quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Livros que ando lendo: Sob o Mar: Extraordinária Vida dos Pioneiros do Mergulho

Por Leandro do Carmo


Título: Sob o Mar: Extraordinária Vida dos Pioneiros do Mergulho
Autor: Tervor Norton

Sinopse: A história dos precursores do mergulho submarino - suas descobertas e experiências bastante arriscadas, para não dizer um pouco suicidas. O livro também traz a história do mergulho desde os pescadores, que atingiam profundidades muito perigosas para o organismo humano, até os conservacionistas.

Comentário pessoal: Um bom livro. Para quem mergulha e gostaria de conhecer como foi os primórdios do esporte, é uma boa pedida. É impressionante como os antigos mergulhadores testavam os limites... Hoje seria impossível realizar alguns mergulhos como foram feitos. Talvez tenha lido esse livro numa hora errada, emendei depois que terminei o Annapurna, fiquei crítico demais!

sábado, 25 de outubro de 2014

Livros que ando lendo: Annapurna, O Primeiro Cume de Mais de 8 Mil Metros Conquistado Pelo Homem

Por Leandro do Carmo



Título: Annapurna: O Primeiro Cume de Mais de 8 Mil Metros Conquistado Pelo Homem
Autor: Maurice Herzog

Sinopse: No dia 3 de junho de 1950 o francês Maurice Herzog e seu companheiro de equipe Louis Lachenal alcançaram o topo do monte Annapurna, no Himalaia, tornando-se os primeiros a conquistar uma das catorze montanhas de mais de 8 mil metros do mundo. O feito se concretizou depois de meses de esforço para estabelecer a rota de ataque, numa região ainda não mapeada, sob imensas dificuldades técnicas e no limite de tempo estabelecido pela chegada da monção, prevista para os primeiros dias de junho. Lançado em 1951, este clássico da aventura relata uma das expedições mais dramáticas já vividas na montanha. O livro foi escrito enquanto autor se recuperava no hospital.

Comentário pessoal: Fantástico!!! Por vezes estiquei o braço para ajudá-los... rs A todo momento, me perguntava sobre o que leva um homem a passar por tudo o que eles passaram? Mas no fim, consegui entender que não adianta buscarmos uma resposta, a não ser que seja você o protagonista! Uma leitura que preenche o tempo. Talvez uma prévia pesquisa sobre a região e as montanhas do local possa ajudar a entender melhor os detalhes.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Livros que ando lendo: Os Lobos Não Choram

Por Leandro do Carmo



Título: Os Lobos Não Choram
Autor: Farley Mowatt

Sinopse: A incrível história verídica da vida entre os lobos do Ártico, que deu origem a um filme inesquecível. O drama, o suspense e o heroísmo fiel à vida de Os lobos não choram, transformou este livro num best-seller internacional.

Comentário pessoal: Um excelente livro. A precisão nos detalhes e os sufocos do autor prenderam a atenção do início ao fim. Algumas histórias engraçadas tornaram a leitura muito mais agradável. Foi difícil se despedir do livro!!!

Relato da Escalada à Pedra do Frade e a Freira - ES

Por Leandro do Carmo

Local: Espírito Santo
Dias 17, 18 e 19 de Outubro de 2014
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Denise do Carmo, Vinícius Araújo, Andréa Vivas, Roberto Andrade, Michael Rogers, Beatriz, Mariana, Alexandre Rockert e Bruna Novaes.


Dicas:

Hospedagem e alimentação: Pousada Chalés do Frade
Como chegar: Seguindo pela BR 101, sentido norte, após passar a segunda entrada para Cachoeiro do Itapemirim, uns 50 metros após, tem um bar, do outro lado da pisa, começa a subida, uns 4 km numa estradinha de chão.
Tempo de Viagem: Como tem muito trecho em obra na BR 101, o tempo de viagem é de 6 a 7 horas e a distância é de 400 km.
A Escalada: Não é uma escalada técnica, mas o equipamento de segurança é indispensável; eu não utilizei sapatilha, mas ela pode trazer uma pouco mais de segurança nos pés em alguns lances; o lance final é uma sequência de degraus de vergalhões fincados na rocha, com mais ou menos 20 metros.
Diversos: ideal para levar família e descansar; a alimentação é excelente; fica bem próximo a Cachoeiro de Itapemirim.

Relato

Não foi fácil encarar o sol forte para vencer os quase 200 metros de subida até o cume da Pedra do Frade... Mas estar lá foi fantástico!!! O espírito de equipe prevaleceu e conseguimos vencer mais esse grande desafio. Vamos ver desde o início como foi chegar ali.

Em uma viagem que fiz para Guarapari, vi aquela impressionante formação rochosa. Na hora já bateu a vontade de subi-la. Tinha certeza de que um dia estaria lá em cima. Assim que cheguei em casa, fui pesquisar para saber o nome e ter mais informações. Já que a logística para chegar lá não era das mais fáceis, acabei deixando como um projeto guardado.

Passado mais de um ano que conheci a pedra, resolvi que essa seria a oportunidade. Antes de entrar de férias, já tinha decidido que a subiria. Resolvi abrir esse passeio para os amigos do Clube Niteroiense de Montanhismo. Rapidamente foi aparecendo gente interessada. E não demorou muito para que tivéssemos formado um grupo de 14 pessoas.

Logística preparada, deixamos tudo certo durante a semana para que nada pudesse dar errado. Como eu estava de férias, resolvi sair na sexta de manhã, enquanto o resto do pessoal foi indo durante o dia e até a noite também. A viagem foi um pouco cansativa... Rodar quase 400 km não é uma tarefa das mais fáceis... Quando passei da entrada para Cachoeiro de Itapemirim, já começava a ver o nosso destino e a sentir o que iríamos encontrar pela frente.

Da BR 101 até a pousada, foram cerca de 4 km de estrada de chão. Um subida, que para quem não conhece, parecia que não chegaria a lugar nenhum. Andávamos e nada... Nenhuma casa para pedirmos informação... Mas sabia que estava no caminho certo... E mais alguns minutos havíamos chegado no Chalé do Frade. Fomos super bem recebidos pelo Henner e pela Valquíria, donos da pousada. Nada melhor que ser bem acolhido, principalmente num local onde não conhecemos.

Havíamos entrado num lugar fantástico. Difícil até de descrever... A vista para a Pedra do Frade era impressionante a Freira ficava escondida, mas nem por isso tirava o brilho do local. O som da natureza, aliado à beleza do local, traziam uma sensação ímpar. Como fui o primeiro a chegar, tratei logo de arrumar a casa e organizar onde nos acomodaríamos. Fiz contato com o Alexandre que chegou logo em seguida, junto com sua esposa e filha.

Estávamos tão encantado com o local, que eu e o Alexandre não conseguimos esperar o dia seguinte, já fomos até a pedra! Colhemos algumas informações sobre a trilha de acesso e seguimos pela estrada de chão. Foram uns 25 minutos de caminhada, mais uns 5 de trilha até que chegamos a uma laje de pedra, que lembra o Escalavrado. A vista daquele ponto surpreendia. Ainda não havíamos visto a Pedra da Freira, devido a posição que estávamos na pousada, mas ali ela se mostrava imponente, como se olhasse para o Frade. Subimos mais um pouco pelo costão até que paramos e ficamos apreciando a vista e batendo um papo.

Já com o sol se pondo, descemos de volta até a pousada, onde tomamos um caldo verde para fechar o dia. Faltavam ainda chegar dois carros, com oito pessoas, que sairiam no final do dia. Como a noite ficava mais difícil chegar ao local, fiquei acordado passando algumas coordenados por telefone. Por volta das 2 da madrugada, meu irmão chegou com a Mariana, Beatriz e o Michael.  O Vinícius, chegou somente às 4 h, com a Andréa, Bruna e o Roberto. Pronto agora estávamos completos! Combinamos o horário de saída do dia seguinte fomos descansar, afinal de contas, merecíamos!

No sábado de manhã acordei cedo, apesar da preguiça e já deixei tudo preparado. Aos poucos a galera foi acordando e logo estávamos prontos para começar a subida. Um grupo grande chegou e começou a se preparar para a caminhada, o que nos fez seguir rápido, pois não queríamos ficar esperando. Começamos a caminhada e esperamos o resto do pessoal na laje de pedra, bem antes da subida. Por nossa sorte o grande grupo foi só até a base de pedra, não seguindo até ao cume.

Com todo mundo reunido, nos equipamos ali mesmo, apesar de nos primeiros lances não ser preciso uso de equipamento, mas achamos melhor ficar na sombra a ter que nos equipar de baixo do sol forte. Começamos a subida e seguimos pelo costão até um lance mais inclinado onde o Leonardo subiu e fixou uma corda, assim, com um prussik, os outros participantes subiriam mais rápido.

Passado esse ponto, ele subiu mais pouco e fixou uma outra corda, agora com um lance um pouco mais delicado, comparado com o que já havíamos passado. Montamos um verdadeiro trabalho em equipe. Enquanto um subia, já havia outro se preparando, assim não perderíamos tempo, além de não ficarmos literalmente fritando de baixo do sol.

Nesse ritmo de revezamento, chegamos abaixo da cabeça, num local bem agradável e abrigado do sol. Ali, dava para descansar e recarregar as baterias. A pousada estava lá em baixo, parecia casinha de bonecas. Optamos por subir por uns degraus fixados na rocha, tipo o lance do elevador assim ganharíamos tempo. Estávamos em um grupo de 9 pessoas e essa, com certeza, foi a melhor escolha. Decidimos por fazer segurança de cima para todos os participantes, assim todos poderiam subir sem nenhum problema.

O primeiro a subir foi o Leonardo. Ele começou os primeiros degraus e foi costurando alguns para melhorar segurança, afinal de contas não sabíamos o estado deles. Alguns degraus estavam bem espaçados, o que nos fez colocar algumas fitas para facilitar a subida dos mais baixinhos. No cume, ele montou a parada e começamos a subida. Aos poucos todos subiram e eu fechei, retirando todo o equipamento deixados nos degraus.

A vista dali era fantástica. O Frade é bem mais alto que a Freira e de lá se tem uma vista perfeita da escalada dessa outra pedra. Dali, dava para ver do litoral ao interior. Um 360° de pura beleza. Cada um registrando o momento a sua maneira. Posamos para uma foto e já começamos os preparativos para a descida. Optamos por montar um rapel no mesmo lado que subimos. 

Fiquei por último novamente e liberei uma corda para que já fosse montado o segundo rapel da descida. Ali, no cume, sozinho, contemplei os últimos momentos de completo silêncio... Que foram quebrados por um “CORDA LIIIIIIVREEEEEEEE”. Desci e fui direto ao ponto do segundo rapel. O Vinícius já tinha iniciado e alguns utilizaram a corda somente para o equilíbrio. 

Fixamos mais uma corda e novamente o trabalho em equipe foi perfeito. Com um em cima orientando a montagem, um no meio e um no final, já montando o próximo. Nesse ritmo, rapidamente chegamos a base. Com o calor que fazia, só pensávamos na piscina da pousada. Talvez isso nos tenha feito descer a trilha em tempo recorde!!!!

Quando chegamos, foi só o tempo de jogar a mochila para o lado e dar um mergulho. Afinal de contas, não é todo o dia que se escala e se tem uma piscina no final!!! Mas nem tudo é perfeito!!! Algumas coisas são mais que perfeitas!!! 20 minutos depois, um excelente almoço já nos esperava. Com galinha da roça, polenta com milho da fazenda, feijão colhido no local e muitas outras delícias foram servidas... Sem contar o doce de banana com creme de leite... Foi comer e dar um grande descanso, afinal de contas ninguém é de ferro!!!!

Ao final da tarde, resolvemos volta lá em cima, até um platô, para contemplar o pôr do sol e esperar a noite chegar. Por um instante só ouvíamos o som da natureza. Nem carro, nem música, nada que atrapalhasse aquele momento. Havia levado fogareiro e como a Mariana nunca havia tomado um café na montanha, fiz esse grande esforço. Preparei um quentinho e ficamos ali rindo e contado histórias num começar de noite super agradável.

Descemos e para fechar a noite: panquecas, caldo verde e vinho, esse último levado pelo Vinícius. Combinamos de acordar cedo no dia seguinte e dar uma explorada numa via que tem ali perto, assim daria para aproveitar alguma coisa antes de ir embora.

No domingo, acordamos e depois do excelente café da manhã, seguimos para a base da via. O Leonardo e a Bruna, resolveram voltar no cume do Frade junto com a Mariana e a Beatriz, pois elas ainda não haviam subido. Na base da via, nos equipamos e nossa ideia era montar um top rope e ficar dando uns treinos, mas via era muito mais forte do que pensávamos. Comecei guiando e a saída já foi sinistra. Até chegar a uma grande laca, meio oca, foi preciso artificializar o lance. Mas dali para cima, deu para passar em livre.

Após o bonito lance em oposição nessa laca, dei uma parada para procurar os próximos grampos. Passei por um buraco e quando pisei em algumas folhas secas, saiu uma lacraia, de quase um palmo. Foi subindo a pedra na minha direção e só deu temo de torcer para ela não chegar até onde estava minha mão, por sorte, ela caiu novamente no buraco e se escondeu! Se a adrenalina estava forte... Agora então...

Segui mais acima num lance bem delicado e devido ao calor, resolvi montar o top rope ali e desci para que outros tentassem. Cada um fez o lance uma vez e o Michael fechou e recolheu costuras e fitas. Dali seguimos até a toca da Onça para explorarmos um possível caminho até a base da via de escalada da Freira. Mas essa ficaria para uma próxima...

Voltamos de nosso passeio e caímos direto na piscina. Comemos a excelente comida da pousada e descansamos até o final da tarde, quando nos arrumamos e seguimos viagem de volta...

Mais uma vez, missão cumprida!!!!