quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Circuito Temiminó

Por Leandro do Carmo

Circuito Temiminó

Local: Parque da Cidade
Data: 14/12/2019
Participantes: Leandro do Carmo e Rafael Faria do Carmo

Vídeo do Circuito Temiminó

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Circuito Temiminó

Depois de termos feito a Travessia Tupinambá, hoje iríamos para o Circuito Temiminó. Uma nova trilha no Parque da cidade. Essa, bem diferente das outras da região. Chegamos cedo ao Parque da Cidade. Estacionamos próximo ao Posto da Guarda Ambiental e de lá seguimos para o início da trilha. O início é bem agradável e segue até a Ponte de Pedra pela trilha Colonial. Seguimos descendo e logo chegamos. A Ponte de Pedra é sempre um espetáculo. Não se tem informações sobre a origem de sua construção, mas o caminho deveria ter alguma importância à época de sua construção.

Após a pausa para algumas fotos, seguimos caminho. Entramos literalmente no trecho do Circuito Temiminó. Subimos quase paralelos ao caminho de descida e aos poucos fomos nos distanciando e após alguns minutos, chegávamos ao Mirante das Orquídeas. Ali, fizemos uma pausa para um lanche. O visual era bonito apesar do dia nublado.

Depois de um tempo ali, o Rafael segui à frente. Fui logo em seguida, fazendo algumas marcações no GPS. O caminho continuava bem agradável. Estava calor, mas menos que em dias anteriores. Subimos e chegamos próximo a um mirante. Esse tinha uma vista limitada pela enorme quantidade de vegetação, mas o pouco que podíamos ver, já valia a pena.

Continuamos andando e chegamos a um grande bloco. Era uma passagem bem bonita, numa espécie de túnel, formada por uma espécie de cipó. Seguimos por ela até o final, onde descemos num trecho bem íngreme e logo viramos para a direita, voltando a subir levemente até estarmos caminhando paralelos a uma rocha. Mais uma leve subida e chegamos a um grotão, que quando estávamos abrindo essa trilha, optamos por não descer. Porém, o caminho agora era por ali.

Circuito TemiminóSeguimos descendo e com o auxílio de uma corda, fizemos o trecho final da descida bem rápido. Dali, seguimos para a esquerda e de lá, pegamos uma diagonal para a direita, onde descemos até chegar ao trecho final, na antiga trilha de ligação que sai bem ao lado do túnel, onde foi instalado o canteiro de obras, à época de sua construção.

Nesse ponto, resolvemos dar uma explorada nesse caminho que desce, ao invés de subir de volta. Seguimos descendo e aos poucos o caminho foi diminuindo até virar uma picada. A medida que descíamos ia sumindo, até que não tínhamos mais nenhuma referência. Segui para a esquerda, mas o caminho fechou totalmente. Dali eu conseguia ver a AABB bem ao fundo. Deveríamos mudar a direção. Seguimos para o outro lado, porém não tinha nada definido. O caminho estava mais aberto e ficou mais fácil descer.

Havíamos chegado a uns grandes blocos. Ao fundo, parecia uma trilha, mas quando chegamos perto, vimos que não era nada. Existiam algumas estacas perto de algumas rochas e mais a frente algumas fitas amarradas entre árvores. Nesse ponto, decidimos continuar até o final. Seria mais fácil percorrer esses poucos metros, do que retornar subindo.

Seguimos andando e realmente foi mais fácil. Depois de alguns minutos andando, o caminho ficou totalmente plano e de mais alguns metros, estávamos na cerca que fazia limite com o antigo canteiro de obras que foi instalado à época da construção do túnel. Passamos pela cerca e seguimos andando para até a saída. Ainda passamos na AABB para bebermos uma água e descansar um pouco. Até que o caminho ficou interessante. Já deixamos registrado!

Dali, pegamos um UBER até o Parque da Cidade, onde havíamos deixado os carros. Valeu a caminhada!!!!!

Circuito Temiminó

Circuito Temiminó

Circuito Temiminó

Circuito Temiminó

Circuito Temiminó

Circuito Temiminó

Circuito Temiminó


sábado, 22 de fevereiro de 2020

Escalada em Niterói - Centro

Por Leandro do Carmo

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Escalada em Niterói - Centro da Cidade

As vias desse local ficam ao lado de uma construção da prefeitura, hoje o prédio da Central de Monitoramento eletrônico da prefeitura, subida para o Parque das Àguas.


Localização

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Vias

Marco Zero - V ----- +  CROQUI

Rampa de III

Via do Centro - III

Sétimo - VIIa


Cliff do Mal - 3° IV E1 10m ------- + CROQUI
Conquistadores: Vinícius Araújo e Alex Figueiredo - 2019

Via localizada no Parque das Água conquistada em 2019 por Vinícius Araújo e Alex Figueiredo

Via do Elevador - 3° E1 12m ------- + CROQUI
Conquistadores: Vinícius Araújo e Alex Figueiredo - 2019



Via localizada no Parque das Água conquistada em 2019 por Vinícius Araújo e Alex Figueiredo


Conquista Parque da Cidade

Por Leandro do Carmo


Há algum tempo atrás, a convite do Alex Figueiredo, estive no Parque da Cidade para conhecer um local com possibilidades de conquista. O Alex havia me falado que ali era um local onde costumava brincar quando criança. Na verdade, não levava muita fé... Mas depois que vi, tinha certeza que sairia alguma coisa. Depois de algumas tentativas de voltar ao local, convidei algumas pessoas de voltar lá. Fui agora com alguns grampos e começamos a conquistar alguma coisa. Nesse dia estivemos, eu, Leonardo Carmo, Alex Rockert, Taffarel Ramos e Marcos Lima.

O acesso é na quinta curva, depois que começa a subir a estrada da Viração, em direção ao Parque da Cidade. Depois que entra na trilha, segue-se por uns 50 metros e irá passar por um grande eucalipto caído, na qual deverá seguir por cima dele. Um pouquinho mais acima, verá outro eucalipto à direita, sair da trilha e procurar a entrada. É um corredor que começa estreito e vai fazendo curvas. Uma formação bem interessante.

De cara conquistamos a Chaminé Niterói. A maior chaminé da cidade. A parede não é tão regular, mas para um treino, ficou ótima. Nesse dia também saíram mais algumas vias, entre elas a Chaminé Urubu e um boulder que tentamos mandar, mas ficou na tentativa, o Vai que é sua Taffarel. Faltou uma escovinha de aço, para dar uma limpada, Como não bate sol no local, devido floresta, a parede fica bem úmida e suja. Acessei a parte de cima de alguns blocos e vi que dava para abrir mais  algumas vias. Deixamos lá alguns grampos batidos para top rope, para ser feita numa próxima oportunidade. Existem algumas opções para um aprendizado em colocação de peças móveis. Acho que o local se tornará um bom campo escola... Perto, fácil acesso e algumas opções... E tem mais coisas para conquistar por lá, quem se habilita?

Se você não escalada, também vale o passeio e te garanto que ficará surpreso com o local. Não dá para imaginar que ali tem tudo isso...

Seguem algumas fotos e um croqui do local.






Escalada em Niterói - Morro do Ubá VI

Por Leandro do Carmo

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Escalada em Niterói - Morro do Ubá VI



Este setor fica localizado atrás do Condomínio Ubá VI. Está dentro dos limites do Parque Estadual da Serra da Tiririca. A maior via é a Ezequiel Gongora, que faz cume, com, aproximadamente, 155 metros. As outras são mais curtas e dá para fazer todas em apenas um dia. As vias neste setor tem pouca repetição. No geral, as vias são bem protegidas e as proteções estão em boas condições. O melhor horário para escalar é bem cedo. Nas vias mais curtas, a segurança fica na sombra, mas o guia sofre no sol. Uma ótima opção para quem quer começar no mundo das esportivas. São vias com graduações mais baixas para a modalidade.




Acesso

O acesso pode ser feito pela rua do bar "Guela Seca", indo até ao final, dobrando à direita. Tem um recuo, onde é possível estacionar o carro. 

Os moradores do local não gostam muito da presença dos escaladores e sempre reclamam. Então, vale a pena entrar pelo caminho sem fazer barulho.

A trilha não é bem definida e o início fica bem escondido, pois é utilizado pelos moradores como depósito de folhas secas. Passando por cima das folhas, subir uma pequena laje de pedra, indo para a esquerda e assim que avistar o muro de uma casa ao fundo, vire a direita e inicie a subida, procurando o melhor caminho, até chegar à rocha. Dali, vire para a esquerda e siga costeando, procurando as vias.

Link do Wikiloc com a localização do início da trilha e da base das vias. 

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Localização do Setor

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Vias

Sudorese - IV E1 35m
Pela ordem de localização das vias, essa é a primeira. O primeiro grampo é alto, mas é bem tranquilo de chegar. Subindo um pouco pela direita, tem um degrau que facilita. Mais acima uma cristaleira, tocando para a esquerda, até subir levemente para a direita novamente. Segue até uma parada dupla. Lances bem bonitos e técnicos. Como tem pouca frequência, a rocha costuma ficar um pouco suja. A base fica na sombra.

Projeto

Cada Um Com seu Dendê - IVsup E1 30m ------- +Vídeo
Mais uma via bem técnica. A primeira proteção é bem alta, mas depois que domina um batente, facilita e fica mais fácil chegar e costurar. Depois segue numa meia lua para a direita, onde está o crux. Dali segue em lances mais fáceis até uma dupla. Como tem pouca frequência, a rocha costuma ficar um pouco suja. A base fica na sombra.

Roberto Kellis - V E1 55m ------- +Vídeo
Das vias curtas do setor, essa talvez seja a melhor. Começa forte numa saída com algumas fendas e cristaleira na esquerda. Lances bem verticais e bem protegidos. Passando esse trecho a rocha perde um pouco a inclinação e fica mais fácil, até chegar a primeira dupla, com aproximadamente 25 metros. Depois seguem por alguns trechos técnicos, indo levemente para a esquerda, com mais algumas cristaleiras, até chegar a uma dupla. Tem um grampo um pouco mais acima que dá para emendar na Ezequiel Gongora.

Ezequiel Gongora - 3  V E2 D1 155m-------- + Croqui 1 / Croqui 2 + RelatoVídeo
A via mais longa desse setor. É a última da parede. Na base da via, tem uma palmeira e umas grandes lacas, sendo bem fácil localizá-la. O trecho inicial seguem em pequenas agarras numa linha quase reta, seguindo levemente para a direita. A segunda enfiada segue reto pra cima, em direção a uma grande canaleta, onde passamos pela borda esquerda. A terceira enfiada tem algumas agarras quebrando, mas a a maioria são sólidas. Tem uns 2 grampos difíceis de ver, mas a medida que subimos, vai ficando mais fácil achar. A última enfiada é onde está o crux. Lance bem vertical e bem protegido. Um grande lance. O último grampo é de INOX. Todas as paradas são simples.


Escalada em Niterói - Campo Escola Ary Carlos - Vale da Serrinha

Por Leandro do Carmo

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Escalada em Niterói - Campo Escola Ary Carlos Cardoso Neto - Vale da Serrinha

Visão Geral das Vias do Setor



Itaipuaçu, vista do Mirante do Carmo
Novo setor que se consolidou no Parque Estadual da Serra da Tiririca. Já são 14 vias e mais 1 projeto abandonado.

São vias com graduações do II ao VIIa, bem protegidas, com lances variados. Ótima opção para quem está iniciando as guiadas ou quem está escalando pela primeira vez, como é o caso da Recuperação e Golpe do Cartão. Além das opões para iniciantes, temos também vias mais fortes, como a Coração Valente, Falar é Fácil. Existe uma via que há possibilidade de proteção móvel. Todos esses fatores dão as características de um completo campo escola. 

O sol bate forte durante todo o dia. convém entrar bem cedo. Há possibilidade de rapel em todas as vias com 1 corda de 60 metros. O por do sol é fantástico e é possível ver de todas as vias.

O setor foi descoberto por Leandro do Carmo em 2013, quando foi aberta a primeira via, a Bruno Silva, conquistada por Leandro do Carmo e Ary Carlos. Logo após, foram conquistadas a Golpe do Cartão, De Olhos na Vizinhas e Didática. Alguns anos mais tarde, mais possibilidades foram descobertas com a abertura do acesso percorrendo quase toda a parede. Nessa segunda etapa de conquistas, Leandro do Carmo, Marcelo Correa e Luis Augusto Avellar abriram as demais vias com destaque para a CNM 15 e a Coração Valente, entre outras.


ACESSO

Seguindo pela Serrinha que liga Itaipu à Itaipuaçu, pode deixar o carro em um recuo ao lado de uma placa grande de "Proibido Jogar Lixo" e subir um pouquinho, seguindo a cerca até onde ela termina em uma pedra. Passa exprimido entre a cerca e a pedra e começa a subir por entre pequenos blocos soltos, passa ao lado de um bambuzal e segue uma trilha razoavelmente demarcada, passa por um platô com redes velhas penduradas e sobe à esquerda entre blocos e vai seguindo os totens até encontrar a parede. A primeira via é a Didática (tem uma parada dupla na base)





OBS: A única via com acesso diferente ao citado, é a Bruno Silva. Seu acesso é feito ao lado do início da trilha do Mourão, num largo, seguindo uma a trilha não muito definida, mas muito tranquila, leva-se uns 10 minutos no máximo, para chegar a base.


Localização



Vias

Bruno Silva - 2° III E2 D1 175m --------- + CROQUI + RELATO DA CONQUISTA + VÍDEO
Conquistadores: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Leonardo Carmo e Alfredo Castinheiras (2013)

Primeira via conquistada no setor. O Acesso fica na entrada da trilha do Alto Mourão. O crux está logo na saída, num grande diedro. Há opção de contornar, mas numa queda, pode dar um pêndulo grande. A via termina no Mirante do Carmo.

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As vias seguintes tem acesso por trilha, cuja entrada ( 22º 57′ 47.44” S 43º 1’25.66”) fica em frente ao número 329 da Estrada Gilberto de Carvalho (RJ102), conhecida como Estrada da Serrinha, do lado

Via Recuperação - 2° II E1 D1 60m -------- CROQUI
Conquistadores: Leandro do Carmo, Luis Augusto Avellar e Marcelo Correa (2021)

Via Didática - 2° II A0 E2 D1 210m -------- + CROQUI
Conquistadores: Eny Hertz, André Costa, Claudney Neves, Karla Paiva, Mariana Abunahman e Beatriz Marques (2017)

A base fica exatamente no final da trilha, entre um diedro coberto de de vegetação à esquerda e a canaleta de mato à direita, base de um talvegue ao lado de uma grande árvore. Termina abaixo do Mirante  do Carmo, levemente à direita, olhando de baixo para cima, na altura do penúltimo grampo da via Bruno Silva.Via bem tranquila com com um pequeno artificial em parafusos num lance bem vertical.

Golpe do Cartão 2° III E2 D1 105m -------- + CROQUI + RELATO DA CONQUISTA
Conquistadores: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Marcelo Sá e Eny Hertz (2014)

A base fica cerca de 30 metros à direita da base da via Didática, após a base do talvegue. Termina abaixo de uma pequena mata. A via mais repetida do setor. Segue por caminho bem limpo com lances tranquilos. Excelente para quem está começando a guiar. É necessário fazer rapel pela via ou emendar na Dois Dias de Sol ou na De Olho nas Vizinhas, vindo a terminar no Mirante do Carmo. Todas as paradas e pontos de rapel está duplicadas.

Dois Dias de Sol - 3° IV E1/E2 D1 170m -------- + CROQUI 
Conquistadores: Marcelo Correa, Leandro do Carmo, Luis Augusto Avellar e Marcos Lima (2020)

A via é uma variante da via Golpe do Cartão, iniciando a partir da primeira parada (55 metros) da via Golpe do Cartão, seguindo para a esquerda e subindo por uma rampa entre o talvegue e o final da via Golpe do Cartão. Termina no alto de uma canaleta que fica à direita e acima do Mirante do Carmo. A linha é bem bonita e segue bem protegida. Tem uma diagonal que fica bastante molhada durante alguns dias após a chuva. Dê pelo menos dois dias de sol para entrar na via. O final passa por alguns degraus e um trecho mais vertical. Considerar mais 55 metros do primeiro esticão da via Golpe do Cartão.

Projeto do Alexandre Valadão

Projeto iniciado com apenas um grampo batido bem alto, fica abaixo de um diedro com vegetação a direita da Golpe do Cartão.

Variante Levada da Breca - 3º E1 25m
Conquistadores: Alessandra Neves, Eny Hertz, Karla Paiva e Mariana Pardal

A base fica a cerca de 20 metros da via Golpe do Cartão e termina na primeira parada da via De Olho Nas Vizinhas. Um boa alternativa para fugir do crux da via De Olho nas Vizinhas.

De Olho nas Vizinhas - 3º IVsup E2 D2 250m -------- + CROQUI + RELATO DA CONQUISTA
Conquistadores: Leandro do Carmo e Ary Carlos (2014)

Começa com uma saída forte, onde o crux fica entre o primeiro e segundo grampo. A primeira parada é dupla e fica fora de visão, devido a um dique. Parando ali, vai diminuir um pouco o arrasto da corda. A partir daí, a via segue numa linha bem óbvia num terceiro grau, vindo um IV bem delicado. Olhando de baixo vê-se muita agarra, mas a maioria não é sólida. A terceira enfiada é um costão, com uns 30 metros caminhando, onde vem uma parte mais lisa e com pequenas agarras, onde se sobe em diagonal para a direita e encontra o último grampo dessa primeira parte. A partir daí, é só seguir até a base da segunda parte da via. Suba até a primeira proteção, partindo numa grande diagonal para a esquerda, abaixo de um grande diedro, por até uma parada dupla. Dali seguir até o Mirante do Carmo.

Variante O Medroso Mais Corajoso - 2º E2 27m -------- + CROQUI 
Conquistadores: Marcelo Correa e Leandro do Carmo (2020)

Fica na primeira proteção no início da diagonal da última enfiada da via "De Olho Nas Vizinhas", abaixo do grande diedro. Um bom lance em horizontal, com cerca de 27 metros que segue uma linha de cristais até a terceira parada da via Dois Dias de Sol.

Mistérios do Arranha Gato - 3° IVsup E1/E2 D1 140m -------- + CROQUI
Conquistadores: Marcelo Correa, Leandro do Carmo e Luis Augusto Avellar (2020)

A base fica a cerca de 10 metros à direita da base da via De Olho Nas Vizinhas. O crux está na primeira enfiada e é feita em lances com pequenas agarras, até passar um dique com cristais num lance bem bonito, sendo a mais forte da via. É interessante fazer uma parada curta, com cerca de 20m para evitar o arrasto na corda. A segunda enfiada com 30 metros tem alguns lances com agarras ainda por quebrar. Começa tocando reto e vai fazendo uma diagonal para a direita, até um platô mais confortável para a parada. Dali, continua seguindo para a direita e contorna para a esquerda novamente.

A terceira enfiada foi conquistada para quem quer continuar e emendar no segundo trecho da via "De Olho nas Vizinhas" que segue numa diagonal para a direita, abaixo de um grande diedro ou emendando no final da "Dois Dias de Sol" pela variante horizontal "O Medroso mais Corajoso", ambas terminando no Mirante do Carmo, com saída pela trilha do Alto Mourão.

Paredão Ary Carlos - 4 VIsup E1/E2 D1 60m --------- + CROQUI
Conquistadores: Marcelo Correa, Leandro do Carmo e Luis Augusto Avellar (2021)

Conta com uma saída forte, com lances bem técnicos. No segundo trecho, emenda em um diedro meio cego com algumas opções de proteção móvel, utilizando camalot #0,75 e o #2. Não é obrigatório, mas deixa os lances mais protegidos.

Coração Valente - Vsup E1/E2 30m -------- + CROQUI
Conquistadores: Marcelo Correa, Leandro do Carmo e Luis Augusto Avellar (2021)

A via apesar de curta é excelente. Talvez conte com os melhores lances do setor. Uma saída bem técnica que acompanha um dique em diagonal para a direita, bem vertical. Após esse trecho, entra num grande buraco, fazendo os lances no estilo chaminé. A saída desse buraco é bem bonita e segue até uma parada dentro de um outro buraco menor. Existe a opção de fazer uma horizontal para a direita para montar top rope e entrar na Falar é Fácil.

Falar é Fácil - VIIa E1/E2 30m  -------- + CROQUI
Conquistadores: Marcelo Correa, Leandro do Carmo e Luis Augusto Avellar (2020)

A base fica bem ao lado da Coração Valente. A base é facilmente identificável por uma canaleta com lances que parecem ser fáceis para quem olha de baixo. Daí o nome da via: Falar é Fácil. Segue por uma canaleta com alguns buracos no início. O crux está entre o segundo e o terceiro grampo. Depois segue por lances técnicos em pequenas agarras até entrar numa chaminé. A saída é bem atlética num lance bem vertical. Segue até mais acima e vai diminuindo a graduação. 

Guela Seca - 3 IIIsup E1/E2 D1 150m ------ + CROQUI
Conquistadores: Ary Carlos, Leonardo Carmo e Ivison Rubin (2020)

Via com lances bem variados e bem tranquila. Tem alguns lances sujos, mas no geral segue tranquila. Tem a opção de fazer cume, emendando no final da via CNM 15. O nome da via é em faz menção ao Bar Guela Seca, ponto de parada tradicional dos sócios do CNM depois das escaladas da região.

Via CNM 15 - 3º IVsup E1/E2 D1 200m ---------+ CROQUI + Relato da Conquista
Conquistadores: Leandro do Carmo, Marcelo Correa, Eny Hertz, Luiz Avellar e Ivison Rubim (2020)

A base fica cerca de 300 metros à direita da base da via de Olho Nas Vizinhas, quando a pedra volta a perder a inclinação. Para chegar à base, deve seguir a trilha que fica na base da parede. Fica bem fácil de identificar a via. A via segue uma linha bem interessante, sendo o crux logo após a primeira parada. Recomenda-se fazer a primeira parada a 30 metros para reduzir o arrasto. Após o crux, faz-se uma diagonal para a esquerda e volta a subir, seguindo bem tranquilo e com um visual fantástico. Ao final, segue por aproximadamente 100 metros até chegar à Trilha do Alto Mourão.

Variante CNM15+1 - IIIsup E2 10mts ------- CROQUI
Conquistadores: Marcelo Correa, Luis Augusto Avelar e Ivison Rubim (2021)

Pequeno trecho de cerca de 10 metros: um lance de IIIsup em aderência subindo reto a partir da P1 da CNM15 em vez de seguir pela canaleta à direita, o crux da via CNM15, de mesma graduação,  e encontrando a linha original na horizontal acima. Evita o arrasto da corda.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Patagônia Argentina: El Chaltén e El Calafate

Por: Leonardo Carmo

16 a 27/11/2019 

Participantes: Leonardo Carmo / Carina Melazzi



1º dia (16/11/2019): Rio x El Calafate

Pegamos um avião para Ezeiza (Buenos Aires) onde fizemos a conexão para El Calafate. Essa conexão foi tensa, pois o aeroporto de Ezeiza estava abarrotado e uma desorganização tremenda. Depois de conseguir fazer todos os tramites, embarcamos rumo a El Calafate. Chegamos no final do dia e como só anoitecia por volta das 21h40, conseguimos aproveitar bem. Fomos conhecer a cidade “nutela”. A cidade é feita pra turista que ganha em dólar. Tudo lá é muito caro hahahahahahaha e bastante coisa tem preço em dólar. A chegada em El Calafate foi bacana. Quando o avião vai se aproximando sobrevoando parte do Lago Argentino, da uma sensação muito doida. É uma paisagem indescritível. 


2º dia (17/11/2019): El Calafate 


No dia anterior a gente tinha decidido conhecer o Glaciar Perito Moreno. Nos programamos para fazer isso na parte da tarde, pois o período da manhã fica muito cheio. Ficamos com a parte da manhã livre e então resolvemos conhecer o Glaciarium. Um museu muito bacana que conta a história das geleiras entre outras coisas. De onde estávamos até lá, são 5 km. Como o ônibus do Perito Moreno saía às 14h, resolvemos ir andando, mas no meio do caminho, começou a bater um vento contra muito forte fazendo com que a sensação térmica despencasse. Resolvemos abortar e voltar pra cidade e ficar esperando a hora de irmos pro Glaciar. 

O Glaciar é uma parada muito impressionante. Super recomendo. A gente ainda andou pelas passarelas. Pra quem é montanhista, as passarelas são como caminhar no corredor de casa. Não existe dificuldade técnica e nem esforço físico. 

A gente teve que contratar um transfer até o parque onde fica o Glaciar Perito Moreno. Indo por conta própria é bem melhor, pois da mais independência. Como a gente estava sem carro, essa foi a opção que nos restou. 

De volta a El Calafate, procuramos um lugar pra comer e beber uma. As coisas lá são bem caras. A cerveja mais barata que é a Quilmes, convertendo, da uns R$ 15,00. 




3º dia (18/11/2019): El Calafate x El Chaltén 


No dia anterior a gente já tinha ido à rodoviária e comprados as passagens para El Chaltén. Recomendo comprar tudo com antecedência pra evitar de chegar na hora e não ter mais passagem. 

A estrada que liga El Calafate – El Chaltén é muito maneira. Visual incrível. Pena que a gente não foi pra Argentina de carro. 

Depois de percorrer 213 km em quase 3h30 de viagem, chegamos a El Chaltén. Logo na entrada da pequena e aconchegante cidade, o ônibus passa na sede do Parque e onde são passadas as instruções pelos guarda-parques. 

Chegamos lá no início da noite e não perdemos tempo. Estava chovendo e ventando muito, mas a vontade de andar pelas montanhas era muito grande e então resolvemos fazer algo mais tranquilo, só pra efeito de reconhecimento. Fizemos o Mirador de las Aguilas e Mirador de lós Condores. Ali já deu pra perceber que a vida não seria fácil, pois a chuva, vento e o frio deram as boas vindas. Esse circuito tem aproximadamente 7,5 km. 


4º dia (19/11/2019): El Chaltén 

Acordamos cedo e continuava chovendo. Resolvemos então conhecer a cachoeira Chorrillo Del Salto. 

Foram 7 km ida e volta debaixo de muita chuva. A maior parte do caminho estava alagada. Da pra ir pela estrada, mas ela também estava alagada. Não tinha pra onde correr. Era enfiar o pé na água gelada e caminhar. A cachoeira estava com um grande volume de água devido à chuva e ao inicio do degelo. 

Na parte da tarde, a chuva deu uma parada e resolvemos explorar um pouco mais a região. Do outro lado do Rio de Las Vueltas, encontramos uma parede de vimos que tinham algumas vias e fomos conferir de perto. Não tinha encontrado informações sobre aquelas vias. 


5º dia (20/11/2019): El Chaltén 


A chuva finalmente deu uma trégua e partimos para a trilha da Laguna Torre. Uma trilha de dificuldade moderada, mas recompensadora. Existe uma base de acampamento bem próximo à Laguna, acampamento D’Agostini. Uma boa estrutura com área demarcada e banheiro seco pra quem quer fazer um pernoite. Durante a trilha a gente pegou sol, chuva, neve e muito vento, especialmente na Laguna Torre onde bateu um vendável e quase nos arrastou montanha abaixo. Foram 22 km de paisagens incríveis. 




6º dia (21/11/2019): El Chaltén 


A chuva tinha voltado a cair na noite anterior, mas resolveu novamente dar uma trégua na parte da manhã. Aproveitamos e partimos pra fazer a trilha da Laguna de Los Três passando pela Laguna Capri. Pegamos muito trecho com lama por conta da chuva da noite anterior, mas nada que desanimasse. Quando chegamos num entroncamento com saída para outras trilhas, o tempo começou a virar e o vento já soprava forte. Continuamos firmes na nossa missão e chegamos no trecho final pra fazer o ataque à Laguna. Era apenas 1 km com um desnível de 800 metros. O solo é completamente instável com pedras soltas e pra dar mais emoção, tinha neve e água correndo pelo caminho. Depois de andar cerca de 700 metros, começou a ventar muito forte e a sensação térmica tava ficando insuportável, pelo menos pra mim. Depois de vencer os 200 metros restantes e chegar na Laguna de Los Três, o vento ficou mais forte e eu tive que me abrigar. A Carina suportou bem, mas eu não consegui ficar lá por muito tempo. 

Depois de apreciar aquele lugar indescritível, começamos a descida e quando passamos novamente pelo entroncamento, vimos que a chuva estava se aproximando. A nossa ideia era voltar pela trilha passando pelas Laguna Madre e Hija, mas decidimos voltar pelo mesmo lugar por conta da chuva que estava chegando. Decisão certa. A chuva veio e deixou o caminho ainda mais enlameado. O tempo lá é muito louco. Abre e fecha do nada. 

De volta à cidade, paramos para beber uma e planejar o que faríamos no dia seguinte. 


7º dia (22/11/2019): El Chaltén 


A nossa ideia inicial era acampar na Laguna Toro, mas por conta das fortes chuvas e por orientação do parque, decidimos não ir. Na verdade o que foi decisivo pra que a gente não fosse foi que a Carina descobrir que a sola da bota do pé direito estava dando infiltração. Ela levou um tênis reserva, mas ele não iria aguentar passar por terrenos encharcados e não molhar os pés. A Laguna Toro é um lugar bem remoto. Não dava pra arriscar a ficar com os pés molhados por muito tempo. O risco era alto. 

Como já vinha sendo normal, choveu muita coisa na noite anterior e só parou na parte da manhã. A gente não podia ficar com o dia sem programação e então resolvemos acampar na Laguna Capri. Um lugar lindo com uma paz sem igual. A gente queria ter essa experiência de acampar em um ambiente selvagem diferente do que estamos acostumados. Sábia decisão. Fomos até um mercadinho comprar algumas coisas pra comer e partimos pra lá. O tempo foi abrindo e o dia ficando lindo. Antes da gente sair, veio uma informação de que viria uma frente fria no outro dia trazendo muito mais chuva. Essa era a nossa oportunidade de acampar com segurança. 

Chegando no ponto de acampamento, analisamos bem o lugar. Previmos uma possível chuva e por onde a água provavelmente desceria. Outra coisa que nos preocupava era o vento. Depois daquela análise minuciosa, escolhemos um lugar e montamos a nossa barraca. Fizemos uma proteção contra o vento com troncos e galhos. A gente tava seguro. Só um furacão levava a nossa barraca rsrs. Com tudo organizado, ficamos contemplando a paisagem e esperando a noite chegar. Eu sabia que o frio viria rasgando. 


Ficamos sentados à beira da Laguna esperando o pôr do sol e foi um momento foda. Uma paz indescritível. 

Voltamos pra nossa área de acampamento. A Carina resolveu entrar e já se aquecer. Eu, resolvi ficar sentado num banquinho que improvisei e esperar a noite cair. Ali ficamos conversando por algumas horas e por volta das 21h30, percebo algo se movendo do meu lado e quando olhei, vi uma raposa. Esse momento foi algo que valeu pela viagem toda. Ela passou farejando e se mandou. Ali fiquei quietinho esperando escurecer até que ela resolveu passar de volta. Experiência foda. 

Por volta das 22h, a noite chegou e com ela, o frio. Entrei na barraca e ficamos ali tentando gerar algum calor, mas tava sinistro. Algo me dizia que eu iria me lascar rsrsrs. O frio da Patagônia é algo cortante. Eu nunca tinha sentido algo parecido. Eu não conseguia dormir. Fiquei preocupado em fechar os olhos e não acordar mais rsrs. De hora em hora o meu relógio apitava e assim eu fui contando as horas e certificando que eu estava vivo. A Carina nem piava rsrsrs. Do jeito que ela deitou, ela levantou. Quando deu 5h da manhã, bateu um alívio. Sabia que iria clarear e que a temperatura iria subir um pouco. 


8º dia (23/11/2019): El Chaltén 


Depois de levantar, fomos pra beira da Laguna e curtimos o amanhecer tendo como paisagem de fundo, o Fitz Roi. Sem descrição... 

Começamos a desmontar acampamento, pois havia previsão de mudança de tempo e nesse dia eu precisava encontrar um lugar pra assistir o jogo do Mengão, era a final da Libertadores. 

Paramos para comer e beber uma e soube que eles iriam passar o jogo. Estava eu lá com o manto sagrado rodeado de argentinos hahahahahahaha. Foi muito bom ser campeão em cima de argentino estando na argentina vendo o jogo rodeado por argentinos hahahahahaha. 

Aí foi só comemorar, comemorar e comemorar rsrsrs. 




9º dia (24/11/2019): El Chaltén 


Esse era o nosso último dia em Chaltén e resolvemos fazer o Loma Del Pliegue Tumbado. A trilha até um certo ponto é tranquila, depois o terreno vai mudando. É um tipo de cascalho e o ataque final fica bem instável por conta deles. Sem falar que pegamos neve nesse último trecho. O vento nessa parte final resolveu das as caras de novo pra dar aquela emoção. Chegamos no cume e por lá ficamos por um bom tempo. A gente não queria descer, pois a gente sabia que a nossa missão estava terminando. Não teve jeito, tivemos que descer e terminar a nossa última trilha. Pra curar a “depressão” de ter que voltar, parimos pra beber a nossa última Quilmes da temporada de El Chaltén. 




10º dia (25/11/2019): El Chaltén x El Calafate 


Acordamos cedo partimos pra rodoviária debaixo de chuva. A frente fria tinha vindo com força.
Chegamos e saímos de El Chaltén debaixo de chuva. Não ficamos frustrados, pois a natureza é quem manda. Nos resta é nos adaptarmos às condições que ela nos impõe. 

A viagem pra El Calafate foi tranquila. Chegamos lá no início da tarde e dava tempo da gente ir almoçar antes de ir conhecer o Glaciarium. Nosso almoço foi a tradicional parrillada. Gastamos os nossos último centavos para degustar tal iguaria rsrs. Depois do almoço, descobrimos que saia uma van de hora em hora pro Glaciarium e era de graça. Só tivemos que pagar os ingressos. Valeu muito ter conhecido o museu. De volta à cidade, encontrei mais alguns dólares guardados na carteira e fomos beber umas “Patagônia” e comer mais alguma coisa. 


11º dia (26/11/2019): El Calafate x Rio 


Acordamos cedo e a gente tinha algumas horas pra andar pela cidade. Nosso voo pra Buenos Aires era só às 13h. Assim, a gente chegaria em casa no mesmo dia. Essa era a previsão. Pegamos o voo pra Buenos Aires e aí começou a encrenca. No aeroporto de Ezeiza a gente foi informado que o voo pro Rio ia atrasar. Ninguém dava uma explicação até que descobrimos que os funcionários da mecânica tinham feito uma paralisação e que não tinha previsão pra voltar. Depois de umas boas horas de espera, o nosso voo foi anunciado e partimos pro Rio. Chegamos no Galeão já de madrugada e a nosso expedição foi terminar no dia 27/11. 

O aeroporto de Ezeiza estava tomanda por Rubro-Negros. Me senti no Maracanã rsrs. O voo pro Rio veio lotado e a maioria esmagadora eram torcedores do Mengão. 


Parque Nacional Los Glaciares 


Laguna Torre = 22 km 

Cachoeira Chorrilo Del Salto = 7 km 

Circuito Mirador de las Aguilas e dos Condores = 6,23 km 

Laguna de los Três via laguna Capri = 26 km 

Laguna Capri = 9 km 

Loma Del Pliegue Tumbado = 21 km