de trilhas mapeadas e distribuídas em 13 setores nos municípios de Niterói e Maricá. São 57 roteiros com informações de como chegar, fotos do início da trilha e de pontos importantes, gráfico altimétrico, mapas topográficos e dados formatados de acordo com a nova classificação de trilhas da FEMERJ. Conta ainda com dados históricos e curiosidades sobre os locais das trilhas.


Foi um trabalho pioneiro, principalmente para algumas áreas onde se tinham poucas informações disponíveis sobre as trilhas, como o Parque da Cidade de Niterói, hoje PARNIT, bem como as trilhas do município de Maricá.

Todas as trilhas foram percorridas entre 2015 e 2016. Algumas foram reabertas, pois estavam abandonada e sem uso há anos. O trabalho foi liderado por Leandro do Carmo e contou com o apoio Clube Niteroiense de Montanhismo.

Foi lançada uma edição limitada devido a falta de recursos e agora, com a pandemia e a necessidade das pessoas buscarem locais longe de aglomeração, foi decido a disponibilização gratuita para download. 




sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Via Tensão Harmônica, comemorando 40 anos!

Por Leandro do Carmo

Via Tensão Harmônica, comemorando 40 anos!

Dia: 13/04/2019
Local: Costão de Itacoatiara
Participantes: Leandro do Carmo e Marcelo Correa




Relato

É uma história engraçada... Pela primeira vez fui obrigado a escalar! Isso mesmo, obrigado a escalar! Já na terça feira mandei uma mensagem para o Blanco deixando o sábado em aberto para a escalada. Ainda não sabíamos qual via faríamos. Na quinta feira, ele me passou uma mensagem avisando que teria um compromisso e não poderia, mas insistiu para que eu falasse com o Marcelo. Pensei: “o cara não poderá escalar e quer muito que eu vá”. Até aí tudo bem, mandei mensagem para o Marcelo e acertamos de escalar no sábado. Sugeri as vias da Face Sul do Costão, lá decidiríamos qual fazer... O Ary e o Rafael se juntariam a nós nesse dia.

Na sexta feira a noite, estava tão cansado, que enviei uma mensagem para o Marcelo avisando para deixarmos nossa escalada para a parte da tarde. Posso contar nos dedos as vezes que escalei à tarde... Como ele não me respondeu, fui dormir. Já sabendo que não teria hora para acordar, dormi bem tranquilo. Por volta das 7 horas da manhã, minha esposa veio com o celular na mão, avisando que o Marcelo queria falar comigo. Meio sonolento, peguei o telefone.

Leandro: “Fala Marcelo! Beleza?”
Marcelo: “Beleza Leandro! Vamos escalar! O Ary vai também. Só vi sua mensagem agora.”
Leandro: “Te passei uma mensagem ontem, cheguei em casa cansadão e tô com uma maior preguiça.”
Marcelo: “Vamos lá... Falei com o Ary e ele vai também...”Como já tinha acordado e a mochila já estava pronta, resolvi escalar.
Leandro: “Então beleza, vou só pegar as coisas aqui e passo aí na sua casa...”

Decidido escalar, peguei as coisas e encontrei o Marcelo na casa dele e de lá, seguimos para Itacoatiara. Até agora, tudo normal...

Chegando em Itacoatiara, fomos direto para a subsede assinar o Termo de Risco. O Ary já estava lá. Faltava o Rafael, que chegou logo em seguida. Preenchemos o termos e seguimos para o início da trilha. Caminhamos pela costão, um pouco próximo ao mar, até entrar no caminho dos pescadores e após passar o acesso à Via do Tetinho, continuamos andando até contornar o Costão. A base da via é difícil de achar... Não dá para ver o primeiro grampo. Mas, olhando em volta, é o único lugar onde daria para começar a via. O Ary veio logo atrás e confirmou o que havia pensado.

Subimos um pouco e nos equipamos. O Marcelo iniciou a escalada e foi subindo meio que na intuição. Logo avistou a primeira chapeleta. Subiu mais um pouco e montou a parada na terceira chapeleta. Dali subi e vi que a via estava um pouco suja, talvez pela falta de frequência. Cheguei à parada e segui direto. É um trecho bem bonito. Vai seguindo uma leve diagonal para a esquerda, acompanhando uma sequência de buracos até chegar uma chapeleta. Dali, sobe um pouco, fazendo uma lance um pouco mais difícil e vai agora numa diagonal para a direita, até entrar em um grande buraco, onde tem uma dupla de chapeletas.

Nesse ponto já conseguia mais ver a cordada do Ary e Rafael. O Marcelo chegou logo em seguida e na conversa resolveu guiar o próximo lance, o crux. A saída é bem vertical e com uma passada para a esquerda, dá para chegar na chapeleta e de lá seguir subindo. O Marcelo passou o lance e resolveu parar na próxima chapeleta, a anterior a parada dupla.

Subi logo em seguida e já dava para ver o Ary e o Rafael logo acima, já descansando. Passei do Marcelo que estava na parada e segui subindo direto. Essa saída, também é bacana. Mas o trecho acima até a parada dupla é o mais sujo da via. Mas não é muito complicado. É aquele toca pra cima direto. Chegando na dupla, montei a parada e o Marcelo chegou logo em seguida. Dali, subimos mais uns 50 metros de costão até estar próximo da descida para a Pata do Gato.

Já no cume, ficamos apreciando a bela vista para Itaipuaçu. O dia estava bem agradável. Fizemos algumas fotos e sem pressa, começamos a descer. Passamos pelo cume do Costão lotado e paramos para tomar um Açaí. Sem pressa, ainda ficamos conversando um pouco. Na hora de ir embora, tinha que ir para a AABB para encontrar minha esposa e as crianças. Dei uma carona para o Marcelo que em cima da hora resolveu almoçar lá também... Nem percebi nada... Quando cheguei ao clube, vi que o restaurante estava fechado e no celular, havia uma mensagem da minha esposa dizendo que era para ir no Chalezinho que estavam servindo um churrasquinho. Quando cheguei lá, vi todos reunidos e cantando parabéns! Festa surpresa!!!!

Muitos amigos reunidos para comemorar meu aniversário de 40 anos! Só agora que fui entender o motivo do Marcelo ter me ligado de manhã cedo para escalar, do Blanco ter forçado a barra para eu ir escalar com o Marcelo, do Marcelo ter feito uma parada a mais na escalada...



















Circuito Morro do Couto x Prateleiras


Local: Parque Nacional do Itatiaia

Já era hora de voltar ao Parque Nacional de Itatiaia. Depois de algumas tentativas e adiamentos devido ao clima, conseguimos, enfim, um final de semana. Como conseguir vaga na parte alta do parque não é muito fácil, optamos por ficar no Hostel Picus. Já havia ficado lá em uma tentativa de fazer a Serra Fina. O local é muito agradável e relativamente perto do parque, longe uns 20 km.

Fazer num final de semana apenas fica puxado, ou saímos na madrugada de sábado, ou sexta à noite, isso para quem trabalha... Optei por ir na sexta. Saímos de Niterói às 21:00h e chegamos às 2:00. Fui dormir as 3h e às 4 estava de pé. Apenas 1 hora de sono. Chegar cedo ao parque pode fazer a diferença, principalmente se você quiser fazer alguma atividade nas Agulhas Negras ou Prateleiras, locais onde tem limite para visitação. Nosso objetivo era fazer o Circuito Morro do Couto x Prateleiras. Há pouco tempo, foi implantado o sistema de senhas, onde é entregue somente para as pessoas que estão no local. Antigamente, uma pessoa chegava cedo e pegava 30 senhas... Acontecia de alguém chegar cedo, ter poucas pessoas na fila e na hora de entrar, estar lotado. Isso acabou.

Chegamos cedo à fila e já havia uma van e alguns carros. Eram cerca de 5 da manhã. Estava frio, porém menos do que eu imaginava. Pegamos a senha entre 53 e 64. Bom, agora era esperar chegar a hora. O dia amanheceu e com ele, veio o frio. Estava mais frio agora do que quando chegamos. Mas o tempo bom nos dava a certeza de que o frio iria embora nos primeiros metros de caminhada. Assim que abriram o parque, fui lá para resolver os trâmites burocráticos de pagamento, preenchimento de fichas e etc.

Com tudo certo, entramos com o carro e fomos para a área de estacionamento. Lá, nos preparamos para foto de partida. O início da trilha, fica na estradinha que leva às antenas de Furnas. Começa na rua pavimentada, circundando o morro. Há uma placa indicando “Couto”, com alguns minutos de caminhada. A saída fica à direita e é bem aberta, não há como errar nesse ponto.

Entramos de verdade na trilha. A estradinha pavimentada deu lugar a um caminho bem definido. Já bem no início da caminhada podíamos ter uma prévia do que encontraríamos pela frente... O tempo estava agradável. Havia muitas nuvens na direção da Serra Fina, mas no geral o tempo estava bom. A vista para as Agulhas Negras estava boa, apesar de algumas nuvens bem ao fundo se aproximarem.

Paramos rápido para algumas fotos num mirante e seguimos caminhando. A trilha seguia bem definida. Passamos pelo Campo Escola Luiz Fernando, numa formação rochosa que antecede o Morro do Couto. Seguimos mais um pouco e subimos uma rampa até passarmos na base de uma grande antena. O grupo estava bem animado. Algumas nuvens se formavam, mas não havia sinal de chuva.

Seguimos andando, sempre paralelos à estrada que leva ao Rebouças. Ao fundo, o maciço das Agulhas Negras roubava a cena. A Asa de Hermes, à sua esquerda, se destacava. Com mais alguns minutos de caminhada e após alguns “sobe e desce”, chegamos ao Morro do Couto. Estávamos a 2.680 metros, sendo o 8º mais alto do país. Optamos por fazer uma pausa mais longa e aproveitamos para lanchar. Dali, podíamos ver as Prateleiras bem ao fundo. Ainda havia um grande caminho a percorrer. Após a parada para descanso, continuamos a caminhada. Esse trecho é bem menos frequentado do que o anterior. Dava para perceber pelo traçado. A trilha seguia pelos blocos de pedra assentados no chão, como se fosse pavimentado, facilitando muito a descida.

Continuamos a caminhada e agora descemos um pouco e parecia que as Prateleiras nunca se aproximavam. Passamos por uma placa indicado que faltavam 4,5 km até as Prateleiras. A partir desse ponto, somente com autorização para a travessia. Era um sobe desce pela crista dos morros. Algumas subidas mais fortes que as outras, mas seguimos andando. Passamos por uma placa indicando o Abrigo Rebouças, uma oportunidade para quem quisesse abandonar a caminhada... Nosso objetivo era as Prateleiras! A partir daí, descemos e seguimos por um lajeado, onde tinha uma indicação de água. Como estávamos abastecidos, nem precisamos parar.

Após a placa, a trilha inicia uma sequência de sobe morro desce morro em largos zig zags, afim de evitar grandes paredões ou precipícios. Começamos a subir um pequeno morro e logo saímos em um trecho de gramíneas, onde a caminhada passa a seguir no plano com trilha bem demarcada e sem maiores problemas de navegação. Continuamos caminhando e passamos por uma bifurcação indicando um mirante. Fomos até lá e ficamos de frente para o maciço das Agulhas Negras. Um local fantástico.  Pequena pausa para fotos e seguimos andando.

Voltamos para a trilha e após mais alguns minutos andando, chegamos a uma enorme gruta. Ali era a Toca do Índio. Há uma placa no local indicando o caminho. Após cruzarmos a Toca do Índio, uma peculiar formação rochosa, levamos um tempo até encontrar o caminho certo. Acabamos descendo pela direita e tivemos que voltar. Na saída da Toca do Índio, deve-se sair pela direita, onde logo você vai encontrar uma formação de pedra bem grande. Suba nessa pedra e siga para a esquerda, outros totens de pedra sinalizarão o caminho.

Agora já estávamos bem próximos do nosso destino. Seguimos andando e logo estávamos na base das Prateleiras. O caminho batido deu lugar a um grande trepa pedras. Muitos chegam até ali. Mas nosso objetivo era fazer cume. Fomos subindo num caminho nada definido. Um trepa pedras onde passávamos por grutas, grandes blocos entalados e alguns pequenos lances de escalada. Já próximos da base, vimos que tinham muitas pessoas que esperavam para subir. Como nosso grupo estava grande e que demoraríamos muito para colocar todos no cume, resolvi voltar com outros amigos.

Na volta ainda paramos para um lanche reforçado e de lá seguimos andando pelo caminho até o Abrigo Rebouças, onde fizemos mais uma parada antes de continuar até o Posto Marcão.