sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Pico do Frade - Macaé RJ, uma missão quase cumprida!

Por Leandro do Carmo

Pico do Frade - Macaé RJ, uma missão quase cumprida!

Local: Macaé RJ
Data: 22/11/2014
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Ary Carlos, Michael Rogers, Andréa Vivas, Alexandre Rockert e Paulo Guerra.

Pico do Frade de Macaé



Local do início da trilha - 22°12'13.7"S 42°05'17.0"W

Link para o GoogleMaps


Como Chegar: Saindo de Niterói, pegar a BR101 sentido norte e dobrar a esquerda em direção à Região Serrana de Macaé, pegando a RJ162. Seguir nela e quando chegar a Glicério e passar pela estátua de um canoísta, é só marcar 10,7 km, até a entrada para uma estrada de terra. Tem uma Santa, num recuo à esquerda e uma casa a direita, no início dessa estrada. Aí é o ponto!

Vídeo





Onde estacionar o carro: O melhor ponto para estacionar é na entrada da estrada de terra, assim que sai da RJ 162. Não aconselho a seguir de carro, a não ser que seja um 4X4.

Dicas: Não completei a escalada, logo não posso opinar pela qualidade dos cabos/cordas; é uma trilha forte, não tem ponto de coleta de água; quase toda abrigada do sol; fácil orientação; para encontrar o ponto da entrada da trilha, será necessário subir a estrada de terra e assim que passar a primeira casa, no alto da estrada, vai começar a descer, mais abaixo um pouco terá um portão à sua esquerda e mais a frente, a direita, duas soqueiras de bambu, ao lado de uma cerca, dividindo dois terrenos, o ponto é ali; seguir subindo reto pelo pasto, chegará na trilha; se passar para a cerca do lado, seguirá pelo pasto até mais em cima, sempre com a mata a sua esquerda, na segunda entrada discreta, dobrar a esquerda, com isso cortará a pior parte inicial da trilha, com muita erosão.




Relato

Essa seria a nossa quarta tentativa de subir o Pico do Frade... E acabou ficando só na tentativa mesmo! Mas qual o problema, se a montanha sempre estará lá? O fato é que nas últimas três vezes que marcamos de ir lá, o tempo não ajudou e nem sequer pegamos a estrada, mas como já havíamos preparado toda a logística, contou como tentativa!!! Dessa vez chegamos a pegar a trilha, mas infelizmente não alçamos nosso objetivo... Veremos o porquê!

Como sair de Niterói e seguir direto para a trilha resultaria em ter que sair de casa muito cedo, pois a viagem dura entre 3:30/04:00h, resolvemos sair na sexta feira e dormir em Rio das Ostras, na casa do meu pai, assim não precisaríamos acordar tão cedo. Tudo certo e com a atividade aberta no site do CNM, já tínhamos o grupo formado: Eu, Leonardo Carmo, Andréa Vivas, Ary Carlos, Alexandre Rockert e o Michael Rogers. O Paulo Guerra confirmou na sexta a noite, quando alguns já estavam lá e eu, já a caminho.

No sábado de manhã, acordamos cedo e por volta das 06:30 da manhã saímos de Rio das Ostras e encontramos o Alexandre em Rio Dourado, onde completamos grupo. Dali, seguimos pela BR 101, sentido norte, onde pegamos a RJ 162, que leva à Região Serrana de Macaé. Passamos pelo Distrito de Glicério e continuamos subindo em direção à Trajano de Moraes. Quando passamos da entrada do Distrito do Frade, demos uma parada para tentarmos localizar as referências que tínhamos.  Foi a primeira dificuldade do dia! Paramos em frente a uma estrada de chão e ficamos ali durante alguns minutos. Fomos até única casa próxima que tinha, chamamos e ninguém respondeu. Passou um cara de moto a quem perguntamos sobre a trilha e ele nos respondeu que era por ali mesmo.

Seguimos subindo a estrada de chão, passamos por uma casa e começamos a descer. Um trecho ruim, cheio de pedras. Já ficamos preocupados com a volta, pois se a previsão do tempo acertasse, a chuva chegaria no final do dia. Continuamos descendo e nada de um sinal para o início da trilha. As referências eram muito vagas. Estacionamos os carros e fomos dar uma volta para ver se encontrava alguém que pudesse nos ajudar. Naquele ponto já dava para ver a face do Pico do Frade na qual teríamos que alcançar. Imaginávamos o caminho que teríamos que fazer, mas nada de concreto. Chegamos a chamar em algumas casas, mas todas estavam vazias...

Perdidos, paramos para descansar!
Descemos a pé a estrada e o Ary foi até umas casas, que bem longe. Passou caminhão Bandeirante que nos deu a informação que a trilha começava numa casa bem ao alto do pasto, que avistávamos lá de cima da estrada. Bom, a primeira referência que tínhamos. E foi para lá que nós seguimos... Pegamos o equipamento e começamos a andar. Quando já estávamos próximos da casa, passaram duas pessoas à cavalo e nos informaram que a trilha era muito mais em cima, estávamos completamente errados! Tínhamos a informação de que não era ali, mas ainda não sabíamos onde realmente a trilha começava! E assim voltamos.

No caminho de volta, encontramos uma alma iluminada!!! Sr. Aristides, que o sobre nome esquecemos. Parece que foi enviado por Deus!  Naquela altura o calor já estava forte, já tínhamos perdido mais de uma hora. Ele nos indicou o local exato da entrada da trilha, que era logo após o início da descida e nas duas soqueiras de bambu. Não teve erro! E da mesma maneira que ele apareceu na estrada, ele sumiu...

Acesso a trilha
Voltamos para o carro e enquanto uns foram procurar essa tal soqueira de bambu, resolvemos subir com os carros e procurar um melhor local para estacionar os carros, afinal de contas se chovesse ficaríamos em apuros. Deu um pouquinho de trabalho para subir... Como eu sempre digo: “Tem que ter um carro de macho!” Voltamos com o carro e resolvemos estacionar lá na beira da estrada. Se soubéssemos disso antes...

O pessoal foi na frente e eu segui uns 15 minutos depois, encontrando a galera no trecho inicial. Logo acima de onde começa a mata. Consegui ir mais rápido, pois logo que atravessei a cerca de arame da estrada, segui pelo pasto, a direita da cerca, facilitando a subida. Fui assim até bem acima, na segunda saída discreta à esquerda. Na volta teria certeza que fizera o melhor caminho. Entendi também como havia chegado no grupo tão rápido. É que esse começo é bem íngreme e com bastante erosão. Como havia ido pelo pasto...

Continuamos subindo e chegamos numa pequena clareira, que acho que foi aberta por incêndio, haviam vestígios de fogo. Não eram recentes... Primeira pausa mais longa. Dali já avistávamos o Pico do Frade. A subida é forte, principalmente esses lances iniciais. Fomos deixando parte do equipamento no caminho, pois já havíamos decido que só faríamos a trilha, devido ao tempo que perdemos para encontrar o caminho. Isso aliviou um pouco a subida. A trilha é de fácil orientação, sem bifurcações ou pontos fechados. Só o início dela é que não tem marcação, mas de resto...

Mais acima, o primeiro mirante. Ali, fizemos nossa segunda parada e deu para termos uma ideia do que ainda faltava. Não ficamos muito tempo, pois ali não tinha muita sombra. A partir dali, percebemos que a trilha tem menos frequência. Talvez muita gente pare ali. Já sabíamos que não chegaríamos ao cume, então queríamos chegar o mais perto possível dos lances dos cabos. Descemos um pouquinho e depois mais subida. Algumas árvores caídas dificultavam a nossa passagem, nos obrigando a praticar contorcionismo!
Ao longo da trilha, passamos por dois pequenos pontos de acampamento, um até com vestígio de fogueira. Seguimos e chegamos a mais um mirante: uma pedra no meio da trilha. Contornamo-la e paramos para algumas fotos. Continuei, enquanto o pessoal batia as fotos. Mais acima, o ponto final do dia. Estávamos de frente ao último trecho da subida. Já dava para ver os cabos na parede. Desci e fui até o início dos cabos, ainda extasiado pela beleza do local. Nesse primeiro lance, é uma corda que não inspirava a menor confiança... Ainda subi uns cinco metros até um platô.

Ali, parei para tirar algumas fotos e ali sentado, foi difícil tomar a decisão de abortar a escalada... Mas por todos os atrasos que tivemos, tenho certeza de que fizemos a escolha certa. Tínhamos montado um cronograma e não conseguimos cumpri-lo. Não encontrei relatos da subida pelos cabos. Não sabíamos o verdadeiro estado deles, mas sabíamos que não era uma subida simples. E como falei no começo desse relato: “E acabou ficando só na tentativa mesmo! Mas qual o problema, se a montanha sempre estará lá?”.

Te garanto que voltaremos!

Passado o estado de êxtase, voltei a realidade: tínhamos o caminho de volta! Mas tem a parte boa da história: Eram 95% de descida! E assim voltamos na parte final da trilha, passei pelo ponto onde havia encontrado o grupo e percebi que havia feito o melhor caminho na subida. Chegamos e voltamos para o carro. Agora sim vimos gente! E foram várias! Batemos algumas fotos do local para servir como referência e demos uma parada em Glicério para beber algo. Uns almoçaram, outros lancharam, o importante foi que todos saíram satisfeitos! De volta à Rio das Ostras, fomos dar um mergulho na praia e, por incrível que pareça, passei frio!

Missão cumprida! Ou melhor quase cumprida!!! Até a próxima!

Pico do Frade de Macaé
Local para estacionar o carro





Pico do Frade de Macaé
Início da estrada de terra


Pico do Frade de Macaé
Estátua do canoísta em Glicério


Pico do Frade de Macaé
Lance dos cabos de aço

Pico do Frade de Macaé
Visual da represa

Pico do Frade de Macaé
Analisando...

Pico do Frade de Macaé
Ary tentando achar o caminho

Pico do Frade de Macaé
Vista da escalada

Pico do Frade de Macaé
Galera reunida

Pico do Frade de Macaé
Leonardo tentando se encontrar!

Pico do Frade de Macaé
No mirante

Pico do Frade de Macaé
Visual

Pico do Frade de Macaé
Paulo Guerra e Alexandre Rockert

Pico do Frade de Macaé
Visual do Pico do Frade em algum ponto da trilha


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Livros que ando lendo: Velejando o Brasil: de Porto Alegre ao Oiapoque

Por Leandro do Carmo




Título: Velejando o Brasil: de Porto Alegre ao Oiapoque
Autor: Geraldo Tollens Linck

Sinopse: O livro narra a aventura da viagem, em um barco a vela, de Porto Alegre ao Oiapoque, fazendo escalas em quase todos os abrigos existentes. A viagem, de cerca de 10 mil quilômetros, durou um ano e nove meses e foi realizada em 14 etapas, sempre com tripulação.

Comentário pessoal: Um bom livro, vale a leitura. O autor conta curiosidades e histórias sobre os locais por onde passa e isso prende um pouco mais a leitura. Muitos locais pouco explorados à época da viagem, principalmente no norte do país. Os desafios, os problemas e os detalhes dão um toque especial à obra. Me parece que tempos depois ele seguiu viagem, lançando o livro “Um brasileiro velejando as Antilhas: do Oiapoque à Porto Rico”. Um dia leio!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Livros que ando lendo: Horizontes Verticais

Por Leandro do Carmo




Título: Horizontes Verticais
Autor: Jean Pierre von der Weid

Sinopse: Relatos e reflexões sobre a Montanha e a escalada. Aventuras, sonhos e lembranças fortes que vieram de longe, acompanham o autor até hoje. Escaladas, desafios e conquistas no Espírito Santo, Salinas (Nova Friburgo) e Minas, com os croquis das principais vias. Retratos de pessoas e lugares distantes, remotos no tempo e no espaço, momentos de medo, coragem, alegria e decepção. Histórias de acampamento, à  luz do lampião e ronronar do fogareiro. Sabor de café e conversa, na casa do sertanejo simples que se tornou amigo por sua índole franca e admiração ao ver montanhistas lutarem tanto por algo incompreensível ou inútil aos olhos de um qualquer: chegar lá em cima!

Comentário pessoal: Parecia que eu estava lá nas conquistas! O Jean Pierre acertou em cheio. Conseguiu mostrar como ocorreram algumas das mais importantes conquistas no montanhismo nacional. Com uma leitura agradável e bem poética, o livro ainda possui os croquis das conquistas, fotos, tudo isso ajuda a sentir o esforço empreendido. Recomendado!!!!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Vídeo: Projeto Limpando Nossa Praia: Um Mergulho Consciente!

Por Leandro do Carmo


Fala Pessoal!!!

Esse é o vídeo do dia que fizemos um grande mutirão na RESEX Itaipú em parceria com Parque Estadual da Serra da Tiririca. Foram diversas ações na praia e laguna de Itaipú. Estima-se que foram retirados cerca de 3 toneladas de lixo. Esse vídeo é só uma parte desse grande evento.

Um agradecimento especial ao João Paulo e ao Ângelo Cordeiro que me acompanharam no mergulho e ao meu irmão Leonardo Carmo e meu tio Renato Rubis que nos deram apoio logístico nos caiaques.

Confira como foi!!! Para ler o relato e ver as fotos clique aqui.


Vídeo em HD

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vídeo: Escalada à Pedra do Frade e a Freira - ES

Por Leandro do Carmo

Fala pessoal!!!!

Segue o vídeo da escalada à Pedra do Frade e a Freira no Espírito Santo. Uma formação rochosa fantástica que fascina qualquer um... Confira as belas imagens!!!!

Para ver o relato, clique aqui.



Vídeo em HD

sábado, 1 de novembro de 2014

Livros que ando lendo: História do Montanhismo no Rio de Janeiro: Dos Primórdios aos anos 1940

Por Leandro do Carmo



Título: História do Montanhismo no Rio de Janeiro: Dos Primórdios aos anos 1940
Autor: Waldecy Mathias Lucena

Sinopse: Trata-se de um livro onde se fala das técnicas e materiais empregados na escalada ao longo de sua evolução, fatos e curiosidades que marcaram o passado das ascensões a montanhas, mas principalmente de homens, verdadeiros heróis, alguns anônimos até aqui, outros esquecidos ao longo do tempo, todos revelados pelo autor e valorizados por seus feitos, que escreveram a história do montanhismo. Trata-se do primeiro livro sobre o tema a ser publicado no país e é, portanto, imperdível.


Comentário pessoal: Como diz a sinopse: IMPERDÍVEL. Como é bom praticar o esporte e ler um livro tão completo. Muitas curiosidades e um mergulho profundo na história do montanhismo do Rio de Janeiro, que em muitas vezes se confunde com o do Brasil. O Waldecy caprichou e já tem público garantido para a continuação, ou seja, “A história do montanhismo, a partir dos anos 1940...”